Caminhada pelas Ruas de Floresta , Marcam o Segundo Dia de Cariri Cangaço



O segundo compromisso da agenda Cariri Cangaço para a sexta-feira, 13 de outubro de 2017 em Floresta reservou momentos marcantes e realmente vitais para a real compreensão dos cenários e fatos históricos acontecidos na Terra dos Tamarindos. 

 Ingrid Rebouças, Ivanildo Silveira, Valdir Nogueira, Clênio Ferraz e Manoel Severo
 Quirino Silva, Célia Maria, Ingrid Rebouças, Zilda Lima, Edvaldo Feitosa, Ivanildo Silveira, Manoel Severo e Camilo Lemos

O Edifício da Antiga Força Pública – O Batalhão de Floresta ...
De acordo com o “Inventário do Patrimônio Cultural do Estado de Pernambuco”, situa-se na Praça Major João Novaes, n.° 251, o edifício conhecido localmente como o prédio da Antiga Força Pública, ou como “o Batalhão”. “O edifício, assim como todo o passeio público de sua vizinhança, assenta-se elevado do nível da rua uns 60 centímetros. Apresenta fachada com 40 metros de extensão, destacando-se das demais edificações locais, formadas por casas de um pavimento”. Quanto à implantação do terreno, encontra-se livre dos dois lados e “integra o sítio histórico de Floresta”. “Edifício de interesse arquitetônico com planta retangular, desenvolvendo-se em dois pavimentos, apresentando na parte posterior, em perpendicular, ala de serviços com um pavimento. A fachada principal acompanha a maior dimensão do edifício e é simétrica em relação ao eixo vertical, configurando cinco tramos. O central, com a porta principal e uma janela rasgada com balcão e um pequeno frontão em arco. Colateralmente, segue-se um amplo tramo com duas linhas de seis janelas correspondentes, seguindo-se os tramos extremos, onde no térreo há uma porta e, no pavimento superior, duas janelas. As esquadrias são de pranchas verticais de madeira. Todos os vãos externos da fachada principal têm meia cercadura em forma de sanefa. O corpo principal é coberto em duas águas com telha canal paralelas à rua e com platibanda apenas na fachada principal. Ainda nessa fachada correm duas cornijas paralelas, uma na linha da platibanda e a outra na linha do balcão, dando ao edifício maior sentido de horizontalidade.

  Lisbela e Eliana Pandini
 Evanilson Sousa e Ingrid Rebouças
 Coronel Marcelo Leal, Francine Maria e Manoel Severo

"Desde o ano passado que estávamos desejando realizar dentro da programação em Floresta um tipo de City Tour pelos principais pontos de visitação histórica na cidade de Floresta para que todos pudessem ver e conhecer mais de perto essa realidade, ano passado não conseguimos fazer, este ano foi possível e tenho certeza que todos gostaram pois foi como se entrássemos de corpo e alma na historia do povo florestano " revela Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço.


 Geraldo Ferraz e a emblemática casa que foi de seu avô: Theophanes Ferraz Torres
  Leonardo Gominho e a Casa que foi de Thephanes
 Junior Almeida, Manoel Severo e Rodrigo Honorato


A referida casa foi comprada por Nestor Valgueiro Rodrigues Barros e sua esposa Antônia Barros Novaes, a mais de 40 anos. Foi colocada em nome de seus filhos e hoje moram: Auspícia Valgueiro Barros e Maria Frassinetti Valgueiro, suas filhas.

Jorge Remígio, Ingrid Rebouças e Francimary Oliveira, Junior e Yasmim Almeida

A primeira visita, ainda no final da manhã foi à antiga Casa do grande comandante de volantes, Theophanes Ferraz Torres, visita essa guiada pelos pesquisadores; Geraldo Ferraz, neto do florestano ilustre e Leonardo Ferraz Gominho, memorialista e historiador de Floresta. De frente a casa de Theophanes vamos encontrar a atual agência dos correios, mas que outrora foi a sede da delegacia de Floresta, local para onde foi levado o irmão de Lampião, Levino Ferreira, logo apos o fogo contra os Nazarenos
ainda em 1919.

