Grande Noite de Abertura do Cariri Cangaço São José de Belmonte
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Mesa Oficial de Abertura
A Mesa Oficial da Solenidade foi presidida pelo Prefeito Municipal Romonilson Mariano e sua esposa, pelo Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, pelo Presidente da Câmara Municipal Kayson Pires, pelo Presidente da Comissão Local, Valdir Nogueira e ainda pelo Secretário de Turismo Jackson Carvalho , pelo representante da SBEC, Aderbal Nogueira, pelo Secretário de Cultura da cidade de Crato, Wilton Silva, pelo Secretário de Cultura de Exu, Rodrigo Honorato e pelo representante do Conselho Alcino Alves Costa, Archimedes Marques.
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Após a execução do Hino Nacional Brasileiro o cerimonial convidou ao Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador paraibano Wescley Rodrigues para fazer a apresentação oficial do Cariri Cangaço aos presentes: "Particularmente esse ano de 2018 o Cariri Cangaço chegou de maneira inédita às capitais nordestinas, iniciando por Fortaleza, com um grande evento em Abril, em Junho novamente de maneira inédita contemplou o município de Poço Redondo em Sergipe e inaugurou suas edições na Bahia com o emblemático município de Pedro Alexandre, a Serra Negra e para encerrar um ano espetacular é com muita honra que o Cariri Cangaço desembarca a partir da noite de hoje na querida e tradicional São José de Belmonte; a Terra da Pedra do Reino e de tanta história e tradição." Pontuou Wescley Rodrigues em suas palavras.
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Conselheiro Wescley Rodrigues e a apresentação do Cariri Cangaço
Os Salões do Castelo Armorial na abertura do Cariri Cangaço
Wescley Rodrigues:"encerramos um ano espetacular e é com muita honra que o Cariri Cangaço desembarca a partir da noite de hoje na querida e tradicional São José de Belmonte; a Terra da Pedra do Reino e de tanta história e tradição."
Cariri Cangaço através de Rangel Alves da Costa, Elane Marques, Rodrigo Honorato e Wilton Silva homenageia personalidades na noite de abertura.
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Logo em seguida foram convidados os Conselheiros Cariri Cangaço, Elane Marques e Rangel Alves da Costa e ainda os secretários de cultura de Crato, Wilton Silva e de Exu, Rodrigo Honorato, para passar às mãos de várias personalidades locais o Diploma de Amigo do Cariri Cangaço; receberam a honraria o Prefeito Municipal Romonilson Mariano, o Presidente da Câmara Municipal Kayson Pires, o Presidente da Comissão Local, Valdir Nogueira ,o Secretário de Turismo Jackson Carvalho , e o Secretário de Desenvolvimento Robério Carvalho.o
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Conselheira Elane Marques e o Diploma ao Prefeito Romonilson Mariano
Secretário de Cultura de Crato Wilton Silva sauda os Homenageados
Wilton Silva e o Diploma ao Presidente Kayson Pires
Secretário de Cultura de Exu, Rodrigo Honorato e o Diploma ao
Secretário Robério Carvalho
Conselheiro Rangel Alves da Costa e o Diploma ao Secretário Jackson Carvalho
Conselheira Elane Marques e o Diploma ao pesquisador Valdir Nogueira
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Em suas palavras o Prefeito Municipal Romonilson Mariano ressaltou a grande importância da realização do Cariri Cangaço em São José de Belmonte e afirmou que "enquanto estiver a frente da prefeitura o Cariri Cangaço terá o apoio da municipalidade". Já o Presidente da Câmara Municipal, vereador e poeta Kayson Pires, registrou com emoção e versos a grande festa do Cariri Cangaço em sua chegada a São José de Belmonte.
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Presidente da Câmara Municipal Kayson Pires
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço conduziu na sequencia da solenidade falando da grande emoção de chegar à Terra da Pedra do Reino e afirmou "hoje realizamos um sonho acalentado ha muito tempo, pisar este solo sagrado, místico e cheio de tradição de São José de Belmonte..." Severo continuou sua fala ressaltando o grande e vital trabalho da Comissão Organizadora Local tendo a frente Valdir Nogueira, Clécio e Clênio Novaes, Edízio Carvalho e ainda o apoio da Prefeitura Municipal e das Associações; de Bacamarteiros e a Cultural da Pedra do Reino, concluindo e reafirmando com muita emoção a força e a tradição de Belmonte não sem antes deixar de ressaltar o trabalho "de um verdadeiro gigante, um louco, um apaixonado pelas coisas do sertão e da cultura armorial, o grande Clécio Novaes que com um espírito empreendedor incomum presenteia a todo o Brasil com um dos mais espetaculares patrimônios do sertão, o Castelo Armorial".
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Prefeito Romonilson Mariano, Vereador Kayson Pires e Conselheiro Sousa Neto; São José de Belmonte:"Cidade sede do Cariri Cangaço"
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A próxima etapa da solenidade marcou outro conjunto de importantes homenagens preparadas para a noite e teve seu prosseguimento com o curador do Cariri Cangaço Manoel Severo convidando ao Conselheiro Cariri Cangaço e Secretário de Cultura da cidade de Barro, escritor Sousa Neto para passar às mãos do Prefeito Municipal e do Presidente da Câmara o Título de Cidade Sede do Cariri Cangaço ao município pernambucano de São José de Belmonte.
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Clênio Novaes e Manoel Severo, homenagem ao Castelo Armorial
Conselheiros Cristina Couto, Wescley Rodrigues e o Título de "Equipamento Imprescindível à Memória e Cultura do Sertão" ao Castelo Armorial
Clênio Novaes agradece a homenagem do Cariri Cangaço
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Ato contínuo Manoel Severo convidou aos Conselheiros Cariri Cangaço; Cristina Couto e Wescley Rodrigues para a grande homenagem do Cariri Cangaço ao Castelo Armorial de São José de Belmonte. "Esse Patrimônio não pertence mais a Clécio Novaes, não pertence a Belmonte, nem a Pernambuco nem ao Brasil, pertence à humanidade, diante do tamanho de sua riqueza e significado histórico e cultural" revela Manoel Severo. Neste momento Wescley Rodrigues e Cristina Couto passaram às mãos de Clênio Novaes, irmão do empresário e empreendedor Clécio Novaes construtor do castelo, o título de “Equipamento Imprescindível à Memória e Cultura do Sertão” ao Espetacular Castelo Armorial de São José de Belmonte
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"Um convidado mais que especial nesta noite de abertura, um homem que estava à frente de seu tempo, um sertanejo que dignificou a verdadeira Alma Nordestina, um brasileiro apaixonado por sua origem, sua terra, sua cultura e sua gente: Ariano..."
Dantas Suassuna, Juliana Pereira e Ivanildo Silveira
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Ao final a última homenagem da noite, e prossegue Manoel Severo: "Temos um convidado mais que especial nesta noite de abertura, um homem que estava à frente de seu tempo, um sertanejo que dignificou a Verdadeira Alma Nordestina, um Brasileiro apaixonado por sua origem, sua terra, sua cultura e sua gente. É com muita satisfação que convidamos aos Conselheiros Juliana Pereira e Ivanildo Silveira para prestarem esta Homenagem Especial ao mais nobre convidado da Noite: Ariano Suassuna e convidamos seu filho Manuel Dantas Suassuna para receber em nome de seu pai o Título de "Personalidade Eterna do Sertão", dessa forma Manoel Severo anunciou a entrega do Diploma à memória de Ariano Suassuna, recebido por seu filho Dantas Suassuna.
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Dantas Suassuna; filho de Ariano; recebe o Título concedido a seu pai:
"Personalidade Eterna do Sertão"
Juliana Pereira faz a leitura do Título concedido a Ariano Suassuna
Ivanildo Silveira
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Ainda dentro das homenagens ao imortal Ariano Suassuna, o Cariri Cangaço convidou a caricaturista e artista plástica gaucha, Eliane Giolo; pela primeira vez visitando o nordeste; para entregar a caricatura de "Ariano Suassuna no Cariri Cangaço Belmonte" a Dantas Suassuna, a entrega foi feita por Eliane Giolo e Ingrid Rebouças. "Hoje realmente é um noite de muitas emoções, a espetacular caricaturista gaucha, Eliane Giolo, já ha muitas tempo espera por participar de um Cariri Cangaço e hoje realiza seu sonho de maneira excepcional presenteando a Ariano Suassuna através de Dantas Suassuna" lembra Ingrid Rebouças.
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A artista plástica Eliane Giolo e a caricatura de Ariano Suassuna no Cariri Cangaço...
Dantas Suassuna recebe caricatura das mãos de Eliane Giolo e Ingrid Rebouças
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Já Dantas Suassuna não contendo a emoção passou às mãos do Cariri Cangaço, através de seu curador Manoel Severo um exemplar da obra de seu pai: "Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta" e um precioso missal da "Missa de Encantamento" de Ariano, que acontece anualmente na Ilumiara da Pedra do Reino.
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Dantas Suassuna presenteia Manoel Severo com a Obra de Ariano
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Manoel Severo recebe homenagem de Rossi Magne
Para o encerramento da solenidade, o Presidente da Comissão Local do Cariri Cangaço, pesquisador e escritor Valdir José Nogueira foi o responsável pela apresentação a todos os participantes a conferência "A Força e a Tradição de São José de Belmonte", quando trouxe a todos os presentes a historia da formação de São José de Belmonte, passando por todas as fases e transições históricas, pelas principais famílias e seus fatos históricos com destaque especial para a Pedra do Reino.
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Anfitrião do grande Cariri Cangaço São José de Belmonte...
o"Quando decorridos 35 anos do movimento sebastianista da Pedra do Reino, no dia 24 de abril de 1873 o próspero povoado de Belmonte teve, com a criação da freguesia de São José de Belmonte, o seu território desmembrado do de Vila Bela. A Pedra do Reino, local das ocorrências de fanatismo, impôs-se, então, como marco divisório entre Belmonte, Vila Bela e Conceição do Piancó, no Estado da Paraíba. Em que pese a localização desse marco histórico e monumento natural no Município, desde sempre, a Pedra do Reino despertou o interesse da oficialidade municipal, através de ações para incorporá-la ao patrimônio Cultural de do município. O primeiro esforço, nesse sentido, partiu do coronel José Alencar de Carvalho. Quando prefeito, o mesmo utilizou a Pedra do Reino como símbolo oficial de São José do Belmonte e símbolo integrante da bandeira do município, criada por ele através da Lei Municipal nº 314, de 30 de dezembro de 1967.Hoje, não tem como associar o nome São José do Belmonte ao inconfundível marco histórico da Pedra do Reino, por isso o município ficou conhecido como
“Terra da Pedra do Reino”.
Fotos de Ingrid Rebouças
Cariri Cangaço São José de Belmonte
Noite de Abertura, Castelo Armorial
11 de Outubro de 2018
A Trama da Morte de Gonzaga e a Fazenda Cristovão no Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018
O segundo dia de Cariri Cangaço São José de Belmonte iniciou com a visita técnica à fazenda Cristovão, emblemático cenário e terra dos Pereiras. Aqui morou Crispim Pereira de Araujo, famoso Ioiô Maroto, personagem principal da trama e do ataque dos cangaceiros a Casa de Gonzaga em 1922, desta fazenda partiu o bando que levaria terror a Belmonte no amanhecer de 20 de outubro de 1922, o anfitrião e Presidente da Comissão Local do Cariri Cangaço; pesquisador e escritor Valdir Nogueira; foi o responsável pela apresentação do local e pela apresentação da trama da morte de Gonzaga que teve seu ápice na sede da fazenda Cristovão.
É Valdir Nogueira que nos conta: "São José do Belmonte, hoje a próspera cidade do sertão central de Pernambuco, sendo uma região de fronteira, despontava como um verdadeiro arraial nas hostes do cangaço, por aqui Lampião, o rei do cangaço, deixou também seu rastro de sangue, morte e destruição, quando junto a um numeroso grupo de cangaceiros no dia 20 de outubro de 1922, invadiu a cidade para eliminar o próspero comerciante Luiz Gonzaga Gomes Ferraz. Durante o ataque, os cangaceiros também sofreram a heroica resistência do destacamento de polícia local sob o comando do bravo sargento Sinhozinho Alencar (José Alencar de Carvalho Pires) que contou naquela difícil situação apenas com oito praças e dentre esses soldados lutou bravamente o jovem belmontense Luiz Mariano da Cruz, na ocasião com 22 dois anos de idade."
Coronel Gonzaga
A Caravana Cariri Cangaço São José de Belmonte que lotou cinco pousadas na cidade, marcou o encontro defronte a Matriz de Belmonte e a manhã já ia alta quando os quatro ônibus e mais uma dezena de veículos saíram da sede do município conduzindo os mais de 200 pesquisadores que prestigiavam o Cariri Cangaço São José de Belmonte rumo as ruínas da antiga casa sede da fazenda Cristovão; coito seguro do grupo cangaceiro de Sinhô Pereira e pouso do mais forte personagem da trama da morte do comerciante Luiz Gonzaga Ferraz; Ioiô Maroto. É Valdir Nogueira que conclui: "No assalto à cidade naquele 20 de outubro de 1922, o grupo invasor tendo saído da Fazenda Cristovão às 21h do dia anterior, entrou na cidade pela Rua de São José, no meio da cabroeira invasora fazia parte um rapaz jovem de chapéu desabado e alvacento, identificado como sendo o cangaceiro Lampião.”
Valdir Nogueira, anfitrião na fazenda Cristovão
E voltemos a Valdir com um capítulo especial sobre a participação do padre José Kehrle nesse episodio: "Durante o seu paroquiato aconteceu o “massacre de outubro de 1922”. Como ordenava a tradição, a festa de outubro, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, era realizada anualmente na cidade de Belmonte. As comemorações se iniciavam com a tradicional alvorada, os sinos da Matriz repicavam, fogos explodiam no ar, banda de música e pífanos alegravam as ruas...Aquela animada noite de 19 de outubro de 1922 teve como patrono o coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz. Este senhor, ao deixar a Matriz de São José juntamente com o padre José Kehrle, seguiu para a Casa Paroquial. Lá o reverendo então o interpelou sobre a sua situação com Ioiô Maroto. Respondeu o mesmo que a malquerença entre ambos havia terminado, pois que um irmão de Ioiô entrara com ele em negociações, tendo emprestado ao mesmo a quantia de três contos de réis e cedido o vapor para serviços de Maroto, e que também havia dispensado o seu pessoal que, por prevenção trazia armado. Nesse momento uma chuva começou a cair, o reverendo insistentemente, mais de uma vez, pediu para o coronel pernoitar na Casa Paroquial. Recusando, então, o convite do padre, às onze horas o coronel deixava aquela casa e retornava ao seu lar. Lá chegando, deu de cara com seu vaqueiro, Manoel Pilé, que espantado relatou que ficara sabendo que Ioiô Maroto estava juntando um considerável número de gente em armas na sua fazenda Cristovão.
