Paulo Afonso

Todo o Cariri Cangaço Paulo Afonso num só lugar

Noite de Abertura...

Noite de Abertura do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

Aconteceu na noite da ultima quinta-feira, dia 24 de Março de 2022, a solenidade de abertura do Cariri Cangaço Paulo Afonso. O Auditório da Escola João Bosco Ribeiro ficou pequeno para acolher pesquisadores, escritores e amantes da temática, de vários estados do Brasil, presentes ao evento. "Temos hoje no Cariri Cangaço Paulo Afonso quase 300 convidados para a intensa agenda do Cariri Cangaço, depois dessa fase mais aguda da pandemia, agora é dá o nosso melhor no desenvolvimento da agenda do evento" ressalta Luma Holanda, da Comissão Organizadora. 

Mesa de Abertura do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

A solenidade teve como mestre de Cerimonia, o pesquisador e escritor Edson Barreto que formou a Mesa das Autoridades contando com o senhor Luiz de Deus - Prefeito Municipal; João de Sousa Lima - Presidente do IGH e da Comissão Organizadora, Manoel Severo - Curador do Cariri Cangaço, do Deputado Inácio Loiola, o representante da Secretaria Estadual de Cultura da Bahia e Presidente da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, do Presidente da ABLAC, Archimedes Marques, de Dernival Oliveira - Secretário de Cultura do município, de Elza Brito - Secretária de Educação, do Vice presidente do IGH, engenheiro Flávio Motta, do Comte da 1ª Cia. de Infantaria, coronel Clodoaldo Furtado, da presidente da ALPA, Gorete Moreira e ainda de representantes da Câmara Municipal e da Coordenadoria da CHESF.

Formada a Mesa houve a execução do Hino Nacional e apresentações de musicas sertanejas pela Banda da 1ª Cia. de Infantaria do Exército Brasileiro para em seguida ter a entrada oficial do Estandarte do Cariri Cangaço, ritual que tem marcado o inicio de cada edição, com Quirino Silva e Célia Maria.

Quirino Silva e a bandeira de Paulo Afonso

Célia Maria entra com o Estandarte do Cariri Cangaço

As palavras de boas vindas foram por parte do presidente da Comissão, Conselheiro João de Sousa Lima, do curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, do deputado Inácio Loiola, representando a todos os convidados e pelo prefeito Luiz de Deus. 

"Não poderia deixar de lembrar no retorno de nossas atividades, a memória de amigos queridos que construíram conosco esta história: Alcino Alves Costa, Napoleão Tavares Neves, Antônio Amaury, Paulo Gastão, Sabino Bassetti, Romero Cardoso, Voldi Ribeiro, Manoel Serafim, Mabel Nogueira, José Alves Sobrinho...!" 
Fala de Manoel Severo nos cumprimentos aos presentes.

Ato contínuo a solenidade foi conduzida pelo curador Manoel Severo que procedeu a posse de oito novos membros do Conselho Alcino Alves Costa, do Cariri Cangaço. Tomaram posse como os mais novos Conselheiros:

8 Novos Conselheiros Cariri Cangaço empossados em Paulo Afonso
Luma Holanda, Edson Barreto e Jair Tavares, tomam posse como 
Conselheiros do Cariri Cangaço

1.Lúcia Maria de Souza Holanda “LUMA HOLANDA”

Entrega de Diploma por PROFESSOR PEREIRA

2. EDSON BARRETO

Entrega de Diploma por VALDIR NOGUEIRA

3.JAIR TAVARES

Entrega de Diploma por NARCISO DIAS

Bismarck Oliveira toma posse como Conselheiros do Cariri Cangaço

4.FLÁVIO MOTTA

Entrega de Diploma por EMMANUEL ARRUDA

5.Tenente Coronel RAIMUNDO MARINS

Entrega de Diploma por GERALDO FERRAZ

6.MARCUS VINICIUS RIBEIRO DE MORAES

Entrega de Diploma por JORGE FIGUEIREDO

7.BISMARCK OLIVEIRA

Entrega de Diploma por IVANILDO SILVEIRA

8. CARLOS ALBERTO DA SILVA

Entrega de Diploma por MANOEL BELARMINO

Flávio Motta, Raimundo Marins, Marcus Vinícius e Carlos Alberto da Silva , tomam posse como Conselheiros do Cariri Cangaço
Elane e Archimedes Marques em homenagem a João de Sousa Lima

Dentro da solenidade de abertura ainda tivemos homenagem ao Conselheiro Joao de Sousa Lima pela escritora Elane Marques e a entrega de documento e abaixo assinado por parte do Cariri Cangaço e da ABLAC, ao prefeito municipal, solicitando a recuperação da casa da cangaceira Lídia. O documento foi entregue por Manoel Severo, Ivanildo Silveira e João de Sousa Lima. "Nesse documento fazemos questão de ressaltar a importância da restauração da casa da cangaceira Lídia para a memoria da história do cangaço e de Paulo Afonso" lembra o Conselheiro Cariri Cangaço, Ivanildo Silveira. É o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo que emenda: "Tomamos essa iniciativa na direção de sensibilizar a municipalidade, à exemplo do que foi feito na casa de Maria Bonita, transformando sem dúvidas num lugar de memória importante para o estudo do tema."

Ivanildo Silveira, ao lado de Manoel Severo na leitura do Manifesto pela recuperação da Casa da cangaceira Lídia.
Prefeito Luiz de Deus recebe e assume o compromisso de restaurar a 
Casa da cangaceira Lídia

Ainda na noite de abertura o Conselho Alcino Alves Costa do Cariri Cangaço prestou homenagens póstumas a personalidades do universo da pesquisa, da literatura e da cultura, foram destaques para receber a Comenda de Mérito Cultural IMemoriam, Janio Ferreira Soares, Jose Sabino Bassetti e Voldi Moura Ribeiro.

JANIO FERREIRA SOARES In Memoriam

Entrega de Comenda por JOÃO DE SOUSA LIMA

JOSE SABINO BASSETTI In Memoriam

Entrega de Comenda por ÂNGELO OSMIRO BARRETO

VOLDI MOURA RIBEIRO In Memoriam

Entrega de Comenda por LUIZ RUBEN BONFIM

E por fim foram entregues Diplomas de reconhecimento e Mérito Cultural a várias Instituições e personalidades de destaque público e privado que apoiam iniciativas culturais e literárias em Paulo Afonso 2022  forma destaques para receber os diplomas; Prefeitura Municipal de Paulo Afonso,  o Instituto Geográfico e Histórico de Paulo Afonso, a Gerência Regional da CHESF, a ALPA - Academia de Letras de Paulo Afonso, a Casa da Cultura, a Secretaria de Educação e também a Secretaria de Cultura, o Comando da 1ª Cia. de Infantaria, a Folha Sertaneja e o o pesquisador Ivan Caitano Silva.

