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Nordeste - A Terra do Espinho Por:José Bezerra Lima Irmão
Completando a trilogia, depois da “Raposa das Caatingas”, acabo de publicar duas obras: “Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste” e “Capítulos da História do Nordeste”.
Na segunda obra – Fatos Assombrosos da Recente História do Nordeste –, sistematizei, na ordem temporal dos fatos, as arrepiantes lutas de famílias, envolvendo Montes, Feitosas e Carcarás, da zona dos Inhamuns; Melos e Mourões, das faldas da Serra da Ibiapaba; Brilhantes e Limões, de Patu e Camucá; Dantas, Cavalcanti, Nóbregas e Batistas, da Serra do Teixeira; Pereiras e Carvalhos, do médio Pajeú; Arrudas e Paulinos, do Vale do Cariri; Souza Ferraz e Novaes, de Floresta do Navio; Pereiras, Barbosas, Lúcios e Marques, os sanhudos de Arapiraca; Peixotos e Maltas, de Mata Grande; Omenas e Calheiros, de Maceió. Reservei um capítulo para narrar a saga de Delmiro Gouveia, o coronel empreendedor, e seu enigmático assassinato. Narro as proezas cruentas dos Mendes, de Palmeira dos Índios, e de Elísio Maia, o último coronel de Alagoas.
A obra contempla ainda outros episódios tenebrosos ocorridos em Alagoas, incluindo a morte do Beato Franciscano, a Chacina de Tapera, o misterioso assassinato de Paulo César Farias e a Chacina da Gruta, tendo como principal vítima a deputada Ceci Cunha. Narra as dolorosas pendengas entre pessedistas e udenistas em Itabaiana, no agreste sergipano; as façanhas dos pistoleiros Floro Novaes, Valderedo, Chapéu de Couro e Pititó; a rocambolesca crônica de Floro Calheiros, o “Ricardo Alagoano”, misto de comerciante, agiota, pecuarista e agenciador de pistoleiros.
Completo a trilogia com Capítulos da História do Nordeste, em que busco resgatar fatos que a história oficial não conta ou conta pela metade. O livro conta a história do Nordeste desde o “descobrimento” do Brasil; a conquista da terra pelo colonizador português; o Quilombo dos Palmares.Faz um relato minucioso e profundo dos episódios ocorridos durante as duas Invasões Holandesas, praticamente dia a dia, mês a mês.
Trata dos movimentos nativistas: a Revolta dos Beckman; a Guerra dos Mascates; os Motins do Maneta; a Revolta dos Alfaiates; a Conspiração dos Suassunas. Descreve em alentados capítulos a Revolução Pernambucana de 1817; as Guerras da Independência, que culminaram com o episódio do 2 de Julho, quando o Brasil de fato se tornou independente; a Confederação do Equador; a Revolução Praieira; o Ronco da Abelha; a Revolta dos Quebra-Quilos; a Sabinada; a Balaiada; a Revolta de Princesa (do coronel Zé Pereira), tem capítulo sobre o Padre Cícero, Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos, o episódio da Pedra Bonita (Pedra do Reino), Caldeirão do Beato José Lourenço, o Massacre de Pau de Colher, A Intentona Comunista. A Sedição de Porto Calvo, As Revoltas Tenentistas.
O Sertão Reverencia o Jacó !!!
Eu e o Cangaço com Cristiano Ferraz
Mestre Luciano Carneiro Virou Folheto Eterno
Bora Conversar ? Cariri Cangaço.
Antônio Silvino em São José de Belmonte Por:Valdir José Nogueira
No primeiro dia do mês de dezembro do ano de 1914, foi recolhido à Casa de Detenção do Recife, o famoso bandoleiro Antônio Silvino, indiciado em 26 processos, por isso condenado a 239 anos e 8 meses de prisão, dos quais cumpriu apenas 23 anos, por ter sido indultado pelo presidente Getúlio Vargas, em 1937.
Bem assim, esse Antônio Silvino, figura brava de cangaceiro, durante as suas incursões pelo sertão, também deixou registrada a sua passagem no município de Belmonte, esse fato gerou notícia que foi publicada no jornal carioca “O Paiz (RJ), Ed. 10161, de 1/8/1912:
Valdir José Nogueira de Moura
Pesquisador e escritor, Conselheiro Cariri Cangaço
Foto: Fotografias de Antônio Silvino tiradas no Gabinete de Identificação de Recife.