Não dando crédito às desconfianças de seu vaqueiro, Gonzaga tranquilizou-o dizendo que não havia mais questão entre ele e seu compadre Ioiô. O certo é que pelas nove horas dessa mesma noite, Ioiô Maroto havia saído de sua fazenda com os seus companheiros e cangaceiros, parentes e moradores, em número superior a 45 homens, com rumo certo para a cidade de Belmonte, onde realizaria a empreitada na forma pretendida: matar o coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz.Em decorrência da Hecatombe de outubro de 1922 na cidade de São José do Belmonte, de acordo com o longo inquérito que procedeu a comissão judiciária, de todos os elementos que constituem as provas da ação penal ficou apurado que foi o cangaceiro Francisco Vereda quem atirou no coronel Gonzaga e no padre José Kehrle"conclui Valdir Nogueira.o
Não dando crédito às desconfianças de seu vaqueiro, Gonzaga tranquilizou-o dizendo que não havia mais questão entre ele e seu compadre Ioiô. O certo é que pelas nove horas dessa mesma noite, Ioiô Maroto havia saído de sua fazenda com os seus companheiros e cangaceiros, parentes e moradores, em número superior a 45 homens, com rumo certo para a cidade de Belmonte, onde realizaria a empreitada na forma pretendida: matar o coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz.Em decorrência da Hecatombe de outubro de 1922 na cidade de São José do Belmonte, de acordo com o longo inquérito que procedeu a comissão judiciária, de todos os elementos que constituem as provas da ação penal ficou apurado que foi o cangaceiro Francisco Vereda quem atirou no coronel Gonzaga e no padre José Kehrle"conclui Valdir Nogueira.o
Recorreremos agora ao pesquisador e escritor Sousa Neto, Conselheiro do Cariri Cangaço que nos conta:"Ouvindo amiudadas vezes as gravações feitas pelo amigo Amaury Correa de Araújo com Sinhô Pereira e Cajueiro no final dos anos sessenta sobre esse episódio tão marcante na historia daquela cidade, fui algumas vezes averiguar “in loco” e extrair por mim mesmo determinadas conclusões. É certo que os homens ricos do inicio do século passado, na ausência de estruturas financeiras formais com suficiente segurança, tinham que guardar o seu dinheiro e objetos de valor em suas próprias residências, despertando assim o interesse de todos os ripários. Por essa época grupos de cangaceiros e salteadores infestavam os sertões nordestino roubando, assaltando , extorquindo e muitas vezes até sequestrando. A ausência do estado e o diminuto contingente de agentes da lei favoreciam essas ações.Luiz Gonzaga Gomes Ferraz havia se destacado na região do Pajeú como próspero comerciante. Era alheio a guerra travada entre as influentes famílias Pereira e Carvalho por questões politicas naquela e em outras províncias da região. Até comentavam o interesse de Gonzaga de ingressar na politica por anseio de algumas outras famílias amigas, mas Gonzaga Ferraz era mesmo um grande empreendedor.
Ivanildo Silveira na visita a fazenda Cristovão |
Débora Cavalcantes e a visita a fazenda Cristovão |
Dr Ernando Carvalho e a trama da fazenda Cristóvão |
E continua Sousa Neto, "em março de 1922 o principal protetor de Sebastião Pereira e Luiz Padre, “major” Zé Inácio do Barro devido à austera perseguição do Governador do Ceará Justiniano de Serpa, seguiu os mesmos passos de Luiz Padre rumo ao estado de Goiás onde se homiziaram. Ficara ainda Sebastião Pereira (Sinhô Pereira) com os mesmos planos já frustrado uma vez.
"Sem o auxilio do major Zé Inácio e do coronel Antônio Pereira em declínio financeiro, mantenedores do bando, Sinhô Pereira se obriga a pedir ajuda a outros parentes mais abastados, fazendeiros amigos e comerciantes afortunados. Manter um grupo armado naqueles tempos não era tarefa das mais fáceis. No mês de maio daquele mesmo ano um comboio conduzindo mercadorias para Luiz Gonzaga foi interceptado pelo bando de Sinhô que saqueou todos os artigos. Sinhô Pereira já era avesso a Gonzaga por esse lhe negar ajuda financeira por varias vezes, inclusive recebeu certo dia como resposta da esposa de Gonzaga, Dona Martina, “que se quisesse dinheiro, que fosse trabalhar
como o seu esposo”.
Ingrid Rebouças
Carlos Alberto e Kydelmir Dantas
Geraldo e Rosane Ferraz e Juliana Pereira
Havia, entretanto um destacamento do Ceará sob o comando do Tenente Peregrino Montenegro, homem versado pelas barbáries cometidas em busca de arrancar qualquer informação a cerca do major Zé Inácio e seus asseclas, ultrapassando inclusive as fronteiras de seu estado para saciar o seu desejo e alcançar os seus intentos. Nas cercanias do vilarejo de Belmonte havia a fazenda Cristóvão, pertencente a Crispim Pereira de Araújo, conhecido como Yoio Maroto, casado no seu primeiro matrimonio com Maria Océlia Pereira, irmã de Luiz Padre. Ao ficar viúvo casa-se com a prima da primeira esposa por nome Francisca Pereira Neves e por ocasião do falecimento de Francisca, casa-se pela terceira vez com a cunhada de nome Generosa. Yoio Maroto era amigo e duas vezes compadre de Gonzaga aonde o respeito era reciproco.
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Por ocasião da passagem do tenente Montenegro a vila de Belmonte ficou sabendo por Gonzaga Ferraz das tropelias do bando de Sinhô Pereira naquela região e da amizade e parentesco entre o chefe cangaceiro e Yoio Maroto e rumou sem demora a fazenda Cristóvão. Ao chegar, ao finalzinho da tarde o perverso oficial já mostra a que veio e começa o seu interrogatório, como de costume a base de boas chicotadas nos criados da fazenda que acudiam pelo nome de Zé Maniçoba e Zé Preto. Foi uma noite de terror para a honrada família que ouviam palavrões dos mais alarmantes por parte da soldadesca embriagada que humilharam Yoio Maroto por algumas vezes. O ex- cangaceiro Cajueiro disse a Dr. Amaury que a sua mãe só não morreu por um milagre de Deus.
Ainda Sousa Neto: "Logo de manhã cedo sem as informações almejadas a volante cearense tratou de sair da fazenda Cristóvão e talvez pela falta de caráter que lhe era peculiar, Montenegro afirmou que estava ali por informação e solicitação de Luiz Gonzaga. Para alguns uma justificativa herética e totalmente sem crédito.O fato é que dali por diante a semente da desavença foi cultivada, Luiz Gonzaga jurando inocência e Yoio Maroto fingindo acreditar. Sedento de vingança sempre triste e acabrunhado Yoio Maroto mandou avisar a Sinhô Pereira o ultraje sofrido juntamente com a família. Sinhô já decidido a seguir para Goiás pede então a Lampião que resolvesse essa questão de Belmonte. Sinhô Pereira tinha enorme gratidão e apreço a Yoio, que além de ser seu primo era casado com Maria, irmã de Luiz Padre.
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Luiz Gonzaga Gomes Ferraz avisado de um possível ataque por parte de cangaceiros parentes de seu compadre contratou um efetivo armado para lhe garantir proteção. Semanas após resolveu deixar Belmonte retirando-se para a Bahia e depois Sergipe buscando se estabelecer quando foi convencido a voltar ao Pernambuco com todas as garantias, inclusive do governo do estado. Esse fato provocou ainda mais a ira de Yoio Maroto que começou a ponderar ser Belmonte pequeno demais para os dois, vez por outra murmurava: aqui ou um ou outro!
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Entra em cena Antônio Maroto, irmão de Yoio que para conseguir um empréstimo de três contos de reis, convenceu Gonzaga a não acreditar na boataria de uma possível vingança por parte de Yoio e que se empenharia no sentido de convencer o seu irmão de sua inocência. O avisa da saída de Sinhô Pereira do sertão nordestino o que deixa Gonzaga exultante, e em uma demonstração de placidez despensa a sua guarda pessoal recolhendo as armas e munições. Acreditou que tudo havia acabado. Mero engodo. Ainda alertado pelos habitantes de Belmonte para não dar crédito a Antônio Maroto, alguns amigos diziam: “Gonzaga em cangaceiro não se pode confiar, Yoio está preparando o bote”! É certo que todos tinham razão. Yoio Maroto ia pouco a pouco arregimentando homens para o ataque. Entre outros contou com Tiburtino Inácio (Gavião), filho do major Zé Inácio do Barro que tinha uma irmã casada com um primo de Yoio. Depois Cicero Costa e mais alguns familiares."
Voldi Ribeiro, Manoel Severo e Robério Santos
Ivanildo Silveira e Bosco André
Aderbal Nogueira e Jorge Remígio, ao fundo: Arthuzinhoo
"Em recente entrevista que fiz com o Sr. Vilar Araújo, filho de Luiz Padre no estado de Tocantins, esse afirmou que José Terto (Cajueiro) já se encontrava na região central do país há mais de dois anos ao lado de seu pai, quando da chegada de Sinhô Pereira lhe ordenando a voltar ao sertão nordestino comandar essa ação. Vilar conta que o seu tio Quinzão (Cajueiro) quando tomava umas doses de aguardente, sempre narrava esse episódio. É certo que a mãe de Cajueiro, D. Antônia Pereira da Silva foi ultrajada pela força volante de Peregrino Montenegro como ele mesmo narra. O que me causou mais curiosidade foi o fato do cangaceiro tão distante ser enviado para comandar uma ação já designada a outro. Questionei com o senhor Vilar essa motivação de Sinhô Pereira e Luiz Padre. A resposta veio sem pestanejar: “Tio Chico (Sinhô Pereira) acreditava que Lampião pudesse não atender ao seu pedido”. Cajueiro chega e se integra ao pequeno grupo liderado por Lampião e principia os preparativos para o ataque."
Sousa Neto, pesquisador e escritor.
Cariri Cangaço São José de Belmonte
Fazenda Cristovão e Casa de Gonzaga
12 de Outubro de 2018
Fotos de Ingrid Rebouças e Louro Teles
Fotos de Ingrid Rebouças e Louro Teles
A Grande Invasão à Casa de Gonzaga em Belmonte...1922
Da fazenda Cristovão; pouso de Ioiô Maroto e coito dos cangaceiros; partiu a Caravana Cariri Cangaço e as 15 horas chegávamos ao centro de São José de Belmonte para mais uma espetacular visita técnica, desta vez à "Casa de Gonzaga" e à célebre invasão que resultou em sua morte... Agora com a palavra o pesquisador Valdir Nogueira: "No centro histórico da cidade de São José do Belmonte, dominando a paisagem da bonita e tradicional Praça Pires Ribeiro, um imponente casarão chama atenção por sua extrema beleza.Pouca gente sabe, mas o casarão foi construído, entre os anos de 1911 e 1912, pelo Coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, importante comerciante, fazendeiro e pecuarista nascido no vizinho município de Floresta.Esta imponente casa, em estilo neoclássico, é uma herança dos tempos opulentos em que o poder oriundo da borracha da maniçoba, dominava o cenário local.Por toda a extensão do casarão há belos elementos decorativos, não apenas no frontão, mas por todas as paredes que compõem a fachada do imóvel."
Valdir Nogueira nos apresenta a trama do ataque à Casa de Gonzaga em 1922
Ivanildo Silveira, Manoel Severo, Clênio Novaes, Valdir Nogueira e Débora Cavalcantes
Louro Teles
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E continua Valdir: "A importância deste Casarão não se resume apenas aos seus belos traços arquitetônicos, vai muito além uma vez que está intimamente ligada ao fenômeno do cangaço em Belmonte. Esta casa, no alvorecer do dia 22 de outubro de 1922 foi atacada por cangaceiros dentre os quais Lampião, em parceria com um parente do chefe cangaceiro Sinhô Pereira, Crispim Pereira de Araújo, conhecido por “Ioiô Maroto”. Como não poderia deixar de ser, o ataque à residência de Gonzaga foi implacável. A resistência ofertada pelo proprietário e por policiais da guarnição de Belmonte arrastou-se longo tempo, mas o local foi invadido, saqueado, arrasado e o comerciante sumariamente executado em um quarto contíguo a sala de visitas."
Camilo Lemos e a "Casa de Gonzaga"
Wilton Silva, Aderbal Nogueira, Cicero Aguiar, Manoel Serafim e Camilo Lemos
Fonte: You Tube - Canal Raul Meneleu
"O trauma provocado pelo trágico desaparecimento do coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, levou a sua esposa Martina a retirar-se definitivamente do Município de Belmonte com sua família. Entre os anos de 1930 a 1934 o Casarão passou a sediar o Paço e Conselho Municipal de Belmonte (Prefeitura), até ser adquirido no ano de 1936 pelo Sr. João Batista Frutuoso de Pádua, tabelião local, pela quantia de quatro contos de réis. Seu João de Pádua foi casado com dona Pergentina Nunes da Silva, descendente do antigo sesmeiro Aniceto Nunes da Silva e prima legítima do escritor Rodrigues de Carvalho, autor do livro “Serrote Preto, Lampião e seus sequazes”. Hoje o Casarão pertence aos herdeiros do Sr. João de Pádua, cuja neta Perginha, residente no imóvel, ao longo do tempo vem lutando com todas as forças para preservar este grande patrimônio, histórico, turístico e cultural de São José do Belmonte", acentua Valdir Nogueira.
Desse sótão caiu o coronel Gonzaga e ao tentar escalar a janela abaixo foi executado...
Valdir Nogueira no interior da "Casa de Gonzaga" e o passo a passo do episódio...
O pesquisador e escritor Sousa Neto, Conselheiro Cariri Cangaço nos ajuda também a compreender como tudo aconteceu: "Yoio Maroto escolheu o dia ideal para o ataque. Belmonte estava em festa, outubro era o mês dos festejos celebrados ao Sagrado Coração de Jesus. Dia 19 de outubro o “noitário” ou patrono da festa era justamente Luiz Gonzaga Gomes Ferraz e o ataque teria que ser no dia seguinte logo cedo, pois com certeza Gonzaga estaria em casa. Ao romper o dia 20 de outubro o casarão de Gonzaga estava completamente cercado.
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O povoado é acordado ao som de machadadas, pernadas e várias outras formas de conseguir arrebentarem as portas da residência. As pancadas pouco a pouco iam despertando os vizinhos e outros moradores que logo perceberam se tratar de um violento ataque a residência do homem mais prestigiado daquele vilarejo. Segundo o cangaceiro Cajueiro na aludida entrevista, disse ser ele o primeiro a penetrar no interior da residência após escalar o muro do quintal. Ficou dando apoio enquanto os seus companheiros arrombavam um portão que dava para a rua dos fundos. Outro grupo tentava o arrombamento da porta da frente. Foi justamente nesse momento que Cajueiro assistiu a morte de Baliza, um dos que tentavam despedaçar o portão. A morte de Baliza ainda não está de tudo esclarecida, há mais razões para esse assassinato,isso é outra história."
Família de Gonzaga
Foto da época do ataque: Praça Pires Ribeiro, rua onde estava o comércio de Gonzaga
Ioio Maroto, na foto à nossa esquerda
E continua Sousa Neto: "Alguns moradores já acordados vieram em socorro de Gonzaga e assim começa o tiroteio. Gonzaga que ao ouvir as pancadas e perceber que o bando sinistro havia penetrado na residência subiu a escadaria por um dos quartos que dava para o sótão da casa. Ainda segundo Cajueiro uma senhora apavorada pergunta quem é o chefe, ele responde: “nois num tem chefe”, nesse momento um cangaceiro tenta contra uma jovem que parte em sua direção e lhe agarra dizendo: valha-me senhor pelo amor de Deus! Cajueiro manobra o rifle e diz: Agora você escolhe, ou solta à moça ou me mata ou morre.