Instituições recebem Diploma do Mérito cultural do Cariri Cangaço

Ao final o tradicional grupo folclórico "Os Cangaceiros de Paulo Afonso" realizaram apresentação aos convidados do Cariri Cangaço. “No dia 02 de fevereiro de 1956, o Grupo Os Cangaceiros de Paulo Afonso, fundado pelo escafandrista da CHESF, Guilherme Luiz dos Santos que passou a ser o Lampião; teve seus amigos ganhando os respectivos apelidos oriundos dos seguidores reais de Lampião: Zé Vieira passou a ser o “Corisco”, Francisco Joaquim era o “Salamanta”, Nelson Ferreira o “Zabelé” (sanfoneiro), Antonio era o “Cascavel” (Zabumbeiro), Tinino era o “Meia-Noite” (trianguista), Luiz era o “Cobra Verde”, Jaime o “Jararaca” Paulo da Ema o “Moita Braba”, José Duque o “Topa Tudo”,  Bedé era o “Canário”, Mário Praxedes  “Ângelo Roque”,  Zé de Abílio o “Zé Baiano”, João Pescador o “Relâmpago”, Marcelino o “Luiz Pedro”, Damião o “Volta Seca”, Expedito o “Rouxinol”, Zé Vicente o “Gavião”, Joãozinho o “Pega no Grito”, Luizão era o Azulão”, Mané Criança o “Arvoredo”, além de Antônio de Graça e  Zé Ribeiro, e assim perpetuam a historia do cangaço a partir da arte" ressalta João de Sousa Lima.

Redação Cariri Cangaço - Noite de Abertura

Cariri Cangaço Paulo Afonso, 24 de Março de 2022

Fotos Louro Teles, Junior Almeida


Lagoa do Mel e a Morte de Ezequiel em Visita Oficial dentro do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022


Caravana Cariri Cangaço Paulo Afonso na Lagoa do Mel

Por volta das 9h30 da manha da sexta-feira, 25 de março de 2022, a caravana Cariri Cangaço composta por mais de 200 pessoas chegava ao cenário da primeira visita do dia: A Lagoa do Mel, cenário onde em combate perderia a vida o irmão mais novo de Virgulino Ferreira, Ezequiel, dentro da programação do Cariri Cangaço Paulo Afonso. Bem no centro do local onde ocorrera o combate o pesquisador João de Sousa Lima fez apresentação do episódio aos convidados.

Luma Holanda, João de Sousa Lima, Nivaldo Pereira e Ivanildo Silveira
José Tavares de Araújo Neto

Com a palavra João de Sousa Lima: Vejam  bem , é importante ressaltar o lugar onde estamos, aqui ocorreu um dos mais ferrenhos combates de Lampião na Bahia e esse aconteceu em Paulo Afonso, exatamente aqui onde estamos; no povoado Baixa do Boi. Nesse confronto morreu, a principio,  16 soldados  e posteriormente, em fuga e perdidos, morreram mais 3 policiais. 
Ezequiel e Virgínio
Esse lugar ficou célebre porque foi morto em combate Ezequiel Ferreira da Silva, o mais jovem irmão de Lampião, nascido em 1908. Ezequiel passou a acompanhar Lampião em 1927, junto com o cunhado Virgínio. Ele tinha o apelido de Ponto Fino, alcunha adquirida pela justeza do seu tiro. Sua morte aconteceu justamente aqui na Lagoa do Mel, nas terras pertencentes na época a santo Antonio da Glória do curral dos Bois."
E segue João de Sousa, "O tenente Arsênio Alves de Souza chegou ás imediações do povoado Riacho; que inclusive vamos passar daqui a pouco;  com uma volante composta por aproximadamente 20 soldados e tendo como guia os dois irmãos Aurélio e Joví, que eram fugitivos da cadeia de Glória, preso pelo inspetor de quarteirão, o senhor Pedro Gomes de Sá, pai da cangaceira Durvinha. A volante chegou ao povoado riacho no dia 23 de abril de 1931, trazendo entre seu aparato bélico uma metralhadora Hotchkiss. O primeiro contato do tenente no lugar foi com Zé Pretinho e o jovem foi forçado a seguir com os policiais. Cruzaram o terreiro de dona generosa Gomes de Sá, coiteira de Lampião e foram armar acampamento na Lagoa do Mel, um tanque construído por Antônio Chiquinho."


Flagrantes da visita do Cariri Cangaço Paulo Afonso a Lagoa do Mel
"Enquanto a policia se preparava para passar a noite na lagoa do Mel, outras fontes confiáveis de informações de Lampião se dirigiam para o povoado Arrasta-pé para avisar ao Rei do Cangaço sobre a presença dos militares nas proximidades. Lampião mandou avisar Corisco e Ângelo Roque, que estavam arranchados bem próximos e junto com eles combinaram um ataque aos soldados. Ainda com o escuro da noite, próximo ao amanhecer, Lampião recolheu alguns chocalhos com Pedro Gomes e seguiu as veredas que davam a cesso a lagoa do mel. No coito da policia, prestes a amanhecer, o Zé Pretinho saiu com o intuito de pegar um bode para fazer parte do desjejum de todos ali. Com a escuridão se transformando em luz, os soldados ouviram o tilintar de chocalhos e imaginaram que seriam os bodes se aproximando para beber água (um dos sobreviventes desse combate, o soldado José Sabino, ordenança do tenente, relatou, anos depois, que realmente confundiram os chocalhos, achando que eram alguns caprinos se aproximando para beber água na lagoa). Na verdade eram os cangaceiros cercando o coito."
João de Sousa Lima apresenta a Lagoa do Mel
Fagner Lopes, Louro Teles e Fred Santos
200 pesquisadores de todo o Brasil visitam a Lagoa do Mel , 
dentro do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022
"Despreocupados, os policiais sofreram um forte e inesperado ataque, uma verdadeira chuva de balas caiu sobre eles. Vários corpos caíram atingidos por balas mortais e certeiras. A dificuldade encontrada pelos soldados foi que eles cometeram um grande vacilo. A lagoa do Mel era rodeada por uma cerca de varas e eles haviam dormido dentro do cercado. Quando eles tentavam transpor as madeiras se transformavam em alvo fácil e caiam mortalmente feridos. Um exemplo dessas mortes trágicas foi a do sargento Leomelino Rocha que morreu e ficou de pé pendurado nas madeiras. 
Tenente Arsênio
"Em um dos bolsos desse sargento lampião encontrou um bilhete do coronel Petro indicando alguns locais onde ele se escondia. O tenente Arsênio diante o desespero do momento, conseguiu efetuar uma rajada de metralhadora e acabou acertando a barriga de Ezequiel Ferreira, levando o irmão mais novo do rei do cangaço, à morte. A arma depois emperrou e o tenente conseguiu retirar o percussor (ferrolho) da arma e fugiu levando a peça que deixaria a arma inutilizável. Nesse dia Lampião chorou amargamente a morte do irmão caçula e teve que enterrá-lo, com a ajuda de Antônio Chiquinho, próximo a Lagoa do Mel. Era a vida dos que viviam pelo poder das armas, que tombavam no dia a dia, pelo aço lacerante do pipocar das artilharias dos diversos grupos que traçaram as páginas do canga*ço no nordeste brasileiro."
Caravana Cariri Cangaço Paulo Afonso na Lagoa do Mel
Wescley Dutra, Jose Tavares e Junior Almeida
Kiko Monteiro

Perto das 10h30 a caravana Cariri Cangaço Paulo Afonso saiu da Lagoa do Mel e seguimos para o povoado do Riacho, ali a visita importante à fazenda de dona Generosa, a maior coiteira de Lampião em terras baianas. Ainda pela manha a ultima visita do período, Malhada da Caiçara, berço da rainha do cangaço, Maria Bonita.



Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022 na Lagoa do Mel
Redação Cariri Cangaço Paulo Afonso - Lagoa do Mel, 25 de Março de 2022

Vila de Dona Generosa Recebe a Visita do Cariri Cangaço Paulo Afonso

Cariri Cangaço Paulo Afonso na Vila de Dona Generosa

Da Lagoa do Mel a caravana Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022 parte para um dos mais emblemáticos cenários da presença de Virgulino Lampião em terras pauloafonsinas. Eram cerca de 10h ainda manhã da sexta-feira, 25 de março de 2022 quando se chega ao povoado do Riacho; encravada no sopé da Serra do Umbuzeiro; porta de entrada para a região do Rio São Francisco; chegamos a incrível e enigmática "Vila da Dona Generosa", dali se vislumbra os 507 metros da majestosa  Serra do Umbuzeiro, bem pertinho dos Picos do Tará e da famosa Malhada da Caiçara.

Capela e Cemitério na fazenda de dona Generosa

"Encontrar um patrimônio dessa magnitude aqui no sertão da Bahia é algo extraordinário, mostra a força do mando local dos grandes latifundiários da época, no caso ; da grande dona Generosa; aqui vemos as ruínas da casa grande, uma vila, uma capela e um cemitério, fico a pensar como era naquele tempo dos grandes bailes promovidos pela capitão Lampião nesse lugar" revela o Conselheiro Cariri Cangaço Narciso Dias, presidente do GPEC.

Para o Conselheiro Cariri Cangaço Valdir Nogueira, "é realmente incrível o nível de ligação dessa região com o cangaço de Virgulino naquele começo de década de 30 do século passado, essa ligação com dona Generosa, com os vários povoados daqui e principalmente com a Malhada da Caiçara onde encontrou sua amada Maria".

João de Sousa, Manoel Severo e Ivanildo Silveira na apresentação da Vila de Dona de Generosa no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

Novamente por entre as ruínas da Casa Grande de dona Generosa, a Capela e o Cemitério, os convidados do Cariri Cangaço puderam conhecer mais de perto este recorte importante da passagem de Lampião por essas bandas. João de Sousa Lima, Manoel Severo e Ivanildo Silveira anfitrionaram aos participantes. "O João acabou de me dizer que os familiares fizeram a pintura completa tanto da capela como do cemitério para receber na manha de hoje o Cariri Cangaço" revela Manoel Severo.

Serra do Umbuzeiro
Ruínas da casa grande de dona Generosa

Diante da caravana que visitava o local, João de Sousa Lima, tendo ao lado; Manoel Severo e Ivanildo Silveira; fala: "Dona Generosa, que morreu com mais 100 anos nos idos de 1950 era uma das maiores coiteiras de Virgulino Ferreira . Construiu aqui onde estamos e todos podem ver, esse conjunto arquitetônico conhecido como a vila de dona Generosa, temos aqui atrás as ruínas da casa grande, ali na frente a capela, cemitério e outras três edificações contíguas. Pessoal aqui foram realizados muitos bailes reunindo os cangaceiros e as mocinhas do lugar; tudo com muito respeito, sem "ousadia" por parte dos cangaceiros".

Luiz Ferraz Filho, comandante do Cariri Cangaço Serra Talhada, traz o Pajeú 
à terra de Maria Bonita
Luiz Ferraz, Junior Almeida e Zé Tavares
Edson Araujo, Junior Almeida, Fagner Lopes e Andre Nunes
Francimary Oliveira, Junior Almeida e Noádia Costa
Wescley Dutra, Aline Melo, João de Sousa, Manoel Severo, José Irari e Fagner Lopes

E continua João de Sousa Lima: "Seu Agenor, neto de Generosa, certa vez me falou que quando os cangaceiros desciam a serra para o baile aqui na casa da avó, dava para sentir o cheiro do perfume deles de longe..." 

Aqui também na Vila de Dona Generosa foi morto Zé Pretinho. Na verdade Zé Pretinho foi preso por Douradinho nas proximidades do povoado Arrasta-Pé e passou com ele todo amarrado, montado em um burro, na casa da cangaceira Durvinha. Dona Santina, mãe de Durvinha, tentou dar um copo com leite a Zé Pretinho, o Douradinho quebrou o copo jogando-o na calçada da casa. Zé Pretinho foi morto na frente da casa de Generosa, amarrado em um pé de barriguda, onde fizeram “tiro ao alvo”, depois de morto foi esquartejado e deixado no lugar; Generosa mandou enterrá-lo lá mesmo, existindo ainda no lugar o túmulo de pedras e uma cruz que marcam o lugar da tragédia.

"Testemunhar essa verdadeira legião de pesquisadores que vieram de todo o Brasil para conhecer de perto os principais cenários do cangaço em Paulo Afonso, sermos acolhidos por essa Comissão espetacular que tem a frente nosso Conselheiro Cariri Cangaço, João de Sousa Lima e ainda os Conselheiros; Luma Holanda, Flávio Motta e Marcus Vinicius, nos proporcionando momentos inesquecíveis cheios de historia e forte significativo, não tem preço, o Cariri Cangaço Paulo Afonso ficara na história" conclui Manoel Severo.

Com a palavra do Conselheiro Cariri Cangaço Junior Almeida: "O Cariri Cangaço marca mais um ponto, na verdade um gol de letra nesse magnifico evento de Paulo Afonso 2022, coroando o retorno aos nosso eventos presenciais depois da pandemia e para mim em particular está sendo uma grande honra receber como Conselheiro Cariri Cariri neste evento nossa caravana de Paranatama, ex Serrinha do Catimbau lá de nosso agreste pernambucano e que em breve estaremos inaugurando nossa Rota do Cangaço!"

Wescley Rodrigues e Manoel Severo
Nicolas da Kalango do Sertão
Luma Holanda, João de Sousa, Manoel Severo e Ivanildo Silveira
Aline Melo e João de Sousa Lima

Para o Conselheiro Cariri Cangaço Ivanildo Silveira: "Mais uma vez o Cariri Cangaço é sucesso, reunir num evento dessa natureza mais de 250 pesquisadores que estão vindo de todo o Brasil e proporcionar a todos esse conjunto de visitas técnicas cheias de conhecimento, além das palestras, dos lançamentos e todo esse congraçamento, é algo espetacular. Todos de Paulo Afonso estão de parabéns".

Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022 na Vila de Dona Generosa em 25 de Março de 2022

Fotos: Louro Teles, Junior Almeida, Kiko Monteiro


Museu Casa de Maria Bonita no Cariri Cangaço Paulo Afonso

Cariri Cangaço Paulo Afonso no Museu Casa de Maria Bonita

O final da manha da sexta-feira, segundo dia de Cariri Cangaço Paulo Afonso, 25 de março de 2022, marcou a aguardada visita da caravana Cariri Cangaço ao principal cenário da literatura lampiônica em Paulo Afonso, eram 11h quando o Cariri Cangaço Paulo Afonso chegava à Malhada da Caiçara, berço da rainha do cangaço, Maria Gomes de Oliveira; chegávamos ao Museu Casa de Maria Bonita.

"Hoje temos a satisfação de trazer até a casa onde nasceu e viveu Maria Bonita pesquisadores do Brasil que estão pisando pela primeira vez esse chão tão cheio de história. O Cariri Cangaço não faz apologia ao banditismo rural, à violência tão dura e real da época do cangaço, muito pelo contrário, o Cariri Cangaço tem o objetivo de aprofundar o debate desse fenômeno tão forte para nosso sertão e é isso que estamos fazendo aqui em Paulo Afonso", revela o Conselheiro Cariri Cangaço Emanuel Arruda, de Princesa Isabel. 

