Compromisso Marcado com a Noite Cariri Cangaço-GECC na Saraiva Mega Store

Já temos mais um compromisso marcado; na próxima quarta-feira, dia 02 de Maio, nosso encontro será na Noite Cariri Cangaço-GECC, no Espaço Raquel de Queiroz , da Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi; com o pesquisador , escritor e dramaturgo paranaense, Luiz Zanotti, apresentando sua mais nova obra: "Lampião, Texto, Tela e Palco" e a grande Conferência da noite com o jornalista e radialista Odilon Camargo com o tema "Só a Utopia Salva".


Imperdível a Noite Cariri Cangaço-GECC, próxima quarta-feira, dia 02 de maio, no Espaço Raquel de Queiroz da Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi, Fortaleza, sempre as 
19 horas. Você é nosso convidado.

Ângelo Osmiro - Presidente do GECC
Manoel Severo - Cariri Cangaço
Aderbal Nogueira - Laser Vídeo

O Lampião de Zanotti, na Saraiva Mega Store Por:Manoel Severo


O tempo parece correr solto, como nunca antes em nosso sertão... Alias não só em nosso sertão querido do nordeste, mas também pelos lados do sul, bem lá pelas bandas de baixo de nosso Brasil, mais precisamente do Paraná de nosso estimado e querido Zanotti... E nunca dantes na história deste país houve uma integração cultural tão grande como em tempos de agora. Esse imenso Brasil, de muitas culturas e tradições; continental como poucos, se debruça sobre si mesmo e consolida os laços que nos unem a todos. Coube-me fazer a apresentação da presente obra deste mesmo Zanotti, querido e estimado amigo, quero dizer: Luiz Roberto Zanotti.

A vida nos resguarda inúmeras surpresas; receber em nosso pedaço de chão, no Cariri do Ceará, terra de Padre Cícero; um paranaense da gema que se dizia apaixonado pelas coisas de nosso sertão, até parecia um pouco estranho, entretanto esse tal de Zanotti foi chegando de mansinho, bem devagar e de repente tomou conta não só da situação, mas e principalmente do coração de todos que fazem a família Cariri Cangaço; evento de cunho histórico-científico, turístico e cultural, que reúne as mais destacadas personalidades da pesquisa e estudo do fenômeno Cangaço Nordestino; em sua terceira edição. Foram seis dias que consolidaram a admiração e respeito por esse cidadão paranaense, nordestino, brasileiro do mundo.

Em nossas andanças pelo sertão tórrido, pelas veredas das caatingas de nosso Ceará, percebeu-se rapidamente a grande afinidade de Zanotti com a grande e maravilhosa Mata Branca; habitat natural de seu objeto de estudo: Cangaço. O sorriso aberto e sincero mostrava-nos um homem  reencontrando alguns caminhos perdidos, mostrava um brasileiro disposto a conhecer mais de perto uma saga que marcou gerações e pontuou em nossa história como marco de toda uma geração de homens e mulheres que habitaram essas terras muitas vezes esquecidas e por algum tempo; longo tempo, quase vinte anos; comandada por Virgulino, o "Cego véi" que se tornou Capitão, o Capitão Lampião, Rei do Cangaço.

Não seria necessário dizer da natureza do cangaço e o que ele representou para as sociedades rurais de nosso nordeste, sobretudo nos idos entre 1915 a 1940, é por demais conhecido por todos que estudam os fenômenos sociais e suas repercussões, talvez também não fosse necessário dizer da grande influência que o fenômeno acabou legando as mais variadas manifestações culturais de nossa terra e gente: Na comida, na medicina, na estética, nas artes em geral; pintura, artesanato, música, dança, teatro... E foi a partir de um espetacular trabalho de um talentoso cearense; Marcos Barbosa e o seu Auto de Angicos, que retrata através da dramaturgia os momentos imediatamente anteriores ao horror vivido pelo casal mais famoso do cangaço, Lampião e Maria Bonita, antes da morte na Grota do Angico em Sergipe; que um surpreendente Zanotti desenvolveu sua obra em Lampião - Texto, Tela e Palco. 

Isento dos padrões muitas vezes habituais da abordagem do rei de todos os cangaceiros: Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, que navegam entre o estereotipo de herói ou bandido, o trabalho zeloso de Zanotti nos remete a um olhar transversal, versando sobre aspectos muitas vezes deixados de lado por trabalhos que buscam tratar da mesma temática. A peça nos transporta às mais variadas e pertinentes reflexões sobre o comportamento humano, a partir da ênfase de seu personagem principal, Capitão Lampião; dessa forma só me resta dizer o quanto foi importante para nós do Cariri Cangaço, da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e do GECC – Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará, contribuir, mesmo que de forma humilde com esse capítulo ímpar da dramaturgia brasileira. Parabéns Zanotti e parabéns aos leitores e espectadores....bom espetáculo.

Zanotti estará apresentando sua obra e batendo um papo pra lá de interessante, com todos os amigos na Noite Cariri Cangaço-GECC , no espaço Raquel de Queiroz da Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi, em Fortaleza, é nesta próxima quarta-feira, dia 2 de maio, sempre as 19 horas. Você é nosso convidado.

Manoel Severo 
Cariri Cangaço

Utopia Sim na noite Cariri Cangaço - GECC

Odilon Camargo e Manoel Severo

O brasileiro Odilon Camargo (São Bernardo do Campo-SP, 1951) começou no jornalismo em 1976, escrevendo para alguns jornais do Brasil direto de Londres, quando atuou na BBC. Em 1965 havia iniciado sua trajetória profissional na Rádio Primavera de Porto Ferreira-SP. Mais de quatro décadas atuando na TV, no Rádio e no Teatro,  em São Paulo,  Goiás, Brasília, Londres, Paris, Rio de Janeiro, Tocantins e em Fortaleza. 

