Café Patriota e Cariri Cangaço:Novidade de Arrepiar em Fortaleza !

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Nos acostumamos a afirmar que o Cariri Cangaço além de ser um grande indutor de fomento ao aprofundamento do estudo e da pesquisa sobre o cangaço e temas capilares da cultura nordestina, além de promover grandes seminários, visitas técnicas, debates, lançamento de livros e ter hoje um significativo grupo de mais de 600 pesquisadores de todo o Brasil, promove acima de tudo o encontro das pessoas e mais que isso, promove o encontro das pessoas com a verdadeira essência da alma nordestina.
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É com esse sentimento que vem norteando todas as investidas de nossa marca, que o Cariri Cangaço firma a preciosa parceria com o Café Patriota; um empreendimento que nasceu com o forte sentimento de amor a história e às nossas verdadeiras raízes. O Café Patriota é um espaço especialmente diferenciado, cafeteria e restaurante com cardápio de primeira classe, livraria e espaço cultural para apresentações de conferências e palestras como também reuniões , situado bem no coração de um dos mais importantes bairros de Fortaleza, Aldeota, já se consolida como uma das casas referência quando se trata de unir gastronomia e cultura.
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Anapuena Havena do Café Patriota:"Já ansiosos por essa parceira com o Cariri Cangaço" 
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A parceria foi firmada no dia 28 de julho último entre o Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa e os proprietários da casa, Lincoln Chaves e Anapuena Havena, numa indicação de que muita coisa boa vem por ai. "Já fazia tempo que estávamos, eu e Ingrid Rebouças, namorando o Café Patriota e hoje confirmamos esse namoro a partir dessa parceira onde o Café Patriota, dos amigos Anapuena e Lincoln, receberão periodicamente conferências, palestras, debates e encontros do Cariri Cangaço em Fortaleza, capital cearense, será mais um espaço onde certamente haverá o encontro da alma nordestina" ressalta um entusiasmado Manoel Severo. Já a proprietária do lugar, Anapuena Havena revela:"Estamos ansiosos com essa parceria, o Café Patriota é na verdade um projeto de valorização da história e cultura brasileira e certamente o Cariri Cangaço tem muito a nos acrescentar".
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O encontro se deu por ocasião da palestra "Antônio Conselheiro: o Homem-povoado contra o Anticristo da República" do professor Bruno Paulino nos salões do Café Patriota
 Bruno Paulino levou Antônio Conselheiro ao Café Patriota
Ingrid Rebouças e Manoel Severo
Bruno Paulino, Manoel Severo e Anapuena Havena
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A ideia é promover periodicamente conferencias, debates, apresentação de vídeo documentários como também realizar encontros do Cariri Cangaço na cidade de Fortaleza. Personagens como Lampião, Maria Bonita, Padre Cícero, Antônio Conselheiro, Beato José Lourenço, Padre Ibiapina, Luiz Gonzaga, dentre muitos outros serão as estrelas principais da parceria Cariri Cangaço-Café Patriota. "Já estamos dando o primeiro passo nessa direção, estamos acertando com o Lincoln e a Anapuena já um primeiro encontro para o dia 11 de agosto, um sábado, as 10 horas da manhã nos salões da casa, esse será o primeiro momento do Cariri Cangaço-Café Patriota e nosso convidado especial será Virgulino Ferreira da Silva" confessa Manoel Severo.
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Café Patriota
 
"Conheci recentemente o Café Patriota. Criado por Lincoln Chaves, amante da história do Brasil, o Café Patriota traz uma mensagem de amor à pátria e ao seu povo. Com uma decoração repleta de símbolos e sentimentos, o Café Patriota tem em suas paredes quadros que retratam a história de nosso país. O café também possui uma livraria, em parceria com a Chiado Editora, e tem, na sua agenda cultural, lançamento de livros, com debates e conversas, além dos famosos Saraus Literários.Os cafés, de uma forma geral, sempre foram ponto de encontro e de debates, e o Café Patriota quer resgatar esse costume. O cardápio do Patriota foi criado por Leandro Restrepo, trazendo pratos contextualizados historicamente, tudo uma delícia e feito com produtos de primeira qualidade. São pratos montados, tapiocas, sanduíches, drinks e outras bebidas, e, claro, os cafés mais tradicionais. O Café Patriota é mais uma opção gastronômica na querida Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, e traz um serviço diferenciado que certamente irá agradar aos seus clientes. 
Viva a diversidade de ideias e os espaços para discussões sadias e responsáveis."
Leo Gondim
http://conhecendooceara.com.br/na-cozinha-com-leo-gondim-um-charme-de-lugar/
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Café Patriota
Av. Santos Dumont, 1453 Aldeota - Fortaleza - CE.
Estamos abertos todos os dias e feriados das 12h às 22h 
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80 Anos Depois Por:O Cangaço na Literatura Especial

Muitas teorias foram descritas sobre o que ocorreu naquele 28 de julho de 1938. Nós do Cangaço na Literatura orgulhosamente apresentamos nosso ponto de vista. Compartilhem e valorizem nossa cultura!. Agradecemos ao Gutemberg Barros por emprestar a voz ao Lampião; ao José Roberto por resgatar o traço clássico da literatura em seus desenhos e ao Leonardo que nem sabia que a Xilo que encomendei seria para este trabalho. Abraço a todos!
Robério Santos

