Noite Cariri Cangaço na Saraiva marca discussões sobre o papel das volantes

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Aderbal Nogueira e Manoel Severo

Aconteceu agora ha pouco mais um encontro Cariri Cangaço / GECC na Saraiva do Shopping Iguatemi, em Fortaleza. O encontro teve como ponto alto a exibição do documentário de Paulo Gil Soares, "Memória do Cangaço", quando a partir do vídeo foi provocada uma Mesa de Debates tendo como tema "O papel das volantes no ciclo lampiônico" e dentro do contexto, a figura de um dos mais festejados comandantes de volantes e matador de cangaceiros, José Rufino; um dos protagonistas principais do documentário.

Edilson Cláudio, Tomaz e Afrânio Cisne
 Leo Kaswiner
Dário Castro Alves

O documentário traz importantes depoimentos de remanescentes da "época áurea" do cangaço; dentre esses os cangaceiros, Ângelo Roque e Saracura, Otília, o Doutor Estácio de Lima e o comandante de volantes Zé Rufino. Ao final da exibição tivemos a Mesa de Debates que foi conduzida pelo curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo e teve ainda como debatedores, Aderbal Nogueira, Alfredo Bonessi e Pedro Luiz.

Dentre as reflexões provocados pelos participantes estavam o papel das volantes na época do cangaço, a questão da autoridade, da justiça e da ausência da justiça, do poder político e suas ingerências e reflexos dentro do universo de causas do próprio fenômeno do cangaço.

 
Cel. Liberato de Carvalho e Lapa Carabajal 
 Aderbal Nogueira e Dr. Hamilton
Dr Pedro Luiz

"Quando Lampião via que estava brigando com Zé Rufino, sabia que era duro, Rufino ia até o fim, brigava quase em cima dos cangaceiros" 
Vinte e Cinco para Aderbal Nogueira


 
Vagner Ramos e Dra Maria Amélia
 Alfredo Bonessi
Dr Pedro Luiz, Comendador Mariano e Alfredo Bonessi
A pequena Camile ao lado do avô, Bonessi

Outra grande discussão provocada a partir de algumas considerações do Comendador Mariano, estavam ligadas a questão da ausência do Estado e da justiça junto às sociedades rurais do início do século, ausência essa que pode ter sido determinante para a propagação do movimento armado do cangaço. 

Já Aderbal Nogueira enfatizou o papel das forças volantes que apesar de algumas distorções e exageros, estava cumprindo o papel da lei e buscando de alguma forma eliminar o cangaço, quando despontavam personagens de valor como Odilon e Manoel Flor, Manoel Neto, Arlindo Rocha, Ten Gino, o próprio Zé Rufino, João Gomes de Lira, dentre muitos outros valorosos soldados de volantes.

Ao final ficou marcado novo encontro para a primeira terça-feira de Agosto, com  a apresentação de outro Documentário seguido de Mesa de Debates.

Produção Cariri Cangaço
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9 comentários:

Anônimo disse...

MEU CARO SEVERO, VOCÊ SÓ LEVA GENTE BOA PARA O NOSSO QUERIDO CARIRI CANGAÇO. AO AMIGO DR. PEDRO LUIZ, ESTAMOS ESPERANDO DENTRE EM BREVE O SEU TRABALHO SOBRE O CANGAÇO. ABRAÇOS: BOSCO ANDRÉ.

Anônimo disse...

Amigo Severo, parabens mais uma vez pelo brilhante trabalho diante do GECC Cariri Cangaço, um primor.

Célia Regina

Anônimo disse...

Pessoal da SBEC, parabens pelo grande trabalho.

Damiana Reis
Mossoró

Honório de Medeiros disse...

Esse é um debate que eu gostaria de ter participado: de um lado a idéia de que a suposta ausência do Estado propiciou o ciclo do cangaço; do outro, a idéia de que as volantes se fizeram presentes em nome do Estado, mesmo com seus excessos, para combater o cangaço.

Na verdade a ídéia de que "houve" a ausência do Estado revela, como pano de fundo, a concepção liberal de Estado enquanto instrumento de paz social, pouco condizente com a realidade que vivemos, de muita presença e muita injustiça.

O que houve, e a história o demonstra, é a presença marcante de "um certo tipo de Estado", que refletia a realidade política de sua época: coronéis feudais como ponta-de-lança de um Estado patriarcal, dos quais as volantes, os jagunços, os cangaceiros, os místicos, foram algumas de suas várias faces.

Para ser ainda mais preciso, esse Estado, e suas faces expostas ou ocultas, nada mais foi que a cristalização da Sociedade daquela época e sua forma de se auto-organiza em termos de Poder.

Um grande abraço ao Comendador e meu querido amigo Aderbal Nogueira.

Honório de Medeiros

Narciso disse...

Muito bom ver grandes(amigos) pesquisadores engajados,em objetivos primordiais para o estudo do cangaço.E a cada mês uma nova discussão e vários debates.
Parabéns a GECC e SBEC.
Um grande abraço à todos.

Narciso Dias

Anônimo disse...

Lamento não ter participado da reunião do GECC realizada ontem,(não estou em Fortaleza) mas vi que foi muito movimentada e isso é muito bom.
Parabéns a todos do grupo.

Angelo Osmiro

Anônimo disse...

Sem palavras Severo o que vcs fazem, parabens.

Leila Diógenes

Anônimo disse...

Tenho observado a distância, graças à divulgação do Cariri Cangaço, Lampião Aceso (blogs) e do relato de amigos, que o trabalho do GECC vem ocupando um espaço importante nas pesquisas e no debate sobre o cangaço, causas e conseqüências. Estou certo que assim como eu que estou dois mil quilômetros distante de Fortaleza, outros diletantes do assunto adorariam poder assistir ou mesmo participar de alguns encontros abertos a convidados que pudessem acessar via internet. O grupo também poderia convidar palestrantes de outros estados, países, a expor suas idéias usando, por exemplo, uma chamada em vídeo-conferência via Skype. Fica minha sugestão e estimulo para o desenvolvimento do GECC.
Parabéns ao grupo pela organização e desejo todo sucesso aos amigos cearenses.

C Eduardo.

Anônimo disse...

A medida que o tempo passa, aperta-se mais o cerco aos estudos em busca das verdades históricas sobre o tema Cangaço, de igual maneira como ocorreu com o seu personagem maior em sua atribulada vida cangaceira, Virgulino Ferreira da Silva - O Rei dos Cangaceiros.Alfredo Bonessi - GECC - SBEC