Prepara, atualmente, a publicação do seu segundo livro,  UTOPIA SIM, THOMAS!, ficção que se passa em 2063, falando da RPM- Revolução Midiática Pacífica, ocorrida no Brasil no ano de 2013, que mudou radicalmente o nosso país e exerceu decisiva  influência  na queda do ICG -  Império  Civilizatório Global,  que reinava bélico e diabólico, no início do séc. XXI. De acordo com Serafim, ancião que narra toda a Utopia,  nos cinco anos pós- 2013, o Brasil finalmente nasce como Nação. Com a queda da Grande Mídia, surgem  trinta e três mil Vilaldeias, desaparecendo as Regiões Metropolitanas. Ato contínuo, desaparecem as drogas, a violência, a miséria, o analfabetismo e todos os problemas com Educação e Saúde. Diante da nova realidade, os três poderes quedam-se desnecessários, e são extintos.  

 “Só a Utopia nos Salva” é o título da palestra de Odilon Camargo, convidado especial e conferencista da Noite Cariri Cangaço-GECC na próxima quarta-feira, dia 02 de maio, às 19hs., no espaço Raquel de Queiroz da Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi em Fortaleza,  abordando a essência do livro UTOPIA SIM, THOMAS!, segundo ele, uma homenagem-resposta a Thomas Morus, autor da Utopia publicada em 1516. Duração: 50 minutos. Você é nosso convidado.

Manoel Severo
Cariri Cangaço

O cangaço e Melquíades Por:Renato Casimiro


Amigos do Cariri Cangaço: logo, logo também estará saindo esta beleza de trabalho do Mestre Melquíades Pinto Paiva. Talvez, antes que Maio se acabe.

Renato Casimiro
Conselheiro Cariri Cangaço

Parabens a Jairo Luiz ! Por: Manoel Severo

  Cacau, Manoel Severo e Jairo Luiz

Hoje é um dia especial. É dia de abraçarmos ao amigo Jairo Luiz, pesquisador, escritor, turismólogo, Sócio da SBEC e Conselheiro Cariri Cangaço; que assume mais um grande desafio: A Secretaria de Turismo do município de Piranhas, em Alagoas. Quem conhece Jairo e sabe de sua competência, retidão e força de trabalho, sabe que o povo de Piranhas está de parabens. Grande abraço amigo Conselheiro, de toda família Cariri Cangaço.

Manoel Severo

A foto na Fazenda Jaramataia

Em pé: Ezequiel, Calais, Fortaleza, Mourão e o menino Volta Seca. Sentados : Lampião, Moderno, Zé Baiano e Arvoredo.*Mariano foi omitido. Na original ele aparece esq. de Ezequiel. 
Origem da fotografia que o Major Optato Gueiros afirma em seu livro que foi na Bahia em 1929, errado ! A foto foi feita em Sergipe na Fazenda Jaramataia e a original pertence ao escritor João de Sousa Lima que fez uma cópia para o Portal do Cangaço da Bahia.

- Entre meu filho! – respondeu Dona Branca. E virando-se para o marido, que assomava a sala, explicou: Antonio é o capitão Virgulino que chega perseguido pelos soldados de Alagoas e pede pousada. Já mandei ele entrar.

É assim que o escritor Nertan Macedo que entrevistou Eronides descreve a chegada de Lampião na Borda da Mata numa madrugada escura de Agosto de 1929. 

Não há registro de uma pousada anterior, o capitulo na obra “Lampião, Capitão Virgulino Ferreira” de Nertan é detalhado, descreve uma enorme hospitalidade para acomodar mais ou menos 20 cangaceiros que dormiam e se revezavam de sentinelas espalhados pela casa em companhia do casal.

Unica fotografia de Antonio Caixeiro: Pai do Governador de Sergipe, Eronildes de Ferreira de Carvalho, Propietarios da Fazenda Jaramatáia.
Mancomunados com o Rei do Cangaço


Lampião conhecia “os Carvalho” desde a sua juventude. Quando percorreu a maioria dos caminhos que viria a fazer mais tarde como bandoleiro. Revendendo nas fronteiras de Alagoas e Sergipe, como simples almocreve conheceu a família. E agora já como poderoso chefe cangaceiro, aproveitou para visitar o Coronel. Sabendo do poder do grande comerciante Lampião pediu abrigo e comida, sendo prontamente atendido, onde lhe foi autorizado o abate de rezes etc, mas que seus moradores e contratados não fossem molestados por seus homens.

Esta improvisada reportagem não pretende, e nem se quisesse iria conseguir elucidar esse grande mistério do cangaço. Se o chefe do executivo sergipano foi realmente o principal “Paiol do poderio bélico de Virgulino” é assunto secundário eu quero tratar da amizade e tolerância. Os capitães se reconhecem

Sede da Fazenda Jaramataia, Sergipe

Eronides foi apresentado a Lampião em agosto de 1929, durante os dias em que se restabelecia de uma enfermidade na fazenda Jaramataia propriedade de seu pai no município de Gararu.Algumas biografias dão conta de que esse encontro se deu “antes” de ele estar com Caixeiro. Outras que foi numa visita do interventor até a Borda da Mata.

