Capela de Nazaré do Pico
Até bem pouco tempo me era totalmente desconhecida a história fantástica de um dos mais célebres cenários de lutas e principalmente de resistência a Lampião na época de seu longo reinado nas caatingas nordestinas. A ousada e encardida vila de Nazaré e seus famosos perseguidores de cangaceiros, conhecidos de todos por Nazarenos. Na verdade é importante partirmos da genealogia de uma de suas mais proeminentes famílias: A família Ferraz e seu patriarca João de Souza Nogueira, ou mais precisamente João Flor, filho de Manoel de Souza Ferraz e pai de Euclides, Luis, Hildebrando, Ildefonso, Manoel e Odilon Flor, posteriormente ferrenhos caçadores de cangaceiros.
Falando de João Flor, o mesmo assumiu em 1907 o cargo de subdelegado na fazenda Ema. Por ironia dos sertões, em uma noite junina tornou-se padrinho de São João de Virgulino Ferreira, futuro Lampião, isso era 23 de junho de 1918. Um de seus filhos, Manoel de Souza Ferraz, logo conhecido por Manoel Flor, nasceu a 20 de fevereiro de 1901, no lugar chamado Catarina, na fazenda Ema, município de Floresta, bem na divisa com Vila Bela (Serra Talhada). Assim como o menino Virgulino, recebeu os primeiros estudos do professor Domingos Soriano Lopes Ferraz, quando as aulas aconteciam a céu aberto, principalmente na fazenda Carqueja, pertencente ao velho professor.
Até bem pouco tempo me era totalmente desconhecida a história fantástica de um dos mais célebres cenários de lutas e principalmente de resistência a Lampião na época de seu longo reinado nas caatingas nordestinas. A ousada e encardida vila de Nazaré e seus famosos perseguidores de cangaceiros, conhecidos de todos por Nazarenos. Na verdade é importante partirmos da genealogia de uma de suas mais proeminentes famílias: A família Ferraz e seu patriarca João de Souza Nogueira, ou mais precisamente João Flor, filho de Manoel de Souza Ferraz e pai de Euclides, Luis, Hildebrando, Ildefonso, Manoel e Odilon Flor, posteriormente ferrenhos caçadores de cangaceiros.
Falando de João Flor, o mesmo assumiu em 1907 o cargo de subdelegado na fazenda Ema. Por ironia dos sertões, em uma noite junina tornou-se padrinho de São João de Virgulino Ferreira, futuro Lampião, isso era 23 de junho de 1918. Um de seus filhos, Manoel de Souza Ferraz, logo conhecido por Manoel Flor, nasceu a 20 de fevereiro de 1901, no lugar chamado Catarina, na fazenda Ema, município de Floresta, bem na divisa com Vila Bela (Serra Talhada). Assim como o menino Virgulino, recebeu os primeiros estudos do professor Domingos Soriano Lopes Ferraz, quando as aulas aconteciam a céu aberto, principalmente na fazenda Carqueja, pertencente ao velho professor.
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Homenagem aos filhos ilustres que tombaram na luta contra os cangaceiros
Praça Antonio Gomes Jurubeba
Segundo Marilourdes Ferraz, no seu livro “O Canto da Acauã”, o professor Domingos Soriano tinha sua casa sempre cheia de jovens em palestras e lazer e foi numa dessas oportunidades que um de seus filhos, Manoel Soriano, contou um sonho que tivera “que ali seria construída uma cidade”, sonho que de imediato empolgou a todos, principalmente aos filhos de João Flor: Manoel, Euclides e Odilon, era o ano de 1917.
A partir da doação de várias quadras de terras pertencentes às fazendas das redondezas foram construídas várias casas e também foram instaladas lojas comerciais, tendo o padre Antônio Zacarias de Paiva, de Vila Bela, celebrando a primeira missa, sugerido que fosse dado o nome de Nazaré à recente comunidade criada, que depois de anos de fundada mudou para o nome Carqueja, antiga fazenda do velho professor dos filhos de João Flor e de dos filhos de Zé Ferreira, Domingos Soriano. Por fim depois de alguns anos passou a denominar-se Nazaré do Pico. É importante ressaltar o papel fundamental dos irmãos Luís e José Kehrle, ambos, padres, que construíram a primeira igreja.
Os primeiros encontros entre o povo da recém criada Nazaré com os irmãos Ferreira se dariam entre 1918 e 1919, ano em que os irmãos: Virgulino, Antonio e Levino teriam se envolvido em práticas de pequenos furtos para logo em seguida iniciar a saga que para muitas literaturas foi a responsável pela vida cangaceira dos filhos de Zé Ferreira; a desavença entre as famílias Carvalho e Nogueira, berço do primeiro inimigo de Lampião, José Saturnino.