A Morte do Cangaceiro Sabiá e a Doença Ruim como Castigo ao seu Matador Por:Manoel Belarmino
Sabiá, ao entrar no cangaço, logo passou a pertencer ao grupo comandado por Zé Sereno. É naquela segunda visita dos cangaceiros à cidade de Aquidabã, feita pelo grupo de Zé Sereno e que Sabiá estava presente, que acontece a morte do filho de Zé Bié. Era o mês de outubro de 1936. O grupo de Zé Sereno chega às proximidade de Aquidabã e um grupo de jovens, já escaldados daquela visita de 1930 feita por Lampião e seus cangaceiros, quando aconteceram diversas malvadezas praticadas pelos cangaceiros aos moradores daquele lugar resolveram perseguir os cangaceiros que se aproximavam dali. Houve ali um tiroteio e o cangaceiro Sabiá foi atingido na cabeça, na malhada da Fazenda Barra Salgada, no município de Canhoba. A bala do jovem Gustavo Guimarães atingiu o cangaceiro Sabiá. Era a vingança dos homens de Aquidabã contra Lampião que quando em 1930 esteve ali arrasou aquela povoação. Os cangaceiros imaginando que fosse uma perseguição da volante, fugiram.
Sabiá ainda não estava morto. Horas depois os jovens retornam à sede da fazenda Barra Salgada e vêem o cangaceiro baleado, mas ainda vivo, agonizando. O mesmo Gustavo que desferiu o tiro certeiro que atingiu a cabeça do cangaceiro, escarra e cospe na boca do já quase morto Sabiá. O cangaceiro já quase morto em seguida é arrastado por um caminhão até Aquidabã onde é exibido como troféu e como vingança às atrocidades feitas naquele lugar quando Lampião ali esteve.
Aquele ato impensado e cruel de Gustavo gerou uma lenda, mas o próprio Gustavo afirmava que o fato realmente aconteceu, dando conta que naquele momento que cuspiu na boca do quase morto cangaceiro Sabiá, sentiu o seu corpo coçar e gerando borbulhas estranhas e mal cheirosas. Apareceu dias depois uma doença ruim que tomou conta do seu corpo, desconfigurando-o completamente. Nem médico e nem reza forte dos mais renomados rezadores de Aquidabã e Canhoba deu jeito.
Segundo alguns pesquisadores, o próprio Gustavo Guimarães dizia que aquela doença ruim invadiu o seu corpo naquele momento infeliz do seu cuspe na boca do cangaceiro Sabiá. Sabiá morreu ali nas terras de Canhoba e Aquidabã, depois de ser ferido de bala de fuzil, cuspido, pisado e arrastado, e, logo depois, Gustavo, o matador do cangaceiro Sabiá, morreu de uma doença ruim que invadiu o seu corpo. Será que foi uma vingança da natureza por causa da morte do cangaceiro?
Manoel Belarmino, pesquisador, escritor, cordelista
Conselheiro Cariri Cangaço, Poço Redondo-SE
Dois Pedros, duas conversas... Por: Kydelmir Dantas
Um Argumento Por:Antonio Correa Sobrinho
Cangaceiros em Sergipe, logo nos remete à figura de Virgulino Lampião e seus comandados, a partir de março de 1929, quando, adentrando por Carira, fez do pequeno estado nordestino seu principal refúgio. Todavia, podemos dizer que a atuação de cangaceiros neste Estado, iniciou-se, pelo menos, em dois momentos, em 1906, quando da chamada "Revolta de Fausto Cardoso", e, ainda antes de Lampião, desta vez de forma mais efetiva, durante a Revolta de Augusto Maynard, em 1924. Em ambos os casos de forma mercenária.
Em 1906, cangaceiros foram contratados pelo movimento sedicioso liderado por Fausto Cardoso. O jornal situacionista "O Estado de Sergipe”, na ocasião da sublevação, declarou o seguinte: “Já muitos dias antes da revolta, os adversários desta cidade, mais tarde progressistas, anunciavam francamente a queda da situação. Os Aguiar rumorejavam que se faria, com assentimento do chefe da nação, a deposição do governo do Estado, logo que no solo sergipano pisasse o Dr. Fausto Cardoso. Não se guardava reserva.