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Então o seu companheiro a soltou e essa foi em direção a sua mãe que se encontrava na cozinha. Cajueiro então pergunta: Cadê o “major” tá ai? Ela respondeu “tá ai dentro sim senhor”. Ato continuo Cajueiro tranca a família em um quarto e chama o cangaceiro Livino para nas palavras dele “dar uma busca na casa”. Cajueiro dando boas risadas, confessa ao Dr. Amaury que Gonzaga havia caído do sótão e estava escondido atrás da porta. Estive recentemente observando o sótão da casa de Gonzaga e pude perceber que a parte que compreende a sala de estar, bem como todos os quartos do lado esquerdo do grande corredor estavam forrados"
Imagens internas da "Casa de Gonzaga"
Amélia Araujo e Mabel Nogueira
E conclui Sousa Neto:"O lado direito da casa, o sótão estava em construção. O detalhe é que a parte acima dos quartos por onde tinha a escada de acesso, eram de tabuas fornidas e pregadas de cima para baixo, ambiente propicio para armazenar objetos, alimentos etc. A parte da sala de estar era toda forrada de madeira fina, toda ela pregada com pregos de baixo para cima, apenas dar adornar ainda mais o bonito recinto.Luiz Gonzaga aterrorizado tentando se ocultar naquele ambiente escuro, caminhou para o mais distante possível da escada e foi para a parte da sala de estar. Penso haver ele esquecido que aquele adorno não suportaria o seu peso. Foi ai que o assoalho cedeu, ele caiu e tentou se abrigar atrás da porta, mas a casa já estava infestada de bandidos que pensavam apenas em passar a mão nos objetos de valor.
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Ainda segundo Cajueiro Livino Ferreira foi quem fez o serviço, matou o “major” Gonzaga. Morreram nesse episódio o cangaceiro José Dedé “o Baliza”, Antônio da Cachoeira (sofreu um ataque cardíaco fulminante) e o soldado Heleno Tavares hoje homenageado com o nome da rua que combateu o bando nefasto. Saíram feridos do bando de Lampião, Yoio Maroto com um tiro no braço, o valente Zé Bizarria e Cicero Costa.Anos depois foi aberto um inquérito para apurar essa ocorrência e em 07 de outubro de 1929 todos os 42 implicados foram condenados. Yoio Maroto refugiou-se no Barro debaixo da proteção de Justino Alves Feitosa que dias depois lhe deu carta de recomendação endereçada ao Coronel Leandro da Barra, homem influente na região dos Inhamuns que o acolheu. Yoio passou a viver usando o nome fictício de Coronel Antônio Alves. Com muito esforço e trabalho adquiriu a fazenda Malhada Vermelha aonde veio a falecer em 19 de maio de 1953."
O centro histórico de São José de Belmonte a partir de sua tradicional Praça Pires Ribeiro, e praça da Matriz de São José, de seu casario histórico e da "Casa de Gonzaga"...
Geraldo Ferraz e Clênio Novaes
Demétrio, o telegrafista genro do Coronel Gonzaga.
É Valdir Nogueira que nos conta mais alguns detalhes do trágico episódio: "Telegrafista na Agência Postal e Telégrafo de Belmonte, natural de Recife, José Demétrio de Albuquerque Silva era noivo da senhorita Maria de Lourdes Gomes Ferraz (Bida), filha do coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz quando aconteceu a hecatombe de 22 de outubro de 1922 em que este coronel foi barbaramente assassinado nas hostes do banditismo. Durante o assalto à casa do coronel Gonzaga, o jovem Demétrio tendo naquele dia pernoitado na dita residência, foi juntamente com dona Martina e filhos segregados em um quarto.contíguo a sala de jantar pelo cangaceiro Cajueiro, cumprindo assim um pedido feito por Ioiô Maroto para poupá-los de qualquer tipo de agressões por parte dos demais cangaceiros.
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O telegrafista Demétrio era um senhor elegante, que não saía de casa sem paletó e gravata e que alguns falavam ter idéias comunistas. Em Belmonte Demétrio trabalhou na Agência Postal e Telégrafo por anos a fio. Casou duas vezes, sendo que a primeira com Maria de Lourdes Gomes Ferraz (Bida), filha do coronel Gonzaga Ferraz. De acordo com o Livro de Notas nº 4, pág. 169/170 do 2º Ofício de Belmonte, no dia 27 de maio de 1933, José Demétrio comprou ao Sr. Joaquim Leonel Pires de Alencar um lote de terras na fazenda Campos e denominou de Fazenda Montreal. Dizem que nessa fazenda Demétrio hospedou clandestinamente, entre os anos de 1935 a 1936 o Sr. Antônio Vilar, cidadão português, que nada mais nada menos se tratava de Luis Carlos Prestes, militar e político brasileiro com identidade diferente."
Edificada e pertencente ao coronel Luiz Gonzaga Gomes Ferraz, esta casa sediou a partir do ano de 1917 a Agência Postal e o Telégrafo da cidade de Belmonte e onde também residiu quando aqui chegou no ano de 1921 o jovem telegrafista José Demétrio de Albuquerque Silva. Esta residência foi adquirida em 25 de abril de 1951 pelo Sr. Joaquim Donato de Moura, cujos proprietários atuais são seus herdeiros.
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De Belmonte, José Demétrio de Albuquerque Silva foi residir no Estado da Paraíba onde se tornou advogado e ao longo dos anos se aposentou como Juiz de Direito. “Postura de Arribação” é o título do livro editado em 1958 pelo Dr. Demétrio, onde o autor narra fatos marcantes da sua vida inclusive de sua passagem pelo município de Belmonte...
Assassinado barbaramente durante o assalto a cidade de Belmonte no dia 20 de outubro de 1922 pelo bando de Lampião. O soldado Heleno aos 22 anos de idade caiu em poder dos bandidos quando acudia a chamada para a defesa da cidade. Foi sepultado no cemitério local. O soldado Heleno Tavares de Freitas era natural do Estado de Alagoas, filho de João Tavares de Freitas e Joana Maria da Conceição. Soldado do destacamento de Polícia da cidade de Belmonte, cujo comandante na época era o sargento José Alencar de Carvalho Pires (Sinhozinho Alencar), aos 20 anos de idade casou com Enedina Maria da Conceição, natural do município de Salgueiro, filha de Rufino Benedito da Silva e Jesuina Maria Ribeiro. O matrimônio do soldado Heleno foi realizado na Matriz de São José de Belmonte no dia 27 de julho de 1920 pelo padre José Kherle, e teve como testemunhas José Bezerra Leite e Luiz Mariano da Cruz, ambos também soldados da Polícia Militar de Pernambuco.
Sinhozinho Alencar
Andanças...
Cariri Cangaço São José de Belmonte
Casa de Gonzaga, Centro
12 de Outubro de 2018
Fotos: Ingrid Rebouças e Louro Teles
Cavalhada Zeca Miron de São José de Belmonte e do Cariri Cangaço...
Logo após a visita técnica à "Casa de Gonzaga" palco do trágico episódio de 1922 a Caravana Cariri Cangaço seguiu pela própria praça até o patamar da Igreja Matriz de São José, ali participaríamos do espetacular cortejo da Cavalhada Zeca Miron, uma das mais tradicionais manifestações culturais do nordeste, própria de São José de Belmonte e que pela primeira vez se apresentava fora do período específico de sua festa sempre no mês de Maio...
Matriz de São José e o cortejo Cavalhada Zeca Miron - Cariri Cangaço
Filarmônica São José
"As Cavalhadas foram muito praticadas na Espanha e Portugal, visando revitalizar o patriotismo das duas nações, quase descaracterizadas pelo prolongado domínio dos mouros. Trazidas ao Brasil pelos portugueses, ainda no século da descoberta, sobrevivem até os dias de hoje, em vários estados, sendo tradicionalmente realizadas no município de São José do Belmonte no sertão de Pernambuco. Essa mesma Cavalhada Zeca Miron hoje se preparou e se apresentou no Cariri Cangaço de São José do Belmonte.Na programação, a concentração dos cavaleiros, amazonas, rei e rainha saiu pouco depois das 16h, em frente à Igreja Matriz de São José e o cortejo seguiu em desfile pelas principais ruas da cidade, até o Estadio '' O Carvalhão'', onde foi apresentado o grande espetáculo, que é a Cavalhada Zeca Miron.
Eram perto das 16h e pouco a pouco os convidados do Cariri Cangaço foram tomando a frente da Igreja Matriz enquanto os componentes da Cavalhada chegavam em cortejo, precedidos pelo Rei e Rainha da Cavalhada, remontando tradição, folclore, arte e cultura, remanescentes da época da pátria mãe... O colorido; o azul e o encarnado, predominante nos trajes dos cavalheiros e damas, as fitas, os adereços, os acessórios e os detalhes que compõe todo o figurino e a beleza e elegância dos participantes e montarias nos transportavam no tempo e espaço.
Edízio Carvalho, Rei e anfitrião...
Rainha, Rei e os Mestres da Cavalhada Zeca Miron
Manoel Severo e Ingrid Rebouças
Manuel Dantas Suassuna e Ernesto Carvalho
Ingrid Rebouças e Cristina Couto
Milla Ferreira, Cicero Aguiar, Maria Oliveira, Rangel Alves da Costa, Rose Souza,
Vera Lucia, Manoel Belarmino, Junior e Ranaíse Almeida
A Cavalhada Zeca Miron é uma das principais manifestações culturais do Estado de Pernambuco, a cada ano tinge com muito azul e encarnado a cidade de São José do Belmonte. O evento, que é uma tradição, ocorre durante a festa da Cavalgada à Pedra do Reino, se constitui de um espetáculo de cores e sincronias simulando uma luta na qual os 12 participantes principais representam, com evoluções equestres e movimentos de espada e lança uma batalha de fundo religioso entre mouros e cristãos, simplesmente sensacional...
O testemunho e a emoção latente e forte de cada convidado do Cariri Cangaço São José de Belmonte é consolidado na fala de Valdir Nogueira: "A cidade se enfeita e se prepara para festejar e rememorar o tempo das CRUZADAS pois a Cavalhada, uma representação simbólica da luta travada entre mouros e cristãos, quando da invasão moura à Península Ibérica, representação trazida pelos portugueses quando vieram para o Brasil e que, até hoje, é realizada em muitas cidades , sendo que em São José do Belmonte, sertão de Pernambuco é extremamente marcante." Sem dúvidas foi uma das maiores emoções de um Cariri Cangaço que ficou marcado em todos os corações.
Manoel Severo
Quirino Silva e o Cortejo da Zeca Miron
Dra Amelia Cardoso e Comendador Mariano
Jorge Figueiredo o "Sertão Nordestino"
Junior Almeida, Luiz Antônio, Waguinho Ferraz, Manoel Severo e Afranio Oliveira
Dantas Suassuna e Ernesto Carvalho
Cris Silva e Junior Almeida
E continua Valdir: "Os folguedos populares e tradicionais serviam para quando o povo, concentrado nas grandes festas religiosas ou não, tivesse nas formas espetaculares de uma cavalhada, por exemplo, uma lição objetiva do bem vencendo o mal, do “mouro infiel” vencido pelo cristão. Esse divertimento nesta grande e tradicional festa, contribuiu para a formação religiosa do povo na forma de teatro popular em praça pública, que o jesuíta aproveitou para a catequese."
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Para Waguinho Ferraz, "o Cariri Cangaço, movimento que vem desbravando o sertão nordestino, surpreendeu mais uma vez. Inovou nessa edição com um misto de referencia erudita e costumes da realeza com as tradições da cultura popular nordestina. Presenteou-nos com os encantos da Pedra do Reino e os encantos do movimento cangaceirista nordestino! Parabéns Manoel Severo Barbosa, Valdir José Nogueira ,Manuel Dantas Suassuna, Comissão Organizadora, Conselheiros e demais idealizadores desse encontro! E viva o Rei!"
Louro Teles
Jorge Remígio e Getúlio Bezerra
“Só depois de adulto, aprofundando meus conhecimentos religiosos e astrológicos e estudando o Catolicismo da PEDRA DO REINO, foi que descobri como essa noção é profunda, zodiacal e estrelar! Mas isso foi depois e fica para depois: naquele meu primeiro dia de Cavalhada, obedecendo à orientação de Tia Filipa, filiei-me ao Cordão Azul, no que fiz, aliás, muito bem, porque ele ganhou e eu quase morro de entusiasmo.” (Romance da Pedra do Reino- Ariano Suassuna).
Da praça o Cortejo tendo a frente os "dobrados tradicionais" executados pela brilhante Banda Filarmônica São José, da Cavalhada Zeca Miron seguido pela Caravana Cariri Cangaço passou pelas principais ruas da cidade se deslocando até o estádio Carvalhão onde novas emoções estavam aguardando a todos dentro da programação do Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018.
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No palco das grandes emoções, de um lado o encarnado, do outro o azul, no centro: A grande paixão pela perpetuação das tradições e cultura de nosso povo. A isso chamo Cariri Cangaço São José de Belmonte !
No estádio Carvalhão e sob os olhares e aplausos de uma comitiva de mais de 200 pesquisadores de todo o Brasil, que formavam a Caravana Cariri Cangaço, foram iniciadas as competições entre os cavaleiros azuis e encarnados,entre as modalidades; corrida das argolas, lance as lanças e corrida das espadas. A disputa acirrada mostrava aos presentes o contagiante entusiasmo, perícia, elegância dos cavaleiros e madrinhas das duas cores e principalmente a força de uma tradição secular renascida bem no meio do sertão de pernambuco.
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Para Cris Silva, da cidade de Natal:"Sinceramente, nada do que eu vier a dizer aqui será capaz de descrever tamanha satisfação, isso não tem preço! Em nossas vidas, momentos como este ficarão marcados para sempre...Eu me sinto honrada de poder fazer parte desta família maravilhosa , sinto-me imensamente feliz a cada encontro e reencontro proporcionado por este que é mais que um evento, é um sentimento chamado Cariri Cangaço!Sem palavras !
"Cavalhada é uma celebração portuguesa tradicional que teve origem nos torneios medievais, onde os aristocratas exibiam em espetáculos públicos a sua destreza e valentia, e frequentemente envolvia temas do período da Reconquista. Era um "torneio que servia como exercício militar nos intervalos das guerras e onde nobres e guerreiros cultivavam a praxe da galantaria. Nas cavalhadas as alcanzias, bolas de barro ocas cheias de flores e cinzas, eram jogadas no campo de batalha. As cavalhadas recriam os torneios medievais e as batalhas entre cristãos e mouros, algumas vezes com enredo baseado no livro Carlos Magno e Os Doze Pares da França, uma coletânea de histórias fantásticas sobre esse rei." Tudo isso encontramos de forma inusitada e extraordinariamente mágica na terra da Pedra do Reino...
Clênio Novaes, Valdir Nogueira, Ernesto Carvalho, Manoel Severo e Dantas Suassuna
Conselheiros Cariri Cangaço; Ivanildo Silveira, Wescley Rodrigues e Sousa Neto
Manoel Severo, Ingrid Rebouças, Clênio Novaes, Manoel Serafim e Valdir Nogueira
"Foi um evento planejado e executado com muito capricho, com muito amor e muita dedicação, o resultado foi simplesmente encantador" ressalta o Conselheiro Cariri Cangaço Manoel Serafim da cidade de Floresta. Para o Conselheiro Cariri Cangaço Edvaldo Feitosa da cidade de Água Branca, "o Cariri Cangaço além do aprendizado tem esta magia: Construir amizades! E que venha o próximo! Já a Conselheira Cariri Cangaço Juliana Pereira, assevera:"Sem sombra de dúvidas, um dos melhores! Amei e já estou com saudade. Foi o que mais aprendi, amadureci... o que mais me provocou reflexões, fantástico!"