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Manoel Severo e Tenente João Gomes de Lira
Danielle Esmeraldo e Filhos do Tenente João Gomes de Lira
João Gomes de Lira e o Cariri Cangaço
Nazaré do Pico é o berço de grandes combatentes, entre esses não poderíamos deixar de registrar além dos irmãos Flor; os valentes Manoel Neto e Davi Jurubeba, e a família de Antonio Gomes Jurubeba; aqui abrimos um parêntese para trazer a figura emblemática de uma das maiores personalidades; ainda com vida; da história do cangaço: Tenente João Gomes de Lira.
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11 comentários:
Cariri Cangaço assim como New York, nunca dorme.
Como diz a canção eternizada na voz de Frank Sinatra, “New York, New York”, que fala que a cidade de Nova York nunca dorme, assim é o Cariri Cangaço. O evento ocorrido nas cidades de Crato, Barbalha e Juázeiro do Norte, no final de setembro de 2009 continua vivo e se desenvolvendo aqui na internet. O blog que ao mesmo tempo dá sobrevida ao seminário, pode ser uma plataforma de sugestões e novas idéias para as próximas edições. O fato é que o Cariri Cangaço I, aproximou e motivou os cangaceirólogos que já fazem planos para 2010. Pelos comentários postados no blog é fácil concluir que os organizadores podem contar com o estimulo e a participação de toda comunidade. O Cariri Cangaço Virtual (blog) mantém a chama acesa e não deixa ninguém dormir.
Quem sabe, uma exposição itinerante com peças colhidas entre moradores da região, representativas da época do cangaço, poderia servir como avant-première da versão 2010.
Carlos Eduardo Gomes.
AMIGO SEVERO:
O BLOG CARIRI CANGAÇO, mesmo após o evento, continua sendo um importante elo de ligação, entre os participantes e a administração do Seminário.
É atraves dele, que recebemos as atualizações e notícias importantes para a contrução do CARIRI CANGAÇO II.
No sentido de aproximar mais os participantes, e contribuir para o planejamento de 2010, sugerimos a CRIAÇÃO DE UM ESPAÇO (TÓPICO NO BLOG), onde os participantes externariam suas reivindicações/sugestões para serem analisadas, visando o CARIRI II. Poderiam serem postadas, informações relativas a: Nº de dias do evento; sugestões de palestrantes; sugestões s/ locais a serem visitados; nº de de cidades que iriam participar; presença de ex-cangaceiros; volantes ; patrocinadores/colaboradores...etc..etc..
Um abraço a todos, e estamos com saudades desse magnífico evento.
IVANILDO SILVEIRA
Colecionador/Sócio SBEC
Isso se chama "Sintonia entre os de bom coração",rsrsrs.
Amigos Carlos Eduardo e Reverendo Ivanildo, sem dúvidas a idéia desta humilde revista eletrônica é realmente, como vocês acentuaram, fortalecer esses laços; que são muito importantes; entre todos os amantes da temática. Reunir os amigos em nosso cariri, procurar trazer uma programação o mais agradável possível, foi uma grande satisfação.
Temos sim que ter também o nosso blog como um instrumento importante de críticas e sugestões para a construção do Cariri Cangaço 2010, isso é fundamental e com certeza é o nosso sincero desejo.
Todas as sugestões, observações e análises podem ser postadas e constar tambem como comentários e serão com certeza acolhidas da melhor maneira possível. O Cariri Cangaço é na verdade uma grande construção coletiva.
Abraço Fraterno.
Severo.
Deveríam trazer alguem de Nazaré ou mesmo de Floresta ou Serra Talhada, ali começou toda a epopéia lampiônica.
George - Iguatu
Neco da Pautilha.
George - Iguatu
Temos por dever de justiça ressaltar a bravura dos muitos sertanejos que abandonaram suas vidas em nome do combate ao banditismo que eventos como o que os senhores promoveram, querem endeusar. é lamentável.
Rogério-Fortaleza
Caro Rogério,
Lamentamos ainda conviver com esse tipo de conceito com relação a eventos da natureza como o que procuramos com muito zelo e responsabilidade construir. Sou obrigado a comentar que apesar de respeitar seu comentário, não poderia de forma nenhuma concordar com vc.