As manifestações de força eram feitas às escancaras e as encomendas de cangaceiros para os municípios sertanejos faziam-se de maneira tal, tão francamente, que ninguém as ignorava.” É de se registrar que o famoso militar Augusto Maynard (foto acima) , interventor federal em Sergipe por duas vezes, na ditadura getulista, anos depois, foi um dos liderados por Fausto Cardoso. Não sabemos se cangaceiros participaram efetivamente da tomada do governo de Guilherme de Campos, na manhã de 10 de agosto de 1906, embora não haja dúvida de que civis pegaram em armas naquela ocasião. Os filhos do deputado Fausto Cardoso, por sinal, ao serem entrevistados, falando a respeito da morte do pai, chegaram a afirmar que o pai podia contar com 4.000 homens dispostos a tudo.
Em 1924, cangaceiros também atuaram contra os comandados de Augusto Maynard, os tenentes do Exército brasileiro em Sergipe, e a favor do governo Graccho Cardoso. Quanto à participação de cangaceiros nas hostes dos revoltosos, os tenentes de Maynard, é de se supor que, dentro de uma lógica, sim. O cangaceiro Corisco, que em 1924 andou servindo por aqui, esteve de um lado ou do outro, ou seja, da legalidade ou da ilegalidade; é de se saber.
Vale mencionar que, do lado do governo Graccho Cardoso esteve Eronildes de Carvalho, que também foi interventor em Sergipe, no tempo de Getúlio. Sobre a participação do "batalhão" de Porfírio Brito, de Propriá, assim declarou o governador Graccho Cardoso, após vencida a revolta: “Porfírio Brito e os seus destemerosos companheiros encarnaram o primeiro protesto armado em Sergipe. Permitam os fados que não se perca dos nossos anais a beleza republicana desse exemplo” (“Tenentismo em Sergipe”, de Ibarê Dantas).
Os nomes dos destacados homens públicos sergipanos, Augusto Maynard e Eronides de Carvalho, neste meu argumento, meu objetivo foi mostrar que ambos, em momentos da história, contaram com a ajuda de homens proscritos, marginalizados, foras da lei, criminosos, cangaceiros.
Quando o Coronel Pedro Alves da Luz foi Acusado de ser Protetor de Lampião Por: Valdir José Nogueira
Diante dessa tremenda acusação, e em decorrência também de outros boatos maldosos contra o tenente-coronel Pedro Alves da Luz, prefeito do Município de Belém de Cabrobó, que diziam ser o mesmo mais um protetor e coiteiro de Lampião, em 1928, o Conselho Municipal daquela cidade votou uma honrosa moção de solidariedade ao dito coronel e que foi publicada no jornal “A Província (PE)”, Ed. 128, do sábado, 2 de junho de 1928:
Virgulino e Cristino Por:José Bezerra Lima Irmão
AALA Lança Concurso "100 Anos de Estação Ferroviária de Aurora"
A Academia Aurorense de Letras e Artes - AALA lançou neste mês de julho o Concurso "100 Anos de Estação Ferroviária de Aurora" contemplando;poesia, crônica histórica, curta-metragem, composição musical e ilustração. A AALA estabeleceu premiações do 1º ao 3º lugar como também certificados de participação. Confira o edital no link abaixo:
A Academia Aurorense de Letras e Artes, fundada por meio de sessão virtual em 11 de junho de 2020, com sede e foro na Cidade de Aurora, Estado do Ceará, é uma instituição civil, sem fins lucrativos, com duração indeterminada e reger-se-á por um Estatuto e um Regimento, constituídos em conformidade com o Código Civil Brasileiro. A Academia Aurorense de Letras e Artes, que tem por finalidade preservar, cultivar e promover o desenvolvimento da literatura, artes e dos valores patrimoniais, culturais, educacionais e históricos do Município de Aurora, é constituída por quarenta e cinco (45) cadeiras, das quais todas serão ocupadas por sócios acadêmicos no ato solene de instalação; todos dotados de reconhecida idoneidade moral e cultural no trânsito das tradições, dos valores e da cultura do Município de Aurora, Ceará.
Tributo a Daniel Walker Por:Renato Casimiro
Ontem reli um comentário de Célia Morais, em sua página no Facebook, sobre algo em torno dos museus de Fortaleza, destacando o quanto eles nos remetem à constatação de que a arte e a cultura de Juazeiro do Norte estão presentes em sua cenografia, nos seus acervos, nos seus eventos, a partir de seus grandes mestres e suas obras.