Passando pelo povoado do Riacho (25km do centro de Paulo Afonso pela BR110) depois pela Vila de Dona Generosa, andamos mais 13km em estrada de terra chegando ao solo sagrado berço da rainha do cangaço; Maria Bonita. A construção — uma casa de reboco de 50 metros quadrados — abrigou a cangaceira de 1911 a 1929, quando ela conheceu Virgulino Ferreira da Silva. A casa em 2006 a partir da articulação de vários pesquisadores locais, passou por uma restauração por parte da prefeitura municipal e hoje se consolida como um dos pontos turísticos mais visitados da cidade. Na visita desta manha ainda encontramos vários parentes da cangaceira mais famosa da historia.

João de Sousa Lima apresenta o berço de Maria Bonita
sobrinha neta de Maria Bonita na visita do Cariri Cangaço
Manoel Severo e as boas vindas na casa de Maria Bonita
Capitão Quirino Silva, Manoel Severo e João de Sousa Lima
Conselheiro Cariri Cangaço Louro Teles


O Conselheiro João de Sousa Lima, presidente da Comissão Organizadora do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, ao lado do curador Manoel Severo , recepcionou aos convidados e novamente apresentou a todos a história da Malhada da Caiçara e da Casa de Maria Bonita. "Eu já falei anteriormente que visitar essa casa é como voltar no tempo, é como se a qualquer momento a jovem Maria de Déa; que era a segunda filha do casal Zé de Felipe e dona Déa; saísse por uma daquelas portas e se colocasse debruçada em uma das singelas janelas da casa restaurada..."

"Era sabido da grande rede de coiteiros de Lampião em toda essa região da Bahia, aqui era uma passagem  estratégica dos bandos cangaceiros e, como bem mostrou nosso amigo João de Sousa, esse romance entre Virgulino e Maria, nasceu justamente dessas ligações; no caso, de Lampião com o tio de Maria Bonita, o conhecido coiteiro Odilon Café." Reforça o Conselheiro Cariri Cangaço Manoel Belarmino da cidade de Poço Redondo, Sergipe.

Clênio Novaes, Valdir Nogueira, Padre Agostinho e Joaquim Pereira
Capitão Quirino e Célia Maria

E continua João de Sousa Lima: "Naquela época, final de 1929 e começo dos anos 30, Lampião já havia se tornado presença constante no terreiro de seu Zé de Felipe e dona Déa; Maria Joaquina Conceição Oliveira; principalmente pela ligação que mantinha com o coiteiro Odilon Café. Nessas idas e vindas o destino acabaria pregando uma peça no maior de todos os cangaceiros e a partir dali a historia do cangaço seria contada de outra forma, nascia a presença das mulheres, de forma efetiva, nos bandos cangaceiros e o casal mais famoso dos sertões. Maria, com 18 anos na época em que conheceu Virgulino , já vinha de um primeiro casamento fracassado com um primo, o sapateiro Zé de Nêne, e a partir daqueles primeiros encontros com o chefe dos cangaceiros nasceu o romance mais famoso do cangaço e eternizado pela literatura de cordel e cantadores dos mais distantes rincões sertanejos."


Maria Déa, A Bonita Maria de Lampião, ou Maria Gomes de Oliveira, nasceu no dia 8 de março de 1911, no Sítio Malhada do Caiçara, em Curral dos Bois, atual Paulo Afonso, filha de José Gomes de Oliveira, conhecido como Zé Felipe e Dona Maria Joaquina, conhecida como Dona Déa. Era a segunda numa família de dez irmãos. Casou ainda muito cedo, aos 15 anos de idade com o primo, José Miguel da Silva, o Zé de Nêne, sapateiro e reconhecido boêmio da região. Naquela época já era notório o forte gênio da morena filha de Zé Felipe, costumeiramente o casal estava envolvido em brigas fundamentalmente em função do ciúme de Maria. Sempre que brigavam a jovem se abrigava na casa dos pais; foi justamente em uma dessas oportunidades que em 1929 teria havido o primeiro contato de Maria Déa com o Rei dos Cangaceiros, Virgulino Ferreira. Naquele dia Virgulino passaria pelas terras do Sítio Tara do conhecido coiteiro Odilon Martins de Sá, vulgo Odilon Café, e depois se dirigiria para as terras da Malhada do Caiçara, ali por longos meses havia construído uma sólida base de sustentação em terras baianas, estava entre amigos. Ao se despedir da família de Zé Felipe se dirige à morena Maria e pergunta se sabe bordar, ato contínuo deixa alguns lenços de seda para o ofício da sertaneja, prometendo voltar em breve para buscá-los. Parece-nos que já naquele momento o destino começava a traçar suas linhas na direção da maior mudança da história do cangaço: a entrada das mulheres nos bandos cangaceiros. E assim; Maria, Durvinha, Aristéia, Moça, Adília, Dadá, Enedina, Cristina, Lídia, Eleonora, Quitéria, Adelaide, Nenem, Sila, Rosinha... mudariam para sempre a feição do cangaço nordestino de Virgulino Lampião.

Manoel Severo justifica o Diploma ao Museu Casa de Maria Bonita
Manoel Severo passa às mãos de João de Sousa Lima o Diploma de Equipamento Imprescindível para Memoria do Sertão

Ainda dentro da visita técnica ao Museu Casa de Maria Bonita, o Conselho Alcino Alves Costa do Cariri Cangaço outorgou o Diploma de "Equipamento Imprescindível para Memória e Cultura do Sertão" , consolidando um marco dentro da dinâmica agenda do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022. O Diploma foi entregue pelo curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo ao pesquisador João de Sousa Lima.

João de Sousa Lima fala da importância do Museu dentro do esforço em consolidar o turismo histórico em Paulo Afonso

Em seguida, em ato solene, o Capelão do Cariri Cangaço, Padre Agostinho dirigiu palavras aos presentes culminando com as bênçãos sacerdotais ao equipamento histórico onde nasceu a rainha do cangaço, Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita.

Padre Agostinho, Capelão do Cariri Cangaço e as bênçãos sacerdotais ao equipamento histórico onde nasceu a rainha do cangaço

"Tem se tornado uma tradição em todas as nossas edições do Cariri Cangaço a presença marcante de  nosso estimado Capelão do Cariri Cangaço, Padre Agostinho, que com muita dedicação e um espírito abnegado nos proporciona momentos de fé e esperança mesmo diante de uma agenda pesada como são as nossas agendas, e dessa forma traz uma atmosfera de paz e harmonia para todos, além da grande força espiritual, independente da corrente religiosa de cada um, na verdade Padre Agostinho é um grande presente" diz a Conselheira do Cariri Cangaço e Secretária da ABLAC, Elane Marques.

