Pois é, a história nos causa muitas surpresas. Pelo que eu sabia foi o libanês Benjamin Abraão que teve a iniciativa de filmar e fotografar Lampião, porém, em uma gravação de um documentário que estou fazendo com o amigo Gláuber Paiva, que não tem nada a ver com cangaço, surgiu o assunto Lampião. Pois o nosso entrevistado, Miguel Ângelo de Azevedo, o famoso "Nirez" que juntamente com Christiano Câmara são os dois maiores memorialistas e pesquisadores da história de Fortaleza, tendo um acervo incrível sobre nossa cidade, nos relatou que Chico Albuquerque, filho de Ademar Albuquerque lhe contou como foi que ocorreram as famosas filmagens de Lampião e seu bando. Eu não tenho como provar a veracidade desse fato, porém Nirez é de uma sinceridade acima de qualquer suspeita. Se o que ele nos fala for a verdadeira história, é mais um sinal de que a história sempre tem duas caras. Como dizia o famoso humorista: "há controvérsias, amado mestre".
Se pensarmos bem após esse depoimento, realmente o que um libanês que não tinha nenhum conhecimento de técnicas fotográficas poderia querer filmando Lampião?
Já Albuquerque era diferente, era empresário do ramo, vivia disso e conhecia os meios e como, depois, distribuir o material para o mundo. Tinha uma visão ampla do lucro que isso podia trazer, era influente e é muito mais plausível essa hipótese. Quero ressaltar que em momento algum Nirez tentou dizer nada a respeito de que o relato ia de encontro a tudo o que foi dito até hoje, não tentou criar nenhum tipo de polêmica, ele simplesmente relatou o que ouviu.
Eu sim fiquei pasmo, na mesma hora vi que ali poderia estar a verdadeira história... mas quem sou eu para atestar?
Aderbal Nogueira
NOTA CARIRI CANGAÇO: É... Quando pensamos que não temos mais nada a decifrar, nos chega o grande farejador de mistérios, Aderbal Nogueira, e nos traz esse depoimento BOMBA do amigo Nirez, que como Aderbal frisa, é de condura e credibilidade irrepreensíveis, agora: É com os vaqueiros da história. Aqui no Ceará, temos um pequeno e simpático ditado: "Te vira tapioca!"
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33 comentários:
A poucos anos atrás a pessoa mais procurada no Brasil era o famoso PC Farias, quem consegiu gravà-lo, a ``REDE GLOBO``. Hoje o homem mais procurado do mundo e Bin Ladaen, quem quer gravar uma entrevista com ele? CNN,BBC,GLOBO,BAND,etc,etc,etc, ou o seu Chico Lopes dono de uma farmacia no interior do Cearà ou quem sabe um pacato cidadão da zona rural no estado do Arizona nos EUA, ou melhor o pasteleiro onde eu compro pasteis?
Uma excelente novidade. Talvez, um furo como diz a imprensa.
José mendes pereira - Mossoró-RN.
Essa peça que Aderbal nos apresenta completa uma parte do quebra-cabeças que já estava visível, a associação entre Albuquerque e Abrahão. Se a idéia brotou na cabeça de um ou de outro, não vai alterar muito o sentido da história. Uma coisa que me deixa pouco confiante no relato do Sr. Nirez, é a declaração de que P Cícero teria de alguma forma intermediado essa negociação entre Lampião e a dupla Albuquerque/Abrahão. Pelo que ouvi de pessoas que estudam sobre o Padre, inclusive no Cariri Cangaço, Lampião não esteve com ele depois de 1926. Vamos lembrar que a filmagem aconteceu já na segunda metade da década de 30. Não acredito na possibilidade do padre ter participado, mas certamente outros coiteiros tomaram parte nesse acordo. Quem seria? Ou quais?
Abrahão era por natureza um empreendedor, Albuquerque, estou sabendo agora, além do talento fotográfico tinha uma grande experiência comercial, pois trabalhou muito tempo num banco estrangeiro. Qualquer um deles poderia ter imaginado o negócio.