Panorama - 80 anos de Lampião Por:Jornalismo Tv Cultura

No dia 28 de julho de 1938 morria assassinado o mais famoso cangaceiro brasileiro: Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião. O Panorama irá falar sobre esta figura que se tornou um personagem na cultura popular brasileira. Vamos tentar entender os motivos que fizeram com que as imagens de Lampião e seu bando ficassem tão marcadas na memória do brasileiro.
Convidados: Artur Aymoré, jornalista e professor do curso de jornalismo da FMU e autor do livro “O outro olho do Lampião” e Geraldo Antônio de Souza Júnior, pesquisador do tema “cangaço” há 35 anos, responsável pelo site “Cangaçologia”.
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A Historia do Canhão da Guerra de 14 Por:Daniel Walker

O canhão mostrado na foto é uma relíquia histórica, pois representa o símbolo da resistência de Juazeiro às investidas das tropas rabelistas na Sedição de 1914, na qual Juazeiro saiu vitorioso. A história desse canhão é bem interessante e pitoresca. 

Quando as forças militares estaduais do governador Franco Rabelo estavam se mostrando ineficientes para conter a rebeldia das forças de Juazeiro, um empresário fortalezense, Sr. Emílio Sá, dono de uma padaria no centro comercial da capital cearense, teve a ideia de fazer um canhão que seria, segundo ele, “a arma fatal para dizimar os rebeldes”.O canhão foi fundido em bronze proveniente de um grande volume de moedas doadas pela população de Fortaleza, numa campanha feita à pressa, mas que deu bom resultado, porquanto em pouco tempo todo o bronze necessário para fundição do canhão de um metro estava à disposição do idealizador.

A chegada desse canhão, esperava-se, daria maior ânimo às forças rabelistas sediadas na cidade de Crato, cuja esperança de vitória havia desaparecido. Embora a fundição do canhão tenha sido feita rapidamente, seu transporte para o Crato foi uma empreitada longa, cansativa e, quando em combate, a ação foi desastrosa. Como a linha de ferro só ia de Fortaleza a Iguatu, o transporte do pesado artefato até o Crato foi feito numa carroça puxada por uma parelha de bois, trafegando numa estrada enlameada devido às fortes chuvas que banharam na época a região Caririense. Não foi nada fácil!

Com a chegada da arma fatal, o falastrão major Ladislau, comandante das forças rabelistas, num arroubo de arrogância mandou soltar um boletim espalhafatoso para despertar nervosismo nas tropas de Juazeiro, o qual entre outras coisas desaforadas dizia o seguinte: “O Juazeiro vai ser bombardeado a dinamite por poderosos canhões vindos de Fortaleza com extraordinários reforços de soldados e de munição. Rendei-vos, ainda é tempo”. No tocante aos canhões mentiu, pois só era um exemplar; porém disse a verdade quanto ao reforço de munição (vieram 100 mil cartuchos) e ao número de soldados (vieram mais 150 homens da Guarda Cívica). 

O canhão hoje está exposto no Memorial Padre Cícero em Juazeiro do Norte

Irado com o desaforo do major Ladislau, o comandante Floro decidiu revidar e emitiu também um boletim, no qual vociferou: “Lemos o imundo boletim que vocês, acovardados, fizeram circular. Fiquem sabendo que aqui ninguém tem medo dos seus canhões, nem das suas 100 mil balas, nem das suas dinamites. Deixem de ser pulhas e venham, se têm coragem, para correrem pela segunda vez e última vez. Porque agora não daremos mais tréguas, podem ficar certos. Venham, venham, venham!”. Mais tarde ficou comprovado o quanto Floro tinha razão ao fazer tais afirmações. Mas o major Ladislau, fanfarrão como era,  não perdeu a oportunidade de enraivecer Floro mais uma vez e mandou outro boletim desaforado nos seguintes termos: “Floro, seu bandido. Nestes dias te mostrarei como se zomba de um governo. Tua cabeça irá para Fortaleza servir de exemplo aos outros miseráveis teus companheiros. Floro, ladrão, Não terás a honra de morrer a tiros, mas sim sangrando no coração, miserável”. 

Depois o major Ladislau viu a besteira que fez, pois nada do que prometeu se realizou. A ordem que veio de Fortaleza era clara: para que a estreia do canhão tivesse amplas condições de lograr êxito era preciso antes matar Juazeiro de fome, através de um bloqueio nas estradas, evitando assim que os gêneros alimentícios chegassem à cidade. E o bloqueio de fato foi feito, porém Dr. Floro, estrategista como era, encontrou uma solução eficaz, mesmo sem contar com a anuência do Padre Cícero, seu cúmplice no comando da sedição. 

Floro Bartolomeu e Padre Cícero

A solução empregada foi efetuar saques aos depósitos de alimentos dos sítios da vizinhança onde os soldados rabelistas não estavam vigiando. Padre Cícero não concordou com tal medida porque achava que isso se constitua crime de roubo. Diante da advertência do Padre Cícero, Floro retrucou com veemência: “Deixe de escrúpulos e me dê carta branca para resolver essa parada, se não quiser ser degolado pelos soldados da polícia!”.E Padre Cícero não teve outra alternativa, senão calar-se e deixar tudo a critério de Floro. Como a ideia do boicote das estradas não surtiu o efeito esperado, o major Ladislau foi obrigado  a antecipar a estreia do tão esperado canhão. Mas logo no tiro de ensaio, realizado ao ar livre para toda a população cratense assistir, o canhão de Emílio Sá foi uma tremenda decepção, pois o tiro literalmente saiu pela culatra. O estrondo foi realmente grande e destruiu a carroça de madeira que lhe servia de base, sendo preciso improvisar um novo estrado, agora de ferro e feito à pressa.