Kiko Monteiro, Amélia Araujo, Ivanildo Silveira, Betinho Numeriano, Ana Gleide, Helga e Clenio Novaes, Luiz Ferraz Filho, 
Manoel Severo e José Tavares Neto
João Andrade, Ivanildo Silveira, Herton e Francisca Cabral
Vera Costa, Manoel Severo, Luiz Sérgio e Flávio Motta
Luiz Sérgio, Manoel Severo, João de Sousa e Fabiane

E continua João de Sousa Lima: "Naquela época, final de 1929 e começo dos anos 30, Lampião já havia se tornado presença constante no terreiro de seu Zé de Felipe e dona Déa; Maria Joaquina Conceição Oliveira; principalmente pela ligação que mantinha com o coiteiro Odilon Café. Nessas idas e vindas o de

Luiz Ferraz Filho, Kiko Monteiro e Joaquim Pereira
Sulamita Burity
Redação Cariri Cangaço Paulo Afonso , 25 de Março de 2022

Museu Casa de Maria Bonita

Fotos Louro Teles, Junior Almeida

A Casa de Lídia e a Visita do Cariri Cangaço Paulo Afonso

Caravana Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022 na casa da cangaceira Lídia

O Cariri Cangaço é uma grande construção coletiva, a união de fatores, recursos e esforços dos vários parceiros e colaboradores é que contribui sem dúvidas, para o sucesso do evento, e em Paulo Afonso não foi diferente. "A Comissão Organizadora em Paulo Afonso, com o Conselheiro João de Sousa a frente, e os Conselheiros; Flavio Motta, Marcus Vinícius e Luma Holanda, além de uma grande equipe de retaguarda nos deram as condições necessárias para realizar esse grande evento, a presente visita às ruínas da Casa da Cangaceira Lídia é um exemplo disso" reforça Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço.

Manoel Severo, Betinho Numeriano, Ivanildo Silveira, João de Sousa, Valdir Nogueira, 
José Irari, Zé Tavares e Louro Teles
Manoel Severo, Ivanildo Silveira, João de Sousa, Valdir Nogueira, 
José Irari, Manoel Belarmino e Herton Cabral
Mestre dos Cordéis Jurivaldo e Louro Teles

Para o Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e escritor Louro Teles , da cidade de Calumbi "O Cariri Cangaço sempre nos surpreende com uma agenda muita rica, as conferências, os debates e essas visitas são simplesmente sensacionais, pisar o chão onde tudo aconteceu, sentir a atmosfera, realmente mais uma vez estamos todos de parabéns".

Quem nos conta é João de Sousa Lima: "Saímos da sede de Paulo Afonso, na direção da BR 210 e chegamos aqui na entrada do famoso povoado Salgadinho, situado nas margens da exuberante Serra do Padre, nessa casa histórica, um dos mais selvagens cangaceiros do bando de Lampião, acabou se rendendo aos encantos sublimes da mais deslumbrante flor germinada em seus campos: a belíssima Lídia Pereira de Souza; uma formosa morena de traços perfeitos e sedutores e curvas delineadamente sensuais. Lídia Pereira de Souza viria um dia a se tornar a bela cangaceira Lídia.... de Zé Baiano."

Pedaços da História se perdem por entre as ruínas da casa da cangaceira Lídia...
Felipe, filho do companheiro Louro Teles

Com a palavra, João de Sousa Lima: "Lídia era filha do modesto casal Luís Pereira de Souza e Maria Rosa Figueiredo, conhecida pela alcunha de Dona Baló, uma exímia rendeira e costureira. O Salgadinho por ser um dos lugares percorridos pelo Rei do Cangaço e seus seguidores, na época em que as andanças do capitão Virgolino atingiu seu apogeu em terras baianas, me foi bastante informativo enquanto eu realizava pesquisas para o livro: Lampião em Paulo Afonso. Por dezenas de vezes estive nesta localidade, registrando as histórias contadas pelos velhos remanescentes da luta cangaceira e neste período, uma das coisas que mais despertou minha atenção foi conhecer a casa onde nasceu a bela cangaceira Lídia, de Zé Baiano. Contra todas as possibilidades e intempéries, as ruinas ainda teimam em continuar refletindo o passado esquecido pelo tempo, local de onde saiu Lídia para acompanhar o "gorila de Chorrochó".

João de Sousa Lima e o resgate da trágica história de Lídia e  Baiano
Bismarck Oliveira, Manoel Severo, Ivanildo Silveira, Joao de Sousa, 
Valdir Nogueira e Nivaldo Pereira
Manoel Severo fala da importância do cenário histórico da casa de Lídia
Celso, Manoel Severo, Ivanildo Silveira, João de Sousa, Luma Holanda e Valdir Nogueira

A Conselheira Cariri Cangaço Luma Holanda em suas palavras ressaltou a importância de resgatar a Casa de Lídia "como lugar de memória, consolidando a vocação natural dos cenários históricos ligados ao cangaço em Paulo Afonso, à exemplo do Museu Casa de Maria Bonita", defende Luma Holanda.

Na visita à Casa de Lídia, por entre os mandacarus e xique xique, 
a melodia e o lamento da sanfona de Ciço do Pife...

Dois momentos marcantes durante a visita às ruínas da casa da cangaceira Lídia. O primeiro foram os acordes solenes e cheios de nordestinidade do grande artista e maestro da banda de pífanos do Riacho do Meio em São José do Egito, Cícero Sebastião, o querido Ciço do Pife que à sombra do rei do baião, Luiz Gonzaga, encantou a todos os presentes.

Em seguida em momento não menos solene, o capelão do Cariri Cangaço, Padre Agostinho, dirigiu palavras aos presentes, seguidas de suas bênçãos sacerdotais para em seguida emocionar o sertão cantando "à capela" a Ave Maria Sertaneja...

capelão do Cariri Cangaço, Padre Agostinho e as bênçãos em plena caatinga sertaneja...
José Irari, casal Bismarck Oliveira, Valdir Nogueira, casal Geraldo Ferraz, Roberto Batista, Luma Holanda e Kiko Monteiro
Manoel Belarmino, Edson Araújo, Herton Cabral, Luiz Ferraz Filho e Jorge Figueiredo

"No fim do ano de 1931, o cangaceiro Zé Baiano ficou doente de um tumor grande que impediu o bandoleiro de andar nas caatingas. Aí Lampião levou Zé Baiano para a casa de um antigo coiteiro chamado Luiz Pereira na localidade Salgadinho perto de Paulo Afonso. Ali o cangaceiro ficou 15 dias sendo cuidado por Luiz Pereira e dona Maria Rosa. Quando ficou curado o cangaceiro foi embora, levando Lídia, a sua filha mais nova. Lídia era uma linda menina mocinha de apenas 15 anos de idade quando deixou seus pais para acompanhar o terrível e cruel cangaceiro Zé Baiano" relata o Conselheiro Cariri Cangaço, Manoel Belarmino.

Cangaceiro Zé Baiano
Junior Almeida e Manoel Belarmino
Josué, Carlos Alberto da Silva, Odilon Nogueira e Darlan
Otavio Cardoso

"Chegar até esse cenário histórico tão representativo para a historiografia do cangaço ao lado de tantos pesquisadores e escritores, conhecer de perto esse recorte da episódio da chagada e permanência de Zé Baiano enfermo, a partida dele levando a menina Lídia, o episódio posterior da traição de Lídia e sua consequente morte trágica, reforça a necessidade de restauração dessa casa, que é testemunha importante da historia do cangaço" reforça o pesquisador de Floresta Betinho Numeriano.