Muito legal a parceria entre Cariri Cangaço e Laser Vídeo. Os seguidores do blog agradecem as matérias aqui apresentadas e depois de ABA/Abrahão, essa parceria CaririCangaço/LaserVideo, está fazendo história.
Parabéns e um grande abraço,
C Eduardo.
Manoel Severo,
Que reportagem espetacular , digna de quem conhece e corre atrás dos meandros do cangaço . Novamente meus parabéns a vocês.!
Grande abraço,
Dario Castro Alves
Caro Amigo Manoel Severo:
Se possível, me envie esse vídeo bomba urgentemente, necessito muito deste vídeo.
Me envie este vídeo o mais urgente, mande-me em dvd com caixinha...
Atenciosamente e Cordialmente:
Wladimir Oliveira
MOSSORÓ RN
Caro amigo Severo,
Este depoimento do Nirez, ainda que passível de maiores investigações e pesquisas, nos demonstra com clareza que ao historidaor cabe sempre questionar qualquer documento que lhe chegue as mãos, pois não existe para o verdadeiro pesquisador verdade e fato que não comporte sempre um novo olhar. A história do cangaço, matéria controversa por excelência, ainda pode nos reservar novas e elucidadoras surpresas.
Caro Aderbal, a quem não tenho a honra de conhecer, prossiga e aprofunde os estudos sobre esse fato.
Grande abraço,
Manoel Neto
UNEB - Salvador BA
Sr. Eduardo, pelo que ouvi no depoimento o Padre Cicero somente intermediou o encontro, ele não participou, e tambem como o senhor falou Ademar era Empreendedor. Que não muda muita coisa talvez não mude, mas vem a resaltar mais uma vez aquilo que Alcino diz no video de Adilia. sempre a culpa e do lado mais fraco. e muito mais simples culpar um Ze ninguem do que um poderoso. Sera que existe mais material gravado dessa entrevista? Pr. Helio
Amigo Severo,
Lendo esta postagem vinda de nosso especial e querido amigo Aderbal,
eu fico imaginando o que aqueles que teimam em não admitir mais nada
em relação ao cangaço e a Lampião irão dizer?
Aquele ditado cearense caberia muito bem nestes coitados que acham que a História tem apenas um caminho. Eu diria a esses defensores de uma verdade exata: "Te vira tapioca".
Abraços
Alcino Alves Costa
O Caipira de Poço Redondo
Caro Manoel Severo,
Sem duvidas o NIREZ é uma pessoa IRRETOCAVEL,mais levanto a seguinte duvida:
Entrei no BLOG e assisti a entrevista do Nirez.Veja bem,ele fala que o Ademar Albuquerque procurou Padre Cicero para conseguir a ajuda do Santo Padre,para filmar Lampiao e que o padre,marcou o encontro dos dois e Lampiao aceitou?
O Padre Cicero morreu em 1930,Benjamin filmou Lampiao em 1936,porque nao filmou antes?
Abc,
Wolney Oliveira
EMAIL RECEBIDO DA ESTIMADA PROFESSORA ROSILENE MELO:
Olá Severo,
Mais uma vez fico surpresa pelo uso do BLOG palavra cultura.
Há tempos já sabia de toda essa história...
Estou surpresa porque achava que todo mundo já sabia disto...
Abraços
Rosilene
Ola
Ainda não investiguei esse tema Benjamim Abraão, mas posso garantir que existe nas fotos que ele bateu de Lampião para alguns em 1936, cangaceiro ainda vivo que foi realmente morto em 1935.
saude
Alfredo Bonessi
Wolney Oliveira levantou uma questão boa, mas aquela epoca os meios de comunicaçao eram precarios, e achar Lampiao e articular a gravação deve ter sido bem dificio e o padre nAo estava mas presente, portanto na minha opinião a demora e aceitavel, ja Lampião ter aceito o convite inicial vindo de Cicero, isso e com serteza bem razoavel. Afinal Lampião era seu devoto. Não sou pesquizador, sou apenas curioso.Raimundo Brito (aquiraz_CE)
Parabéns Severo por essa belíssima pagina, enriquecendo cada vez mais a cultura nordestina com belos causos como esse.
