Entremontes na Rota do Cariri Cangaço Piranhas 2016


O terceiro e último dia de Cariri Cangaço Piranhas 2016; sábado, 30 de julho; teve seu inicio com a Caravana Cariri Cangaço sob o comando de Celsinho Rodrigues e Sonia Jaqueline, visitando o povoado de Entremontes. O povoado que fica a cerca de 25 km de Piranhas às margens do Velho Chico, encanta por sua beleza natural, pelo bucólico de suas ruas e por seu casario ainda guardando características coloniais e que faz o tempo passar mais devagar. 

Quem visita Entremontes parece se transportar no tempo, o mesmo foi o primeiro núcleo de povoamento da região, consolidado mesmo antes de Piranhas, sede do município. A excelência e o talento de suas mulheres, exímias artesãs do bordado redendê e ponto de cruz, conhecidos mundialmente se unem a história do cangaço e da passagem do imperador Pedro II ao lugar ainda em 1859.


 Família Cariri Cangaço em Entremontes, Piranhas-AL
 Afranio, Manoel Severo, Ingrid Rebouças e Antonio Tomaz
 Cicero Rodrigues, Quirino Silva e Célia Maria
 Lili Conceição, Carlos Alberto, Oleone Fontes e Lívio Ferraz
Manoe Severo, Neli Conceição e Cícero Rodriges

"Quando o imperador Dom Pedro II veio para a região, ficou hospedado aqui e a princesa Isabel realçando a beleza do lugar, seu relevo e localização, indagou porque não se colocava o nome do povoado de Entremontes, a partir dali ficou definido como povoado de Entremontes" assevera Cícero Rodrigues, guia turístico e pesquisador local. Ainda sobre a origem do nome do lugar existe outra versão, que dizem que quando o Imperador Dom Pedro II, veio à Província de Alagoas para conhecer a Cachoeira de Paulo Afonso ao passar pelo lugarejo a bordo de um vapor teria perguntado: "Que lugar é aquele entre os montes." A partir dessa pergunta de Sua Majestade o Imperador, o lugar passou a se chamar de Entremontes. 

Ingrid Rebouças
  Rosane e Geraldo Ferraz e Juliana Pereira
 Lívio Ferraz, Benner Britto e Manoel Severo
 Leonardo Gominho e Manoel Severo
Abreu Mendes, Manoel Severo, José Bezerra Lima Irmão, Oleone Fontes e Rossi Magne
 Ana Lucia, Francimary Oliveira, Manoel Severo e Lili, Higor Freire, 
Amelia Araujo, Ingrid Rebouças
Antônio Edson, João de Sousa Lima, Manoel Severo, Lili, Cícero Rodrigues, Francimary Oliveira e Junior Almeida
Aparecida, Luizinha, Célia Maria, Maricô e Quirino Silva
Gerlane Carneiro, Lili e Gilka

Estamos no dia 18 de outubro de 1859, às 11h45. Nessa data, Dom Pedro II desembarcava em Piranhas. O dia estava quente. Sobre a gente, ele observou: “Um dos piranhenses disse ‘que solão’! Gostam muito de tais aumentativos”. Naquela época, a vila contava com trezentas a quatrocentas casas. “Tirei uma vista à pressa do rio junto a Piranhas de Cima, através da grade de pau da janela do meu quarto, e depois dormi até o jantar”, escreveu o Imperador. O sobrado, que pertencia ao subdelegado de polícia, Joaquim da Costa Campos.

Foi em Piranhas que o navio Pirajá ficou atracado, dali Pedro II e sua comitiva, acompanhados da Guarda Nacional, seguiram para as cachoeiras de Delmiro Gouveia a cavalo, foi na volta que pernoitou no distrito de Entremontes. 


Cícero Rodrigues e um pouco da história de Entremontes
 Sonia Jaqueline. Manoel Serafim, Célia Maria e Lili
 Cangaceiros em Entremontes
 João de Sousa Lima, Celsinho Rodrigues, Paulo Britto e Valquíria
Caravana Cariri Cangaço na Casa que hospedou Dom Pedro II em Entremontes
Casa em que se hospedou o imperador Dom Pedro II
 

Ainda em seu diário de viagem, Dom Pedro II manteve registros sobre sua passagem no lugar. “Chegamos ao Armazém ou Entremontes às 3h30; jantamos aí na casa de um Anacleto Brandão, cuja família é quase tudo nesta povoação, sendo um dos filhos o capelão, outro o médico, e outro oficial da Guarda Nacional”, comentou o Imperador.

Há 150 anos, o lugarejo era ponto de parada de muitas embarcações. As mercadorias eram deixadas no local. Por isso, passou a ser conhecido como Armazém. A passagem do imperador marcou tanto a comunidade que muitos moradores, ainda hoje, atribuem a ele a escolha do nome Entremontes.

 Giovani Gomes de Sá e Ana Lúcia Gomes e a Caravana Cariri Cangaço em frente a "Bodega" que pertenceu a Pedro de Cândido
Quirino Silva, Cícero Rodrigues, Giovani, Célia Maria e Ana Lúcia
Narciso Dias, Antonio Tomaz, Jorge Remigio, Afranio 
 Elzir e Jorge Remigio
 Junior Almeida e Família
Quinha, Raul Meneleu, Francimary, Kiko Monteiro, Ivanildo Silveira e Alan Ferreira
 Carlos Alberto e Getúlio Bezerra
Junior Almeida, Catarina e Narciso Dias, Francimary Oliveira e Juliana Pereira
 Ingrid Rebouças
 Wescley Rodrigues, José Bezerra e Oleone Fontes
 
Amanda e Aglézio de Brito e Manoel Severo
 Wescley Rodrigues, Lucinha Lira, Mabel Nogueira, Ana Gleide, Manoel Serafim, Amélia Araujo e Manoel Severo
 Wescley Rodrigues, Angela e Luiz Ruben
Juliana Pereira; Ingrid Rebouças e Lynda Veríssimo

Aqui também morava a família Rodrigues Rosa, conhecidos coiteiros de Virgulino Ferreira da Silva; principalmente dois dos mais famosos protagonistas do episódio de Angico, os irmãos: Pedro de Cândido e Durval Rosa. 