Cariri Cangaço São José de Belmonte
Estádio Carvalhão
12 de Outubro de 2018
Fotos: Ingrid Rebouças e Louro Teles
Castelo Armorial Recebe Segunda Noite de Cariri Cangaço 2018
Manoel Severo, Jorge Remígio, Luiz Ferraz Filho e Sousa Neto
A noite do segundo dia de Cariri Cangaço São José de Belmonte novamente teve como anfitrião os salões do Extraordinário Castelo Armorial. A noite contemplaria um dos momentos mais aguardados do evento, uma mesa de debates onde a "saga" do embate secular entre as tradicionais famílias Carvalho e Pereira que prometia eletrizar o debate que reuniu um sensacional público que lotou o Castelo Armorial para mais um momento inesquecível de Cariri Cangaço.
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A Mesa Oficial do segundo dia contou a presença do Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, do Presidente da Comissão Organizadora Local, Valdir Nogueira, do Presidente do Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço, Narciso Dias, do Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Pajeú, Augusto Martins, do representante do Conselho Alcino Alves Costa, pesquisador Ivanildo Silveira, do representante do Castelo Armorial Clênio Novaes e do pesquisador e documentarista sergipano Robério Santos.
Cerimonial de Rossi Magne
Mesa de Abertura da segunda noite de Cariri Cangaço
Robério Santos, Ivanildo Silveira, Clênio Novaes, Manoel Severo, Valdir Nogueira,
Narciso Dias e Augusto Martins
Divonildo Sobreira, Geraldo Ferraz, Ivanildo Silveira, Sousa Neto,
Luiz Forro e Louro Teles
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Dentro da programação , o Mestre de Cerimônias da segunda noite; poeta e pesquisador da cidade de Propriá; Rossi Magne, deu inicio às homenagens da noite. Confirma Rossi: "Como foi dito na noite de ontem, São José de Belmonte é o 23º município que recebe o Cariri Cangaço nestes 9 anos de realização deste que já se configura como a maior iniciativa do gênero no Brasil. O Cariri Cangaço é uma grande construção coletiva que fomenta a pesquisa e o estudo de temas nordestinos, promovendo a integração de toda a nação sertaneja por onde passa" e continua Rossi:"O Cariri Cangaço é mais que um Evento e passou a se consolidar como um Sentimento; e o principal sentimento que norteia o Cariri Cangaço sem dúvidas nenhuma é a Gratidão e o reconhecimento".
Edízio Carvalho, Manoel Serafim e Manoel Severo
Sousa Neto e Luiz Antônio
Rangel Alves da Costa, Rossi Magne e Ivanildo Silveira
Arthur Holanda, Ingrid Rebouças e Wescley Rodrigues
Manoel Severo, Ingrid Rebouças e Rossi Magne
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Dando prosseguimento foram convidados o Conselheiro Cariri Cangaço, poeta, cordelista e escritor Kydelmir Dantas e o pesquisador e documentarista da cidade de Itabaiana e do programa Cangaço na Literatura, Robério Santos para prestar a primeira homenagem da noite a uma das mais tradicionais manifestações culturais de todo o estado de Pernambuco. Recebeu o Título de Manifestação Cultural Imprescindível para a perpetuação da Memória e Tradições do Sertão a Cavalhada Zeca Miron, representada pelo Mestre Régis. Na oportunidade Kydelmir Dantas prestou uma homenagem à cultura belmontense ressaltando a memória do homem do campo, o herói agricultor retratado de maneira honrosa em uma das praças da cidade.
Kydelmir Dantas
Kydelmir Dantas, Mestre Régis e Robério Santos
Mestre Regis da Cavalhada Zeca Miron
Com imagens de Raul Meneleu Mascarenhas:
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Em seguida foram convidados o Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor da cidade de Água Branca nas Alagoas, Edvaldo Feitosa e o pesquisador e escritor; mestre em Padre Cícero; da cidade de Juazeiro do Norte, Daniel Walker para prestar a segunda homenagem da noite a uma outra das mais tradicionais manifestações culturais de todo o estado de Pernambuco e do nordeste e passar às mãos de Ernesto Carvalho, Mestre Bacamarteiro, o Título de Manifestação Cultural Imprescindível para a perpetuação da Memória e Tradições do Sertão a Associação de Bacamarteiros da Pedra do Reino.
Edvaldo Feitosa, Mestre Ernesto Carvalho e Daniel Walker
Quirino Silva, Manoel Severo e Ernesto Carvalho
Ato contínuo o Mestre Bacamarteiro Ernesto Carvalho, um dos mais destacados personagens culturais de São José de Belmonte, ressaltou o trabalho desenvolvido e a grande iniciativa do Cariri Cangaço e passou às mãos do Curador do evento, Manoel Severo, uma homenagem em nome das Associações Culturais da cidade e na oportunidade convidou ao artista paraibano Quirino Silva para também realizar a homenagem.
Manoel Severo recebe homenagem em nome do Cariri Cangaço
Debora Cavalcantes e Mestre Ernesto Carvalho
Conselheiro Wescley Rodrigues e as cidades sedes do Cariri Cangaço,
camisa lançada em São José de Belmonte.
Clênio Novaes e Manoel Severo
Junior Almeida, Geraldo Ferraz, Ivanildo Silveira, Luiz Forró, Valdir Nogueira e José Irari
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Seguindo a programação da segunda noite, o cerimonialista Rossi Magne ressaltou o espirito da construção do Cariri Cangaço:"O Cariri Cangaço é resultado dos esforços de seu Conselho Consultivo, das prefeituras parceiras e de muitos outros organismos e instituições que se unem na direção da construção deste grande empreendimento. Agora para a última homenagem da noite gostaríamos de convidar o Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor da cidade de Recife, Geraldo Ferraz e ao pesquisador, advogado da cidade de Crato, Aglézio Brito; representando nesta noite o ICC - Instituto Cultural do Cariri; para prestar a terceira homenagem da noite a uma dessas valorosas instituições que estão ao lado do Cariri Cangaço."
Geraldo Ferraz, Augusto Martins e Aglézio de Brito
Presidente do IHGP, Augusto Martins
Louro Teles
Em seguida foi convidado o Presidente do IHGP - Instituto Histórico e Geográfico do Pajeú, vereador da cidade de Afogados da Ingazeira, Augusto Martins para receber o Título de Instituto Imprescindível para a perpetuação da Memória e Cultura do Sertão, das mãos do Conselho Alcino Alves Costa . Logo após o recebimento da honraria , Augusto Martins fez uso da palavra para agradecer a homenagem prestada pelo Cariri Cangaço como também apresentar aos presentes uma breve história do IHGP, que reúne em seus quadros representantes de todos os municípios que fazem parte do tradicional Vale do Pajeú, em Pernambuco.
Manoel Severo apresenta os Conferencistas da noite...
Luiz Ferraz Filho, primeiro conferencista da noite
Luiz Ferraz Filho, Sousa Neto e Jorge Remígio
A Noite teve seu encerramento marcado pelo ponto alto da programação em seu segundo dia. O Curador do Cariri Cangaço convidou para que a mesa solene fosse desfeita e ato continuo formou uma nova mesa, desta vez formada por qualificados conferencistas para o tema principal, "A Saga dos Carvalho e Pereira"; dois dos troncos familiares mais tradicionais de todo o estado de Pernambuco; os convidados Cariri Cangaço São José de Belmonte puderam "beber da fonte" e por mais de duas horas entraram em contato com recortes importantes da gênese e da historia desse conflito secular...
A Saga Carvalho x Pereira na noite de luxo do Cariri Cangaço São José de Belmonte
Luiz Ferraz Filho, Sousa Neto e Jorge Remígio
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Luiz Ferraz Filho, pesquisador de Serra Talhada; um dos jovens genealogistas mais brilhantes da atualidade em matéria de historia do Pajeú; Sousa Neto, Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor de renome nacional, secretário de cultura da cidade de Barro e Jorge Remígio, Conselheiro Cariri Cangaço, membro do GPEC e um dos mais lúcidos pesquisadores do cangaço dos tempos modernos, prenderam a atenção de todo o público até bem depois das 23 horas, numa demonstração da força e do magnetismo da temática, encerrado a segunda noite de Cariri Cangaço com chave de ouro.
A Conferência na íntegra se encontra logo abaixo, com imagens gravadas pelo Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador Raul Meneleu Mascarenhas.
Cariri Cangaço São José de Belmonte
Castelo Armorial, segunda noite
12 de Outubro de 2018
Fotos: Ingrid Rebouças e Louro Teles
Fotos: Ingrid Rebouças e Louro Teles
A Saga dos Carvalho e Pereira no Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018
PARTE 1
Um dos momentos mais aguardados do Cariri Cangaço São José de Belmonte foi a Mesa de Debates onde o tema principal, "A Saga dos Carvalho x Pereira" , capitaneada pelos pesquisadores; Luis Ferraz Filho de Serra Talhada, Sousa Neto de Barro e Jorge Remígio de Custódia; trouxeram ao público expectador do Cariri Cangaço em sua segunda noite, no castelo Armorial, recortes importantes desta magnifica história envolvendo dois dos mais tradicionais troncos familiares de Pernambuco e do nordeste.
PARTE 2
PARTE 3
PARTE 4
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Imagens de Raul Meneleu Mascarenhas
Fonte: Youtube
Cariri Cangaço São José de Belmonte
Castelo Armorial
12 de Outubro de 2018
A Casa de Pedra e o Tiro no Pé...
Eram nove da manhã quando a Caravana Cariri Cangaço marcou encontro de fronte a Matriz de São José para o inicio do terceiro dia de Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018. A programação reservava duas importantes agendas para o dia: Visita à Casa de Pedra; local onde se refugiou Virgulino Ferreira da Silva em 1924, logo após o tiroteio com a volante de Teophanes Torres; e a enigmática Pedra do Reino, imortalizada pelo romance de Ariano Suassuna. O Cariri Cangaço chegava em grande estilo à Serra do Catolé.
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O trecho a ser percorrido até a Casa de Pedra foi feito à bordo de 4 veículos coletivos e mais alguns carros tracionados, no total mais de 200 pessoas participavam deste momento ímpar da programação do Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018. O deslocamento entre 10 a 12 km de estrada de terra que nos levaria através de subidas ingrimes a uma das paisagens mais belas e impressionantes de todo Pernambuco, com altitudes que chegam até os mil metros, ou seja a imponente Serra do Catolé desvendava um dos cenários mais emblemático dos episódios do "tiro no pé em 1924" e começava para todos os convidados a impor a sua beleza e grandeza; do alto se tem uma vista enebriante de vales distantes entre os estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba, dali vislumbra-se ao longe o par enigmático das "duas torres", logo logo estaríamos também chegando na Pedra do Reino.
Caravana Cariri Cangaço em visita a Casa de Pedra
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Os veículos passando um a um por meio a vereda feita estrada para o acesso à "Casa de Pedra" permitia que todos desembarcassem à beira do caminho para tomar a trilha para o alto do platô... Seguindo a pé por entre a esplendorosa "floresta de Catolé" por cerca de 180 metros, chegaríamos ao cume de uma elevação e ao esperado platô. Ali se apresentou de forma magnânima o conjunto de cavernas que veio a se perpetuar como a "Casa de Pedra". Ali, Virgulino Lampião, rei dos cangaceiros, recorreu ao esconderijo natural por ocasião do balaço que levou ainda em 1924 em refrega com a volante de Teophanes Ferraz. Esse conjunto de monólitos se coloca próximo de outro monumento natural que teria seu nome também ligado a literatura cangaceira: A "Pedra de Dé Araujo". Todo esse conjunto de cavernas espetacularmente dispostas em forma de casas também receberam por diversas vezes as visitas de Sinhô Pereira e Luiz Padre.
Rúbia Lóssio, Quirino Silva e Manoel Severo
Edízio Carvalho, De Assis, Manoel Serafim, Louro Teles, Clênio Novaes, Manoel Severo, Divanildo, Nete e Veriano Dias
Higor Freire, De Assis, Comendador Mariano, Afrânio Oliveira, Manoel Severo,
Mestre Regis e Célia Maria
Francimary Oliveira, Juliana Pereira, Getúlio Bezerra, Manoel Severo
e Rangel Alves da Costa
Luiz Forró, Célia Maria e Quirino Silva
Quirino Silva e Dantas Suassuna
O Fogo de 24 e o Ferimento no Pé de Lampião pela Volante de Teófanes Ferraz...
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"Estamos aqui para tentar responder a três questionamentos sobre o tiro que Lampião levou aqui nas imediações da Serra do Catolé, as questões básicas são: Onde, quando e quem? Vamos tentar responder.
A maior verdade que consegui identificar, até aqui, foi escrita por Frederico Bezerra Maciel em Lampião, Seu Tempo e Seu Reinado (pag. 148): “Deslumbrante e maravilhoso o panorama descortinado de lá de cima. De um lado, a serra da Pedra do Reino, com dois gigantescos monólitos no cimo, esguios e irmãos, coroados de malacacheta faiscante aos raios do sol. Envoltos, esses grandiosos blocos, nos mistérios da lenda sebastianista do desencanto, ao bárbaro custo de sangue e vidas, de um rei outrora desaparecido...
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Ou envolvidos das névoas que, descendo, se esgarçavam, se estendendo e se espalhando, pelas imensuráveis ondulações mansas dos vales e vargedos, até o desalcance da vista... Tudo agora verde com o inverno copioso, espelhando também em filetes de riachos e córgos e em conchas de lagoas, o prateado de suas águas abendiçoadas. O sertão virando mar...” Ao final de março de 1924, Lampião e seu bando desloca-se de Santa Maria (na ocasião distrito de Belmonte) as margens do Rio Pajeú, passando próximo ao Bom Nome, distrito de Belmonte, com destino a divisa com a Paraíba, mais precisamente a serra do Catolé passando próximo a Bernardo Vieira (distrito de Vila Bela). Da Serra do Catolé envia seu Irmão Levino para fazer compras na Paraíba.
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E continua Clênio Novaes: "Daí Lampião desloca-se com Moitinha e Juriti em direção a Paraíba, passando junto a Lagoa Vieira, na divisa entre Pernambuco e Paraíba, para buscar alguns mantimentos que havia encomendado a um coiteiro, no retorno, por volta das 10:00 encontram-se com tropas de Teófanes Ferraz, descrição de apenas 4 soldados volantes (nesse momento não há feridos entre as forças). Nesta localidade, em 23 de março, trava-se intenso tiroteio onde Lampião é atingido no pé direito e sua montaria (um cavalo) cai sobre sua perna ferida. Moitinha segura forte tiroteio enquanto Juriti retira lampião debaixo da montaria. Fogem para localidade próxima, juntam-se a outros cangaceiros e montam emboscada para a força volante que reagrupa-se, com grande contingente, há ai forte tiroteio, com baixas em ambos os lados, mas nenhuma morte.
Camilo Lemos, Nivaldo Pereira, Maria Oliveira e Ivanildo Silveira
Beto Sousa e Kévyla
Júnior Almeida
Caravana Cariri Cangaço e a apresentação de Clênio Novaes
Aderbal Nogueira, Camilo Lemos e Louro Teles
Clênio Novaes
Carlos Alberto, Manoel Severo, Fred Santos e Manoel Belarmino
Louro Teles e Ivanildo Silveira
Clênio Novaes e Kydelmir Dantas
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Primeiro Tiroteio, lugar lagoa Vieira, presentes Lampião, Moitinha e Juriti. Força volante apenas 4 soldados, que identificados nominalmente como sendo os baleados no conflito do Barro, não nos permite crer que foram eles mesmos.
