Cariri Cangaço e o III Encontro da Familia Pereira das Ribeiras do Pajeú das Flores Por:Cicero Aguiar

A Homenagem do Cariri Cangaço no III Encontro da Família Pereira

No dia 16 de novembro de 2019, ocorreu na cidade de Serra Talhada-PE, o III Encontro da Família Pereira do Pajeú. Família que tem grande importância desde o início da colonização desta parte do interior do Nordeste brasileiro. Em meados do século XVIII chega na região do Pajeú egresso da região dos Inhamuns no Ceará, José Pereira da Silva, que se casa com Jacintha Océlia de Santo Antonio (Jacinta Rodrigues) filha do português José Carlos Rodrigues do Nascimento e de Ana Joana Batista Pereira da Cunha, foi a partir da fazenda Carnaúba, de propriedade do casal, que a família Pereira do Pajeú dar início a sua grandiosa história de lutas nesse sertão nordestino. 

O capitão José Pereira da Silva (Cap. Zezinho) patriarca da maior parte dos Pereiras do Pajeú, é quem inicia essa saga do clã na região, que depois é exercida por muitos outros de seus descendentes, figuras como: Cap. Simplício Pereira da Silva, considerado por muitos o maior revolucionário do sertão; Vitorino Pereira da Silva, foi presidente da câmara em Vila Bela; Manoel Pereira da Silva, Coronel da Guarda Nacional, Comandante Superior das Ordenanças de Flores, Ingazeira e Vila Bela, Cavaleiro de Cristo e Comendador da Imperial Ordem da Rosa; Andrelino Pereira da Silva (Barão do Pajeú), primeiro prefeito de Vila Bela, hoje Serra Talhada-PE; Antonio Andrelino Pereira da Silva filho do Barão, terceiro prefeito de Vila Bela; Manoel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira), segundo prefeito de Serra Talhada; Major Sebastião Pereira da Silva; Arcôncio Pereira da Silva, bacharel e primeiro deputado provincial da família; Tenente Coronel José Sebastião Pereira da Silva, primeiro prefeito de São José do Belmonte-PE; Antonio Cassiano Pereira da Silva, segundo prefeito de São José do Belmonte.



Seguimos com o Cel. José Pereira de Aguiar, terceiro prefeito de São José do Belmonte; Izidoro Conrado de Sá, também foi prefeito de Belmonte; Manoel Pereira Lins (Né da Carnaúba) sétimo prefeito de São José de Belmonte, e vereador por três legislaturas em Serra Talhada; Argemiro Pereira de Menezes, filho de Né da Carnaúba, foi vereador em Serra Talhada e deputado estadual por 8 legislaturas, seus filhos Hildo Pereira de Menezes foi prefeito de Serra Talhada por duas vezes, e Nildo Pereira de Menezes uma vez; Leônidas Pereira de Menezes, filho de Né da Carnaúba, foi vereador, presidente da câmara e vice prefeito de São José do Belmonte, sua esposa Dona Zuleide Carvalho foi vereadora por quatro legislaturas, sua filha Cicera Pereira foi vereadora por dois mandatos, seu filho Marcelo Pereira recentemente foi prefeito de Belmonte; João Pereira de Menezes (João de Ciba) foi prefeito de Belmonte; Manoel Pereira de França (Padre Mina) foi vereador em Belmonte, seu filho Genivaldo Pereira Leite (Geni Pereira) foi vereador por dois mandatos e prefeito de Serra, Gilson Pereira Leite, também filho de Padre Mina, vem exercendo o mandato de vereador de Serra já a algumas legislaturas; Custódio Conrado de Lorena e Sá, foi vereador por dois mandatos e vice prefeito de Serra Talhada; Isivaldo Conrado de Lorena e Sá, vereador por três mandatos em Serra; Carlos Evandro Pereira de Menezes, vice prefeito e prefeito por dois mandatos em Serra Talhada; Luiz Conrado de Lorena e Sá (Lorena) grande memorialista, foi prefeito de Serra Talhada por quatro mandatos. Aqui citados alguns que participaram e participam da luta política administrativa de municípios da região do sertão do Pajeú.