A ordem dos fatores… Em ambas há um mesmo parágrafo: Trocam cumprimentos e o Dr. faz a Lampião uma indagação que entrou para galeria das “máximas cangaceiras”.

- “Então, como devo chamá-lo, capitão ou coronel? Porque eu também sou capitão e deve haver aqui uma hierarquia – como oficial do exército não posso ser comandado pelo senhor”. 
Lampião compreendeu a malícia e replicou: - “Pois desde já o senhor está promovido a coronel”. 


Após o café Eronides presenteou Lampião com uma garrafa térmica e uma caixa de queijos importados. Naquele instante nascia uma estreita amizade. Lampião passou a tratar de negócios, queria munição especialmente para sua pistola Luger (Parabellum) cujas balas eram difíceis de encontrar.

Por favor, um médico!

Foi através de Eronides que os cangaceiros conheceram as propriedades analgésicas do ácido-acetil-salicílico. Em dado momento perceberam que um dos cabras apresentava o rosto inchado e queixou-se de dor de dente. O Dr. trouxe-lhe o comprimido o qual inicialmente não ingeriu. Olhou para Lampião que fez um sinal de consentimento com a cabeça e em algumas horas tinha sua dor aliviada pelo comprimido. Uma aspirina.

Outra propriedade dos Carvalho que era pouso seguro para os cangaceiros era a fazenda São Domingos em Porto da Folha. 

Fonte e Fotos Rostand Medeiros

"Coronelismo e cangaço no imaginário social" do sociólogo Erivam Felix Vieira


O livro  tem como intento uma busca para a compreensão do imaginário e o cotidiano do Sertão nordestino, propondo não apenas relacionar o contexto histórico em que tais manifestações se inserem e situá-lo à nossa realidade, como gerar um ponto de análise sobre as diferentes percepções dos atores em relação a si mesmos e de uns em relação aos outros, onde o paradoxo e o excêntrico se fizeram presentes em importante acontecimento sociológico nacional.

Através das metáforas dos cordéis, explorando o mito libertário, temos uma história construída na qual o real e o imaginário se interligam surgindo um Lampião que torna-se cúmplice do seu próprio personagem e da sua ficção.


Portanto, não se pode negar que um olhar sob a historiografia, por essa perspectiva fará emergir a força do imaginário e do simbólico das lutas, retomando o significado dos conceitos de sujeição e banditismo, e de violência e poder, favorecendo uma visão de conjunto.


Valor R$ 30,00 (Trinta reais) com frete incluso
contato: erivamfv@hotmail.com
FONTE: www.lampiaoaceso.blogspot.com

Conhecedores da Nossa História Por:Aderbal Nogueira

Aderbal Nogueira

Caros amigos; estou enviando para vocês o primeiro vídeo CONHECEDORES DA NOSSA HISTÓRIA.Trata-se de um projeto que quero levar para a rede todo mês com os mais diversos assuntos de nossa história. Nem sempre vou trazer algo ligado ao tema cangaço, mas vou procurar sempre trazer algo interessante.

Para começar, um tema bastante polêmico para nós que pesquisamos o cangaço: 'O relacionamento Padre Cicero - Lampião'. Teremos os depoimentos de 4 renomados pesquisadores do tema. Cada qual de uma escola diferente e com opiniões bem definidas.

Nosso primeiro depoente é Ângelo Osmiro Barreto, Prof. de história, ex-presidente da SBEC e atual Pres. do GECC. Os próximos entrevistados serão: Bosco André, Profª Luidgarde Barros e Prof. Renato Casimiro. Espero que, com esses conhecedores da nossa história, possamos aprender algo mais e tirar nossas conclusões, ou então nos confundir mais ainda em um tema tão delicado. Abraços.

Aderbal Nogueira-Laser Vídeo
Sócio da SBEC, Diretor do GECC
Conselheiro Cariri Cangaço

Ângelo Osmiro e a Relação de Padre Cícero com o Cangaço


Pesquisador e Escritor Ângelo Osmiro, Presidente do GECC - Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará, Conselheiro Cariri Cangaço , 
Ex-presidente da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço

CONHECEDORES DE NOSSA HISTÓRIA
Aderbal Nogueira - Laser Vídeo

O pouco que faltava de Christiano Câmara....

Christiano Câmara, dona Douvina e Manoel Severo

Caros companheiros de jornada, hoje, por gentileza de Aderbal Nogueira e sua Laser Vídeo, trazemos na postagem abaixo, a segunda parte da grande Conferência sobre "A História na Música", proferida por Christiano Câmara em nosso último encontro Cariri Cangaço-GECC.
Grande Abraço
Manoel Severo

Arrematando com "A História na Música" Parte Final Por:Christiano Câmara


Um presente do Cariri Cangaço - GECC

Hoje temos a satisfação de trazer no "post" abaixo, a toda família Cariri Cangaço - GECC , a primeira parte da extraordinária Conferência com o musicólogo cearense Christiano Câmara, no último encontro do Cariri Cangaço-GECC no espaço Raquel de Queiroz da Saraiva Mega Store do Shopping Iguatemi, com eletrizante e supreendente tema: 
"A História na Música". 
É acompanhar e aplaudir.

Imagens da LASER VIDEO
Enviado por: ADERBAL NOGUEIRA

Christiano Câmara de corpo e alma Parte I

Assim era Lampião De:Ângelo Osmiro

Manoel Severo e Ângelo Osmiro com o livro "Assim era Lampião..."

