Porque amamos tanto o Cariri Cangaço ? Por:João de Sousa Lima

Felipe Passos, João de Sousa e Jorge Remigio

Amamos o Cariri Cangaço simplesmente pelas figuras humanas que cercam todo o evento. É fácil lembrar seus rostos, seus jeitos e até alguns costumes individuais. É bem verdade que amamos uns mais que outros. O Cariri Cangaço emociona em suas palestras, em algumas nos enfada pela dinâmica e seu conteúdo, sem nunca, porém deixar de nos ensinar alguma coisa, dando oportunidade de colocarmos nossas “verdades” em debates acirrados.  A longa programação em seus trajetos distintos deixa-nos  exaustos, porém  somos sempre recompensados  de alguma forma por seus conhecimentos adquiridos.

O mais difícil do Cariri Cangaço é mesmo esquecer as pessoas que compartilham momentos. Como esquecer Jadilson “Falcão” Ferraz com suas piadas e a bela voz entoando Luiz Gonzaga? Como esquecer Manoel Severo que com sua maestria consegue agradar Gregos e Troianos? Como esquecer a amizade fiel  de Dr. Leandro Cardoso?  Como Esquecer Honório de Medeiros e sua eterna amabilidade? Esquecer Ivanildo Silveira e seu anedotário? 

Parte da Família Cariri Cangaço e João de Sousa Lima

Sempre me lembro da eterna voz “ecoante” de Antonio Vilela, da sombrinha de Aninha do Ó, do colorido “modelito” de Nely Conceição, do carinho de Juliana Schiara, do vigor de Diana Rodrigues (e de seus presentes), da mais nova participante Iris, das boas conversas e da educação bem lapidada de Geraldo Ferraz e sua esposa, de Luiz Ruben, da receptividade do memorialista Bosco André, das perfeitas “imitações” de Kiko Monteiro, do silêncio de Jorge Remígio, do esforço de Felipe Marques, das tiradas engraçadas do sargento Narciso (Meu Capitão),  da dupla perfeita (pai e filho) Thomás e Afrânio Cisne, do “elétrico Cheirozinho”, dos “cremes” de Lívio Ferraz,  do Dr. Archimedes Marques e sua esposa Elane, das piadas de Luiz Alberto e sua “eterna paixão”  Nildinha, de Reginaldo “Gonzaga”, do mais “prestativo” de todos os mestres: Wilson Seraine, do “dedo afiado de Afrânio sempre futucando alguém e perguntando: “Quem É”? do “Sebo ambulante” de Pereira e sua esposa, da lente rápida de Leopoldo, da família do querido Alcino Alves Costa, do sorriso de Ingrid e da agilidade de Pedro Gurgel,  do secretário Zé Cícero, das imagens de Aderbal Nogueira, das risadas inconfundíveis de Kidelmir “Kil” Dantas, da arte “punhalesca”  de Lourinaldo, do radialista Marcos Lima, dos “Roteiros” de Jairo Luiz, do “Bisaco” de livros de Rubinho Lima, da grande amizade do “Coronel” Ângelo Osmiro,  do amigo paulistano Sabino Basseti.

Cariri Cangaço 2013, de João de Sousa, Diana Lopes e Maria Bonita...

Muitos outros amigos passaram por lá, alguns me esqueci de colocar na relação mais creio estarem ai os que mais me deixaram falta nesse Cariri cangaço 2013. Além de tudo isso é lá que pontuamos fatos, eternizamos memórias, vasculhamos histórias, aprendemos pra vida. É lá que apresentamos  teses, ajustamos conhecimentos, debatemos assuntos, expomos descobertas, registramos  no livro do tempo nossos rastros percorridos nos campos da pesquisa e perpetuamos assim as tradições e oralidades dos nossos antepassados para que no futuro tenhamos uma geração que conheça sua própria história de vida. Saudades do Cariri Cangaço e seus personagens tão cheios de contradições  e que mesmo assim aprendemos a amar....

João de Sousa Lima
Historiador e escritor
Membro da ALPA – Academia de Letras de Paulo Afonso
Membro do GECC – Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará
Membro Efetivo do Conselho Cariri Cangaço

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