Richard Pereira e Cícero Aguiar, representantes do Cariri Cangaço 
no III Encontro da Família Pereira em Serra Talhada

O III Encontro da Família Pereira das Ribeiras do Pajeú das Flores aconteceu nas dependências do Rufino Fest Club de Serra Talhada durante todo o sábado, dia 16 e reuniu membros da família Pereira de todo o Brasil, numa autentica demonstração de integração de harmonia.

Um dos pontos de destaque do III Encontro foi a homenagem prestada pelo Cariri Cangaço à tradicional família Pereira. Na oportunidade o Cariri Cangaço foi representado oficialmente pelos pesquisadores Richard Pereira Torres e Cícero Aguiar, que em momento solene realizaram a entrega de Comenda Comemorativa à Família Pereira pelo transcurso do III Encontro em Serra Talhada.


 Helvécio Feitosa, Richard Pereira, Valdenor Feitosa

Para o pesquisador Richard Pereira: "Entregar a comenda Cariri Cangaço-10 anos à família Pereira do Pajéu; um reconhecimento do maior grupo de estudos da história nordestina e do cangaço; tive o privilégio junto com o primo Cícero Aguiar; de sermos os escolhidos de representar o seu presidente Manoel Severo ao qual eu quero deixar o nosso muito obrigado pelo carinho e reconhecimento em nome de toda  FAMÍLIA PEREIRA DO PAJÉU"

Cícero Aguiar e Paulo Lampião

Para o pesquisador Cícero Aguiar: "Nossos parabens a todos os membros da família Pereira que compareceram ao encontro, também agradecer a comissão organizadora: Auridete Pereira, Ceiça Sá e Myrella Gomes e ao Cariri Cangaço em nome do nosso curador Manoel Severo pela honrosa homenagem a Família Pereira do Pajeú."

Palavras de Manoel Severo, Curador do Cariri Cangaço, lidas pelo pesquisador Cícero Aguiar na solenidade do III Encontro da Família Pereira: "Quem estuda a historia e a memoria do querido nordeste, sabe que obrigatoriamente precisa abrir um capitulo todo especial a homens e mulheres que se destacaram a partir da força de seus laços familiares e foram decisivos na construção da força dessa imensa nação sertaneja. Já vão longe os primeiros séculos da nossa colonização, já vai longe o tempo em que um verdadeiro desbravador, vindo dos sertões do meu Ceará aportou no querido Pernambuco para ser origem de um dos mais destacados troncos familiares do sertão nordestino. A partir do pioneiro; Capitão José Pereira da Silva se consolidava a origem da Família Pereira das Ribeiras do Pajeú de Flores!" 

E continuou Severo,"desde a época do Brasil Colônia, passando pelo Brasil do Império e da República o sertão do Pajeú veio produzindo nomes de peso e destaque a partir da augusta família Pereira; de Vila Bela, Flores, Ingazeira, São José de Belmonte... Nomes impolutos como o do Capitão José Pereira da Silva, e mais tarde sua descendência; Coronel Manuel Pereira da Silva, o grande Coronel Andrelino Pereira da Silva, o “Barão do Pajeú”, Cazuzinha da Fazenda Cachoeira; Coronel Manuel Pereira da Silva Jacobina o “Padre Pereira” ; Coronel Antônio Pereira da Silva, da Fazenda Pitombeira; Manoel Pereira Lins o “Né da Carnaúba” ; Crispim Pereira de Araújo o “Ioiô Maroto” sem esquecer dois dos principais personagens desta imensa e gloriosa família: Luiz Pereira da Silva Jacobina o “Luiz Padre” e o grande Sebastião Pereira da Silva o “Sinhô Pereira”. Revendo todos esses nomes e suas historias e diante de todos os senhores permitam unir o sentimento de todos nós que fazemos o CARIRI CANGAÇO, ao sentimento de Celebração e Festa pela harmonia e união da memoria da família Pereira das Ribeiras do Pajeú de Flores! Dessa forma é como muita honra que representados pelos senhores Richard Torres Pereira e Cícero Aguiar o Cariri Cangaço outorga Comenda Comemorativa ao grande momento, desejando a todos, saúde e prosperidade e que venham o IV, o V, o VI e inúmeros outros encontros da Família Pereira; família essa pela qual temos estima e respeito; para fortalecer ainda mais o valor da verdadeira Alma Nordestina. Muito Obrigado.Manoel Severo, Curador do Cariri Cangaço, em nome do Conselho Alcino Alves Costa."