Para o Conselheiro Cariri Cangaço Narciso Dias, presidente do GPEC, "na noite de abertura do Cariri Cangaço Paulo Afonso, passamos às  mãos do prefeito municipal, um abaixo assinado onde destacamos a importância para a historiografia do cangaço e para turismo de conhecimento, do restauro da casa de Lídia, e agora, nesta espetacular visita in loco, se confirmamos essa urgente necessidade".

Padre Agostinho, capelão do Cariri Cangaço
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço

Vamos recorrer ao Conselheiro Cariri Cangaço Manoel Belarmino mais uma vez "o cangaceiro Zé Baiano (foto) era loucamente apaixonado por Lídia. O cangaceiro mais apaixonado de todos. E Lídia a mais bela das cangaceiras. Zé Baiano era um dos cangaceiros mais cruéis do grupo de Lampião e o mais curioso com a sua amada Lídia. Dizem que Zé Baiano tinha muita riqueza, era agiota, possuía muito dinheiro emprestado a comerciantes e possuía uma quantidade grande de joias valiosas, inclusive escondidas ou enterradas na forma de botija. Havia no grupo de cangaceiros um rapaz da mesma região de Lídia e que já se conheciam desde antes dos dois entrarem no cangaço. Era Demócrito e que no cangaço tinha o nome de guerra de Bem-te-vi. Os dois se gostavam e, às escondidas, tinham um relacionamento. Sempre que Zé Baiano viajava Lídia se encontrava com o Bem-te-vi."

E segue Belarmino: "O cangaceiro Coqueiro se apaixonou por Lídia. E sempre a seguia e presenciava a cangaceira mais linda transando sob as moitas de cipó de leite com o seu amado secreto Bem-te-vi quando das viagens de Zé Baiano. Naquele mês de julho de 1934, nas Pias das Panelas, nas proximidades do Riacho do Cartavo, quando Zé Baiano retornou de uma viagem do Alagadiço que havia feito com Lampião, o cangaceiro Coqueiro resolveu contar tudo, exatamente na hora da janta, no coito, no momento em que todos estavam reunidos. Ao ouvir a delação de Coqueiro, Zé Baiano ficou parado, estarrecido. Olhou para Lampião esperando alguma ordem. Um silêncio tomou conta do coito. Lampião tirou o chapéu... coçou o quengo. Levantou-se do cepo. Não quis mais comer. E continuou calado."

Zé Tavares, Ciço do Pife, Padre Agostinho, Louro Teles, Celso e Zé Irari
Conselheiro Cariri Cangaço Mucio Procópio, Nivaldo Pereira e Junior Almeida
Darlan
Caravana Cariri Cangaço Paulo Afonso em visita a casa de Lídia

O Desfecho...
"Depois de um tempo em silêncio, Lampião disse que Se Baiano tomaria as providências de Lídia e os cangaceiros resolveriam o caso de Bem-te-vi e Coqueiro. Depois da sentença de Lampião, Zé Baiano mandou que o cangaceiro Demudado amarrasse Lídia num pé de umburana ali mesmo próximo das Pias onde estava o coito. E Lampião ordenou que o cangaceiro Gato matasse o cangaceiro traidor 'Bem-te-vi' e o delator 'Coqueiro'." Encerra Manoel Belarmino.

Visita a Casa de Lídia
Cariri Cangaço Paulo Afonso
25 de março de 2022
Fotos Louro Teles, Junior Almeida

Conferências e Lançamentos de Livros na Segunda Noite de Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

Luma Holanda, João de Sousa Lima, Jacqueline Rodrigues, 
Manoel Severo e Celsinho Rodrigues

Auditório da Escola João Bosco Ribeiro recebeu a segunda noite de Cariri Cangaço Paulo Afonso, dia 25 de março de 2022. A Programação constou de Conferência pelo anfitrião do evento, Conselheiro João de Sousa Lima, com o título "Os Anos de Pesquisa nas Estradas de Paulo Afonso" seguido da apresentação de seu mais  novo trabalho, "Maria Bonita a Rainha do Cangaço". Para uma platéia de pesquisadores e escritores de todo o Brasil, João de Sousa apresentou sua trajetória por terras pauloafonsinas em busca de fragmentos da verdade histórica dos tempos do cangaço.

"Foram muitos anos de minha vida dedicados à pesquisa sobre o cangaço. Muitos cenários, muitos lugares, inúmeras pessoas; ainda remanescentes daquela época dura de nosso sertão; muitas histórias e muitas descobertas, tudo isso faz parte de minha trajetória, o que me enche de satisfação em poder compartilhar com todos, principalmente através de meus livros, hoje a realização do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022; na cidade que me acolheu como filho; coroa todo esse esforço" revela o escritor João de Sousa Lima, Conselheiro Cariri Cangaço.

João de Sousa Lima e a Conferência "Os Anos de Pesquisa nas Estradas de Paulo Afonso"

Para o também Conselheiro Cariri Cangaço Celsinho Rodrigues, de Piranhas, "João é um verdadeiro farejador do sertão, Onde tem algo para ser descoberto tá lá João, um pesquisador com um instinto incrível, e isso todos nós podemos ver a partir de sua trajetória". Ainda sobre o lançamento da noite: "Esse mais novo livro de João, Maria Bonita a Rainha do Cangaço, seria como a joia da coroa de suas obras, pois João ao longo de sua trajetória se dedicou inteiramente a nos trazer a história da rainha do cangaço, inclusive nascida aqui em Paulo Afonso" reforça o Conselheiro Cariri Cangaço Professor Pereira, de Cajazeiras.

Luma Holanda, João de Sousa, Manoel Severo, Bismarck Oliveira e Junior Almeida na segunda noite Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022
Bismarck Oliveira e os lançamentos de , "Cangaceiros de Lampião de A a Z" 
e "O Ataque a Sousa"

Além da Conferência e lançamento de Maria Bonita de João de Sousa Lima, a segunda noite Cariri Cangaço Paulo Afonso ainda reservou os lançamentos das aguardadas obras dos escritores e Conselheiros Cariri Cangaço, Bismarck Oliveira com os livros; "Cangaceiros de Lampião de A a Z" e "O Ataque a Sousa" e Júnior Almeida com o festejado "Lampião em Serrinha do Catimbau".

Júnior Almeida com o festejado "Lampião em Serrinha do Catimbau".
Luma Holanda, João de Sousa, Manoel Severo, Bismarck Oliveira e Junior Almeida na segunda noite Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022
Conselheiros Cariri Cangaço Bismarck Oliveira e Júnior Almeida em Noite de Lançamentos no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

"Os lançamentos da noite de hoje são obras extraordinárias, tanto o João de Sousa com "Maria Bonita a Rainha do Cangaço" ,como Bismarck Oliveira com duas obras em segundas edições revisadas; "Cangaceiros de Lampião de A a Z" e O Ataque a Sousa"  e o amigo Júnior Almeida com o sensacional episodio de "Lampião em Serrinha do Catimbau" dão o tom do que nos espera na noite de amanha com os demais lançamentos" ressalta o Conselheiro Cariri Cangaço, Emmanuel Arruda.