Abraço.
Jonaldo Daniel
Senhor Wolney
O padre Cícero faleceu em 1934.
Aderbal, também me causou espanto a idéia ter nascido da cabeça do Dr. Ademar e não na de Benjamim, teria sido mais uma jogada de mestre do marketeiro Benjamim???
Interessante as nuances da história. Parabens pelo vídeo do senhor Nirez, quem sabe quantas coisa novas ainda poderão vir a tona.
Fernando C L Verde
Amigos do blog cariri cangaço, não conheço o senhor Nirez, mas as credenciais prestadas pelo aderbal e severo nos são suficientes; entretanto comungo com o mesmo pensamento do Wolney, alguma coisa tá fora de ordem, não acredito realmente que Padre Cícero tenha intermediado essa coisa da filmagem de Lampião, e como o C Eduardo fala, existe aí no mínimo, uns dez anos de lacuna, entre o 26 da visita de Lampião a juazeiro e as fotos e filmagens que segundo documentos são de 36.
Quero dá meus parabens ao aderbal e severo por nos trazer mais essa pérola da história do cangaço.
E de fato; independente de Padre Cícero ter ou não ter participação, essa coisa da idéia ter nascido do próprio senhor Albuquerque da Aba Film é uma grande novidade e plenamente plausível a meu ver.
grande abraço,
YURI,
Sra.Rosilene, por favor, voce disse que ja conhecia essa historia de ter sido o Sr.Albuquerque o mentor do filme, de onde a Sra. conhece essa historia? Raimundo Brito
Gostaria de ouvir a opinião de Ant.Amaury, Frederico Pernambucano,Renato Cassimiro,do Pres. da SBEC Sr. Lemoel. Por favor escrevão algo. Helio Filho
Sr Wolney Oliveira, marcar uma aldiencia com Lampião devia ser muito dificio, afinal de contas a sua agenda devia ser muito cheia, pois o seu trabalho,o seu ganha pão era muito cansativo. Afinal de contas. Roubar, matar, estorquir, violentar,queimar,torturar, perseguir e tudo mais devia lhe tomar o dia, por tanto deve ter sido dificio um tempinho para posar para a revista caras da epoca. Mario cunha Pr.UVA
Essa coisa do Padre Cícero ter intervido na aceitação do chefe do cangaço Lampiao ser fotografado ou filmado não pode ser tido como verdade absoluta. Lampiao esteve em juazeiro uma unica vez, 1926 não retornando mais, daí querer supor que nesta oportunidade Padre Cícero já estava maquinando algo neste sentido...francamente!!!!
Demetrius Calvin
que diferença faz??? se foi um ou outro???
Lígia
Voltei a assisti novamente o vídeo do Aderbal Nogueira, sobre as informações do senhor Miguel Ângelo de Azevedo – Nirez.
Realmente ele conta com muita segurança, de que a idéia de filmar Lampião não partiu de Abrahão Benjamim, e sim, de Ademar Albuquerque, segundo Chico Albuquerque, filho deste.
Li os 21 comentários, e quase todos não duvidam, mas que se nota que não são muito favoráveis que essa iniciativa tenha surgido do Ademar. Dizer que Abrahão demorou muito a tomar intimidade com a filmadora, não me faz crer, porque os equipamentos poderiam ser dificultosos para se transportar, mas para se fazer filmagens, não eram bichos de sete cabeças.
O Wolney Oliveira diz o seguinte: “O padre Cícero morreu em 1930, Benjamim filmou Lampião em 1936, por que não filmou antes?” Realmente a diferença de anos é enorme para uma idéia ser realizada.
É claro que todos que não concordam com alguma coisa, não se referem ao pesquisador NIREZ, e sim, a Chico Albuquerque. Em minha humilde opinião o senhor Chico Albuquerque quis contrariar o que antes foi registrado, porque o Padre Cícero e Abrahão já estavam mortos, não podendo mais desmenti-lo. Por isso Chico Albuquerque tentou puxar a sardinha para o seu prato, já que Ademar Albuquerque era o seu pai. Quem irá desmenti-lo, já que os personagens principais da história não estão mais vivos?