O primeiro tiro do canhão foi um sucesso, mas apenas em estrondo e fumaça, e isso certamente desanimou o comandante da tropa rabelista. Mas como não havia tempo a perder, o certo mesmo era retomar os ataques a Juazeiro, na esperança de que o canhão, cujo fracasso inicial não era do conhecimento das tropas rebeldes, cumprimisse a missão para a qual foi construído. Assim, no dia 21 de janeiro de 1914, mesmo contrariando a ordem do governo de prolongar o boicote das estradas,  o desastrado major Ladislau ordenou um novo ataque, agora com mais munição e  o reforço da Guarda Cívica, vindo de Fortaleza. Essa Guarda Cívica não era propriamente uma tropa militar com treinamento de caserna. Era, na verdade, um grupo de civis voluntários convidados em cima da hora e portanto sem nenhum preparo para a luta armada. Ela teve de ser acionada porque praticamente todo o contingente militar do governo já estava em campo. Os poucos militares que não foram deslocados para o Crato ficaram para guarnecer a capital. 

Franco Rabelo

Em combate, o canhão foi mesmo um tremendo fracasso! Seu tiro era de fato estrondoso, entretanto tinha pouco alcance, de tal forma que o projétil lançado nunca chegava ao alvo esperado. Serviu mesmo foi de gozação para as tropas de Juazeiro. Toda vez que se ouvia o tiro do canhão, os rebeldes de Juazeiro gritavam em coro: “Xô, maldita!”. E a bola de chumbo quente passava longe do alvo. Sem o canhão render o esperado, o major Ladislau ordenou o recuo das suas tropas para Barbalha, em vez de Crato, e em lá chegando, deu a ordem jamais ouvida  num campo de combate: “Camaradas, é triste confessar; mas o Padre Cícero ganhou a guerra. Deus é grande, o Padre Cícero é maior. Mas o mato é maior ainda do que os dois juntos. Cada um cuide de si e ganhe o matagal”. 

Não foi preciso muito tempo para a tropa seguir o conselho. Ali mesmo, muitos soldados amedrontados debandaram; outros preferiram tirar a farda e fugir como se fossem civis, pois o mais importante naquele momento era não estar no local quando as tropas rebeldes chegassem a Barbalha. O canhão foi abandonado nos arredores da cidade e depois foi trazido pelas tropas vitoriosas até ao centro  e exibido como troféu de guerra, sob caloroso aplauso da população. O canhão hoje está exposto no Memorial Padre Cícero, sendo uma peça bastante apreciada pelos visitantes. 

Daniel Walker, pesquisador e escritor
Juazeiro do Norte, Ceará

Campanhas de Repressão ao Cangaço Por:Valdir José Nogueira

Antônio Martins, Manoel Severo e Valdir José Nogueira
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Entre as décadas de 1920 e 1930, governos da região nordeste do Brasil empreenderam um conjunto de medidas políticas, administrativas, judiciais e policiais no intuito de debelar os bandos de cangaceiros que assolavam os sertões de sete estados nordestinos, sob a chefia de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Ao assumir o Governo de Pernambuco, Estácio de Albuquerque Coimbra promoveu novo alento na repressão ao cangaço. Coimbra nomeou em 12 de dezembro de 1926 para o cargo de Chefe de Polícia o bacharel Eurico de Souza Leão. De fato, as novas diretrizes aplicadas na repressão aos bandos sob a chefia de Lampião tiveram impacto imediato. A campanha previa a repressão paralela aos protetores de bandidos, o apoio à ação da polícia, o reforço do policiamento nas fronteiras, o aumento do contingente de contratados, o desarmamento e o desaforamento. Conjugadas essas medidas, o saldo foi positivo
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A foto mostra a visita do dr. Euríco de Souza Leão em janeiro de1928 à cidade de Belmonte, quando da inspeção ao Sertão pernambucano. Na ocasião, o Chefe de Polícia ao sertão de Pernambuco foi recepcionado pelo prefeito Sr. João Primo de Carvalho e autoridades locais. A foto foi tirada em frente à Prefeitura municipal. Sentados da esquerda para a direita: o prefeito João Primo de Carvalho, Jacinto Gomes dos Santos (Delegado de polícia), o major Theófanes Ferraz Torres, comandante geral das forças volantes, dr. Eurico de Souza Leão, dr. Melquíades Montenegro (juiz municipal), major Joaquim Leonel Pires de Alencar (presidente da Câmara Municipal) e Antônio Brandão de Alencar. Em pé e por trás de Theofanes e Eurico: tenente Arlindo Rocha (este, durante o combate da Serra Grande em Vila Bela, foi gravemente atingido no rosto, tendo o maxilar quebrado). O capitão Nelson Leobaldo (delegado de Caruaru) encontra-se por trás do major Joaquim Leonel. Em pé, por trás do Sr. Jacinto Gomes dos Santos está o Sr. Manoel Lucas de Barros, na época vice-presidente da Câmara Municipal do Município de Belmonte.