Citando exemplos, ela terminava sua nota considerando o nosso retardo em não ter instalado novos museus na cidade, a despeito dos três existentes. Esse comentário de Célia Morais foi feito no dia 10.07.2019 - um dia antes do falecimento de Daniel Walker Almeida Marques. Relevo esta coincidência para prestar neste dia, ainda imerso em grande tristeza, um tributo a Daniel Walker pela visão esclarecida e privilegiada com que tratou deste assunto em sua grande cruzada, a ponto de ter formalizado um projeto, e sobre ele ter trabalhado insistentemente, para que o mesmo contemplasse satisfatoriamente a implantação de equipamentos desta natureza.
Era o tempo do IPESC, na URCA, aqui em Juazeiro, e isto o sensibilizara a ponto de reconhecer e formular propósitos para a montagem de diversas destas unidades, voltadas para um relevo a mais para a arte popular através das manifestações artísticas de xilogravura, de literatura de cordel, de cerâmica decorativa, do imaginário em madeira e outros materiais, da arte sacra incarnada, da ourivesaria das nossas tradições, da memória jornalística e do patrimônio entre imagem e som.
Neste sentido, ele foi um visionário que se angustiou, exatamente pelo difícil confronto com a realidade posta pela indiferença dos gestores públicos, habitualmente tidos como os inevitáveis financiadores destas empreitadas. Muito recentemente, nós tivemos um exemplo marcante, da mente e dos braços de Alemberg Quindins, que chegou a cometer a “inexplicável” façanha de instalar um museu, o do couro, em Nova Olinda, com pouco mais de 15 mil reais. Na contramão de tal iniciativa, até nos parece que a maior parte destes prefeitos e secretários, que vivem sonhando com milhões (claro – para suas grandes obras de ferro e cimento), a questão da cultura é um trato menor, inexpressivo para seus sonhos de desenvolvimento.
Nas contas de Daniel Walker, aparelhar esta terra de tantos milagres, de tantos hábeis e férteis mestres, o custo era inexpressivo – e ele estava certo, algo como o administrável com pouco esforço, sem qualquer sangria no erário público, confortável aos olhos inquietos de tantos visitantes nestes museus, entre romeiros e a gente da terra.
Daniel Walker, com quem convivi por quase sessenta anos, era destes que sonhavam com esta cena possível, para o resgate deste compromisso inadiável com a cultura popular. Incansável nos seus gestos, ele os aprimorou para que a mensagem não faltasse, na direção do que tinha de ser feito, do que tinha de ser escrito, do que tinha de ser dito, do que tinha de ser realizado, do que tinha de ser sonhado, sempre em grande estilo.
Ao lembrar-lhes, nesta amarga efeméride, a perda imensa que tivemos de suportar com sua morte prematura, ficou-nos, acima de tudo, esta marca indelével de sua ação cultural, da sua personalidade de escol, a não desistir jamais dos seus sonhos, daquilo que ele fomentou por atitudes inconfundíveis, entre o profissionalismo exemplar, desde e sempre, ao jornalismo de rádio, dos jornais de folhas e da rede mundial de computadores, ao fazer cultural entre a docência e a farta produção livresca.
Escreveu sobre coisas e gente amada, nunca foi fútil nem pretensioso. Presenteou-nos e permanece imortal em nossas prateleiras com seus livros fartos, a nos dizer de uma atualidade de seus temas, sempre preocupado com a memória histórica de seu chão tão amado, na ansiedade de esclarecimentos e do “conhecereis a verdade”.
Há um ano, por sua partida, somos uma gente endividada com esta continuidade dos seus traçados, aqueles que nos resgatam, de longa data, a sensação de um certo, e pouco explicável, complexo de inferioridade, sentido a partir desta vontade compulsiva para legar à sua terra o melhor esforço para o seu desenvolvimento, especialmente no educacional, no artístico e no cultural.
Neste dia de hoje, lembrar Daniel Walker a todos nós é manifestar-lhe num Tributo. Um tributo que se arrastará pelos anos na tristeza e na angustia do que sentimos em seu calvário. Morreu Daniel Walker há um ano, deixando-nos moralmente, seus amigos e sua gente, com a tarefa inadiável, o do compromisso pela resolução desta pauta inarredável, por um Juazeiro melhor, por um Cariri mais fraterno, diante do que pela arte e pela cultura, tudo isto é possível.