José Mendes Pereira – Mossoró-RN.
Não vamos reviver agora as "mentiras e mistérios" de Benjamim e Ademar Albuquerque?
O fato é simples, a ideia pode tanto ter nascido do libanês como do dono da Aba Film. Porque Ademar deixou os "louros" só para Benjamim???? Ele não poderia se expor como grande empreendedor que era, ficou observando as peripécias do Abraão, daí colhia os frutos, tanto de uma forma como de outra, e se desse errado ele não se comprometeria.
Zacarias Braga
Fortaleza Ceará
Grande Aderbal, que maravilha de material este que você generosamente compartilha com todos nós. Fico imaginando o a cara de quem imaginavas esgotado a temática “ Cangaço”, como se vê, ainda há muito a se saber.
Parabéns pelo belo e espetacular trabalho amigo Aderbal.
Saudações Cangaceiras
Juliana
Bom dia Severo.
Assisti o vídeo onde o "Nirez" afirma que quem possibilitou a ida de Benjamim Abraão no grupo de Lampião foi o padre Cícero. Ué! Mas se o padre morreu em 1934, se Benjamim fez a filmagem em 1936 como é que foi o padre que "ajeitou" a coisa?
Mande notícias contando as novidades.
Abraço do amigo,
Sabino Bassetti.
Caros amigos do Cariri Cangaço,
Conheço o Sr. Nirez e sei da sua seriedade e o eximio pesquisador que é, entretanto gostaria de fazer algumas observações sobre as declarações dadas por ele, ouvidas de Chico Albuquerque,(fique claro que ele retrasmitiu o que ouviu, não inventou nada) filho de Ademar Albuquerque no video gravado pelo Aderbal.
Acredito que Lampião só esteve com o Padre Cícero uma vez, ou seja, em 1926 (polemica da patente) as filmagens só foram realizadas em 1936, portanto dez anos depois, a influencia do padre no episódio é a relação que Benjamin teve com o reverendo quando morou no Juazeiro e usou isso para se aproximar de Lampião, sem contudo o padre interferir diretamente, até mesmo pelo tempo entre uma coisa e outra e obviamente o padre já estar morto desde 1934.
Quanto a inesperiencia de Benjamin é relativa, pois em 1934, quando dos funerais do padre Cícero, ele foi visto manejando uma filmadora a manivela, inclusive essa pelicula foi exibida no cine Moderno em Fortaleza, em outubro daquele mesmo ano.
Acredito que Benjamin foi o mentor da idéia e Albuquerque o parceiro ideal.
Um abraço a todos.
Angelo Osmiro Barreto
Professor Angelo Osmiro, perfeito, perfeito, em 34 quando o padre cicero morre o benjamim já postava uma fikmadora a manivela, mas tambem sabemos que o libanes foi devidamente adestrado na tecnologia da fotografia e filmagem pelo proprio Ademar anos antes, entre 25 (quando o proprio Ademar filmou pe cicero do joazeiro) e tempos depois, então para mim ele era mesmo inexperiente, tanto é que perdeu uma inifinidade de rolos de filmes.
mas tambe´m concordo com vc acho que a ideia foi de benjamim, um grande aproveitador, e ademar sentiu o cheiro do sucesso e dinheiro.