Segundo Tiroteio, lugar denominado Barros. Boletim Geral nº 72, dia 25 de março de 1924 – serviço par 26 telegrama:"- Vila Bella, 24. – Comunico-vos hontem 10 horas logar lagoa Vieira deste município tive encontro bandido Lampião e seu grupo havendo forte tiroteio. Bandidos recuaram conduzindo feridos inclusive Lampião ficando morto cavalo este cavalgava aquella ocasião. Pela grande quantidade de sangue segui trilha grupo que internou-se caatingas até logar Barros onde fui atacado emboscada. Travando Novo Tiroteio tombaram gravemente feridos Aspeçada 3º Manoel Amaro de Souza com ferimento na região palpebral vasando o olho direito, soldados mesma unidade Manoel Gomes de Sá um ferimento entero (antero) inferior braço esquerdo e outro terço inferior coxa direita e João Demétrio Soares um ferimento região occiptal tudo produzido por projectil rifle.
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Sem dispor medicamento algum e recursos suficientes garantir feridos e prosseguir pista scelerados tive que tratar remoção daqueles nas costas próprios companheiros até logar Montevideu onde consegui arranjar conducções. Peço-vos autorização tratamento. Saudações Major Theophanes Ferraz Torres."
Ingrid Rebouças na "Casa de Pedra"; refúgio de Lampião
Ivanildo Silveira
Wescley Rodrigues
Voltemos com a apresentação de Clênio Novaes: "Nesse intervalo são intimados a comparecer a serra do catolé os oficiais pernambucanos Ibrahim e Alencar. Certamente as forças paraibanas foram também convidadas. Boletim Geral n.º75, dia 28 de março – Serviço 29. Telegrama:- “Villa Bella, 27. – Feridos já experimentando algumas melhoras caso porem estado de saúde possa se complicar chamarei médico Floresta impossibilitado vir actualmente até aqui contrário evitarei despesa. Sciente conteúdo vosso telegrama hoje. Fiz seguirem 15 praças serviço emboscada zona preferida scelerados. Tranzito bandidos: Abóboras, Pereiras, Jardim Santa Rita, lagoa Vieira, Serra Catolé, Campo Alegre, Natureza, São Paulo, Serrotinho, Feijão e maior reducto Faz Cristovão fazenda Yoyo Maroto. Logo cheguem Tenentes Ibrahim e Alencar seguirei diligências distribuindo forças. Saudações Major Theóphanes Torres. Comandante volante.”
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Tiroteio dia 2 de abril, mortos Lavadeira e no dia seguinte Cícero Costa
Boletim Geral nº 83, dia 7 de abril- Serviço para 08. Telegrama: Villa Bella, 6. – Communicuvos que as 17 horas e meia, do dia 2 Serra Barro centro caatingas encontrei rancho onde bandido Lampião estava tratando ferimento cercando numeroso grupo distante uma légua local tiroteio dia 23 de março. Depois cerrado tiroteio ficou gravemente ferido bandido Lavadeira que logo faleceu tendo grupo se evadido condusindo feridos. Impossibilitado prosseguir perseguição devido escuridão da noite ali acampei até manhã seguinte quando tomei pista de scelerados.
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As 8 horas bandidos entrincheirados com meia légua distancia aquelle local surprhenderam força com forte descarga. Esta revestida coragem investiu contra famigerados ficando morto conhecido e temível scelerado Cícero Costa tendo grupo se esfacelado e facínoras tomado diferentes direções. Chove quotidianamente o que tem facilitado a fuga bandidos e dificultado ser descoberto destino de Lampião que não dá um passo sendo conduzido braços companheiros conforme confessou Lavadeira antes morrer e civil Manoel Cornélio encarregado compras medicamentos, viveres referido grupo. Officiaes revestidos melhor bôa vontade serviço. Espero descobrir novos refúgios feridos inclusive do chefe do grupo. Santa Rita. 5-4-924. Major Theophanes Torres.
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As 8 horas bandidos entrincheirados com meia légua distancia aquelle local surprhenderam força com forte descarga. Esta revestida coragem investiu contra famigerados ficando morto conhecido e temível scelerado Cícero Costa tendo grupo se esfacelado e facínoras tomado diferentes direções. Chove quotidianamente o que tem facilitado a fuga bandidos e dificultado ser descoberto destino de Lampião que não dá um passo sendo conduzido braços companheiros conforme confessou Lavadeira antes morrer e civil Manoel Cornélio encarregado compras medicamentos, viveres referido grupo. Officiaes revestidos melhor bôa vontade serviço. Espero descobrir novos refúgios feridos inclusive do chefe do grupo. Santa Rita. 5-4-924. Major Theophanes Torres.
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Débora Cavalcantes
Dr Anderson, Jorge Remígio, Aderbal Nogueira
Aderbal Nogueira e Camilo Lemos
Wescley Rodrigues, Ranaise e Yasmin Almeida, Vanessa e Luciano Costa
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Antes do ataque ao esconderijo de Lampião as forças de Theóphanes, juntamente coma as forças Paraibanas, conseguem encontrar Casemiro de Tal, que com aperto algum, entrega que quem sabe onde Lampião encontra-se é Manoel Cornélio, este sim após adequado interrogatório, entregou até Jesus no jardim de Getsêmani. Toda a região estava tomada pelas volantes Pernambucanas e Paraibanas uma força capaz de oferecer combate ao grande grupo de cangaceiros que encontrava-se no coito, tratando e protegendo o seu chefe.
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Queremos salientar aqui, nenhuma menção feita às forças de Tenente Chico Oliveira e Sargento Quelé das forças Paraibanas que estavam presentes no combate do dia 2 e 3 de abril e que continuaram na região tentando encontrar Lampião. No dia 5 de abril o Tenente Higino regressa a Triunfo, estando até aí também presente no embate e nas buscas. (conforme telegrama) O cangaceiro Antônio Rosa é responsável por despistar a volante do local onde Lampião ficou escondido durante as buscas do dia 3 de abril. Grande contingente vasculha a região em busca dos feridos, inclusive Lampião, não obtém sucesso pelas escaramuças feitas pelos cangaceiros para despistar a força e poupar Lampião da morte certa.
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Cecília e Manoel Severo
Afrânio Gomes e Juliana Pereira
Quirino Silva e Célia Maria
Milla Ferreira e Noádia Costa
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Boletim Geral n.º 87, dia 11 de abril- Serviço para 12.
- Villa Bella, 10. Communico-vos que Soldado João Demétrio Soares completamente restabelecido. Aspeçada Manoel Amaro e Soldado Manoel Gomes muito melhorados ferimentos. Saudações. Major Theophanes Torres.
-Villa Bella, 10- Comunico-vos cheguei hoje cidade depois ter circulado emboscada logar Barro e percorrido repetidamente São Lourenço, Santa Rita, Desterro, Triangulo, Cachoeira, Sanguessuga, Três lagoas, Barriguda, Lagoa Vieira, Cacimba Nova, Campo Alegre, Montevideo, Poços Cajazeiras e Bulandeira. Em Santa Rita passou bandido Severino Ferreira com três companheiros direção Patos e Princesa. Depois passou no mesmo local o também famigerado Moitinha mesma direção igualmente acompanhado 3 seus comparsas e na sanguessuga passaram os celerados Antonio Rosa e Vicente Marina e dois outros desconhecidos para Pinhancó. Referidos bandidos todos pertencentes grupo Lampião e destroçados pelas nossas forças. Fiz investigação rigorosa sentido descobrir paradeiro até hoje completamente ignorado facínora Lampião e seu irmão Antônio Ferreira depois tiroteio de que vos dei sciencia.
Luiz Forró "de Natal"
Dantas Suassuna e caatinga da Serra do Catolé
Manoel Severo e Doutor Anderson
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Depois desse fogo, Lampião fica escondido no mato, em uma moita de folha de carne, por um tempo entre dois ou três dias, sendo encontrado por um menino de nome Antônio Terto, filho de Zeca Terto. Lampião é levado para lugar seguro. Chegaram ao local irmãos e cangaceiros de Lampião, este foi levado para iniciar os tratamentos, sendo o Sr. João Menezes, morador de localidade próxima, encarregado do tratamento, em local denominado hoje de casa de pedra de Lampião na encosta da Serra do Catolé, permanecendo ai por aproximadamente 40 dias.
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Após esse período o ferido é levado para a cidade de Princesa Izabel na Paraíba para a Propriedade Pau Ferro do Major Floro Diniz, Casado com Maria Dulce de Oliveira Barros, sob a proteção de Marçal, Marcolino Diniz e José Pereira. A fazenda Pau Ferro ficava entre a Fazenda Abóboras, em Vila Bela, Pernambuco esta era propriedade de Manoel Menino e a fazenda Patos do Irerê, esta, também de Major Floro. Lampião foi operado por Doutor Severino Diniz, o mesmo que o tratou do primeiro ferimento sofrido em tiroteio na fazenda Melancia na cidade de Manaíra (na época Princesa) quando este ainda era do grupo de Senhor Pereira. Lampião ficou aos cuidados do cangaceiro José Ducarmo, este posteriormente foi morto por Luiz do Triangulo. Posteriormente foram os doutores Mota e José Cordeiro de Lima que ficaram tratando o ferido." Clênio Novaes, Pesquisador, São José de Belmonte; Comissão Organizadora Local do Cariri Cangaço.
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Edízio Carvalho, Dantas Suassuna, Geraldo e Rosane Ferraz
Edízio Carvalho, Geraldo e Rosane Ferraz e Manoel Serafim
Socorro e Augusto Martins e Luiz Ruben Bonfim
Dantas Suassuna e Valdir Nogueira
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Com a palavra o Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor de Recife, Geraldo Ferraz:"Para mim, neto do Theophanes e seu biografo, a aula de campo promovida pelo primo Clênio Novaes, foi uma das mais proveitosas que já assisti. Observar todo o teatro de operações, que abrangeu: o local do ferimento de Lampião, no dia 23 de março de 1924, na Lagoa Vieira (setenta e dois quilômetros de Serra Talhada, outrora Vila Bela e cerca de 30 quilômetros de Belmonte), nas proximidades da Pedra do Reino, por tiro, dizem, desferido pelo próprio Theophanes; seguindo para o lugar Barros, onde os cangaceiros emboscaram a força, que era composta por vinte e cinco policiais e onde ficaram ferindo três soldados, que foram transferidos nos ombros dos companheiros até o lugar Montivideu; passando pelas ordens do Theophanes, que mandou arrochar o cerco nas Aboboras, Pereiras, Jardim Santa Rita, Lagoa Vieira, Serra Catolé, Campo Alegre, Natureza, São Paulo, Serrotinho, Feijão e maior reduto Cristóvão, fazenda de Ioiô Maroto; visualizando o local onde a tropa pernoitou, nas proximidades da Serra da Panela; até o ataque final na referida Serra, no dia 02 de abril de 1924, onde morreram Cícero Costa e Lavadeira. A vida de Lampião esteve, realmente, por um fio!" Conclui Ferraz.
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Camilo Lemos:"Todos os Caminhos levam ao Cariri Cangaço"
Cariri Cangaço São José de Belmonte
Casa de Pedra, Serra do Catolé
13 de Outubro de 2018
A Enigmática e Majestosa Pedra do Reino no Cariri Cangaço
O segundo dia de Cariri Cangaço São José de Belmonte ainda reservava momentos de intensa emoção. Da Serra do Catolé; local da "casa de pedra", refúgio de Virgulino Lampião em 1924; a Caravana Cariri Cangaço partiu para a outra extremidade do Platô , para a Serra Formosa, ou Serra Bonita, onde despontam as "Duas Torres" da Extraordinária Pedra do Reino, cenário de uma das mais célebres e trágicas manifestações do Sebastianismo no Brasil...
Dom Sebastião - O Desejado, obra de Cristovão de Moraes
Museu Nacional de Arte Antiga
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"O Sebastianismo foi um movimento místico-secular que ocorreu em Portugal, durante a segunda metade do séc. XVI. Foi causado pela morte do rei D. Sebastião, durante a batalha de Alcácer-Quibir, no ano de 1578, no Marrocos. Como D. Sebastião não possuía herdeiros, o trono de Portugal ficou sob o poderio do rei Filipe II, da Espanha. O Sebastianismo, foi, portanto, uma esperança na vinda de um salvador, adaptado às condições lusas. Seria traduzido como uma inconformidade, um sentimento de insatisfação com a situação política da época, e uma expectativa de mudança (salvação), mesmo que para isso acontecer fosse necessário um verdadeiro milagre, como a ressurreição do rei morto, D. Sebastião - "O Desejado". Em Portugal foi divulgada uma lenda de que o Rei ainda estava vivo, esperando o momento certo para retomar o trono e afastar o rei estrangeiro, lenda que foi encorajada pelo fato de o povo não aceitar a história de que o corpo do Rei haveria sido transportado para Belém."
Pouco a pouco o deslumbrante cenário descortinado pelas "Duas Torres" ia tomando todo o cenário, enfim o Cariri Cangaço pisava o solo sagrado da Pedra do Reino e do sangrento episódio de 1836. A Pedra do Reino é formada por duas grandes rochas; uma com 30 e outra com 33 metros de altura; na Serra do Catolé Município de São José do Belmonte. A magia e o encantamento do lugar, a beleza natural da Serra Bonita margeando as divisas pernambucanas, cearenses e paraibanas, contrastavam com os terríveis acontecimentos perpetrados pelos fanáticos da Pedra do Reino nos idos entre 1836 a 1838; o sangue derramado naquele inicio do século XIX seria reverenciado pelo Cariri Cangaço e a história.
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"O sebastianismo tem suas raízes na concepção religiosa do messianismo, que acredita na vinda ou no retorno de um enviado divino, o messias; um redentor, com capacidade para mudar a ordem das coisas e trazer paz, justiça e felicidade. É um movimento que traduz uma inconformidade com a situação política vigente e uma expectativa de salvação, ainda que miraculosa, através da ressurreição de um morto ilustre.Chegou ao Brasil, principalmente ao nordeste brasileiro, no século XIX. Unindo fanatismo religioso com idéias socialistas, o movimento se redescobriu no sertão nordestino, assumindo características próprias através de símbolos e do imaginário popular."
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"Tempero do Reino" anfitrião no alto da Serra Formosa
Quininha e Clênio Novaes: A Festa do Cariri Cangaço alto da Serra...
Restaurante "Tempero do Reino" e o almoço recepção ao Cariri Cangaço
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A recepção, acontecida de maneira inusitada no ousado Restaurante "Tempero do Reino" de dona Quininha, foi preparada com esmero para receber os mais de 200 pesquisadores da Caravana Cariri Cangaço. Sob um sol escaldante de 32ºC em pleno meio do dia, o restaurante tipicamente sertanejo, numa "casa de taipa" se vestiu de luxo para o grande acontecimento. O almoço nos fez provar as mais requintadas receitas dos velhos fogões a lenha da casa de nossas avós: Galinha caipira, pirão de leite, sarrabulho, carneiro guizado, cuscuz, feijão temperado, angu, enfim, vivíamos uma autentica festa sertaneja celebrando o legado do grande Ariano Suassuna...