Valdir José Nogueira
Pesquisador e Escritor
Presidente da Comissão Organizadora
Cariri Cangaço São José de Belmonte



Estado Novo em Pombal ... Por:José Tavares de Araujo Neto


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Em 10 de novembro de 1937, às vésperas da eleição presidencial, prevista para o dia 03 de janeiro de 1938, o Presidente Getúlio Vargas instituiu o golpe denominado Estado Novo. O Congresso Nacional, as Câmaras Municipais e as Assembléias Legislativas foram fechadas e os partidos políticos extintos. Os governadores dos Estados foram substituídos pelos Interventores, nomeados pelo Presidente da República, e os Prefeitos, por sua vez, passaram a ser nomeados pelos Interventores Estaduais.
Na Paraíba, a política conciliatória implementada pelo governador Argemiro de Figueiredo havia reunidos as forças políticas em um único bloco. A candidatura de José Américo de Almeida a Presidente da República, que teoricamente deveria ter o apoio do Presidente Vargas, já se encontrava em processo de consolidação. O imediato apoio de Argemiro ao Estado Novo suscitou no rompimento entre José Américo e o Governador paraibano. Assim, neste contexto, Argemiro de Figueiredo, que havia sido eleito pela Assembleia Legislativa em 1935, foi escolhido por Vargas para assumir a Interventoria do Estado, e este por sua vez, manteve Sá Cavalcante como Prefeito de Pombal, cargo conquistado por via direta também em 1935.
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Governador Argemiro de Figueiredo
Com a instituição do Estado Novo aumenta o prestígio de Epitácio Pessoa Cavalcante de Albuquerque (Epitacinho), filho do ex-presidente João Pessoa e amigo pessoal do Presidente Getúlio Vargas. Em 1938, o governo Argemiro começa a dar sinais de desgaste, motivado principalmente pela disputa inter-oligárquicas envolvendo os grupos políticos liderados por Argemiro e os alijados do Poder, representados principalmente pela família Pessoa. Para acalmar os ânimos, Argemiro de Figueiredo cria a Secretaria de Educação e convida Epitacinho para ocupar a pasta.
Empossado, o Secretário Epitacinho inicia uma campanha conspiratória, visando desestabilizar o governo do Interventor Argemiro, a fim de tomar o seu lugar. Em março de 1939, Argemiro extingue a Secretaria de Educação, deixando Epitacinho sem cargo. Em respostas, o ex-secretário de Educação entra com uma representação junto ao Ministério da Justiça, na qual relaciona uma série de desmandos administrativos supostamente praticados pelo Interventor. A partir de então, a administração de Argemiro Figueiredo entra em um profundo desgaste, que culminou com pedido de exoneração do cargo, prontamente aceito por Vargas.
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Rui Carneiro
Entretanto, quando todos imaginavam que Epitacinho seria o substituto natural de Argemiro, principalmente por sua estreita relação com o Presidente Vargas, na manhã de 16 de agosto de 1940, a Paraíba despertou com a notícia de que o Presidente Vargas havia nomeado para o cargo o pombalense Rui Carneiro, que se encontrava alheio aos conflitos políticos da Paraíba, assumindo cargo de Secretário da Presidência do Banco do Brasil, na Capital Federal. O que mais causou estranhamento nas hostes paraibanas foi o fato do novo interventor nomeado ser um reconhecido adversário político de Argemiro e inimigo pessoal de Epitacinho. Rui Carneiro, ético, honesto e leal, não fazia segredo que abominava as atitudes nada republicanas do filho de João Pessoa. É oportuno registrar que no ano seguinte, 1941, Epitacinho também foi um dos responsáveis pela derrubada do Interventor de São Paulo Adhemar de Barros, ocorrida após a publicação do livro “A administração calamitosa do sr. Ademar de Barros em São Paulo”, o qual assinou sob o pseudônimo de João Ramalho.
Enquanto isso em Pombal, o Prefeito Sá Cavalcante, lutando contra o tempo, intensifica, a toque de caixa, a conclusão das obras referentes a implantação de audacioso conjunto arquitetônico no centro da cidade, que deveria marcar como o maior legado de sua administração. O Projeto era composto de duas praças, um imponente coreto inspirado no Pavilhão do Chá da Praça Venâncio Neiva, em Joao Pessoa, e uma réplica perfeita da coluna da hora da Praça do Ferreira, em Fortaleza. As praças deveriam receber o nome de Getúlio Vargas e Argemiro de Figueiredo, Presidente da República e Interventor da Paraíba, respectivamente. O Prefeito já até havia recebido a estátua do Interventor Argemiro de Figueiredo e o busto do Presidente Getúlio Vargas, que havia encomendadas para serem instaladas nas respectivas praças. Sob a coordenação do secretário Antonio José de Sousa, os serviços foram agilizados, faltando apenas a conclusão do Pedestal, para colocação do busto, e da base, destinada a estátua.
Estátuas de Argemiro e Getúlio
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Rui Carneiro já tinha assumido a Interventoria da Paraíba. O Prefeito Sá Cavalcante permanecia no cargo, aguardando a nomeação do seu substituto, que poderia sair a qualquer momento. Já havia sido instalado o busto de Getúlio Vargas, enquanto que na outra praça os trabalhadores davam os últimos retoques para a aposição da Estátua de Argemiro Figueiredo, quando Antonio de Sousa foi surpreendido por um emissário que trazia um recado de Janduhy Carneiro, irmão do novo interventor, recomendando que os serviços fossem suspensos imediatamente, pois tinha outro plano para a referida obra. Indiferente, Antonio de Sousa continuou com os serviços, recebendo pela segunda vez o mesmo emissário, com o mesmo recado. No dia seguinte, 05 de setembro, Rui Carneiro destituiu o Sá Cavalcante, nomeando para substituí-lo o Agrônomo Paulo Alfeu de Miranda Henrique. O novo gestor municipal tomou posse no dia seguinte, 6 de setembro, quinta-feira, sem a presença de Sá Cavalcante, que incumbiu Antonio José de Sousa, seu fiel escudeiro, para repassar o cargo.
Na madrugado do sábado, dia da feira-livre, pessoas não identificadas, mas certamente ligadas politicamente aos Carneiro e com o consentimento do grupo, quebraram a estátua de Argemiro de Figueiredo, sendo seus fragmentos jogados no leito do Rio Piancó. A praça deveria ter nome de Argemiro de Figueiredo, foi batizada Praça José Américo de Almeida, seu adversário político. Em 1951, com a eleição do prefeito José Ferreira de Queiroga (Dr. Queiroga) recebe o nome de Praça Rio Branco, sendo renomeada Praça José Ferreira de Queiroga, em 1953, após a morte de Dr. Queiroga, em pleno exercício do cargo. Em 1962, ano das comemorações de aniversário de um centenário que Pombal ganhou o status de cidade, ela passou a ser conhecida também como Praça do Centenário, sem prejuízo para o nome oficial.Indiferente a polarização das disputas eleitorais e as consequentes alternâncias do Poder, o nome da Praça Getúlio Vargas e seu busto se mantiveram preservados desde o Estado Novo até os dias de hoje.
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José Tavares de Araújo Neto, pesquisador
Pombal, Paraíba