Thiago Mota
Essa matéria colocada pela dupla Severo/Aderbal, a versão moderna de ABA/Benjamim, parece que conduziu a um consenso de que tudo ia muito bem até o Sr. Nirez mencionar a possibilidade do Padre Cícero ter participado da negociação para a filmagem. Entre os que colocaram suas opiniões sobre o assunto, todos consideram pouco provável essa hipótese. Tanto pelo fato do Padre ter falecido dois anos antes do registro das imagens, quanto pela informação dos que estudam a biografia do Padim e asseguram que o Santo do Nordeste não mantinha contato freqüente com o Rei do Cangaço. Durante palestra sobre a passagem de Lampião em Juazeiro, no Cariri Cangaço versão 2009, Dr. Napoleão T Neves, afirmou com total segurança que o Padre recebeu contrariado a visita do cangaceiro, tendo nessa ocasião dito: “Já dizem de mim o que dizem, imagine agora com esse homem aqui.” Fica portanto difícil aceitar que o P. Cícero tivesse qualquer participação no convencimento do cangaceiro em permitir as imagens. Isso, porém não anula a possibilidade de que tenha sido o Sr. Ademar Albuquerque quem tenha pensado em produzir a fita e convocado Abrahão para operar o equipamento. A curiosidade é saber como chegaram até Virgulino. Quem teria colaborado para localizarem o cangaceiro e convence-lo a aceitar o registro? Como acreditamos que não foi o Padre, quem seria a pessoa próxima ao Capitão que agenciou o processo? Será que a morte do Libanês foi mesmo um caso passional, ou poderia ter sido encomendada para apagar o registro do envolvimento de mais gente na produção da filmagem? Nesse momento já partiam do Palácio do Catete instruções para apertar o cerco aos cangaceiros, a ordem de confisco da fita de ABA/Abrahão é a prova documental dessa campanha. Os grandes coiteiros deveriam estar incomodados.
C Eduardo.
Excelente pesquisa, meus parabéns.
A cada pesquisa feita pelos pesquisadores do tema cangaço, surgi uma novidade que vêm à tona, o que me surpreende é que Lampião deixou uma riqueza muito grande, não estou falando de dinheiro, joias ou ouro, e sim de história e cultura que deve ser pesquisada minuciosamente pelos excelente estudiosos do tema, sei que fazem isso à muitos anos, mas que têm muito a pesquisar. Lampião morreu e deixou um legado de história e mistérios a ser desvendado, realmente um homem extrategista. Não sou pesquisador nem historiador, mas estou atualmente iniciando minhas leituras referente ao cangaço no Brasil, e o quê me deixou com muitas curiosidades foi Virgulino Ferreira da Silva, vulgo LAMPIÃO, nascido em Serra Talhada, Estado de Pernambuco. Meu sonho é conhecer a grota do Angico, onde houve o massacre, a cidade onde ele nasceu, e o museu onde existe o maior acervo do cangaço e objetos que pertenceram aos cangaceiros.
Obs: há possibilidade de enviar esse video para mim? dependendo do custo, efetuo o pagamente, e se tiver mais videos referente ao cangaço, gostaria de comprar cópias para me aprofundar mais no assunto, e também para a nessecidade de alguma pesquisa de faculdade, já que faço o curso de Téc. em Gestão de Segurança Pessoal e Privada, aqui em Natal/RN.
Meus parabens mais uma vez, e um forte abraço.
Atenciosamente,
Neto
Senhor C Eduardo e ainda temos alguns pontos interessantes só para lembrar: Quem além de Benjamim maquinou a presença de tantas marcas de peso ao lado do rei do cangaço, quando ainda não havia o famoso "merchandising" ?Quem além do libanês ganhou ou pensou ganhar dinheiro com aquela exposição generosa de revistas famosas, jornais, etc... nas mãos de virgulino?:
Roberto Deodato Lins
São Raimundo Nonato
Piaui
Sr. Neto, de Natal-RN. Esse vídeo de Nirez que postei no blog vai fazer parte de um novo trabalho que estou produzindo sobre o que possivelmente existiu entre Lampião e Padre Cícero, e como tal, o Abraão vai constar. Nesse trabalho tentarei colocar o depoimento dos maiores conhecedores do tema. Adianto que já temos algumas preciosidades gravadas. Quanto a outros vídeos, o amigo pode se comunicar comigo no seguinte endereço. laser.video@terra.com.br Possuo vídeos produzidos por mim. Gostei bastante da repercussão que o depoimente de Nirez deu. Em breve postarei um sobre o Coronel Isaias Arruda, que acho também vai dar o que falar, inclusive já falei com o Dr. Napoleão e Dr. Amaury sobre isso. Quero aproveitar para agradecer ao amigo Kiko e ao amigo Severo por nos dar essa oportunidade de compartilhar com todos vocês esse material que ao longo do tempo temos registrado.