"A Tragédia da Pedra Bonita, ocorreu num lugar denominado Pedra Bonita, localizado na Serra Formosa, no município de São José do Belmonte, sertão de Pernambuco. Um grupo de fanáticos sebastianistas, liderado por João Antônio dos Santos, fundou uma espécie de reino, com leis e costumes próprios e diferentes dos do resto do país. Seu líder era chamado de rei e usava até coroa feita de cipó. Nas suas pregações ele dizia que o rei Dom Sebastião lhe havia aparecido e lhe mostrara um tesouro escondido; e que o rei estaria prestes a retornar e iria transformar todos os seus seguidores em pessoas ricas, jovens, bonitas e saudáveis. O grande número de pessoas pouco esclarecidas que seguiu os fanáticos de Pedra Bonita preocupou o governo, os fazendeiros e a Igreja Católica. Foi enviado o padre Francisco José Correia de Albuquerque para tentar fazer as pessoas voltarem ao seu lugar. O padre conseguiu convencer João Antônio a parar com a pregação, mas este deixou em seu lugar o cunhado João Ferreira, que se tornou o mais fanático e cruel rei da Pedra Bonita. Ele pregava que Dom Sebastião só voltaria se a Pedra Bonita fosse banhada com sangue de pessoas e animais, comandando um grande massacre de pessoas inocentes em maio de 1838. Entre os dias 14 e 18 morreram 87 pessoas. No dia 18 de maio o arraial da Pedra Bonita foi destruído pelas forças comandadas pelo major Manoel Pereira da Silva."
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Monumental recepção do Rei e Rainha com toda côrte ao Cariri Cangaço
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O segundo momento da programação constou da visita à extraordinária Ilumiara da Pedra do Reino; monumental obra arquitetada pelo gênio sertanejo; brasileiro de raiz; do grande Ariano Suassuna, como uma sala de visitas diante da magnitude das "Duas Torres" da Pedra do Reino; um conjunto belo e harmonioso que num semi circulo traz o sentimento e a homenagem ao sagrado e ao profano diante da arte armorial e ao legado do escultor Aleijadinho.
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"Ariano construiu o Santuário denominado Ilumiara da Pedra do Reino, em São José do Belmonte, em frente à conhecida e mítica Pedra do Reino, inspiração de seu Romance. E prossegue dizendo: "Então eu resolvi erguer, e conclui, as dezesseis esculturas gigantescas em granito, feita por um grande escultor de origem popular, Arnaldo Barbosa. [...] As duas pedras que já existiam ficam sendo as torres da igreja". Uma fica do lado da Paraíba, no município de Misericórdia; a outra fica do lado de Pernambuco, no município de São José do Belmonte. Então, Ariano conta que resolveu fazer lá o santuário, dizendo que fez "um círculo dividido em dois hemisférios: o hemisfério do sagrado e o do profano [...]; no centro tem um marco, que eu coloquei ali e na frente tem [a inscrição] 'Ilumiara Pedra do Reino' e atrás tem 'Uma homenagem a Aleijadinho'."
Rangel Alves da Costa
Wescley Rodrigues
Clênio Novaes e Louro Teles
Juliana Pereira
Daniel Walker e Bosco André
Nerizangela e Kydelmir Dantas
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A Associação Cultural Pedra do Reino desenvolve um trabalho extraordinário de perpetuação das tradições culturais de São José de Belmonte, promovendo anualmente a Cavalgada à Pedra do Reino, sempre no mês de Maio, quando centenas de cavaleiros se deslocam da Matriz de São José e vencendo 26 km, sobem a Serra Bonita para reverenciar a sua história, as tradições ibéricas e sertanejas como também a memória de Ariano Suassuna. Pela primeira vez em sua história; à exemplo da Cavalhada Zeca Miron; os principais representantes da Cavalgada da Pedra do Reino realizaram sua apresentação fora da época de sus própria festa; e assim, contando com toda a côrte do Rei e da Rainha; anfitrionaram no Sítio Histórico ao Cariri Cangaço; isso não tem preço !
Imagens YouTube - Raul Meneleu Mascarenhaso
"O sertão selvagem, duro e pedregoso vira o Reino da Pedra do Reino, e enche-se de Condes calamitosos e Princesas encantadas,eles vestidos de Pares de França das Cavalhadas, e elas de Rainhas do Auto dos Guerreiros. O pobre tabuleiro sertanejo vira um enorme tabuleiro de Xadrez ou Mesa de Baralho, dourado pelo sol glorioso e ardente."
Ariano Suassuna o
Carlos Alberto
Augusto e Conceição Martins, Nerizangela e Kydelmir Dantas
Ingrid Rebouças
Edson Araujo, Quirino Silva e Francimary Oliveira
Lili Conceição e Beto Souza
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Ato contínuo tivemos a apresentação da Ilumiara da Pedra do Reino por Manuel Dantas Suassuna; filho do Mestre Ariano Suassuna; que por sua vez convidou a pequena Francine Maria para declamar a Obra e o Sentimento de Ariano numa apresentação que trouxe emoção a todos os presentes... As palavras do Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e colecionador do cangaço, de Natal, Ivanildo Silveira:"O Cariri Cangaço é mais que um encontro. É um sentimento de nordestinidade, de cultura, de amizade, alegria e muito mais ".
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Manoel Severo, Manuel Dantas Suassuna, Francine Maria e Geraldo Ferrraz
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O Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador de Custódia, radicado em João Pessoa, Jorge Remígio revela:"Quem não pôde comparecer por alguma razão a esse grandioso evento, perdeu uma das maiores edições do Seminário Cariri Cangaço em nove anos de existência. O Município de São José do Belmonte é muito rico na história do Cangaço, do Messianismo, do Coronelismo e nas manifestações culturais que deram origem ao Sertão como identidade cultural. O Sertão é uma sociedade forjada na luta, no trabalho árduo, na lida com todas às dificuldades inerentes ao arcaísmo da época, na arma, na bala, na violência e na disputa com o índio pelo espaço geográfico. Bem, quero parabenizar a toda comissão organizadora pelo belo e organizado evento de grande magnitude. Abraço nos amigos Edízio Carvalho e Valdir José Nogueira, eficazes e muito solícitos durante todo evento. Já bateu saudades desse evento que entrará para história", retratam a emoção do momento.o
Kydelmir Dantas e Francine Maria
Luiz Antônio, Francine Maria e Edvaldo Feitosa
Imagens Youtube - Raul Meneleu Mascarenhas
Rossi Magne e Francine Maria
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Depois da apresentação da Associação Cultural Pedra do Reino e de Manuel Dantas Suassuna a Caravana Cariri Cangaço retornou ao "Tempero do Reino" e novamente anfitrionados pelo casal Valdinho e Quininha; ele, morador e guardião do local e bisneto de Luis Padre, ela, nossa cozinheira e anfitriã do almoço do Cariri Cangaço na Pedra do Reino; o Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, tomou a palavra para conduzir mais um ato solene dentro da programação do evento.
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A homenagem da tarde ficou a cargo da Conselheira Cariri Cangaço; filha do casal de cangaceiros, Moreno e Durvinha; Neli Conceição e da professora Rúbia Lóssio que em nome do Cariri Cangaço passaram às mãos de Valdinho e Quininha, proprietários do "Tempero do Reino" o diploma de "Equipamento Imprescindível para a Perpetuação da Memória e Tradição do Sertão". O Cariri Cangaço presta essa homenagem diante da iniciativa de manter um empreendimento com as características próprias de nosso sertão bem no alto da Serra Bonita tendo como testemunha as Pedras do Reino...o
Manoel Severo e a homenagem do Cariri Cangaço ao "Tempero do Reino"
Lili Conceição, Valdinho, Quininha e Rúbia Lóssio
"Nunca ninguém tinha feito nada disso por nós, muito obrigado pelo reconhecimento" Quininha, proprietária do "Tempero do Reino"
Quininha e Manoel Severo
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Quininha e Manoel Severo
A magia do lugar acaba envolvendo todo o ambiente, os moradores da pequena vila, a floresta de catolés, o clima típico da serra e o fantástico acolhimento do casal Valdinho e Quininha nos davam a certeza do grande encontro do Cariri Cangaço no "Tempero do Reino" em pleno império da Pedra do Reino.
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Conselheiros Cariri Cangaço; Sousa Neto e Ivanildo Silveira; com descendentes de
Luis Padre, moradoras da Pedra do Reino...
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"A Serra Formosa, continua magnífica guardando sua beleza e seus mistérios, ali todas as terras pertenciam à família Pereira, ali Sinhô Pereira e Luis Padre tinha guarita garantida e ali Luis Padre acabaria mantendo um romance com Ana Maria de Jesus e teria duas filhas; Emília e Agostinha Pereira da Silva." o
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Ainda dentro da Programação do Cariri Cangaço São José de Belmonte, em plena tarde na Serra Formosa, tivemos a conferência do escritor e poeta Ernando Alves de Carvalho sobre as origens e os episódios marcantes e trágicos de maio de 1838 na Pedra do Reino quando fanáticos liderados pelos "reis"da Pedra Bonita perpetraram dor, sangue e morte a seus seguidores em nome da volta de "Dom Sebastião - O Desejado".
Ainda dentro da Programação do Cariri Cangaço São José de Belmonte, em plena tarde na Serra Formosa, tivemos a conferência do escritor e poeta Ernando Alves de Carvalho sobre as origens e os episódios marcantes e trágicos de maio de 1838 na Pedra do Reino quando fanáticos liderados pelos "reis"da Pedra Bonita perpetraram dor, sangue e morte a seus seguidores em nome da volta de "Dom Sebastião - O Desejado".
Vamos recorrer ao anfitrião em São Jose de Belmonte, Valdir Nogueira que nos revela à luz dos depoimentos a repressão aos fanáticos a partir da força do major Manuel Pereira: "Após ouvir a narrativa do fugitivo, identificado no processo como José Gomes, o major Manuel Pereira, então chefe de polícia, partiu para a sede da Comarca (Flores), onde comunicou os fatos ao juiz de Direito, que ordenou a mobilização de alguns homens para, juntamente com a força policial, seguir para o local dos acontecimentos. O major Manuel Pereira convocou seus três irmãos, Simplício, Cipriano e Alexandre, e mais 30 moradores da cidade, os quais, ao todo, formaram uma força de 60 combatentes. No dia 18 de maio, a tropa deslocou-se em cavalgada, atingindo a região dos eventos ao entardecer do dia seguinte. Foi cerrado, então, grande combate. Depois de mais de uma hora de luta corpo-a-corpo, inúmeros cadáveres jaziam no chão, dentre eles, dois irmãos do major Manuel Pereira: Alexandre e Cipriano. Foram feitos também muitos presos. Alguns fugitivos foram chacinados pela força do capitão Simplício Pereira da Silva. A maioria dos homens teve que enfrentar a justiça. Alguns foram levados acorrentados em lúgubre procissão de sombras esqueléticas e esfarrapadas, para os cárceres da ilha de Fernando de Noronha. As mulheres tiveram penas variadas, em função dos crimes apurados, e as crianças foram postas em liberdade e distribuídas com a população de Flores para que as criassem."
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Edízio Carvalho e Ernando Carvalho
"Quanto a João Antônio – o primeiro rei da Pedra Bonita – foi perseguido e capturado no Estado de Minas Gerais, juntamente com sua mulher, Maria. Algemados foram transportados de regresso a Pernambuco. Todavia, durante a viagem, a polícia com medo que os presos sucumbissem de uma febre palustre que foram atacados, resolveram matar João Antônio. Quanto a Maria, foi levada para a prisão, sendo posteriormente indultada por decreto do presidente da Província de Pernambuco, o barão Francisco do Rego Barros (futuro conde da Boa Vista).No dia 25 de maio de 1838, o então prefeito de Flores, o coronel Francisco Barbosa Nogueira Paz, escreveu uma carta ao presidente da Província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, dando-lhe ciência do “Caso mais extraordinário, mais terrível, nunca visto, quase incapaz de acreditar-se”, ocorrido na Pedra Bonita. Essa carta foi publicada no Diário de Pernambuco, em 16 de junho de 1838.O padre José Francisco Correia, o mesmo que tentara demover João Antônio de suas idéias, esteve no local dois meses depois, reuniu as ossadas das vítimas e lhes deu sepultura. Sobre elas levantou uma cruz de madeira e rezou uma missa. Encerrou a cerimônia com um pedido de perdão para os sebastianistas."
Ernando Carvalho e o massacre da Pedra do Reino
Imagens de Raul Meneleu Mascarenhas - Canal YouTube
Manoel Severo e Thiago Gontijo
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Muitos amigos viveram suas primeiras experiências na participação de um Cariri Cangaço, o músico mineiro de Belo Horizonte, Thiago Gontijo revela um pouco dessa emoção: "E assim me despeço , do Cariri Cangaço , do sertão , da grande iluminaria da Pedra do Reino , tendo a certeza que o sangue pesa nessas horas , e mesmo sendo mineiro de nascimento , sei que hoje se divide em 70% nordestino e 30%mineiro, essa cultura e regionalidade grita quando se trata de nordeste , agradeço a todos os membros do Cariri Cangaço em nome de seu herói ; pois não vejo outra palavra para descrever este grande Manoel Severo Barbosa que vi nestes dias , um carinho , uma gana de que tudo dê certo , a preocupação individual com todos os participantes e em especial com este mineiro que vos fala , a todos os participantes que me acolheram com carinho , aquele carinho quente do nordeste, um cuidado com a gente de fora que é inacreditável... Olha de verdade família Cariri cangaço eu tô que escrevo aqui mas de verdade não acho as palavras para descrever o quanto foi bonito e importante este evento , e menos ainda , palavras para agradecer do fundo do coração por tudo que fizeram aí por min , por tudo e que fazem pelo nordeste , por tudo que fazem pelo Brasil e sua cultura , senhores segue do fundo do meu emocionado coração os votos de agradecimento , fica aqui registrado , toda a gratidão e carinho deste membro caçula , meu caloroso abraço a todos a obrigado."
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Beto e Kevyla Souza
Jair Tavares e João Andrade
Augusto Martins, Ernesto Carvalho, Dantas Suassuna, Quirino Silva,
Louro Teles e Mestre Régis
Ernesto Carvalho, Isalete Alencar, Dantas Suassuna, Quirino, Manoel Severo,
Louro Teles e Mestre Régis
Clênio Novaes, Luiz Forró, Mestre Regis, José Irari, Quirino Silva, Louro Teles e Associação Cultural Pedra do Reino
Narciso Dias
Betinho Numeriano, Manoel Severo e Cícero Aguiar
Daniel Walker, Sousa Neto, Veridiano Dias e Jorge Remígio
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A extraordinária visita do Cariri Cangaço à Pedra do Reino dentro da programação em São José de Belmonte teve seu encerramento em clima de absoluta festa revestida de muita música, alegria e emoção. Em princípio a tradicional e já aguardada performance do casal de cangaceiros do Cariri Cangaço; Quirino Silva e Célia Maria; trouxeram para o alto da serra a magia e o encantamento da arte cangaceira do teatro e da música, sensacional !
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Célia Maria e Quirino Silva, um show a parte no Cariri Cangaço na Pedra do Reino...
Luiz "Forró Cangaço Natal" e Quirino Silva
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O último ato da grande e diversificada programação na Serra da Pedra do Reino acabou "pegando" a todos de surpresa...Logo após a apresentação do casal cangaceiro Quirino Silva e Célia Maria o ambiente foi tomado pelo "emocionante hino" que exalta a tradição e a força de São José de Belmonte com a cultura de suas exuberantes, Cavalhada, Cavalgada e a inesquecível festa na Pedra do Reino. O talento de Alcymar Monteiro invadiu a grande festa do Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018.
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Manoel Severo e Raul Meneleu
Juliana Pereira e Afranio Gomes
Fatima Pereira, José Irari, Mestre Regis, Waguinho Ferraz,
Valdir Nogueira e Abreu Mendes
Luiz Antônio e Manoel Severo
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"Amigo Manoel Severo,mestre, temos só que agradecer . Um espetáculo cultural dessa magnitude na terra onde nasci, não tenho palavras pra agradecer a todos. Além de todos que fazem o Cariri Cangaço, um agradecimento especial aos amigos e conterrâneos Clênio Novaes, Valdir José Nogueira, Edízio Carvalho, Clécio Novaes, Ernesto Carvalho e todos que fazem parte da Associação Pedra do Reino" festeja o pesquisador Cícero Aguiar. "Oxente meninos! Foi mais do que pedimos" revela um entusiasmado Kydelmir Dantas, Conselheiro Cariri Cangaço.