80 Anos de Muita História pra Contar...



Já se vão exatos 80 anos desde o longínquo 28 de julho de 1938 quando na grota do Angico; nas barrancas do lado sergipano do Velho Chico o fatídico episódio do cerco e morte de Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, acabaria marcando o fim do cangaço e iniciando uma verdadeira epopeia em busca da verdade em torno da morte do rei do cangaço. Virgulino se configura como o sul americano mais biografado do planeta, mais mil livros buscam contar a história desse fenômeno tipicamente do nordeste do Brasil, grupos de estudos, instituições e academias vem se debruçando sobre o curioso tema que se reveste envolto em "mentiras e mistérios" mesmo passados longos oitenta anos...
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Seminários, simpósios e congressos em várias cidades nordestinas acontecem neste mês de julho, trazendo à mesa a discussão que mobiliza pesquisadores e escritores de todo o Brasil. Dentro desse contexto, a capital baiana Salvador sediou entre os dias 10 e 12 de julho; próximo passado; o "Seminário Angico 80 Anos – O Crepúsculo do Cangaço". Tendo a frente o professor Manoel Neto e o coronel Raimundo Marins, o evento aconteceu na Biblioteca Central dos Barris e foi uma promoção do Centro de Estudos Euclydes da Cunha – CEEC/UNEB, da Biblioteca Pública do Estado da Bahia e do Centro de Memória da Polícia Militar do Estado da Bahia. Com brilhantismo reuniu pesquisadores renomados do tema, como Luitgarde Cavalcanti Barros Oleone Coelho Fontes, José Bezerra Lima Irmão, Luiz Ruben Bonfim, Kiko Monteiro, além da presença importante da jornalista Vera Ferreira, neta de Lampião e Maria Bonita e Indaiá Santos, neta de Corisco e Dadá, dentre outros ilustres participantes.
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Outro grande evento dentro da comemoração dos 80 anos da morte do mais famoso de todos os cangaceiros; Virgulino Ferreira da Silva , Lampião; acontece entre os próximos dias 24 a 26 de julho, também em Salvador, desta vez uma promoção do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, e que promete reunir pesquisadores e apaixonados pela temática de todo o Brasil. Novamente personalidades da pesquisa do cangaço estarão presentes com destaque na programação para os escritores; José Bezerra Lima Irmão, Oleone Coelho Fontes, José Dionísio Nóbrega e Renato Luiz Bandeira.  

