O Cariri Cangaço firmou-se no cenário de estudos históricos Por:Carlos Elydio

Carlos Elydio

Queridos amigos, o prazer sempre é nosso em confraternizar nesta Festa, como bem chamamos o Cariri Cangaço. Eu, pessoalmente, sinto-me privilegiado em ver como meu pai; Antônio Amaury; remoça ao participar deste evento, que ele classifica como o melhor e mais bem organizado de todos quanto ele já participou. Verificar a continuidade do mesmo evento é ainda mais empolgante, posto que sabemos bem das dficuldades em manter um nível ótimo naquilo que começa bem.

Mas, oservações pessoais à parte. Uma pena que, na avaliação "a quente" ;como chamamos em Terapia Comunitária àquelas que são feitas imediatamente após a finalização de um determinado evento; eu não contasse com caneta e papel para anotar tudo o quanto eu gostaria de ressaltar e sugerir. Espero minimizar minha falha. Por afinidade nas opiniões, eu e meu pai fazemos estas observações em uníssono. O III Cariri Cangaço serviu a todos quanto participaram do evento, especialmente os veteranos, para mostrar que a empreitada firmou-se no cenário de estudos históricos, com uma qualidade digna dos maiores louvores, em todos os seus aspectos. Em todos os aspectos pode-se perceber uma melhora sensível quanto à qualidade do que nos foi ofertado.

Desde a convocatória recebida por nós, a organização já mostrou-se  muito superior aos anos anteriores, permitindo assim que pudessemos dispor de nossos tempos com tranquilidade e segurança com relação a toda a logística de transporte, hospedagem, programação a ser seguida e participações solicitadas. A capacidade impar de nossos anfitriões em zelar pelas boas vindas desde o início ao fim, denotam a presença de espíritos côncios quanto aos compromissos firmados. Isto por si só já provoca nos participantes o desejo de uma contrapartida à altura.

Lily, Ivanildo, Amaury e Carlos

A hospedagem, transporte, alimentação e orientação, bem como os locais nos quais ocorreram o evento, além da qualificação dos palestrantes convidados, da equipe de apoio ligada diretamente ao evento, bem como as equipes locais, mostram-se cada vez mais harmoniozas e operando em alinho com as diretrizes propostas. Apesar da programação extensa, concatenada sob uma grade de horários pode nos parecer extenuante na avaliação de muitos. Porém, faço notar que, se falha houve neste aspecto, em muito se deve à heterogeneidade na composição do grupo, quer quanto às pessoais expectativas quanto ao compromisso no que concerne à obediência aos horários e ao convívio em grupo dos próprios participantes. 

A programação proposta pelos organizadores só nos faz lembrar o valor do tempo, uma vez que convenhamos, um evento de 5 a 6 dias deve ser priorizado, em virtude dos gastos e do empenho implicados por todos para, destes tiramos os melhores proveitos.

Quanto às participações da assistência, estas deveriam ser mais focadas e, para tal, a sugestão feita de que as mesmas sejam encaminhadas aos expositores de forma escrita, evitaria o mal uso do tempo com "palestras" ou discursos alongados, ou mesmo podendo serem analisadas e pesadas sob um crivo que venha a impedir a desvirtuação do enfoque proposto originalmente. Novamente o proveito do tempo demandará um empenho da parte dos participantes.

Amaury, Aderbal e Sabino Bassetti, no debate "Angico"
Falando ainda da participação da assistência, é notória a pouca participação do público universitário. Tal sintoma pode indicar uma série de causas que podem ser atribuídas à ambas as partes. Por parte do Evento sabemos dos convites reiterados às Universidades. O que será que acontece na outra ponta?? Um desinteresse pela temática? A desvalorização das fontes primárias de dados? A dificuldade de deixar o discurso hermético e aproximação com a comunidade? Dificuldade em comungar dos horários propostos pelo evento? Enfim... São questões que só a outra parte pode responder. Faço notar, porém que, no evento também se produz saberes, ainda que estes não sigam os padrões propostos pelo hermetismo acadêmico.