Vem aí mais uma grande obra do pesquisador e escritor Ângelo Osmiro, ex-Presidente da SBEC, atual Presidente do GECC e 
Conselheiro Cariri Cangaço. 
O livro com título "Assim era Lampião e outras histórias" já se encontra em revisão final e mais alguns dias teremos o lançamento. 

Manoel Severo

Camilo Vidal e mais um grande documentário chegando !!!

 Camilo Vidal

O talento do videomaker e produtor Camilo Vidal se une à competencia de Aderbal Nogueira e sua Laser Vídeo para nos proporcionar dentro de poucos dias mais um grande documentário sobre a temática Cangaço, vem aí, "Sobre Cabras, Macacos e Cangaceiros", trabalho que nos traz depoimentos de vários pesquisadores, historiadores e escritores, sobre a vida cangaceira e sobre a natureza desse fenômeno tão marcante que foi o cangaço. É aguarda para conferir. Na postagem abaixo confira o Tease de apresentação do documentário de Camilo Vidal.


Manoel Severo
Cariri Cangaço

Sobre Cabras, Macacos e Cangaceiros Por:Camilo Vidal



Sobre Cabras, Macacos e Cangaceiros, 
de Camilo Vidal e Laser Vídeo.

Porque Santinha? Por:Sabino Bassetti

Sabino Bassetti

Já a vários anos, diversos pesquisadores, historiadores e, principalmente a imprensa escrita, falada e televisada, vem chamando Maria Bonita por SANTINHA. Aqueles que realmente pesquisaram o assunto, sabem que isso não é verdade. O pesquisador Antonio Amaury, com certeza foi o estudioso no assunto que conversou com o maior número de ex cangaceiros, chegando o total por volta de 38 criaturas. Todos eles quando perguntados, disseram que jamais ouviram  qualquer pessoa chamar Maria por esse apelido. Disseram que Maria Bonita era chamada  por  Lampião, e por aqueles elementos mais chegados, simplesmente por MARIA. Que quando alguém da cabroeira se dirigia a ela a chamavam por D. MARIA, e quando se referiam a ela a chamavam por MARIA DO CAPITÃO. Quando dos acontecimentos de Angico que culminou com a morte de onze cangaceiros, foi encontrado num dos dedos de Maria, um pequeno anel que trazia gravado o nome SANTINHA. Isso não quer dizer que ela era chamada por esse vulgo, pois,  esse anel pode ter sido presente de pessoa amiga ou provavelmente  foi tomado de alguém, porém, foi o suficiente para que muitos entendessem que ela assim era chamada. Se na realidade Maria fosse chamada por Santinha, certamente aqueles que conviveram com ela no cangaço teriam tomado conhecimento. 
 
Abraço a todos.
 
Sabino Bassetti
Salto - SP

O cangaço nas batalhas da memória De: Antônio Fernando de Araujo Sá

O livro do Prof. Antônio Fernando de Araújo Sá é fruto de longo trabalho de pesquisa histórica e historiográfica realizada no Departamento de História e no Mestrado em Letras da Universidade Federal de Sergipe. O  tema, já visto e revisto de diferentes maneiras na cultura brasileira, é retomado na perspectiva da história cultural e da história da memória, pensando o cangaço como palimpsesto da cultura brasileira, isto é, no sentido de que é reescrito indefinidamente utilizando-se o mesmo material, mediante correções, acréscimos, revisões, deslizamentos.

Cada texto remete a outro e o reinsere dentro de outras épocas e coordenadas com as quais marca sua diferença, mas, ao mesmo tempo, marca uma profunda e inequívoca filiação. Desse modo, nenhuma interpretação do cangaço escapa à configuração das forças discursivas em luta.
O livro é dividido em duas partes. Na primeira parte, intitulada História, Memória e Literatura, proponho uma incursão erudita nas complexas relações entre história, literatura e memória do cangaço, relendo textos clássicos e contemporâneos numa perspectiva onde se entrecruzam o mito, a memória e a história.

Na segunda parte do livro são desenvolvidas reflexões sobre as multifacetadas Memórias do Cangaço, tanto na memória popular sertaneja, quanto nas indústrias culturais.
Para o Prof. Antônio Montenegro da Universidade Federal de Pernambuco, esse trabalho é “um livro fundamental para o estudo do tema do Cangaço e de Lampião, em face da amplitude da pesquisa realizada nos mais diferentes campos historiográficos e culturais, e, também, pela refinada e cuidadosa análise teórica e metodológica”.

PEQUENA BIOGRAFIA DO AUTOR 

Possui graduação em História pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (1987), mestrado em História Política do Brasil pela Universidade de Brasília (1993) e doutorado em História Cultural pela Universidade de Brasília (2006). Atualmente, é professor associado do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Sergipe. Líder do Grupo de Pesquisa História Popular do Nordeste (CNPq/UFS). Edita a revista Ponta de Lança: História, Memória e Cultura (UFS). Publicou os livros Combates entre História e Memórias. São Cristóvão/SE: EDUFS; Aracaju/SE: Fundação Oviedo Teixeira, 2005 e O Cangaço nas Batalhas da Memória. Recife: Editora Universitária (UFPE), 2011. Tem no prelo um livro sobre a História da Historiografia Sergipana.