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Alagoas registra presença também no marco dos 80 anos da morte de Lampião a partir da 7
0ª Reunião Anual da SBPC - UFAL Sertão, no município de Delmiro Gouveia. No último dia 19 de julho reuniu na 
Mesa Redonda: "Os 80 anos da morte de Lampião: releituras do Cangaço" os qualificados pesquisadores: 
Luitgarde Barros (UERJ), Aldair Menezes (SEE-SE) e Antonio Fernando Sá (UFS).
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Mesa de Debates na UFAL de Delmiro Gouveiao
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O município de Lagarto no sertão sergipano foi outro que se somou ao conjunto de eventos que marcariam a data dos 80 anos da morte de Virgulino. Para um imensa platéia de estudantes o pesquisador Kiko Monteiro vem apresentando semanalmente neste mês de julho, palestras sobre a temática. Os eventos acontecem no auditório do Pré Seed - Polo Lagarto, sob a coordenação do professor Clécio.
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Kiko Monteiro no Pré Seed em Lagarto,Sergipe
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Mais uma vez a Bahia se faz presente nos eventos comemorativos em alusão aos 80 anos da morte de Lampião, desta vez o acolhedor município de Paulo Afonso reúne personalidades da pesquisa e estudo do cangaço para numa promoção da Academia de Letras de Paulo Afonso - ALPA - em alusão ao Dia do Escritor , dia 25 de Julho, no Clube Paulo Afonso e sob a coordenação do jornalista Antônio Galdino e do grande escritor João de Sousa Lima, realizar mais um conjunto de palestras que contará com as presenças de Luiz Ruben Bonfim, Benedito Vasconcelos, Celsinho Rodrigues, Elane e Archimedes Marques, Jurivaldo Alves, Louro Teles, dentre outros. Já no dia seguinte é a vez da prefeitura municipal de Paulo Afonso promover ainda dentro do Paulo Afonso Cangaço mais apresentações e debates dentro da mesma temática, com as participações de Aderbal Nogueira e Manoel Severo.

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Por fim o maravilhoso e encantador município de Piranhas em Alagoas reúne nos dias 26 a 28 de julho; em evento capitaneado pela prefeitura municipal através da Secretaria de Cultura , pesquisadores, escritores e professores para a promoção de mesas de debates, palestras e apresentação de video documentários com destaque para as presenças de Aderbal Nogueira, João de Sousa Lima, Wescley Rodrigues, Louro Teles, entre outros.
Virgulino Ferreira da Silva, o sertanejo,  homem, cangaceiro, mito... 80 anos de sua morte em Angico.

Cristãos e Mouros na Tradição de São José de Belmonte Por Valdir José Nogueira


No século XIX e nas primeiras décadas do século XX a região do Pajeú foi cenário de episódios sangrentos protagonizado por membros das famílias Pereira e Carvalho. As mesmas davam nome às facções que disputavam o mando político em Flores, Serra Talhada e São José do Belmonte. 
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Pereiras e Carvalho (cristãos novos?) eram parentes. Pereiras militando no Partido Conservador; Carvalhos no Partido Liberal. Uns e outros, como era hábito no sertão, proclamando brasões e nobreza remota. No brasão dos Carvalhos predomina a cor azul, no brasão dos Pereiras predomina a cor encarnada.

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O tempo vai longe das lutas de Carvalhos e Pereiras, porém, o embate entre azuis e encarnados ainda acontece anualmente em São José do Belmonte durante a festa da Pedra do Reino, através de uma das suas mais genuínas manifestações folclóricas; a Cavalhada. A Cavalhada resgata as históricas batalhas da população cristã contra as dramáticas investidas dos exércitos muçulmanos na Península Ibérica. No local do evento, 12 cavaleiros divididos entre mouros e cristãos, ricamente ornamentados encenam um belíssimo espetáculo com músicas específicas; carreiras eqüestres coreografadas e exercícios. 
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Rivais antigos, o encarnado e o azul se entrincheiram em campos diferentes. Encarnados, os mouros; azuis os cristãos. É justo que as gentes do Nordeste lancem mão desses símbolos ancestrais nas suas mais genuínas manifestações populares. As cores se perpetuam imortais nos seus significados, transparentes no que representam. Forte na questão cultural da cidade, a Cavalhada é algo tradicional entre a nossa gente, faz parte da história de São José do Belmonte.

Valdir José Nogueira
Pesquisador e escritor
Presidente da Comissão Organizadora do Cariri Cangaço São José de Belmonte

E vem aí, de 11 a 14 de Outubro...

Estamos Chegando...


Cariri Cangaço São José de Belmonte
11 a 14 de Outubro de 2018
Sertão de Pernambuco - Brasil