Imagens do momento de Lançamento da minisérie "Sedição de Juazeiro"

A despeito disto, o III Cariri Cangaço mostrou-se palco para lançamentos de livros e filmes relativos às temáticas correlatas, sendo notável e digna de nota os presentes que nos foram conferidos por palestras como a ligada à Delmiro Gouveia e ao Major José Inácio do Barro, tanto pela alta qualificação do material exposto como pelo ineditismo de algumas colocações feitas. Os palestrantes merecem todo nosso louvor e respeito! Porém, sem colocarmos hierarquia de importância, a nosso ver, a pré-estréia do filme/documentário "A Sedição de Juazeiro", foi qualquer coisa de emocionante pela qualidade do trabalho apresentado, superando EM MUITO as expectativas de todos nós pela qualidade técnica, especialmente no que se refere ao levantamento histórico dos dados trabalhados e expostos. Abre-se aí mais um meio para a discussão dos temas ligados ao evento, assim como o foi a palestra de encerramento, pessoalmente, muito nos emocionou ao trazer a música para a mesa de debates.

Amaury, Carlos, Severo e o trabalho fenomenal de Voldi Ribeiro

Não podemos deixar de ressatar  o presente que o amigo Voldi Ribeiro, pesquisador de Paulo Afonso, muito generosamente nos deu, com sua cuidadosa e meritosa apresentação do Batistério de Maria Bonita. Realmente ele foi de extremado cuidado nas suas colocações e merece, sem sombra de dúvidas, citação de destaque!

Ainda sobre o Cariri Cangaço; o crescimento do evento e a participação de novos membros de todo o território nacional, interessados nas temáticas abordadas, com a consequente criação do Conselho (e a possibilidade de delegações de responsabilidades bem como a possibilidade de troca de opiniões e sugestões para melhoria do mesmo), apontam para uma incrementação do evento nas edições seguintes, para ganho de todos os implicados, bem como dos municípios participantes em termos de projeção nacional. Denotando a capacidade empreendedora e administrativa do nosso curador. Sentimo-nos mais brasileiros e mais orgulhosos disto a cada edição. Só nos resta agradecer!

Um grande e forte abraço meu e de meu pai ! Já com saudades dos amigos e esperando rever a todos neste ano que ora começa. Feliz 2012. 

Carlos Elydio e Antônio Amaury
Conselheiro Cariri Cangaço

3 comentários:

Anônimo disse...

Caro Carlos e Amaury,
Fico agradecido à referência feita à pesquisa que resultou no encontro do batismo de Maria Bonita e na data correta do seu nascimento - 17 de janeiro de 1910.

O destaque é nosso, o esforço da pesquisa começou antes e teve em 1971 a carta de Amaury para o Bispado de Nosso Senhor do Bonfim-BA - não respondida até bem pouco.
Quero parabenizá-los pelo novo livro "Maria Bonita" que estou lendo como uma bíblia e recomendo a todos os pesquisadores sérios que querem conhecer mais detalhes dessa personagem enigmática que foi Maria do Capitão.
Prometo que no próximo Cariri Cangaço estarei com o livro Lampião e o Nascimento de Maria Bonita pronto para todos poderem apreciar criticamente - dizer dos méritos e dos deméritos. É assim que podemos crescer.
Bom nesse início de 2012 é uma surpresa boa ver o reconhecimento de amigos como vocês.
Abraços a todos da família Cariri Cangaço.

Voldi Ribeiro
Sociólogo e Pesquisador
Paulo Afonso-BA

Helio disse...

Preciso seu texto companneiro Carlos Elydio, preciso. Parabens.

Professor Mario Helio

xico disse...

Prezado dr Amaury, gostaria de parabenizar-lhe por mais um grande lançamento, com certeza com a marca de sucesso já conhecida por todos.

Francisco Turco