 
LANÇAMENTO:
"O Cangaço nas Batalhas da Memória". Recife: Editora Universitária 
 Valor: R$30,00 (trinta reais)  Número de páginas: 165Terça, 17 de abril de 2012  -  19:30h 
Museu da Gente Sergipana - Av Ivo do Prado, Aracaju-SE. 
FONTE: www.lampiaoaceso.blogspot.com

II Festival de Músicas do Cangaço


O II FESTIVAL DE MÚSICAS DO CANGAÇO, que acontecerá em Serra Talhada/PE, no dia 28 de abril de 2012,  é um momento de reafirmação e reforço na identidade cultural do homem nordestino, tendo como ponto de partida a música e a história. Poucos momentos são tão especiais como este, portanto, venha brindar conosco, curtindo excelentes músicas, com compositores e intérpretes de alto nível, com a participação d’OS PARICEIROS e ANCHIETA DALI, em shows emocionantes,  com uma platéia calorosa e aconchegante. É assim a Terra de Lampião e Capital do Xaxado. No espaço do evento, na ESTAÇÃO DO FORRÓ, antiga Estação Ferroviária, não faltará  o artesanato, comidas regionais, uma boa poesia cordelesca, barracas com bebidas, regado a uma paixão infinda pela cultura do sertão.


Para mergulhar na cultura, se divertirem, se hospedar e comer bem, é só chegar aqui na Terra de Lampião. Segue algumas dicas:

POUSADAS
Pousada Lampião – (87) 3831 1402
Pousada Maria Bonita – (87) 3831 1223
Frontal da Serra – (87) 3831 8060
Hotel das Palmeiras – (87) 3831 1625
Hotel São Cristovão – (87) 3831 1093
Cactos Hotel – (87)  3831 1560
Pousada Império da Serra – (87) 3831 5216

RESTAURANTES 
Pizzaria Luar do Sertão
Churrascaria Plínio
Vianey Churrascaria
Serra China
Trivial
Pizzaria Bis
Oficina do Sabor
Restaurante Gabriela
Pizzaria Arri Égua
Sabor da Gente Restaurante
O visitante poderá ainda comer bode assado e cozido, arroz vermelho, rubacão e muito mais, na ÁREA DE ALIMENTAÇÃO DA FEIRA LIVRE.

O portal de entrada pra história de Serra Talhada é o MUSEU DO CANGAÇO, na Estação do Forró, antiga Estação Ferroviária.

O II FESTIVAL DE MÚSICAS DO CANGAÇO tem patrocínio do FUNCULTURA / FUNDARPE / SECRETARIA DE CULTURA / GOVERNO DE PERNAMBUCO, com o apoio da PREFEITURA DE SERRA TALHADA / SESC/PE e a KM Produções.

MUSEU DO CANGAÇO
Ponto de Cultura Cabras de Lampião
Vila Ferroviária, S/Nº - Centro
CEP: 56.903-170
Serra Talhada - Pernambuco
Tel: (87) 3831 3860 / 9938 6035

Angico: A história revisitada Por:João de Sousa Lima

João de Sousa Lima e Antônio Vilela
Dia 1º de abril de 2012, um domingo de Ramos, dia de oração para muitos fieis e por outro lado o que em nossa cultura comemora-se “Dia da Mentira” serviu para tornar verdadeira a história, sendo reconhecido um capítulo que por muito tempo se manteve sem o seu devido valor.   Lembro que tudo começou em 2008 quando Eu, Vilela e a equipe jornalística do Diário do Pernambuco, em visita para gravar uma entrevista com Antonio Vieira, soldado de volante e que residia na cidade alagoana de Delmiro Gouveia, prometemos ao velho combatente que iríamos realizar uma homenagem ao seu amigo de farda e companheiro de batalha, o soldado Adrião Pedro de Souza, que foi o único policial que morreu quando do confronto que matou o cangaceiro Lampião e mais dez companheiros incluindo sua mulher, a famosa Maria Bonita.
Em março de 2011 durante o evento do Centenário de Maria Bonita acontecido também na cidade alagoana de Piranhas, quando lá chegou o grupo de pesquisadores, escritores e estudiosos do tema cangaço oriundos de Paulo Afonso, fomos apresentados a Décio Canuto, neto do soldado Adrião e que tinha vindo de Maceió pra participar do evento e falar da possibilidade dos escritores realizarem a homenagem ao seu avô. Falamos para Décio que esse era um projeto meu e de Vilela e que vínhamos amadurecendo desde 2008, falando inclusive da promessa feita a Antonio Vieira. Vilela ficou encarregado de colher mais informações com os familiares de Adrião e que ainda residiam próximos a sua cidade Garanhuns.

A Placa que resgata a memória de Adrião
Depois de quatro anos do compromisso firmado com Antonio Vieira a promessa foi cumprida. Dia 1º de abril de 2012 saímos de Paulo Afonso, Eu, Jadilson Ferraz, Edson Barreto, Elaide Barreto e Evelin Barreto. De Garanhuns veio Vilela, sua esposa Da Paz, seu filho Hans Lincoln, a nora Soraya Crystina e o pesquisador de São Bento do Una, Edvaldo Primo.    Chegamos ao porto de Piranhas, embarcamos na canoa “O Cangaceiro”, comandada por Célio e descemos o Rio São Francisco até a Grota do Angico.Na Grota, lateral a pedra onde se situa a homenagem aos cangaceiros escolhemos uma pedra e fixamos a cruz e a placa com o seguinte texto:
Desempenhamos nossa obrigação e retornamos com a confiança do dever exercido e com a certeza da reparação histórica que por tantos e tantos anos ficou como lacuna sobre o capítulo acontecido naquela manhã fria de 28 de julho de 1938. Agora descanse em paz Adrião Pedro de Souza, descanse em paz Antonio Vieira.
Que os remanescentes de Adrião possam se orgulhar dos atos de suas últimas horas de vida, que a policia em seus arquivos resguarde o mérito desse brioso guerreiro, que a história lhe atribua o respeito merecido informando pontualmente que na Grota do Angico doze pessoas (e não onze) tombaram sem vida naquele fatídico dia frio.
João de Sousa Lima
Sóico da SBEC, Conselheiro Cariri Cangaço
www.joaodesousalima.blogspot.com