A Morte de Ezequiel Ferreira Por:João de Sousa Lima

Dia 11 de julho de 2018, eu, Sandro Lee e Nilton Negrito estivemos traçando um dos Roteiros do Cangaço em Paulo Afonso e demarcamos um dos mais famosos  pontos da história  em nossa região.Na Lagoa do Mel colocamos uma cruz marcando o local da morte de Ezequiel e onde também morreram 16 soldados.Essa ação faz parte do movimento Rota do Cangaço que eu e Sandro Lee estamos lutando há anos para tornar realidade em nossa cidade. Já pontuamos vários espaços onde houve histórias sobre o tema. Ainda falta alguns locais a serem delimitados para podermos finalizar esse projeto, que esperamos encerrar ainda em 2018.
PARA ENTENDER UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA SOBRE  O LOCAL ONDE ESTIVEMOS E ONDE MORREU EZEQUIEL, IRMÃO DE LAMPIÃO.....
Um dos mais ferrenhos combates de Lampião na Bahia aconteceu em Paulo Afonso, no povoado Baixa do Boi. Nesse confronto morreu, a principio,  16 soldados  e posteriormente, em fuga e perdidos, morreram mais 3 policiais.
O cangaço era movido por tiroteios, mortes e ferimentos. Lampião foi grande estrategista e astucioso, com uma grande capacidade de pressentir o perigo que constantemente o rondava. O famoso cangaceiro vivia dividido entre os inúmeros combates e mesmo tendo desenvolvido uma quase perfeita estratégia de segurança, contando com o apoio dos numerosos coiteiros, tinha sempre a morte rondando seus dias e sofreu consideráveis baixas em seu contingente. Entre seus maiores dissabores ele sofreu trágicas perdas e ver alguns irmãos sucumbirem em combates sobre sua proteção, foi doloroso. No campo de luta ele viu três irmãos morrerem. O primeiro morto em combate foi o Livino ferreira da Silva, no ano de 1925, em um tiroteio acontecido na fazenda baixa do Juá, próximo a cidade de Flores, Pernambuco, com volantes paraibanas comandadas pelos sargentos José Guedes e Cícero de Oliveira. Livino faleceu oito dias após esse tiroteio, com 29 anos de idade.
Ezequiel e Virgínio
O segundo irmão a deixar o mundo dos vivos foi Antonio Ferreira, nascido em 1896 e morto em janeiro de 1927, na fazenda poço do ferro, Tacaratu, Pernambuco, propriedade do coronel Ângelo da Jia, em decorrência de um acidente ocasionado por Luiz Pedro, que disparou sua arma acidentalmente atingindo o próprio amigo. O terceiro morto em combate foi Ezequiel Ferreira da Silva, o mais jovem irmão, nascido em 1908. Ezequiel passou a acompanhar Lampião em 1927, junto com o cunhado Virgínio. Ele tinha o apelido de Ponto Fino, alcunha adquirida pela justeza do seu tiro. Sua morte aconteceu em Paulo Afonso, Bahia, no povoado Baixa do Boi, terras pertencentes na época a santo Antonio da Glória do curral dos Bois.
O tenente Arsênio Alves de Souza chegou ás imediações do povoado Riacho com uma volante composta por aproximadamente 20 soldados e tendo como guia os dois irmãos Aurélio e Joví, que eram fugitivos da cadeia de Glória, preso pelo inspetor de quarteirão, o senhor Pedro Gomes de Sá, pai da cangaceira Durvinha. A volante chegou ao povoado riacho no dia 23 de abril de 1931, trazendo entre seu aparato bélico uma metralhadora Hotchkiss. O primeiro contato do tenente no lugar foi com Zé Pretinho e o jovem foi forçado a seguir com os policiais. Cruzaram o terreiro de dona generosa Gomes de Sá, coiteira de Lampião e foram armar acampamento na Lagoa do Mel, um tanque construído por Antonio Chiquinho.
Tenente Arsenio
Sargento Leomelino Rocha
Enquanto a policia se preparava para passar a noite na lagoa do Mel, outras fontes confiáveis de informações de Lampião se dirigiam para o povoado Arrasta-pé para avisar ao Rei do Cangaço sobre a presença dos militares nas proximidades. Lampião mandou avisar Corisco e Ângelo Roque, que estavam arranchados bem próximos e junto com eles combinaram um ataque aos soldados.
Ainda com o escuro da noite, próximo ao amanhecer, Lampião recolheu alguns chocalhos com Pedro Gomes e seguiu as veredas que davam a cesso a lagoa do mel.No coito da policia, prestes a amanhecer, o Zé Pretinho saiu com o intuito de pegar um bode para fazer parte do desjejum de todos ali. Com a escuridão se transformando em luz, os soldados ouviram o tilintar de chocalhos e imaginaram que seriam os bodes se aproximando para beber água (um dos sobreviventes desse combate, o soldado José Sabino, ordenança do tenente, relatou, anos depois, que realmente confundiram os chocalhos, achando que eram alguns caprinos se aproximando para beber água na lagoa). Na verdade eram os cangaceiros cercando o coito.
Despreocupados, os policiais sofreram um forte e inesperado ataque, uma verdadeira chuva de balas caiu sobre eles. Vários corpos caíram atingidos por balas mortais e certeiras. A dificuldade encontrada pelos soldados foi que eles cometeram um grande vacilo. A lagoa do Mel era rodeada por uma cerca de varas e eles haviam dormido dentro do cercado. Quando eles tentavam transpor as madeiras se transformavam em alvo fácil e caiam mortalmente feridos. Um exemplo dessas mortes trágicas foi a do sargento Leomelino Rocha que morreu e ficou de pé pendurado nas madeiras. Em um dos bolsos desse sargento lampião encontrou um bilhete do coronel Petro indicando alguns locais onde ele se escondia.
 
O tenente Arsênio diante o desespero do momento, conseguiu efetuar uma rajada de metralhadora e acabou acertando a barriga de Ezequiel Ferreira. A arma depois emperrou e o tenente conseguiu retirar o percussor (ferrolho) da arma e fugiu levando a peça que deixaria a arma inutilizável. Nesse dia Lampião chorou amargamente a morte do irmão caçula e teve que enterrá-lo, com a ajuda de Antonio Chiquinho, próximo a Lagoa do Mel.Era a vida dos que viviam pelo poder das armas, que tombavam no dia a dia, pelo aço lacerante do pipocar das artilharias dos diversos grupos que traçaram as páginas do cangaço no nordeste brasileiro.
João de Sousa Lima
Paulo Afonso 12 de julho de 2018
https://joaodesousalima.blogspot.com/2018/07/a-morte-de-ezequiel-ferreira-as-cruzes.html
Membro da SBEC- Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
Membro da Academia de Letras de Paulo Afonso – cadeira 06