Em nenhum momento o Cariri Cangaço ou qualquer outro encontro promovido pela SBEC teve o carater de "endeusar" o banditismo, me perdoe. O que nos move é o desejo cada vez mais latente de trazer a tona a verdade histórica de tão polêmico episódio que foi o cangaço.
Temos por todos os combatentes da era do combate ao cangaço o mais profundo respeito e admiração, fato que acabou construindo laços fortes de amizade e carinho entre todos.
Dessa forma esperamos ter esclarecido esse tipo de má informação e estimamos que você possa esta conosco em 2010.
Manoel Severo - Cariri Cangaço
Em relação a Nazaré do Pico, espero que tenham lhe mostrado a beleza que é a Serra do Pico. Tem muita semelhança com o Dedo de Deus no estado do Rio.
A figura querida de João Gomes de Lira vem de 50 anos atrás, já por intermédio do meu pai. João morou muitos anos em Carnaíba de Flores distrito, hoje Carnaíba ,cidade onde o mesmo ocupou cadeira no legislativo da terra. Estive presente quando da afixação daquela placa que está na foto publicada no blog. Deixei Mossoró com a base de granito e lá fixamos a parte de aço com os nomes dos respectivos homenageados. Foi uma linda festa e uma grande homenagem.
Caso venha o amigo a se interessar como parte documental desta importante história dos sertões nordestinos, tenho condições de oferecer ao Cariri Cangaço a biografia do meu amigo tenente Lira.
Não é um livro e sim uma plaquete com foto e tudo mais.
Abraçãooooooo de Paulo Cariri.
Paulo Gastão
Prezado Manoel Severo, eu e minha esposa somos bisnetos de João de Souza Nogueira (João Flor), um dos fundadores da minha querida e estimada Nazaré. Tive o prazer de conviver desde a minha infância com muitos Nazarenos que perseguiram e combateram o famigerado bandido Virgulino Ferreira e seus asseclas. Convivi de perto com meus tios Luís Flor e Américo Flor, além de Lero Chico, Henrique Gregório, Davi Jurubeba, João Jurubeba, Cícero Leite, Miguel Chico, Zé Guedes, Cirilo Araújo, Pedro Gomes, Raimundo Nogueira, João Gomes, Lulu Nogueira, Herculano Nogueira, Neco de tia Pautília e tantos outros. Sou amigo de Ivanildo Silveira e Kiko, inclusive já os levei para conhecer Nazaré. Sugiro ao amigo que quando for à Nazaré novamente, procure Zezinho Nogueira (sobrinho de Manoel Neto e também de Odilon Flor), Afonso de Chico (sobrinho de Manoel Neto), Totonho Nogueira (filho de Hercílio Nogueira), Antônio de Abel (filho de Abel Tomaz), Moacir Nogueira (sobrinho De Fortunato) e Ulisses Flor (filho de Euclides Flor). Não participaram das perseguições aos cangaceiros, mas são pessoas na faixa dos 80 e poucos anos e que conhecem a fundo a história das Forças Volantes de Nazaré nos combates com o bando de Virgulino. Moro em Serra Talhada, mas nos fins de semana estou em Nazaré. Caso queira aparecer para bater um papo estou sempre a disposição.
Muita paz e luz.
Hildebrando de Souza Nogueira Neto
(87) 9635-5513
(81) 9801-2040
E-mail: hildebrandonogueiraneto@hotmail.com
Prezado Hildebrando,
Para mim foi uma grande satisfação receber sua mensagem em nosso humilde blog do Cariri Cangaço; tenho pela acolhedora Nazaré do Pico, um carinho especial, sempre fui recebido com toda atenção pelos amigos do lugar.
Tenha certeza que em nossa próxima passagem por ali, irei, em seu nome, visitar os companheiros que vc cita. Muito obrigado por sua atenção.
Para mim será uma grande honra conversar com descendentes de tão bravos e destemidos personagens da história de nosso nordeste.
Receba meu abraço e ao mesmo tempo digo que seria uma honra contar com sua presença em nosso Cariri Cangaço 2010, em agosto no cariri cearense, só 210 km de sua serra Talhada.
Abraço Fraterno e conte com seu novo amigo. Recomendações a família;
Severo.
Caro pesquisador Manoel Severo, de maneira alguma poderia de omitir em parabenizar aos senhores que organizam o CARIRI CANGAÇO. É um grande trabalho para a preservação da História do nosso Nordeste, e em especial dos nossos sertões.
Abraços,
Antonio Oliveira - Serrinha - e-mail: antonioj.oliveira@yahoo.com.br
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