A cruz que faltava na história do cangaço Por:Edson Barreto

Grota do Angico
 
Cruz, do latim cruce, é utilizada por diversas religiões, principalmente a cristã. Usada, antes mesmo da morte de Cristo; os romanos a usavam como método de tortura para punir escravos, criminosos e subversivos. Cientificamente significa instrumento de suplício. Para lembrar a morte de alguém, geralmente uma cruz é posta sobre a cova ou túmulo, bem como é tida como símbolo de proteção. Remonta também à lembrança do calvário e do martírio vivido por Jesus Cristo.
Muitas cruzes, em diversos rincões das caatingas nordestinas, rodeadas por arbustos espinhosos, marcam a polêmica e sangrenta história do cangaço. A cruz sobre a cova do coiteiro Antonio Curvina (no povoado Salgadinho); a que lembra a trágica morte de Zé Pretinho (no povoado Riacho); a do jovem Zé de Clemente (no povoado Serrote); a cruz da capela da coiteira Generosa Gomes de Sá (no povoado Riacho); a cruz que sumiu misteriosamente da Grota do Angico, posta pelo Capitão João Bezerra, em lembrança aos onze cangaceiros mortos naquele local, dentre eles Lampião e Maria Bonita; além de inúmeras outras cruzes que marcam a dor e o sangue de um período de crueldade acontecido no sertão nordestino são exemplos vívidos de uma história imorredoura para inúmeras famílias.

 Edvaldo Primo, João de Sousa Lima, Antonio Vilela e Edson Barreto
Como toda história carece de registro, seja marcada pela tristeza ou pela alegria, dois renomados historiadores, pesquisadores e escritores do cangaço, em 2008, prometeram ao ex-soldado de volante, perseguidor de cangaceiros, o senhor Antônio Vieira, que residia em Delmiro Gouveia – Alagoas, fazer jus a um colega de farda que tombou morto sobre as pedras da Grota Angico no massacre de 28 de julho de 1938, o soldado Adrião Pedro de Souza. Daí, gestou-se o compromisso de pôr uma cruz na Grota do Angico em homenagem ao soldado Adrião que, no cumprimento do dever, tombou morto no solo sáfaro e pedregoso daquele sertão sergipano.
Sob o sol escaldante de 1º de Abril de 2012 a promessa foi cumprida. Os escritores Antonio Vilela (autor de O Incrível Mundo do Cangaço – Volumes I e II) e João de Sousa Lima (autor de Lampião em Paulo Afonso, Maria Bonita – A Rainha do Cangaço, Moreno e Durvinha – Sangue, Amor e Fuga no Cangaço, e outros livros) ergueram na Grota do Angico a cruz que faltava para lembrar a morte do esquecido soldado Adrião. Inclusive, Antonio Vilela está preparando um livro sobre a vida e morte desse praça; ao mesmo tempo em que João de Sousa Lima prepara um livro intitulado Luiz Gonzaga em Paulo Afonso, ambos serão lançados em breve.
A cruz, por uns venerada e por outros odiada é um símbolo de fé, portanto deve ser respeitada. Respeitado também deve ser todo aquele que não a aceita como símbolo de veneração e fé. Respeitados, devem ser os historiador João e Vilela que erigiram uma cruz, na Grota do Angico, para marcar a história esquecida de alguém que contribuiu para pôr fim no cangaço, o soldado Adrião Pedro de Souza.

Edson Barreto
Paulo Afonso-BA

Christiano Câmara por:Aderbal Nogueira

Aderbal Nogueira

Amigos, gostaria de agradecer a todos que prestigiaram Christiano Câmara em nossa mais recente reunião. Christiano não é para ser compreendido. Christiano é para ser admirado. Como já disse várias vezes, tenho a mais profunda admiração por sua pessoa. Muitas vezes vou a sua casa só para conversar, ou melhor, para aprender e absorver um pouco de seu conhecimento. Passo horas em sua companhia e de sua adorável esposa, dona Douvina. Não ligo quando dizem que ele é radical ou coisa parecida, isso não importa, o importante é que poucas pessoas tem o seu conhecimento e poucas pessoas tem prazer em divulgar a história como ele. Christiano é isso. Um amigo e um professor.

Nas próximas reuniões temos encontro com os amigos: Odilon Camargo, que nos falará sobre "Utopia"; Honório de Medeiros, que nos brindará com "O ataque a Mossoró" e também com outro ícone de nossa cultura. Nada mais nada menos que o grande Miguel Ângelo de Azevedo, o famoso NIREZ, que aceitou o meu convite para falar sobre "Fortaleza antiga", nos levando no 'túnel do tempo' a uma cidade desconhecida da maioria das pessoas, onde vamos ver fotografias e vídeos centenários de nossa loira desposada do sol, Fortaleza.

Vamos aguardar e nos deliciar com esse monstro sagrado da nossa historiografia. Na próxima semana estarei disponibilizando aos amigos blogueiros o vídeo da palestra de Christiano Câmara. Aguardem.