Ainda sobre a força da Família Pereira. Além da militância na luta política, alguns membros do clã dos Pereiras têm importante destaque em eventos que marcaram a história de todo o sertão nordestino, exemplo foi a participação no desalojamento dos fanáticos da Pedra do Reino no ano de 1838 em São José do Belmonte-PE, participaram decisivamente desse evento, o então Major Manoel Pereira da Silva, que depois veio a se tonar Comandante Superior, Cap. Simplício Pereira da Silva, Alexandre Pereira da Silva e Cipriano Pereira da Silva, esses dois últimos, Alexandre e Cipriano, morreram neste referido episódio, todos filhos do Cap. José Pereira da Silva o patriarca da família Pereira do Pajeú. Se destaca também a questão entre a família Pereira e a importante família Carvalho, assim como a Pereira, também povoadora de todo o sertão do Pajeú. Foi a renhida luta entres os clãs Pereira e Carvalho, que surgiram personagens como: Manoel Pereira da Silva Filho (Né Dadu), com o assassinato do seu tio Manoel Pereira da Silva Jacobina (Padre Pereira), tomou para si a tarefa de fazer a vingança, tendo a participação em alguns desses eventos de Manoel Pereira Valões (Neco Valões) e Pedro Pereira Valões, Né Dadu sendo morto a traição enquanto dormia no dia 16 de outubro de 1916, pelo um cabra chamado Palmeira. 


Sinho Pereira e Luiz Padre

Com a morte de Né Dadu, seu irmão mais novo Sebastião Pereira da Silva (Sinhô Pereira) junto com o primo Luiz Pereira da Silva Jacobina (Luiz Padre) que era filho de Padre Pereira, entram na questão para vingarem a morte de Padre Pereira, pai de Luiz Padre e também a morte de Né Dadu, irmão de Sinhô Pereira, foi a partir de 1916 que Sebastião Pereira da Silva (Sinhô pereira) e Luiz Pereira da Silva Jacobina (Luiz Padre) se tornam o braço armado da família na luta contra a família Carvalho. Além da luta aqui no sertão do Pajeú e depois em Goiás, Sinhô Pereira fica conhecido como o homem que comandou Virgulino Ferreira da Silva (Lampião), entregando o comando de seus homens em agosto de 1922, quando deixa o sertão nordestino e vai viver em Goiás no Planalto Central do Brasil. Outra figura que marcou a história da família, foi Crispim Pereira de Araújo (Ioio Maroto), que em outubro de 1922 participa junto com José Pereira Terto Brasil (Cajueiro), José Pereira Bizarria (Zé Bizarria) e outros membros da família e mais o bando de Lampião, do celebre episódio da invasão da cidade de São José do Belmonte-PE, resultando na morte do Cel. Luiz Gonzaga Gomes Ferraz.

A história dessa família também foi feita por aqueles que de forma anônima sem a visibilidade da história, deram sua grande contribuição com luta e honradez, e que hoje, muitos de seus descendentes têm um imenso orgulho por todo esse legado deixado por seus antepassados.

Por: Cicero Aguiar Ferreira, 
Penta neto do casal José Pereira da Silva e Jacintha Océlia de Santo Antonio.
Fonte: Genealogia Pernambucana, site familiapereira.net. 
O livro “O Patriarca” de Venício Feitosa Neves.
16 de novembro de 2019, Serra Talhada-PE

Um comentário:

Verdade disse...

Bem, parabéns pela matéria de última qualidade. O III Encontro dos Pereiras foi um sucesso de organização e participação dos Pereiras. Venho agradecer a oportunidade de ter reencontrado os queridos primos(a), que vem contribuindo para o desenvolvimento de Serra Talhada e região. Um abraço para todos.

Roosevelt Valões