"Pedro Rodrigues Rosa , conhecido por Pedro de Cândido, era uma figura bastante conhecida  quando o Capitão Virgolino Ferreira  andava pela região do Baixo São Francisco  nos anos de 1930 quando se conheceram  por intermédio da famosa família Félix da cidade de Poço Redondo. Pedro de Cândido era irmão de Augusta casada com Júlio Félix , um dos coiteiros de maior confiança de Lampião na região, daí  surgiu uma relação de negócios que aos poucos es transformou em grande amizade entre o  capitão cangaceiro e o fazendeiro coiteiro oriundo do belo povoado de Entremontes localizado ás margens do rio São Francisco", conta o pesquisador e turismólogo Jairo Luiz de Oliveira.

A bodega de propriedade de Pedro de Cândido localizava-se exatamente em frente a sua residencia, ambas ficavam às margens do São Francisco. Alguns autores levantam a hipótese que a "pretensa prosperidade" dos negócios de Pedro de Cândido, alavancados por sua privilegiada ligação e serviços ao rei do cangaço, havia sido um dos motivos da inveja de Joca Bernardo, coiteiro conhecido; de Corisco, levando o mesmo a "entregar" os irmãos Rosa ao sargento Aniceto na feira de Piranhas na manha daquele 27 de julho de 1938.

Wescley Rodrigues e a Bodega de Pedro de Cândido em Entremontes
 Amélia Araujo, Ademir Teles e cangaceiros em Entremontes 
Junior Almeida, Abreu Mendes e Manoel Severo 
Antônio Tomaz e Kiko Monteiro
Ana Cleide e Manoel Severo
 Valquíria e Celsinho Rodrigues
 Família Cariri Cangaço pelas ruas de Entremontes 
Manoel Severo e Juliana Pereira

No centro do povoado de Entremontes, baseando toda sua existência se encontra a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, imponente, de arquitetura solene e bela, se ergue por entre as pequenas ruas e casas do lugar trazendo as bençãos dos céus àquele povo que se acostumou ao ritmo próprio da brisa leve e ao som do caudaloso Velho Chico.

Também sobre a Igreja de Nossa Senhora da Conceição falou o Imperador Pedro II: "Fomos ver a capela construída por um homem como cumprimento de voto pelo seu restabelecimento de cólera-morbo”. Embaixo, em frente ao altar, fica a sepultura de Anacleto Brandão, o anfitrião de Dom Pedro e alguns de seus parentes, naquela época, acreditavam que assim estariam mais perto de Deus. 


Imagens da igreja de Nossa Senhora da Conceição em Entremontes
  Isabela Remígio na Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Entremontes
 Ingrid Rebouças
Iago Remígio
 Jazigos da família de na Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Francisco Rodrigues, Manoel Severo e Celsinho Rodrigues nas boas vindas à Entremontes
Quirino Silva
 Abreu Mendes  
 Família Cariri Cangaço na Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Entremontes
Emmanuel Arruda e Manoel Severo 
Kydelmir Dantas e Cícero Rodrigues
Rossi Magne, Manoel Severo, Abreu Mendes e Leandro Cardoso

Por fim, a visita ao distrito de Entremontes consolida ainda mais a cidade de Piranhas como "Casa do Cariri Cangaço"; mais uma vez pesquisadores de todo o Brasil tiveram a grande oportunidade de pisar o solo sagrado do sertão. Alagoas através de Piranhas comemora a quarta edição do Cariri Cangaço no baixo São Francisco.

 Luiz Ruben, e Caravana de João Pessoa com o comando de Jair Tavares
 Antonio Edson e Neli Conceição
 Ingrid Rebouças e Aline Melo
Raul Meneleu e Múcio Procópio
 Quirino Silva, Alcides e Família , Francimary Oliveira, Célia Maria
 Antonio Edson, Louro Teles, Ivanildo Silveira, José Tavares, Cícero Rodrigues e Rossi Magne
Osvaldo Alves, Junior Almeida, Ademir Teles e Paulo Britto
Ingrid Rebouças e Evanilson Sousa
Abreu Mendes, Rossi Magne, José Bezerra, Oleone Fontes, Manoel Severo, Evanilson e Antonio Edson 
 Ingrid Rebouças e Manoel Severo
 Aline Melo e João de Sousa Lima
 Louro Teles
 Juliana Pereira
 Quirino Silva e Célia Maria
Cícero Rodrigues, Manoel Severo e Ingrid Rebouças e Evanilson Sousa
Junior Almeida, Ademir Teles, Oswaldo Alves e Paulo Britto
Narciso Dias e Catarina; Iago, Jorge, Elzir e Isabela Remígio

Cariri Cangaço Piranhas
Entremontes, Piranhas - Alagoas
30 de Julho de 2016
Fotos: Ingrid Rebouças, Louro Teles, Jorge Remígio, Higor Freire, Evanilson Sousa

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