Aderbal Nogueira
Antes de manifestar-me sobre a entrevista de meu pai Chico Albuquerque ao grande memorialista Nirez, preferi checar algumas duvidas com a minha familia. (netos de Adhemar Albuquerque). Como eu já supunha, o meu avô, que já havia realizado dois documentários com o Paadre Cicero, deslocou-se à Juazeiro em 1934 (e não em 1930) para realizar o terceiro documentario denominado "Os funerais de Padre Cicero" Foi neste momento, apos a morte de Padre Cicero, que em conversa com Benjamin Abrahão, meu avô propos a realização do projeto Lampião. Nunca houve qualquer intermediação do Padre Cicero nesta empreitada. Benjamin Abrahão, que encontrava-se sem uma função após a morte do Padre Cicero e, que já tinha tido contato com Lampião em 1926 no Juazeiro, prontificou-se a procurar Lampião e solicitar a devida autorização, como atesta documento do proprio punho de Lampião. Com este documento em mãos, Benjamin veio à Fortaleza procurar meu avô, que ensinou-lhe a fotografar e filmar, alem de fornecer-lhe todo o equipamento e filmes necessarios. Esta foi a origem do trabalho realizado durante os anos de 1936 e 1937. Espero ter colaborado para diremir tantas duvidas sobre esta questão.
Abraços
Ricardo Albuquerque
Caros Aderbal e Nirez,
Evitei por um tempo fazer qualquer consideração sobre a entrevista realizada pelo Nirez com o meu pai Chico Albuquerque. Mas lendo alguns comentarios, resolvi que seria hora de colocar alguns esclarecimentos neste assunto.
1) Meu avô Adhemar nunca foi um fotografo e cineasta profissional. Ele sempre trabalhou como caixa do London Bank em Fortaleza.
2) Fotografar e filmar era um hobby que ele exercia com tamanha paixão, que alem de ter os melhores equipamentos à epoca de 20 e 30, ele foi o precursor da produção cinematografica no Ceará tendo realizado mais de 20 documentarios.
3) Conforme consta na filmografia da Cinemateca Brasileira é de sua autoria o filme "O Joazeiro do Padre Cicero" de 1925 e "Os Funerais de Padre Cicero" em 1934.
4) Durante a realização do filme "Os Funerais de Padre Cicero"manteve contato com Benjamin Abrahão, que encontrava-se sem função após a morte de Padre Cicero. Deste contato surgiu a ideia de filmarem e fotografarem o bando e sub-bandos de Lampião com finalidade comercial.
5) Benjamin, que já havia mantido contato com Lampião em 1926, durante sua visita à Juazeiro, ficou encarregado de propor tal empreitada à Lampião.
6) Com o consentimento de Lampião, conforme documento de proprio punho e assinado pelo Capitão Lampião, Benjamin veio a Fortaleza procurar meu avô.
7) Nesta parceria, meu avô forneceu os equipamentos e filmes, alem de ensinar ao Benjamin como manusea-los.
8) Na primeira tentativa de Benjamin em 1936, os filmes fotograficos vieram totalmente velados, o que obrigou ao meu avô soldar a objetiva e a dar-lhe novas orientações em relação à luz.
9) Benjamin esteve mais 2 vezes com o bando de Lampião nos anos de 36 e 37, dando então por encerrado as tomadas.
10) Meu avô editou o filme e ainda em 37 anunciou a primeira exibição no Cine Moderno em Fortaleza. Esta exibição, por exigencia do DIP, tornou-se na verdade uma sessão fechada ao publico, sendo considerada uma sessão de censura.
11) A exibição publica foi proibida e o filme apreendido pelo DIP.
12) Somente em 1954, uma edição realizada por Al Ghiu do que restou do filme, foi apresentada numa sala de projeção do Rio de Janeiro.
Espero ter colocado um pouco de luz sobre este trabalho.
Abraço
Ricardo Albuquerque
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