Imagens de Raul Meneleu Mascarenhas - YouTube
Alcymar Monteiro (YouTube) e a festa do Cariri Cangaço São José de Belmonte
Cariri Cangaço São José de Belmonte
Ilumiara da Pedra do Reino, Serra Bonita
13 de Outubro de 2018
Angico Visita a Terra da Pedra do Reino
A terceira e última noite do Cariri Cangaço São José de Belmonte 2018 , dia 13 de outubro, teve mais uma vez o Castelo Armorial de Clécio Novaes como nosso anfitrião. A partir da feira de livros e artesanato disposta no próprio Castelo Armorial os convidados do Cariri Cangaço puderam acompanhar a apresentação de boas vindas realizada pela festejada artista e performance baiana, Rita Pinheiro; a "Garimpeira da Cultura"; para em seguida dar-se o conjunto de conferências e homenagens da última noite.
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A Programação principal novamente teve como mestre de cerimônias o pesquisador, poeta e escritor de Propriá, Sergipe; Rossi Magne, que convidou para formar a Mesa Solene da terceira noite; pesquisadora Juliana Pereira, representando o Cariri Cangaço; Edízio Carvalho, representando a Associação Cultural Pedra do Reino; Afrânio Gomes, representando o GECC; Jair Tavares, representando o GPEC; Valdir Nogueira, representando a Comissão Local e a escritora Elane Marques representando o Conselho Alcino Alves Costa.
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Poeta e escritor Rossi Magne, Mestre de Cerimônia
Edízio Carvalho, Jair Tavares, Valdir Nogueira, Juliana Pereira,
Afrânio Gomes e Elane Marques
Mesa solene de abertura da terceira noite em Belmonte
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As homenagens da noite constaram da entrega do Diploma de "Amigo do Cariri Cangaço" à várias personalidades; receberam a honraria: Do Rio Grande do Sul, a talentosa artista e caricaturista que encanta o Brasil com sua arte, Eliane Giolo, que pela primeira vez visitava o nordeste, apesar de sua arte retratar com sentimento o Cariri Cangaço já ha muito tempo; do sertão baiano, o grande "Sertão Nordestino" pesquisador Jorge Figueiredo, de Pernambuco, grande e dedicado pesquisador das coisas do Pajeú, Cícero Aguiar e por fim, do estado de Sergipe mais um apaixonado pelo Cariri Cangaço, pesquisador Luciano Costa. Os diplomas foram entregues pelos Conselheiros Cariri Cangaço, Luiz Ruben Bonfim de Paulo Afonso, Manoel Serafim de Floresta e Professor Pereira de Cajazeiras , além do pesquisador Carlos Alberto Silva, de Natal.
Luiz Ruben e Eliane Giolo
Jorge Figueiredo e Manoel Serafim
Cícero Aguiar e Carlos Alberto
Professor Pereira e Luciano Costa
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"Não me permito sair do solo Nordestino sem antes falar da experiência única vivida nesses últimos dias.Em minha caminhada artística, nunca fui tão reconhecida, nunca fui tão homenageada e feliz.A família Cariri Cangaço me acolheu mesmo antes de eu sonhar em estar aqui, grande maioria dos meus trabalhos com o tema cangaço foram me aproximando dia após dia de todos.E poder chegar até aqui, no que é para mim, algo novo e único, uma região totalmente contrária a de onde eu vim, provar o sabor das comidas típicas, sentir o calor humano e climático, e sentir as emoções, que foram por sinal, as mais fortes de minha vida, não tem preço.Agradeço à Deus, por cada instante nesta terra de resistência e fé, ao meu querido amigo, curador e maior idealizador deste seminário, Manoel Severo Barbosa e sua companheira Ingrid Rebouças pelo acolhimento, carinho e dedicação.Agradeço à cada um daqueles que colaboraram, direta ou indiretamente, para que tudo isso também fosse possível.Somos sementes plantadas em solo fértil, somos uma só raiz, unidos por este que é mais que um evento, um sentimento chamado Cariri Cangaço.Gratidão por tudo meu querido Nordeste, entro no avião com a certeza de que muito em breve estarei de volta para fazer e dar mais uma vez, o meu melhor!Avante!!!"
Eliane Giolo
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Homenageados da terceira e última noite do Cariri Cangaço São José de Belmonte
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Ato contínuo o Curador do Cariri Cangaço convidou as Conselheiras Juliana Pereira e Elane Marques para passar às mãos do pesquisador, poeta e escritor Ernando Carvalho o Diploma de Participação no Cariri Cangaço São José de Belmonte, quando o mesmo fez uso da palavra enaltecendo o grande trabalho de fortalecimento de nossa cultura realizado pelo Cariri Cangaço.
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"A Obra pioneira é a de Tristão de Alencar Araripe Júnior cuja publicação data de 1878. Antes de consolidar-se como crítico literário, o cearense nos presenteou com Reino Encantado "onde o acontecimento, brilhantemente romanceado, se desdobra com todos os seus aspectos emocionantes."' Araripe Júnior é uma das fontes citadas por Euclides da Cunha n'Os Sertões para análise do mito sebastianista entre os adeptos de Antônio Conselheiro e também, do caso da Pedra do Reino. Se bem que este último de forma superficial. Euclides dedica à Pedra Bonita um pequeno trecho d' Os Sertões , tentando explicar os fatores históricos responsáveis pela " religião mestiça " dos sertanejos. É provável que Euclides tenha se voltado para Pedra Bonita depois de perceber a grande influência de D. Sebastião entre os habitantes de Canudos, conforme consta em suas anotações de campo: "um iluminado, ali congregou toda população dos sítios convizinhos e, engripando-se à pedra, anunciava convicto, o próximo advento do reino encantado do rei Dom Sebastião."
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Manoel Severo e o destaque ao escritor Ernando Carvalho
Conselheiras Elane Marques e Juliana Pereira entregam Diploma a Ernando Carvalho
Ernando Carvalho: "O Cariri Cangaço desempenha um trabalho excepcional"
Rossi Magne
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A primeira conferência da noite teve como tema "A Pedra do Reino na Literatura Nacional e Internacional" com a espetacular apresentação da professora, pesquisadora e escritora Débora Cavalcantes de Moura que de maneira magistral trouxe a todos os presentes um estudo criterioso e apurado sobre todas as obras editadas que abordaram o tema do Sebastianismo na Pedra do Reino, sua gênese, seu desenvolvimento e seu trágico final , especialmente do episódio de 1836... "A Obra pioneira é a de Tristão de Alencar Araripe Júnior cuja publicação data de 1878. Antes de consolidar-se como crítico literário, o cearense nos presenteou com Reino Encantado "onde o acontecimento, brilhantemente romanceado, se desdobra com todos os seus aspectos emocionantes."' Araripe Júnior é uma das fontes citadas por Euclides da Cunha n'Os Sertões para análise do mito sebastianista entre os adeptos de Antônio Conselheiro e também, do caso da Pedra do Reino. Se bem que este último de forma superficial. Euclides dedica à Pedra Bonita um pequeno trecho d' Os Sertões , tentando explicar os fatores históricos responsáveis pela " religião mestiça " dos sertanejos. É provável que Euclides tenha se voltado para Pedra Bonita depois de perceber a grande influência de D. Sebastião entre os habitantes de Canudos, conforme consta em suas anotações de campo: "um iluminado, ali congregou toda população dos sítios convizinhos e, engripando-se à pedra, anunciava convicto, o próximo advento do reino encantado do rei Dom Sebastião."
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Débora Cavalcantes
Débora Cavalcantes: "um estudo criterioso e apurado sobre todas as obras editadas que abordaram o tema da Sebastianismo
na Pedra do Reino"
Literatura da Pedra do Reino
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O segundo momento da noite, não menos aguardado, reservava a apresentação e debate sobre o Vídeo Documentário Angico- 80 Anos, do documentarista e pesquisador Aderbal Nogueira, também Conselheiro do Cariri Cangaço. Ao longo de quase 90 minutos os convidados do Cariri Cangaço puderam conhecer o maior conjunto de depoimentos sobre o ultimo ato do rei dos cangaceiros, reunidos a partir do talento e determinação de um abnegado Aderbal Nogueira.
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Manoel Severo apresenta a Mesa de Debates com Juliana Pereira,
Narciso Dias e Aderbal Nogueira
"Este documentário não contém uma unica intervenção de pesquisadores ou dos produtores; contém inteiramente depoimentos daqueles que estiveram lá, no fatídico 28 de julho de 1938 e vivenciaram na Grota do Angico o último ato de
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião"
Aderbal Nogueira
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Ao final da apresentação foi promovida uma eletrizante e polêmica mesa de debates que contou com as presenças dos pesquisadores Aderbal Nogueira, Narciso Dias e Juliana Pereira einúmeras intervenções de pesquisadores presentes que fecharam com chave de ouro uma das mais festejadas edições do Cariri Cangaço.
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Juliana Pereira, Narciso Dias e Aderbal Nogueira: Polêmica e intrigante mesa de debates sobre as "mentiras e mistérios" de Angico, após 80 anos.
Rita Pinheiro, Ivanildo Silveira e Camilo Lemos
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A terceira e última noite de Cariri Cangaço em São José de Belmonte teria ainda uma pequena e marcante "quebra de protocolo" quando capitaneados pela Conselheira Cariri Cangaço, pesquisadora e escritora Elane Marques, todos os participantes realizaram uma homenagem pela passagem do aniversário de Ingrid Rebouças, acontecido exatamente dentro da realização do evento, dia 12 de outubro.
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Elane Marques e a homenagem pelo aniversário de Ingrid Rebouças
Celebrando o aniversário de Ingrid Rebouças
Fotos: Ingrid Rebouças e Louro Teles
Cariri Cangaço São José de Belmonte
Castelo Armorial
13 de Outubro de 2018
Manhã de Despedidas do Cariri Cangaço no Castelo Armorial
Francine Maria e Cecília do Acordeon
A manhã de 14 de outubro de 2018 foi uma manhã marcada por muitas despedidas, mais uma vez tínhamos o encerramento de uma agenda Cariri Cangaço, desta vez no sertão pernambucano, na cidade de São José de Belmonte. A programação marcou a visita guiada ao Castelo Armorial, nosso ilustre e surpreendente anfitrião de todos os dias; espetacular e ousada iniciativa do empresário Clécio Novaes, representado em todo o evento por seu irmão Clênio Novaes.
A iniciativa do empresário e pesquisador Clécio de Novaes Barros, surpreende pela grandeza, ousadia e pela riqueza de todos os elementos que se fazem presentes no Castelo Armorial de São José de Belmonte, nos transportando para o extraordinário universo do Movimento Armorial, criado pelo Mestre Ariano Suassuna. Clécio investiu dinheiro, suor, e muita determinação para a construção de seu sonho: Foram 14 anos entre o planejamento e a construção do Castelo, ao final mais de 2 milhões de reais investidos numa obra extraordinariamente inédita e sem precedentes.
A iniciativa do empresário e pesquisador Clécio de Novaes Barros, surpreende pela grandeza, ousadia e pela riqueza de todos os elementos que se fazem presentes no Castelo Armorial de São José de Belmonte, nos transportando para o extraordinário universo do Movimento Armorial, criado pelo Mestre Ariano Suassuna. Clécio investiu dinheiro, suor, e muita determinação para a construção de seu sonho: Foram 14 anos entre o planejamento e a construção do Castelo, ao final mais de 2 milhões de reais investidos numa obra extraordinariamente inédita e sem precedentes.
Quem sai do sul do estado do Ceará com destino a Pernambuco pela BR 116, mas precisamente para a região do Pajeú e da Serra Verde, optando pela entrada das confluências das Rodovias CE 153 e PE 430 invariavelmente passa por São José de Belmonte e passando pelo centro daquela agradável urbe vai se deparar de forma surpreendente com uma edificação incrivelmente inusitada, no meio do sertão nasce um dos mais significativos exemplos da força da arte Armorial: O Castelo Armorial de
São José de Belmonte.
Ingrid Rebouças, Valdir Nogueira, Manoel Severo e Clênio Novaes
Ingrid Rebouça e Narciso Dias
Josué Santana, Manoel Severo e Louro Teles
Dra Amélia Cardoso, Ingrid Rebouças e Cristina Couto
Muitos dos pesquisadores convidados do evento ainda permaneciam na cidade antes de "pegar a estrada" para os quatro cantos do Brasil, a visita foi precedida por um "café da gota serena": Caldo de costela e muito cuscuz para depois conhecer cada detalhe da extraordinária construção de Clécio Novaes, bem no meio do sertão pernambucano.
O Castelo Armorial tem uma área de cerca de 1.500 metros quadrados distribuídos em salões, auditórios, salas de exposição, salas de aula e ainda um último andar onde os visitantes poderão encontrar em "tamanho real" as mais significativas figuras do universo sertanejo sob o olhar armorial; são cenários, personagens e figuras que em sua grande maioria estiveram presentes na mini-série da Rede Globo, a Pedra do Reino, elementos conseguidos pelos proprietários do lugar junto a Ariano Suassuna.
Manoel Severo e Aderbal Nogueira
Maria Júlia, Francivaldo Romão, Francine Maria e Manuel Dantas Suassuna
Júnior Almeida, Manoel Severo, Yasmin e Ranaise Almeida e Ingrid Rebouças
Cecília do Acordeon e Manoel Severo
Jorge Remígio
Clécio Novaes mantém no Castelo Armorial peças que nos trazem a maravilha e o encanto de todas as manifestações artística do sertão, ali ainda poderemos encontrar várias cópias de quadros confeccionados por Ariano e dona Zélia Suassuna; réplicas de Xilogravuras de J.Borges, e uma extensa e rica exposição de fotografias de época retratando a sociedade do começo do século passado, além de artefatos, quadros diversos, peças antigas e de grande valor histórico.
Os anfitriões "Belmontenses"; com letra maiúscula; representados por Clênio Novaes, Valdir Nogueira, Edízio Carvalho, Débora Cavalcantes, Ernando Carvalho, dentre outros, saudaram aos participantes do Cariri Cangaço. Nas palavras de cada um dos organizadores a certeza do dever cumprido e a grande satisfação de receber o Brasil de Alma Nordestina através do Cariri Cangaço.
Manoel Severo entrega Diploma a Clênio Novaes
Palavras de Clênio Novaes
Comendador Mariano e Dra Amélia entregam Diploma a Débora Cavalcantes
Palavras de Débora Cavalcantes
Na oportunidade a curadoria do Cariri Cangaço através de Manoel Severo prestava as últimas homenagens do evento. De forma solene receberam seus Diplomas de "Amigo do Cariri Cangaço" o pesquisador e membro da Comissão Organizadora Local, Clênio Novaes e a escritora
Débora Cavalcantes.
Os principais elementos arquitetônicos do Castelo Armorial estão centrados nas representações do "Reino Encantado de Dom Sebastião" . Logo na entrada, sua torre central com esculturas do próprio Rei Quaderna, personagem principal de "A Pedra do Reino" mostram a força da arte armorial. Inúmeras e esmeradas esculturas ornamentam todo o espaço, muitos dos trabalhos são de artesãos de Tracunhaém, na Mata Norte, também em Pernambuco.