Narciso Dias, Emmanuel Arruda, Prof. Pereira, Bismarck Oliveira, Fagner Lopes, 
Roberto Batista e Manoel Severo
Herton Cabral, Jose Irari, Luiz Ruben, Adriano Carvalho, Ivanildo Silveira, Josué Santana e Junior Almeida
O Mestre dos Cordéis, Jurivaldo
Narciso Dias, Luciano Costa e Vanessa, Manoel Severo, Rubinho e Emmanuel Arruda
Luiz Ruben, Adriano Carvalho, Ângelo Osmiro e Valdir Nogueira
Betinho Numeriano, Ana Gleide, João de Sousa e Manoel Severo
Wescley Dutra e João de Sousa Lima

Durante toda a realização do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, o hall de entrada do auditório da João Bosco Ribeiro transformou-se numa grande feira e exposição de livros, artesanato, pintura e esculturas com  temáticas sobre o cangaço e sertão; era a reedição da Latada do Livro Cariri Cangaço onde os convidados puderam  entrar em contato com todas as obras lançadas durante o evento como também obras já lançadas e obras raras, consolidando mais uma vez o Cariri Cangaço como um grande difusor da literatura nordestina.

Geraldo Ferraz, Adriano Carvalho e Manoel Severo
Latada do Livro no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022
Leonardo Gominho, Joaquim Pereira, Luiz Ferraz Filho e Adriano Carvalho
Junior Almeida, Prof. Pereira, Ivanildo Silveira e Fagner Lopes

"O Cariri Cangaço é verdadeiramente uma grande festa, um congraçamento extraordinário entre todos aqueles que estudam, pesquisam ou mesmo curiosos sobre a temática e a Latada do Livro, reunindo todo este manancial de obras, é simplesmente sensacional" revela a Conselheira Cariri Cangaço Luma Holanda. Quem completa é a escritora e cordelista Célia Maria: "Encontrar os amigos de todo o Brasil não tem preço, na verdade posso confessar que esperamos com ansiedade cada nova edição do Cariri Cangaço".

Célia Maria, Jurivaldo e Capitão Quirino
Júnior Almeida, Célia Maria e Rita Pinheiro
João de Sousa Lima e Orlando Carvalho

"O Cariri Cangaço tem se notabilizado por ser este grande espaço de encontro; aqui não só as conferências, os debates e as visitas, mas o encontro com a literatura tem seu ponto alto com a Latada do Livro Cariri Cangaço, onde todos encontram todos os lançamentos e obras raras sobre o tema, além do contato com o que temos de melhor na literatura do cangaço e temas correlatos" reforça o Conselheiro Cariri Cangaço e Presidente da ABLAC, Archimedes Marques.

Cariri Cangaço Paulo Afonso - Segunda Noite, 25 de março de 2022

Fotos Louro Teles, Junior Almeida


ABLAC Realiza Sessão Extraordinária na Grande Festa do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

Sessão Solene da ABLAC no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

Ainda dentro da Programação da segunda noite do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, o auditório da Escola João Bosco Ribeiro recebeu a Sessão Solene Extraordinária da ABLAC - Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço. Sob a presidência do pesquisador e escritor; Conselheiro Cariri Cangaço; Archimedes Marques e sua esposa, Secretária do prestigioso sodalício, Elane Marques; também pesquisadora e escritora além de Conselheira Cariri Cangaço; a sessão marcou a posse coletiva de novos membros, Titulares e Correspondentes.

Secretária Elane Marques

Tomaram posse como membros titulares da ABLAC os pesquisadores; Raul Meneleu Mascarenhas dos Santos, Adriano de Carvalho Duarte, Mucio Robério Procópio de Araújo, Afrânio Oliveira Alves, Emmanuel Conserva de Arruda e Leonardo Ferraz Gominho. Como membros correspondentes tomaram posse; Maria Otília Cabral Souza e Sulamita de Souza Buriti. "É um momento de grande importância para a Academia quando recebemos nossos novos integrantes que nos enchem de orgulho e alegria" ressalta Elane Marques, Secretária da ABLAC.

Raul Meneleu, Adriano Carvalho, Mucio Procópio e Afrânio Oliveira
Emmanuel Arruda e Leonardo Gominho
Otília Souza e Sulamita Burity

Seguindo a programação da Sessão, o presidente Archimedes Marques homenageou três acadêmicos com réplicas em papel machê de personalidades do sertão. "Dentro das minhas sete artes, também criei uma técnica inusitada na construção de estatuetas, arte essa em que reproduzo com muito prazer os amigos, ou suas personalidades de estudos". Foram homenageados os pesquisadores, Ivanildo Silveira , Luiz Ruben Bonfim e Mucio Procópio.

Ivanildo Silveira, Luiz Ruben Bonfim e Mucio Procópio

Ainda ficaram registrados nos anais da Sessão, a homenagem póstuma a três importantes membros; em 12 de dezembro de 2020 a ABLAC perdeu o Confrade Acadêmico Titular José Sabino Bassetti, ocupante da Cadeira nº 04, cujo Patrono é o escritor Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha, em 20 de janeiro de 2021, perdeu o Confrade Acadêmico Titular Voldi de Moura Ribeiro, ocupante da Cadeira nº 11, cujo Patrono é o grande Delmiro Augusto da Cruz Gouveia e por fim no dia 26 de fevereiro de 2021, a história do cangaço perdeu o seu grande ícone, o Confrade Acadêmico Honorário Antônio Amaury Correa de Araújo.

Paulo Medeiros Gastão

"A ABLAC - Academia Brasileira de Letras e Artes do Cangaço nasceu do sonho do pesquisador Paulo Medeiros Gastão; sonhador inveterado, ousado, empreendedor e acima de tudo, apaixonado pela historia, cultura e arte do sertão; sonho assumido por Archimedes, Elane e todos nós. Não podemos esquecer que Gastão também foi o fundador da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço e um dos responsáveis pela construção do Cariri Cangaço. Quis o destino que na noite de 25 de julho de 2019, na cidade do Juazeiro do Norte no meu Ceará e dentro de nosso Cariri Cangaço - 10 Anos, realizássemos o lançamento da Academia e hoje mais uma vez dentro do Cariri Cangaço realizamos essa Sessão Solene" relata Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço e acadêmico fundador da ABLAC.

Sessão Solene da ABLAC no Cariri Cangaço Paulo Afonso, 25 de Março de 2022 - Fotos: Rossi Magne

Grande Noite de Conferencias e Lançamentos no Encerramento do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022


A terceira e última noite de Cariri Cangaço Paulo Afonso, no dia 26 de Março de 2022, trouxe ao público presente ao Auditório da Escola João Bosco Ribeiro, as Conferências; "Lugares de Memória como Testemunho do Cangaço das Mulheres Paulo Afonsinas", com a recém empossada Conselheira Cariri Cangaço, Luma Holanda e "A Ação das Volantes Baianas contra o Cangaço" com o também recém empossado Conselheiro Cariri Cangaço, Tenente Coronel Raimundo Marins.

Célia Maria e Quirino Silva

Antes mesmo das Conferencias e Lançamentos da noite de encerramento, tivemos as apresentações artísticas do casal Célia Maria e Quirino Silva, em mais uma performance musical onde desponta a arte e o talento desses extraordinários artistas. Em seguida o público presente foi brindado com a apresentação de uma das mais festejadas artistas do sertão baiano e do nordeste; Rita Pinheiro, a Garimpeira da Cultura, que emocionou a todos numa peculiar apresentação teatral.

