Sila, em Debate Por:Aderbal Nogueira

Cariri Cangaço - GECC , debate SILA

Olá amigos da família Cariri Cangaço; conforme combinado, estamos colocando no Blog, o debate sobre Sila, promovido pelo GECC na Livraria Saraiva, do shppingo Iguatemy, por ocasião de em nossa última reunião.
Bem, tomei a liberdade, já que fui o solicitador do debate, de fazer alguns 'inserts' de depoimentos que possuo em nossos arquivos sobre alguns tópicos citados durante o debate. Poderia ter colocado muito mais, pois tenho Sila falando sobre muitos deles, como por exemplo, Zé Baiano, armas que usou, seus irmãos, etc, etc.

Porém, por displicência minha, não tenho esse material decupado. Portanto, é muito difícil para mim localizá-los nos copiões originais, o que demora dias e dias; esse pouco material demorou horas e horas de garimpagem. Os colegas basearam suas indagações no que está escrito nos livros, ou então no que ouviram outras pessoas falarem. "Amigos, parentes, etc." Eu me baseei no que gravei e na convivência com Sila. Há pouco tempo o Dr. Napoleão Tavares Neves, pessoa da mais alta respeitabilidade, colocou no blog que esteve conversando PESSOALMENTE com Sila e que não ouviu nenhum absurdo dito por ela. Portanto, não sou o único a ter esse pensamento. Repito também: Sila mentiu como todos os outros, só não acho justo a coroa de mentirosa em sua cabeça. 

No mais, parabenizo a todos os colegas que participaram do debate, pela boa pesquisa feita nos livros. E que esse tenha sido o primeiro de muitos outros debates que virão. Como o vídeo é muito longo tive que dividi-lo em 2 partes, assistam em tela pequena para não pesar e não cair muito a qualidade de imagem. No mais, aproveitem e deem a sua opinião e NÃO ESQUEÇAM: 1ª Reunião, em março - CHRISTIANO CÂMARA


Acompanhem o vídeo na postagem a seguir !


Aderbal Nogueira
Diretor GECC, Sócio SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço
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4 comentários:

MARISTELA MAFUZ disse...

Preciso falar um pouco da Sila que conheci e discordar de duas colocações feitas pela Juliana há dias atrás, noutra postagem. (não me refiro a fatos históricos pois não tenho conhecimentos para tal)
Juliana me perdoe, mas por ter convivido com ela, não posso me omitir.
A postura altiva de Sila durante o depoimento de Adília, não era forçada. (não culpo você por ter essa visão, pois não a conheceu). Sua postura era aquela, em frente ou não a uma câmera. Acredito que todos que a conheceram concordam comigo.
Durante o tempo em que ficou em minha casa (e não foram apenas dias, mas até vários meses seguidos), nunca a vi sem aquela postura. Nunca a vi tomando o café-da-manhã ou assistindo novela sem estar arrumada, penteada, maquiada, cabeça erguida, sentada impecavelmente ereta, pernas elegantemente cruzadas, com aquela postura altiva que era dela, sem máscaras. (ninguém passa 24 horas por dia representando...)
Do mesmo modo autêntico e sem máscaras, a vi de repente, sair sozinha da sala e sentar-se na cama, fechar os olhos e derramar lágrimas, frutos do sentimento de angústia que nessa hora se apossava dela diariamente ao final da tarde, momento que no mato (segundo ela), era de muita insegurança e medo por não terem onde dormir, comer, sem saberem se haveria amanhã.(posso garantir que ela não estava representando)
A noite trazia essa sombra... diariamente. Sabe lá o que é sentir isso... diariamente?
Quando vejo o rosto dela durante o depoimento de Adília (e recordo de outros momentos que presenciei), vejo seus olhos parados, como que assistindo a um filme que, infelizmente, sua mente insistia em exibir. A expressão representa para mim, a dor de engolir a seco a emoção de uma lembrança ruim e sua ‘valentia’ enfrentando esse filme que ela gostaria de esquecer.
Maristela Mafuz

Aventurando-se na História e histórias disse...

Infelizmente não conheci a Sila, e tenho que dá a minha mão a palmatória no referente a sua história, pois tenho uma leitura muito superficial sobre a mesma. No entanto, o que venho observado enquanto historiador é a forte busca da “verdade”, salutar para os estudos históricos, mas maléfica quando essa se torna dogmática. Meu interesse nos estudos do cangaço está voltado mais para o campo das representações, não necessariamente busco uma verdade, por há tempos deixar de acreditar na sua existência, devido o campo minado dos depoimentos dos que vivenciaram os fatos e as contraditórias interpretações dos pesquisadores que se abraçam com os seus depoimentos como se só eles tivessem a verdade e todo o resto fosse uma mentira. Pode haver mentira nas falas de Sila, haja vista estarmos lindando com o fator memória, que muitas vezes engana-nos, faz com que distorçamos o passado vivido. Ora, isso acontece conosco que somos jovens, caso eu pergunte o que comemos, por exemplo, na semana passada, por quanto tempo fizemos algo, onde estávamos no mês passado cairemos em contradição em determinado detalhe, imagine com uma senhora que se vê as voltas com pesquisadores que desejam conhecê-la, entrevistá-la, buscar verdades. Se ela mentiu é importante não contestarmos as mentiras, mas sim entender por que ela mentiu, pois as mentiras falam, trazem toda uma história, como a própria teoria da história contemporânea nos adverte. Assim como o silêncio e o olhar falam, as distorções da experiência vivida e da memória são relevantes para entender o passado. Novamente toco no ponto de não tentarmos desqualificar fontes, pois, por mais que estudemos o cangaço, Sila, Aristéia, Durvinha, Dadá, Adília, e tantas outras, vivenciaram os fatos, com erros, silêncios, mentiras, e enganos, elas são fontes, estão no patamar, desculpe a franqueza, superior ao nosso de pesquisadores, pois além de serem fontes de pesquisa, elas foram as agentes dessas histórias, sofreram na pele os dilemas do cangaço, guardam em si seus motivos, misérias, medos e justificativas para as mentiras, cabendo a nós entendê-las dentro do seus contextos.

Saudações cangaceiras!

Prof. Ms. Wescley Rodrigues
Sousa – PB

Juliana Ischiara disse...

Cara Maristela, compreendo perfeitamente suas palavras, analisar um individuo através de fotos, textos e vídeo não é a mesma coisa que ter um contato físico, você tem toda razão. Você e Aderbal conviveram com ela e com certeza tem mais autoridade que eu para falar qualquer coisa sobre a mesma. Todas as impressões que tenho sobre a Sila, são superficiais.

Sem querer expor aqui minha vida pessoal, mas esta postura e ou conduta da Sila é muio parecida com a da minha mãe, eu diria até idêntica, talvez esteja aí a resistência que eu tenho em aceitar este a figura da mulher sofrida, traumatizada e sincera que vocês tem dela, em minha opinião ela era arrogante, prepotente, materialista e cheia de invencionices. Mas como não a conheci, posso está fazendo um juízo de valor errado e injusto. Por isso desde o começo não queria ter entrado nesta discussão sobre ela e aproveito a oportunidade para parar por aqui.

Saudações cangaceiras
Juliana Ischiara

Karla Renata disse...

Time da pesada na fotografia heim ! Parabens pela reunião, ainda mais vendo a participação das mulheres.

Karla