O Cangaço na Disciplina de História Por: Ana Lúcia Granja


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É notório observar que em muitas faculdades do Brasil, e em especial as faculdades de formação dos professores para a Licenciatura de História, ensinam os conteúdos históricos de uma maneira resumida, focalizando mais assuntos como a Era dos descobrimentos, guerras mundiais, fatores políticos e econômicos e globalização.
O conteúdo de Brasil, por exemplo, no curso de História, subdivide-se em vários níveis, cronologicamente sistematizados, tais como Brasil I, Brasil II, Brasil III, que são disciplinas que ensinam a história do Brasil desde o século XVI até os dias de hoje, mas que geralmente o aluno não tem a oportunidade de trabalhar todos eles, obrigando-o a procurar um estudo mais aprofundado, fora dos campi universitários, o que não é bom nem correto que isso ocorra, pois entra o discurso da qualidade do ensino, mostrando que a quantidade está acima da qualidade.
Os professores que trabalham os conteúdos históricos relacionados ao tema Brasil, precisam estar atentos para determinados acontecimentos ocorridos no cenário brasileiro, e em especial no Nordeste, palco de vários movimentos sociais rurais e revoltas que se estenderam em todo território regional, pela relevância de ideais dos revoltosos e que, como sabemos, os aspectos da complexidade das particularidades e as razões que levaram estes indivíduos a adentrarem nesta vida bandoleira e nômade, existem e precisam ser estudadas numa visão científica, analisando, sob vários pontos de vista, porque a história é mutável, e não estática no tempo.

O fenômeno do cangaço abrange cinco séculos. O nosso país, na sua formação territorial, passou por muitas e muitas lutas, conflitos, derramamento de sangue, conquistas, vitórias, enfim, situações em que o próprio indivíduo, como parte dessa realidade, aparece como elemento principal desse contexto, por tratar-se de um ser histórico.

Lampião não foi o primeiro dos revolucionários desses movimentos, porém foi um dos mais importantes e representativos, aparecendo como o personagem que não mudou o mundo, com seus ideais na defesa dos fracos e oprimidos (o que é inaceitável, pois todos que utilizavam dessa atividade bandoleira tinham benefícios, tendo sido eles coronéis, jagunços, bandidos, coiteiros, polícia, etc) mas que deixou escrito o seu nome na história, por ter se tornado o mito.
 
Por: Profª Ana Lucia G. de Sousa
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2 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns a professora Ana Lúcia Souza, pela bela construção do texto; apesar de não concordar com a colocação de que Lampião poderia vir a ser, mesmo que "de longe", algum tipo de revolucionário.

Abraços,

Marquinhos Limoeiro

Anônimo disse...

Cara amiga Ana,

Saudações cangaceiras!

Parabéns pelo texto, idéias claras, e de forma geral você tentou contemplar o que vem a ser o cangaço da perspectiva acadêmica até a construção do mito Lampião.
Acredito que você foi feliz na sua perspectiva de não tratar Lampião como um revolucionário, pois nas minhas pesquisas realmente comprovei que ele foi vítima de um sistema social, mas depois se adéqua a esse sistema e faz uso do cangaço como um meio de vida, sendo que não havia nesse contexto nada de revolucionário.

Abraços!

Prof. Wescley Rodrigues
João Pessoa - PB