Abraços
Aderbal Nogueira
Diretor do GECC, Sócio da SBEC
Conselheiro Cariri Cangaço

De Luz, o matador de Juriti Por:Alcino Alves Costa

Alcino Costa ao lado de Jozé Cícero e Bosco André

Em nossos livros “Lampião além da versão” e “O Sertão de Lampião”, existe em cada um deles um capítulo discorrendo sobre a vida e morte de Deluz e de Juriti, este assassinado cruelmente pelo famoso e temido sargento, então delegado de Canindé de São Francisco. No “O Sertão de Lampião”, a página 269, está o capítulo “A morte do sargento Deluz” e no “Lampião além da versão, a página 345, está o capítulo “Juriti: perverso na vida, valente na morte”.
Amâncio Ferreira da Silva era o verdadeiro nome do sargento Deluz. Nascido no dia 11 de agosto de 1905, este pernambucano ainda muito jovem arribou para o Estado de Sergipe, indo prestar os seus serviços na polícia militar sergipana. Os tempos tenebrosos do banditismo levaram Deluz para o último porto navegável do Velho Chico, o arruado do Canindé Velho de Baixo. Por ser um militar extremamente genioso, violento e perverso, ganha notoriedade em toda linha do São Francisco e pelas bibocas das caatingas do sertão. Dos tempos do cangaço ficou na história, e está registrada no livro “Lampião em Sergipe”, o espancamento injusto que ele deu no pai de Adília e Delicado, o velho João Mulatinho, deixando-o para sempre aleijado. 
 
No pós-cangaço, sem jamais sair de Canindé, também ficaram na história aquelas versões de que os assaltantes de Propriá quando presos eram entregues a Deluz e ele ao transportá-los em canoas que faziam o trajeto Propriá/Canindé, prendia as mãos dos prisioneiros e amarrava uma pedra nos pés dos mesmos jogando-os dentro do rio. Um de seus maiores prazeres era caçar ex-cangaceiro para matá-los sem perdão e sem piedade. Foi o que fez com Juriti, prendendo-o na fazenda Pedra D`água e o assassinando de maneira vil e abjeta jogando-o em uma fogueira nas proximidades da fazenda Cuiabá. Foi em virtude de desavenças com o seu sogro, o pai de Dalva, sua esposa, que naquele dia 30 de setembro de 1952, quando viajava de sua fazenda Araticum para o Canindé Velho de Baixo, se viu tocaiado e morto com vários tiros. Morte atribuída ao velho pai de Dalva, o senhor João Marinho, proprietário da famosa fazenda Brejo, no hoje município de Canindé de São Francisco.

Diz à história que João Marinho foi o mandante, chegando até ser preso; e seu genro João Maria Valadão, casado com Mariinha, irmã de Dalva, portanto cunhado de Deluz, ainda vivo até a feitura desse artigo, com seus 96 anos de idade, completados no mês de dezembro de 2011, foi quem tocaiou e matou o célebre militar e delegado que aterrorizou Canindé e o Sertão do São Francisco.
  
Foi o sargento Deluz o matador de Manoel Pereira de Azevedo, o perverso e famoso Juriti. Manoel Pereira de Azevedo era um baiano lá das bandas do Salgado do Melão. Um dia arribou de seu inóspito sertão e viajou para as terras do Sertão do São Francisco, indo ser cangaceiro de Lampião, recebendo o nome de guerra de Juriti.

Este cangaceiro possuía uma aparência física impressionante. O seu porte atlético abismava as mocinhas sertanejas que se derramavam em desejos para receber os seus carinhos e o seu amor. Contrapondo a toda essa atração que despertava nas jovens, Juriti carregava em seu sentimento e em sua alma um extremado pendor para brutais violências; cangaceiro de atitudes monstruosas sentia especial prazer em torturar e assassinar com requintes animalescos as infelizes vítimas que caiam em suas mãos, como aconteceu com José Machado Feitosa, o rapaz de Poço Redondo que ele após torturá-lo medonhamente, o assassinou com uma punhalada em seu pescoço. 
 
Cangaceiro Juriti, na foto ao centro

Em pouco tempo Juriti angariou extraordinária fama. A fama de ser um cangaceiro que deixava as mocinhas sertanejas loucas de paixão e a fama de ser um assecla perverso ao extremo. Uma menina-moça, chamada Maria, filha de Manoel Jerônimo e Àurea, irmã de Delfina da Pedra D`água, deixou-o alucinado. Aquela ardente paixão foi recíproca. E o jamais imaginado pelos seus pais aconteceu. A menina de Mané de Aura deixou seu lar, seus pais e se jogou no mundo. Os seus sonhos e a sua ilusão era passar a viver nos braços do tão falado e comentado cabra de Lampião.

Na Grota de Angico vamos encontrar Juriti e Maria vivendo aquele instante de suprema agonia. Lampião, Maria Bonita e seus companheiros foram abraçados pela morte. Sem o grande chefe o viver cangaceiro não era possível. Os bandos espalhados pelas caatingas foram se desfazendo. Alguns fugiram e outros se entregaram as autoridades de Alagoas e Bahia.

Juriti seguiu o mesmo caminho de muitos. Após enviar a sua Maria para a proteção do pai e a ajuda do amigo Rosalvo Marinho que a levaram para Jeremoabo, onde ela foi recebida e bem tratada pelo capitão Aníbal Ferreira que deixando o papai surpreso e feliz liberou a sua filha para que com ele retornasse para sua casa e para o aconchego de sua família. Ainda mais. Solicitou a ajuda de Maria, do pai e de Rosalvo Marinho para que ambos fizessem com que Juriti e seus companheiros também viessem se entregar.