Rita Pinheiro, a Garimpeira da Cultura
Lugares de Memória com Luma Holanda, Conselheira Cariri Cangaço

A partir de uma pesquisa apurada, a pesquisadora Luma Holanda; à exemplo do trabalho desenvolvido a partir de dissertação que analisou o papel de Jesuíno Brilhante no Cangaço e seus possíveis lugares de memória enquanto representações de um passado que se faz presente na memória social, através da Geografia das Representações; traz a mesma disposição aos cenários pauloafonsinas e principalmente tendo como objeto de pesquisa as  mulheres de Paulo Afonso que entraram no cangaço.

Nadja Claudino, Neli Conceição, João de Sousa, dona Maria Sonia, 
Manoel Severo e Celia Maria
João de Sousa, dona Maria Sonia e Manoel Severo
Nadja Claudino, Neli Conceição, João de Sousa e dona Maria Sonia
Luma Holanda no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

"Tanto história oral, memória e imaginário quanto representações, se organizaram e se manifestaram numa multiplicidade de linguagens, dentro da história do Cangaço e em Paulo Afonso e suas mulheres cangaceiras não são diferentes. Assim, no que tange aos aspectos metodológicos, a História Oral e o Imaginário Social forneceram elementos que nos possibilitaram melhor compreensão das produções de sentido inerentes ao caráter social dessas mesmas representações" revela Luma Holanda.

"As Volantes Baianas contra o Cangaço" com Raimundo Marins
Conselheiro Cariri Cangaço

Raimundo Marins trouxe ao público presente no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, um trabalho dedicado e exaustivo de pesquisa, especialmente aos arquivos oficiais da Polícia Militar do Estado da Bahia, quando garimpou um conjunto extraordinário de documentos que revelavam "o dia a dia da tropa" refletindo todas as preocupações e determinação das volantes baianas no combate ao banditismo rural, notadamente dos cangaceiros.

Raimundo Marins no Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022

"Nos dedicamos com muito zelo e responsabilidade na busca por elementos que nos ajudassem a compreender melhor a ação das forças públicas da Polícia Militar da Bahia no combate ao cangaço, e encontramos um vasto e rico material, inclusive muitas e variadas curiosidades que hoje compartilhamos com os amigos do Cariri Cangaço" confirma Raimundo Marins.

Raimundo Marins, Archimedes Marques, Manoel Severo, Moacir Assunção

Raimundo Marins, Archimedes Marques, Manoel Severo, Moacir Assunção e Gilmar Teixeira
Archimedes Marques, Manoel Severo, Moacir Assunção e Gilmar Teixeira

A noite de encerramento do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022 ainda guardava a apresentação dos pesquisadores; Archimedes Marques e o lançamento de mais um volume de sua obra máxima "Lampião e Historiografia de Sergipe - Vol 3" , Moacir Assunção e o festejado "Os Homens que Mataram o Facínora"; em nova edição; e Gilmar Teixeira com a esperada segunda edição de "Quem Matou Delmiro Gouveia?"

Archimedes Marques e "Lampião na Historiografia de Sergipe - Vol 3"

Archimedes Marque presidente da ABLAC e Conselheiro Cariri Cangaço, fez o lançamento do mais novo volume de sua obra máxima "Lampião e Historiografia de Sergipe" em seu terceiro volume, e relata: "Foram 12 anos de intensa pesquisa sobre o tema cangaço quando consegui reunir um farto material que certamente dará para chegar ao quinto volume, e neste noite aqui no Cariri Cangaço Paulo Afonso estamos lançando o terceiro; assim penso estar contribuindo com a preservação dessa história que nunca deixa de ser remendada, afinal de contas, o seu líder maior, o cangaceiro Lampião, não passou de um atroz bandido para multidões, mas também de uma espécie de justiceiro para tantos outros”.

Moacir Assunção e "Os Homens que Mataram o Facínora

O segundo lançamento da noite recebeu o jornalista, pesquisador e escritor, Moacir Assunção, lançando seu festejado "Os Homens que Mataram o Facínora" em sua nova edição. Moacir Assunção ressaltou a "imensa satisfação de estar pela primeira vez participando de um Cariri Cangaço, iniciativa que acompanho há muitos anos, respeitando e admirando muito o trabalho de Severo e de todos os amigos." Assunção revela que a obra traz em sua essência o objetivo de “tirar das coxias da história personagens como Zé Saturnino, Zé Lucena, João Bezerra, Davi Jurubeba e Mané Neto, dentre outros, na verdade são personagens que passaram toda a existência como secundários dentro da história do cangaço, quando foram verdadeiramente protagonistas." A nova edição traz ainda um novo capítulo traçando um paralelo entre as "táticas do cangaço e de resistência das autoridades há 80 anos com as dos dias atuais", o trabalho de Assunção traz reflexões que comparam a atuação de Lampião com a dos atuais líderes do crime organizado e dos traficantes de drogas como também os episódios recentes que remetem à existência do chamado ‘Novo Cangaço'

Gilmar Teixeira e "Quem Matou Delmiro Gouveia?"

O terceiro lançamento da noite trouxe o pesquisador e escritor Gilmar Teixeira de Feira de Santana com a polêmica e aguardada segunda edição de "Quem Matou Delmiro Gouveia?" Para o autor, "continuamos a saga para aprofundar e trazer luz à esse que foi um dos mais polêmicos episódios do começo do século passado, quando um dos mais ousados empreendedores da história do nordeste, Delmiro Gouveia é alvejado a bala na varanda de seu chalé, no final da tarde, na localidade de Pedra, atual município de Delmiro Gouveia" e continua Gilmar, "Essa segunda edição, lançada na noite de hoje, traz muitas outras novidades que nos ajudarão a construir o quebra-cabeça da elucidação do assassinato de Delmiro, tivemos o cuidado de mais uma vez confrontar todos os depoimentos e notícias da época, rebuscamos episódios não relatados e ainda despercebidos , enfim, hoje trazemos com humildade o resultado desse trabalho aos amigos do Cariri Cangaço e de todo o Brasil."

Palavras de agradecimento de João de Sousa Lima, 
anfitrião do Cariri Cangaço Paulo Afonso
Dr Juliano Medeiros e os agradecimentos ao Cariri Cangaço

Encerrando toda a programação do Cariri Cangaço Paulo Afonso 2022, o anfitrião e presidente da Comissão Organizadora, Conselheiro Cariri Cangaço, João de Sousa Lima em suas palavras finais agradeceu em nome da equipe e em nome da cidade de Paulo Afonso a todos os presentes a "esse que sem dúvidas foi um dos maiores eventos com a marca Cariri Cangaço" e que "veio consolidar Paulo Afonso como um dos maiores destinos para o turismo cultural, histórico e de conhecimento, do Brasil", em seguida usou a palavra o médico e empresário Dr Juliano Medeiros, que ressaltou a grandeza do Cariri Cangaço como também a imensa vocação de Paulo Afonso para o turismo.

Moacir Assunção e Manoel Severo
João de Sousa e Felipe
Conselheiro Cariri Cangaço Mucio Procópio e Camilo Lemos
Herton Cabral, Ivanildo Silveira e Josué Santana
Bismarck Oliveira e Neli Conceição; Leticia e Felipe; Leonardo Gominho e Valdir Nogueira; Capitão Quirino e Jurivaldo
Padre Agostinho, capelão do Cariri Cangaço e Felipe Teles
Gerivanio e Manoel Severo
Ciço do Pife e Beto Patriota
Raimundo Marins e Junior Almeida

Terceira Noite de Cariri Cangaço Paulo Afonso, 26 de Março de 2022
Fotos Louro Teles


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