  Caravana Cariri Cangaço em visita ao Patrimônio arquitetônico e histórico de Floresta
 Leonardo Gominho e as elucidações quanto a origem do nome da rua dos Coiteiros; oficialmente rua Theophanes Ferraz Torres 
Geraldo Ferraz e a rua que homenageia seu avô: Theophanes Ferraz Torres

A tarde a Caravana Cariri Cangaço tinha um novo encontro com o mais significativo patrimônio histórico local, as 15 horas foi realizada a foto oficial do Cariri Cangaço junto ao imponente Prédio da Força Pública - Batalhão de Floresta; na praça João Novaes. Os pesquisadores presentes reassumiram o compromisso e a mobilização em torno dos esforços para a restauração do referido e importante testemunha da história florestana e nordestina. "O Prédio do Batalhão foi tombado em 2016, agora todos temos que estar unidos na luta por sua restauração, daí a importância desse momento do Cariri Cangaço diante do prédio como ontem a abertura do evento ter se dado diante do batalhão, desejamos com isso chamar a atenção das autoridades para a grave situação em que se encontra o imóvel e a urgente necessidade de providências," ressalta a Conselheira Cariri Cangaço, pesquisadora Juliana Pereira.

Do prédio do Batalhão a caravana Cariri Cangaço seguiu a pé pelas principais ruas de Floresta, tendo como um das paradas a famosa rua Theophanes Ferraz Torres, ou a "rua dos Coiteiros" como é tradicionalmente conhecida. Na oportunidade o historiador Leonardo Gominho apresentou a todos a  história do logradouro e a origem de seu cognome...

 Rita Pinheiro, Junior Almeida, Ivanildo Silveira e Nivaldo Pereira
Manoel Serafim, Manoel Severo e Voldi Ribeiro rumo a Confraria do Rosário
Seguindo pelo centro histórico os convidados do Cariri Cangaço chegaram a sede da tradicional Confraria do Rosário, onde a partir de uma recepção festiva puderam conhecer de perto a  grande força e memória contida nessa secular iniciativa que contempla, resistência, fé e esperança. 


 Manoel Severo e os membros da Confraria do Rosário
 Denis Carvalho e Manoel Severo
 Jorge Figueiredo do Sertão Nordestino
 Quirino Silva e Amélia Araujo
 Jorge Remígio, Camilo Lemos e Manoel Severo 

Segundo registros históricos, os escravos da Fazenda Grande em Floresta, descendentes de nobres do Congo, tinham apenas um feriado por ano, o dia 31 de dezembro, que aproveitavam para coroar um rei e uma rainha. A ideia da celebração era mostrar à população que também tinham sangue nobre. Não se sabe ao certo a data da primeira celebração realizada pela Confraria do Rosário, mas consta nos registros que, desde 1792, reis e rainhas negros eram escolhidos como representantes dos escravos da região.


 Rei e Rainha da Confraria do Rosário 
 Manoel Severo e prefeito Ricardo Ferraz
 Jorge Figueiredo e Cecília do Acordeon da côrte da Confraria do Rosário
 Manoel Severo e Francine Maria
Ingrid Rebouças, Manoel Severo e Luiz Ruben
Jair Tavares, Celso Miguel e Professor Pereira

Até os dias de hoje, os 36 membros da irmandade mantém um roteiro de celebração, em que o cortejo real, acompanhado de espadins e uma banda de pífanos (com caixa, zabumba e pífanos) segue para a igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde ocorre uma cerimônia religiosa. Da igreja, o cortejo se dirige para a casa da Confraria do Rosário, onde o almoço é distribuído para todos e são escolhidos e coroados o rei e a rainha do próximo ano. O hasteamento da bandeira de Nossa Senhora do Rosário e a coroação do Rei e Rainha do Congo se configuram, atualmente, como a mais famosa e tradicional manifestação cultural e religiosa de Floresta, endossando um sentido comunitário único.Em 2007 a Confraria do Rosário recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.


Memorial Conceição Cahú em Floresta
Prefeito Ricardo Ferraz e Manoel Severo passam às mãos de Antonio Cahú 
o Diploma do Cariri Cangaço
Memorial Conceição Cahú: "Equipamento Imprescindível para Perpetuação 
da Cultura e Memoria do Sertão"

Continuando nossa caminhada pelas ruas históricas de Floresta passamos pela Catedral do Senhor Bom Jesus dos Aflitos; que teve sua primeira construção como Igreja Matriz, ainda em 1897. Seguindo, realizamos a visita ao Memorial de Conceição Cahu, quando o curador do Cariri Cangaço Manoel Severo ao lado do prefeito Ricardo Ferraz passou às mãos de Toinho Cahu o Diploma de "Equipamento Imprescindível para Perpetuação da Cultura e Memoria do Sertão" ao belo memorial, reconhecimento esse prestado pela grande significação da obra de Conceição Cahu. 
Conceição Cahú, ilustre florestana; uma das mais festejadas artistas plásticas nordestinas, cuidando e amanda sua "aldeia" Floresta, se fez conhecido no mundo inteiro. Suas obras cheias de detalhes, arte,cores e sentimento, traduziam sua visão sobre todos os aspectos da vida cotidiana: Folclore, Politica, Jornalismo, enfim, perpetuando para as novas gerações um olhar próprio e rico de sua arte. Conceição Cahú trabalhou em várias órgãos de imprensa, como Editora Abril e Gazeta Mercantil.
Logo após a visita ao Memorial Conceição Cahú a programação do Cariri Cangaço visitava a Igrejinha do Rosário, quando os pesquisadores Denis Carvalho e Leonardo Gominho puderam expor ao publico presente a historia bela dessa igreja secular.