Padre Agostinho, Capelão do Cariri Cangaço Por:Rangel Alves da Costa

Junior Chagas, Padre Mário e Padre Agostinho
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Agora em junho Poço Redondo e os sertões sergipanos e baianos tiveram o imenso prazer de conhecer Padre Agostinho. Mas quem é este homem calmo, pacífico, de voz mansa, que anda sempre carregando lembrancinhas religiosas para distribuir onde passa, que lentamente caminha para suportar uma pequena deficiência numa das pernas, que celebra missa aonde chega e anda de chapéu cangaceiro de canto a outro? 
Saibam, pois, que o Padre Agostinho Justino dos Santos é gigante, é grandioso, é imenso. Entronizado Capelão do Cariri Cangaço, Capelão aposentado da Marinha do Brasil, é Padre Católico e do mundo. Apaixonado pelo Nordeste, principalmente pela região do Cariri, abdica de estar no seu Rio de Janeira para cruzar caminhos nordestinos e sertanejos. 
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Ivanildo Silveira, Louro Teles e Padre Agostinho no Cariri Cangaço em Nazaré do Pico
Padre Agostinho e Caravana Cariri Cangaço no Edição de Luxo em Juazeiro do Norte
Padre Agostinho na Fazenda Patos, Cariri Cangaço Piranhas 
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Desde muito que atua fortemente no contexto histórico nordestino. Apaixonado pela história do Padre Cícero e pelas dioceses do Crato e de Juazeiro, transita entre as duas - e por toda a região - como um sacerdote respeitado e venerado. É, pois, a partir da Diocese de Juazeiro que o Padre Agostinho sai pelos carrascais nordestinos acompanhando o Cariri Cangaço. Não perde um evento sequer. A cada nova edição, mesmo na distância que for lá estará o Padre Agostinho acompanhado de um ajudante, também da diocese. 

A presença deste servo de Deus também a serviço da história, da cultura e das tradições, tornou-se fator marcante a cada evento do Cariri Cangaço. Alguns conselheiros deixam de comparecer, mas Padre Agostinho não. Uns e outros apaixonados pelas andanças do Cariri Cangaço até deixam de estar presente, mas Padre Agostinho não. Chega sem alarde, instala-se quase ocultamente, mas depois vai surgindo para o encantamento de todos.Em meios aos abraços pelos reencontros, em meio aos preparativos e correrias, de repente ele vai surgindo lentamente, calmo, paciente demais. “Oh Padre Agostinho, por aqui? Que bom revê-lo!”. E ele, sempre de sorriso leve, vai logo repassando um terço de boa sorte, uma fitinha do Padre Cícero, um calendário religioso, algo sempre valioso como dádiva sagrada de reencontro e recordação. 

Na manhã do último dia do Cariri Cangaço Poço Redondo 2018, quando todos os participantes ou já tinham seguido ou estavam se preparando para seguir viagem, eis que o Capelão celebrava - ao lado do Padre Mário - a missa pelo aniversário de 78 anos de Alcino Alves Costa. Segundo ele, depois seguiria para Paulo Afonso, daí cortando outros caminhos até Juazeiro. Confessou-me que pagaria do próprio bolso o fretamento de um veículo até Paulo Afonso. 
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Padre Agostinho e a inauguração do Marco de Antonio Canela em Poço Redondo
Padre Agostinho e a benção diante do Marco da Cruz dos Nazarenos
Padre Agostinho a inauguração do Marco de Alcino Alves Costa
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Todas as igrejas abrem suas portas perante sua chegada. Todos os túmulos e cruzes da história se reconfortam perante sua presença. Ao ser perguntado sobre os motivos de usar chapéu cangaceiro e de abençoar os retalhos do passado, bem como celebrar a memória daqueles que a muitos causa ojeriza (como acontece com túmulos de cangaceiros), ele simplesmente afirma que todos foram seres humanos e, como tal, merecem a compaixão divina. Assim suas palavras, conforme citadas pelo conselheiro Raul Meneleu no artigo “O Padre e o Cangaço”: “Também os cangaceiros são filhos de Deus e merecem preces por suas aflitas almas, mesmo sendo injustos." (http://meneleu.blogspot.com/2015/08/o-padre-e-o-cangaco.html).

Foi neste sentido que abençoou as Cruzes dos Nazarenos na Maranduba e proferiu palavras acerca daquelas almas aflitas, comandando depois uma oração conjunta. No dia anterior, na baiana Serra Negra, após o almoço coletivo ele foi avistado recompensando com algum dinheiro as mulheres a serviço na cozinha. Apenas um reconhecimento pelo maravilhoso almoço, dizia ele. Pois bem. É assim o Padre Agostinho aonde chega e por onde passa. Convidado pelo Padre Mário para celebrar missa em Poço Redondo durante a próxima Festa de Agosto, do altar improvisado defronte ao Memorial Alcino Alves Costa, sorridente disse: “Estarei entre vocês, com fé em Deus!”. Seja bem-vindo, Padre Agostinho. Sempre. Em Poço Redondo e por todo o Nordeste, como assim será no Cariri Cangaço de São José do Belmonte.

E, desde já, rogo ao curador Manoel Severo e a todos os conselheiros Cariri Cangaço que além de Capelão o Padre Agostinho seja oficialmente reconhecido como Sacro Conselheiro do Cariri Cangaço.

Rangel Alves da Costa, Pesquisador e Escritor
Mantenedor do Memorial Alcino Alves Costa
Conselheiro Cariri Cangaço