Juriti e Borboleta são convencidos pelo amigo da Pedra D`água e também seguem para Jeremoabo onde se entregam ao capitão Aníbal. Recebem o mesmo presente que Maria recebeu. São liberados. Borboleta joga-se na “lapa do mundo” e nunca mais se soube notícias dele. Talvez não esquecendo a sua Maria, Juriti se demora alguns dias no Canindé Velho de Baixo, porém no início de 1939 viaja para Salvador a capital baiana.

Em Salvador consegue trabalhar como vigia de um fábrica. Em 1941 é despedido do trabalho e retorna para o sertão de Sergipe. É seu desejo visitar os amigos da Pedra D`água, obter notícias de sua antiga companheira e seguir viagem para o Salgado do Melão, a sua terra de nascimento. Chegou ao último porto do Baixo São Francisco em uma quarta-feira e seguiu para a fazenda de Rosalvo Marinho, onde se “arranchou” e dormiu.

O sargento Deluz foi avisado da inesperada presença de Juriti na casa de seu cunhado Rosalvo Marinho. O sentimento impiedoso do militar não perdoava ex-cangaceiro. Juriti teria que pagar todos os crimes praticados durante sua vida no cangaço, e ele seria o juiz que iria condená-lo a morte.

Assim foi feito. A quinta-feira amanheceu e ainda muito cedo o café foi servido. Juriti conversa animado com seu amigo Rosalvo. Deluz e seus “rapazes” haviam cercado a casa. Surpreso, Juriti se vê na mira das armas dos atacantes e é imediatamente preso. Sorrindo, Deluz diz: “Mais qui surpresa! Nunca pensei qui Juriti fosse um pásso tom manso, tom faci de ser agarrado. Teje preso cabra. Eu num quero cangaceiro perto de mim não”.

Juriti se recompõe da surpresa e desafia Deluz, dizendo: “Deluz, você é covardi. Eu sei quem você é. Um covardi. Mostri qui é homi e mi sorte. Só assim você vai ficar sabeno quem sou eu. Vamu, mi sorti, covardi. Você é um covardi”. Amarrado a uma corda, Deluz transporta Juriti na direção de Canindé. Ao chegar a uma localidade chamada Roça da Velhinha, nas proximidades da fazenda Cuiabá, o sargento, friamente, ordena que se faça uma fogueira e quando as labaredas começam a lamber a caatinga e torrar a mataria e o chão daquele triste cenário da vida sertaneja, Juriti é jogado, sem dó e sem piedade no meio do fogaréu. Em poucos minutos o corpo do antigo cangaceiro havia se transformado em um monte de cinzas. Ficando, por várias décadas, como testemunha daquele medonho momento os botões da braguilha da calça de Juriti, além do negrume deixado pelo fogo no local do monstruoso assassinato do antigo Manoel Pereira de Azevedo, do Salgado do Melão.

Saudações cangaceiras!

Alcino Alves Costa
O Caipira do Poço Redondo
Sócio da SBEC - Conselheiro Cariri Cangaço

Uma noite de ouro ! Por:Manoel Severo

 Crhistiano Câmara, dona Douvina e Manoel Severo

O que dizer de nosso mais recente encontro Cariri Cangaço-GECC na Saraiva MegaStore do Iguatemi ? Bem, para quem teve a oportunidade de estar conosco; e o público do encontro foi realmente surpreendente, mais de 50 participantes; não teríamos problemas, entretanto para os muitos amigos que não puderam ir, temos uma tarefa verdadeiramente dificil em tentar refletir o grande presente que recebemos do incomparável Crhistiano Câmara.

"Agradeço a duas mulheres:A primeira a que me deu vida e a segunda a que me 
fez acreditar na vida !"

Acompanhado da gentil e amável esposa, dona Douvina, filha e neta, o bom e velho Christiano se sentiu em casa. A presença dos muitos amigos, tanto do Cariri Cangaço-GECC, como muitos outros convidados especiais tornou o ambiente plural, mas acolhedor. O tempo passou mais rápido do que imaginávamos e como de outras vezes foi necessário nos convidarem a encerrar o encontro, uma vez que chegávamos às 22 horas. Ao final ficou um gostinho de quero mais.

Christiano Câmara é dessas pessoas únicas. Sua conferência, ou, o bate-papo, nos conduziu à fantástica e iniqualável ligação entre a História e a Música, ou, como a História sempre esteve presente e retratada na Música, ou ainda, como a inspiração, o poema e a emoção de compositores e interpretes, perpetuaram os fatos históricos através de suas composições.

Crhistiano Câmara e a noite Cariri Cangaço-GECC na Saraiva MegaStore

Ataufo Alves, Orlando Silva, Francisco Alves, Elisete Cardoso, Assis Valente, Pixinguinha, etc, etc, etc... Dos idos de 1900 até a primeira metade do século passado, Christiano foi nos mostrando a intrínseca e monumental ligação entre a música e a história, sempre com seu carisma e humor inteligente, "doa a quem doer" acabou tornando a reunião do Cariri Cangaço-GECC, inesquecível. Vale ressaltar que todo o encontro foi gravado pela equipe de televisão da FGFTv e logo logo estaremos disponibilizando para todos os nossos amigos. Valew Christiano Câmara !

Manoel Severo
Cariri Cangaço-GECC