Camilo Lemos e Manoel Severo na  Catedral do Senhor Bom Jesus dos Aflitos
 Jorge Figueiredo e Eliana Pandini 
Tereza Barros e Zilda Lima
Manoel Serafim, Chico Pedroza, Aninha Ferraz e Manoel Severo
Igreja de Nossa Senhora do Rosário, é um antigo oratório da Fazenda Grande, dedicado ao Senhor Bom Jesus dos Aflitos. Pertence a circunscrição eclesiástica da Diocese de Floresta.Em meados do século XVIII, os descendentes dos primeiros colonizadores, do vasto território do sertão de pernambuco, preservavam a fé católica transmitida através de gerações desde além-mar. Era comum fazendeiros doarem terras em favor do santo de sua devoção, demonstrando sua gratidão a Deus e o desapego as coisas terrenas. O casal da Fazenda Grande, que participava das celebrações litúrgicas nas missas aos domingos e dias santos em oratório particular, dever de todos os católicos de acordo com os mandamentos, doou metade de suas terras para a construção de uma capela sob a invocação do Senhor Bom Jesus dos Aflitos. 


Igreja de Nossa Senhora do Rosário
  Leonardo Gominho, Denis Carvalho, Cristiano Ferraz e Jorge, apresentaram a Capela de Nossa Senhora do Rosário aos presentes. 
Manoel Severo, Rosemere Novaes, Adália Vergueiro e Ingrid Rebouças

No ano de 1802, no dia 11 de setembro foi expedido o alvará, confirmando a criação da paróquia do Senhor Bom Jesus dos aflitos na povoação de Fazenda Grande, que no ano anterior fizera o bispo Dom José Joaquim Coutinho a requerimento dos seus habitantes, tendo lugar a sua instalação em 10 de janeiro de 1803, consta como o seu primeiro vigário o Padre Serafim de Sousa Pereira. Em 1897 foi construída a Igreja Matriz, onde hoje é a Catedral do Senhor Bom Jesus dos Aflitos, e para lá foi transferida a imagem do Padroeiro, ficando a igreja primitiva, monumento de História e de Fé, sob o patrocínio de Nossa Senhora do Rosário.


 A beleza da Capela secular em Floresta
Capela de Nossa Senhora do Rosário
Já estávamos no começo da noite quanto a Caravana Cariri Cangaço visitava a feira de artesanato e comidas típicas na praça principal, sem esquecer a espetacular "Bodega" de Fátima Rocha, uma visita obrigatória para todos que apreciam a mais tradicional cultura sertaneja.


 Fátima Rocha e Manoel Severo na Budega 
Evanilson Sousa, Manoel Severo, Ingrid Rebouças, Rosália Freire e Demétrius
Guto Ferraz e Manoel Severo 
 Clênio Ferraz, Augusto Martins, Artur Holanda, Valdir Nogueira e Wescley Rodrigues
 Ricardo Ferraz, Denis Carvalho, Amélia Araujo, Jorge Luiz, Ana Cláudia, Geraldo Ferraz

Ao final desse dia mais que especial de uma verdadeira aula sobre a história de Floresta, os convidados Cariri Cangaço tiveram a grata oportunidade de serem brindados por um show espetacular com as meninas de ouro da Família Cariri Cangaço: Cecília do Acordeon, Francine Maria e Yasmim Almeida na mais autentica manifestação do dom e talento nordestino, representado pelas tres preciosas artistas mirins do Cariri Cangaço.

Francine Maria
 Cecília do Acordeon e Francine Maria

Yasmim Almeida


Fotos: Ingrid Rebouças, Louro Teles, Evanilson Sousa, Cristiano Ferraz, 
Ana Gleide e Junior Almeida

Cariri Cangaço Floresta-Centenário de Nazaré
Visita ao Patrimônio Histórico, 13 de Outubro de 2017
Floresta, Pernambuco

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