Cariri Cangaço no Castelo Armorial
Manoel Severo e Kayson Pires
Manoel Severo e Eliane Giolo
Manoel Severo e Cris Silva
Renato Bandeira, Manoel Severo e De Assis
"São José do Belmonte ainda não é destino turístico. Nosso principal atrativo é a Cavalgada à Pedra do Reino, em maio. Pretendemos incluir o município nesta rota, com apresentações de teatro e música e agora com a chegada do Cariri Cangaço a São José do Belmonte, trazendo pesquisadores de todo o Brasil, com certeza estaremos dando um passo importante nessa direção." Nos ressaltava Clécio Novaes ainda em uma das primeiras visitas do Cariri Cangaço a São José de Belmonte.
Francine Maria e Eliane Giolo
Manoel Severo e Professor Pereira
Valdir Nogueira e Ingrid Rebouças
Manoel Severo e Iêda Cavalcanti
Ingrid Rebouças e Yasmin Almeida
Kydelmir Dantas, Francine Maria, De Assis
"Foram quatro dias respirando a história e a cultura sertaneja nordestina. A cada conversa com um amigo, aprendia algo sobre a nossa alma sertaneja, sem falar das aulas que os palestrantes nos brindaram, tanto no auditório do Castelo Armorial, como nos locais onde alguns fatos que fazem parte da história do sertão aconteceram. Poder vivenciar tudo isso, para mim foi muito especial, já que nasci no Tamboril São José do Belmonte-PE. Esse pedaço de torrão sertanejo mostrou para os visitantes de 15 estados do Brasil toda a sua força histórica e cultural, e sua alma hospitaleira, como filho desse chão só podia ficar orgulhoso. Agradeço ao mestre Manoel Severo Gurgel Barbosa, Curador do Cariri Cangaço e a todos os conselheiros, e um agradecimento todo especial para os amigos e conterrâneos Valdir José Nogueira, Clênio Novaes, Edízio Carvalho, Clécio Novaes, Ernesto Carvalho, e aos membros da Associação Pedra do Reino, figuras que faziam parte do comitê organizador local, como também as autoridades constituídas do município que tiveram a sensibilidade de enxergar a grandeza de um evento tão importante para a história e a cultura do Nordeste que é o Cariri Cangaço" , reforça o pesquisador Cícero Aguiar.
Francine Maria, Ingrid Rebouças e Cecília do Acordeon
Cecília do Acordeon, sob as bençãos do Mestre Ariano...
Ano passado, 2017; no mês de abril o Cariri Cangaço realizou a primeira visita a uma dessas pequenas e talentosas sertanejinhas maravilhosas, naquela época estávamos construindo o Cariri Cangaço Exu e chegávamos a Redenção onde mora Cecília do Acordeon, foi paixão a primeira vista. A pequena Cecília e o Cariri Cangaço iniciaram uma grande história de amor, de lá até aqui outras maravilhosas surpresas: Os queridos e sensacionais, Pedro Lucas Feitosa - "O menino do Museu", Pedro Popoff - "O menino do Baião e do Cordel" , as princesinhas maravilhosas, Francine Maria e Deisielly do Acordeon, criando uma atmosfera diferente a partir dali em todos os eventos do Cariri Cangaço... Isso repetiu-se mais uma vez e dessa vez no magnífico Castelo Armorial, quando Cecília do Acordeon e Francine Maria receberam as "bençãos do Mestre Ariano".
Voldi Ribeiro e Francine Maria
Francine Maria e Louro Teles
Francine Maria e Cícero Aguiar
Rita Pinheiro, a incrível "Garimpeira da Cultura", uma mulher extraordinariamente surpreendente pelo tamanho de seu coração, sua disposição e seu amor incondicional à nossa cultura, dominando todas as manifestações artísticas com sua alma verdadeiramente nordestina e universal... Em Belmonte , no enigmático Castelo Armorial, Rita novamente apresentou à Família Cariri Cangaço sua majestosa "Saia Mágica da Cultura" onde os registros de cada alma nordestina vão se sucedendo e são apresentados ao Mundo. "Essa saia já rodou o mundo inteiro e continuará sua missão..."
Rita Pinheiro e a "Saia Mágica" da Cultura Universal...
Débora Cavalcantes e Cícero Aguiar assinam a Saia da Cultura...
Clênio Novaes e Dra Amelia Cardoso, registros para todo o Planeta...
Ingrid Rebouças e Manuel Dantas Suassuna
Ingrid Rebouças, Eliana Pandini e Jorge Figueiredo, Manoel Severo
Maria Júlia, Manoel Severo e Francine Maria
"Até recentemente talvez muitos não imaginassem que um tema como o fenômeno de banditismo do Cangaço, sempre tão controverso, tão espinhoso, que produz tantas discussões apaixonadas, que mexe com tantas emoções (muitas delas terrivelmente dolorosas), conseguisse reunir pessoas em um evento onde ocorressem interessantes debates e instrutivas visitas aos locais onde aconteceram os fatos.Estou comentando sobre o espetacular Cariri Cangaço, que hoje 14 de outubro encerrou mais uma edição em São José do Belmonte PE com bastante sucesso." Comemora o Presidente da Comissão Local, pesquisador Valdir Nogueira.
Kydelmir Dantas e Francine Maria
Ingrid Rebouças e Nerizangela Silva
Arthiur Holanda, Ingrid Rebouças e Wescley Rodrigues
Ingrid Rebouças e Narciso Dias
Beto Sousa, Manoel Severo e Thiago Gontijo
Valdir Nogueira, Voldi Ribeiro e Manoel Severo
Família Sertão Nordestino...
"Cada Cariri Cangaço. uma surpresa. Para mim tudo começou em Princesa Isabel, na Paraíba, em março de 2015. Com a bagagem de quatro anos de Cariri Cangaço já posso afirmar, e sem medo de errar, que faço parte da família mais importante do Nordeste, a qual reúne relevantes personalidades de todo território brasileiro, sejam escritores, pesquisadores ou simples admiradores da saga nordestina, com realce para a história do cangaço, esta cheia de mistérios, intrigas e mentiras, mas que teve e tem um valor histórico imensurável no desenvolvimento turístico-cultural brasileiro, com ênfase para o nosso querido, amado e rico torrão nordestino! AVANTE!" Celebra o pesquisador de Alagoinhas, Bahia; Antônio Edson.
Nete, Ingrid, Valdir Nogueira e Veridiano Dias
Abreu Mendes, Voldi Ribeiro e Rosalia Freire
Josué Santana
Neidinha, Jorge Figueiredo e Cecília do Acordeon
Teresa Raquel e Voldi Ribeiro
Partidas...
Fotos: Ingrid Rebouças e Louro Teles
Cariri Cangaço
Visita Guiada ao Castelo Armorial
14 de Outubro de 2018
São José de Belmonte
Uma História a Ser Contada
O último compromisso da agenda Cariri Cangaço para 2018 acabou surpreendendo a todos. Não só pela força e grandeza da cultura e tradições contidas neste lado do querido estado de Pernambuco; bem ali no sopé das serras do Catolé, Bonita, da Pedra do Reino onde se ergue o extraordinário reino da Pedra Encantada, dos Mouros e Cristãos, de Gonzaga, dos Pereira e Carvalho: São José de Belmonte; mas e preponderantemente pela imensa harmonia e incontida alegria percebida e vivificada nos rostos e corações de todos os presentes, não foi só mais um Cariri Cangaço, na verdade nunca é, nunca será, cada uma das edições guardam emoções que se perpetuam para sempre na alma nordestina.
Desde os primeiros momentos; envolvendo toda a preparação, as reuniões de trabalho, todo o planejamento, os cuidados com cada detalhe, o zelo no encontro das melhores alternativas para apresentar a todos o que tínhamos de melhor passando pelo contato individual com cada convidado; razão maior de nossa existência; o Cariri Cangaço ao lado de acolhedor município de São José de Belmonte estava pronto para mais um encantador desafio...
Não apenas o enorme desafio de trazer em apenas quatro dias um manancial inesgotável de história, tradições e cultura, mas e principalmente o desafio de mais uma vez unir almas que olham na mesma direção, de norte a sul, de leste a oeste, mais uma vez o Brasil de alma nordestina
cumpriu o seu papel...
Manuel Dantas Suassuna, filho do Mestre Ariano,
A enigmática Ilumiara da Pedra do Reino no Cariri Cangaço
Imagens e Produção de Aderbal Nogueira
Fonte: YouTube
"Sem desmerecer outros seminários Cariri Cangaço, destaco o de Belmonte um dos mais aconchegantes e rico em tradições locais. O momento do reencontro com os Vaqueiros da História, não tem preço. Sei das dificuldades enfrentadas pelo comandante Severo, mas, declaro que a missão foi cumprida. Parabéns primos! As aulas de campo, por vocês ministradas, me deixou cheio de orgulho e emocionado. Ótima oportunidade para reviver o papel do Theophanes Ferraz Torres e sua luta, incansável, pela paz social em nossos sertões. Espero que os estudantes locais façam bom uso dos livros doados. Boa leitura! Viva o Cariri Cangaço!" Confirma o pesquisador escritor Geraldo Ferraz, de Recife, Conselheiro do Cariri Cangaço.
A alma e o coração do nordestino!
Eu não sei se minha alma é nordestina,
Só sei que o coração viveu na adrenalina.
Não sei se falo a linguagem do meu sertão,
Sou nordestino, minha alma canta o coração.
Estou de regresso, lá em São José de Belmonte,
Vivi momentos inesquecíveis entre poeira e monte.
Obrigado Cariri Cangaço. O amigo é oásis nessa fonte.
Eu renovei as amizades e trouxe a essência do horizonte.
Rossi Magne
24/10/2018
Os cenários às vezes épicos, ás vezes lúdicos, às vezes inacreditáveis , nos transportavam para as mais variadas sensações. A mistura de cores e sons, a natureza exuberante temperada com a amabilidade de todos os anfitriões nos davam a certeza que estávamos em casa, em nossa casa, em mais uma casa do Cariri Cangaço: São José de Belmonte.
Muitos pensam que no Cariri Cangaço temos uma "varinha de condão" que nos permite num piscar de olhos realizar grandes e complexos eventos, entretanto é importante esclarecer que nossa varinha de condão tem nome e sobrenome: Trabalho, dedicação, honestidade, respeito e acima de tudo, gratidão.
Com produção e imagens de Aderbal Nogueira: Pesquisadora e escritora
Débora Cavalcantes no Cariri Cangaço São José de Belmonte
CASTELO ARMORIAL
Fonte:YouTube
"O Cariri Cangaço é mais que um evento, é um sentimento..." Sinceramente, me encontro sem palavras para descrever cada momento vivido em São José do Belmonte-PE, e levo para o Rio Grande do Norte o desejo de muito em breve estar com todos outra vez!" comenta a potiguar Cris Silva. Já a artista plástica e caricaturista gaúcha, Eliane Giolo, revela: "Foram Fortes emoções neste Cariri Cangaço, como todos, mais um que entrou para a história, mais um para ficar guardado no coração de todos nós!" e Nerizangela Silva de Nova Floresta; Paraíba, completa: "Um evento belíssimo, que terminamos com as energias renovadas. Parabéns a família Cariri Cangaço e todos de São José do Belmonte que não mediram esforços para nos agraciar com o melhor."
A Origem do Movimento Armorial: De 1969 a 1974, Suassuna atuou como Diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).Foi com apoio desse Departamento que Suassuna, ao lado de outros artistas, criou o movimento armorial em 18 de outubro de 1970.Na ocasião, realizada na Igreja de S. Pedro dos Clérigos no centro da cidade de Recife, houve uma exposição de artes populares e ainda, um concerto.A ideia central do movimento era criar uma arte erudita a partir de elementos populares. Nessa perspectiva, o sertão nordestino é valorizado mediante a riqueza de valores culturais e artísticos.Embora tenha sido iniciado no âmbito acadêmico, o movimento se expandiu. Posteriormente, teve apoio da Prefeitura do Recife e da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco.O objetivo central era criar uma arte brasileira singular baseada nas raízes populares.Idealizado pelo escritor paraibano Ariano Suassuna, essa manifestação abrangeu a literatura, música, dança, teatro, artes plásticas, arquitetura, cinema. Fonte-https://www.todamateria.com.br/movimento-armorial/
Para o pesquisador e Conselheiro Cariri Cangaço Jorge Remígio, de João Pessoa:"O Cariri Cangaço é isso aí. Nove anos em defesa da história do nosso Nordeste, do nosso Sertão. Parabéns!" Já o poeta e pesquisador de Propriá, cerimonialista do Cariri Cangaço; Rossi Magne confessa: "Eu confesso: Sou movimento e sentimento, não sei viver sem essa essência da vida. Portanto, eu agradeço a Deus e a todos do Cariri Cangaço, por ser parte integrante dessa grande família. Obrigado."
Estivemos compartilhando momentos e momentos. Cada um deles cheios de muito significado. Costumo dizer que "se o Cariri Cangaço não promovesse uma só palestra, uma só conferência, já se fazia valer a pena por nos permitir a cada instante grandes encontros", é o que chamamos de "o Cariri Cangaço dos bastidores". Nas pousadas, nos cafés, nos restaurantes, nas praças, nas calçadas, nos contatos pré e pós a toda programação...
São nesses bastidores que as idéias e as percepções se aguçam, ali os pensamentos e os resultados de anos e anos de pesquisa muitas vezes é traduzido, as inconfidências, diante da divergência a busca pela convergência respeitosa, as mentiras e os mistérios se agigantam diante de uma temática tão forte e que tantos nos encanta.
“A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos "folhetos" do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus "cantares", e com a Xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das Artes e espetáculos populares com esse mesmo Romanceiro relacionados. ”Ariano Suassuna ;Jornal de Semana, 20 de maio de 1975
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Grande Mestre Ariano Suassuna
por Francine Maria
Fonte: YouTube
Sonho de liberdade e de dias melhores. Fantasia Medieval em pleno sertão. Mouros e Cristãos. O Azul e o Encarnado. Dom Sebastião. Viola, sanfona, cordel e forró. Alvorada, tiros de bacamarte, cavaleiros, cavalgada, cavalhada. Armadura, capa e espada. Rei e Rainha. Castelo Armorial. Pereira e Carvalho. Cangaço. CARIRI CANGAÇO. Sinhô Pereira, Luiz Padre, Lampião e Padre Cícero. Trabalhadores Rurais de ontem e de hoje. Ariano Suassuna. Um clássico da literatura Brasileira. A Cultura Popular. São José do Belmonte, uma cidade que se redescobre ao valorizar a sua própria História. Religiosidade e Cultura nordestinas. A tradição lusitana na colônia. A História do Brasil. A formação da Identidade Sócio-cultural Brasileira simbolizada numa pedra:
A PEDRA DO REINO .
"Costumo dizer que cada evento que Manoel Severo Barbosa e os amigos do CARIRI CANGAÇO empreendem FICA MELHOR QUE O ANTERIOR. Esse evento em São José do Belmonte foi impar em tudo! O foi pela história da saga desse grande povo em desbravar esse chão maravilhoso, o foi pela hospitalidade que recebemos, o foi pelas visitas a locais onde se deram os fatos históricos e também pelo grande número de novos amigos que fizemos que pareciam que eram tão velhos como os que reencontramos. Juntando todos, tornamos--nos mais fortes ainda e a alegria contagiante espalhou-se por toda a cidade. São José do Belmonte, cidade acolhedora e amiga, parabéns" afirma o Conselheiro Raul Meneleu Mascarenhas, de Aracaju, Sergipe.
Cariri Cangaço São José de Belmonte
11 a 14 de Outubro de 2018
Mais que um evento, um sentimento..
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