Há 92 Anos o Longo e Denso Processo Crime contra Ioiô Maroto e Lampião. Por:José Valdir Nogueira

Em 1928, há 92 anos, foi aberto inquérito para apurar os acontecimentos que tiveram lugar em 20 de outubro de 1922, no Município de Belmonte. Em 7 de outubro de 1929, era publicada no Diário Oficial do Estado de Pernambuco a sentença de pronúncia proferida nos autos do Processo Criminal daquele trágico acontecimento que resultou, entre outros, na morte do coronel LUIZ GONZAGA GOMES FERRAZ, diante do Promotor Público de Olinda, em comissão no Município de Belmonte: Crispim Pereira de Araújo (Ioiô Maroto), Virgulino Ferreira da Silva (Lampião), José Terto (Cajueiro), Antônio Cornélio, José Bizarria, José Teotônio da Silva (José Preto), João Porfírio, Feliciano de Barros, Antônio Padre (irmão de Luiz Padre), Pedro José Clemente (Pedro Cabôclo), Francisco José (Vereda), Tiburtino Inácio (filho do major José Inácio do Barro – CE), Antônio Moxotó, José Dedé (Baliza), Meia Noite, José Ovídio, Papagaio, José de Tal (Caneco), Miguel Cosmo, Raimundo Soares do “Barro”, Antônio Ferreira da Silva, Livino Ferreira da Silva, José de Tal (Caboré), Cícero Costa, Terto Barbosa, José Benedito, Manoel Barbosa, Olímpio Benedito ( Olímpio Severino Rodrigues do Nascimento), Francisco Barbosa, Dé Araújo, José Flor (Manjarra), Antônio Caboclo (Pente Fino), Laurindo Soares (Fiapo), Manoel Benedito, Antônio Pereira da Silva (Toinho da Cachoeira), João Cesário (Coqueiro), Sebastião de Tal (Sebasto), Manoel Saturnino, Beija Flor, Pilão, Lino José da Rocha. Quanto aos outros indivíduos que tomaram parte no ataque, ignora-se ao certo o nome ou sinais característicos de cada um. 

Valdir Nogueira, Luiz Ferraz Filho e Sousa Neto

Além do coronel Gonzaga cujo assassínio era o fito principal do ataque, a ação dos criminosos vitimou ainda o soldado Heleno Tavares de Freitas, que caiu em poder dos bandidos quando acudia a chamada para a defesa; o velho Joaquim Gomes de Lira (Joaquim Padeiro); e João Gomes de Sá, que foi saqueado e ferido. Da parte dos atacantes, morreram o famoso Baliza e Antônio da Cachoeira (este, após o tiroteio, faleceu de parada cardíaca), e entre os inúmeros feridos estavam Zé Bizarria, Cícero Costa e o próprio Ioiô Maroto, que ficara aquartelado na casa do velho Quintino Guimarães.

Jose Valdir Nogueira, pesquisador e escritor; Conselheiro Cariri Cangaço - São José de Belmonte, Pernambuco.

Adendo por Jorge Remigio: "Amigo Valdir, esse inquérito deve ser o judicial. Me corrija se não for. Lendo o livro de Marcos Edíson de Araújo Clemente, pag. 212, 213, ele afirma que em relatório enviado pelo Delegado Especial Francisco Menezes Melo, de Vila Bela ao chefe de Polícia, Eurico de Souza Leão, em fevereiro de 1927, o qual relata as condições deploráveis em que se encontra a Delegacia daquela cidade. É bom referendar que Vila Bela ficava no epicentro dos movimentos de combate ao banditismo rural. O Batalhão já estava sediado em Floresta, mas é inegável a importância de Vila Bela. O Delegado afirma em relatório que encontrou alguns papéis sem importância, alguns depoimentos soltos e só dois documentos de importância. Um era o Inquérito Policial sobre o evento de Belmonte que vitimou o comerciante Luiz Gonzaga Ferraz. Esse inquérito foi instaurado mas ficou parado, engavetado. No caso, sem investigações. Em 1928 é instaurado um Inquérito Judicial, creio que devido toda essa desqualificação e prevaricação da burocracia policial da época. É um fato a ser investigado pelos estudiosos do tema, até porque a vítima tinha alta projeção na sociedade, era uma pessoa rica, no entanto, não houve o interesse do Estado na consumação das investigações do caso. Na esfera política, a família Pereira estava na oposição. Não tinha força para intervir no inquérito. Estácio Coimbra criou dez Delegacias Especiais  no estado. Esse relatório dar uma noção de como a máquina burocrática do estado era frágil nas cidades do sertão onde o crime de banditismo rural imperava."

Jorge Remígio , Conselheiro Cariri Cangaço.

Barra do Mendes: A Última Fronteira do Cangaço em Grandes Encontros Cariri Cangaço


Barra do Mendes é um município do estado da Bahia, situado a 534 km da sua capital Salvador, a ligação entre as duas cidades se dá essencialmente através da BA-052 (Estrada do Feijão). Atualmente sua população gira em torno de 15 mil habitantes. Localizada na Região Noroeste do Estado ; pertence ao Circuito da Chapada Velha, a Microrregião de Irecê e à Zona Fisiográfica da Chapada Diamantina Setentrional. Barra do Mendes que ate 1958 era distrito de Brotas de Macaubas ficou conhecida e imortalizada na historiografia do Cangaço quando em 25 de maio de 1940, na fazenda Pacheco, Corisco e Dada são cercados pela volante de Zé Rufino, saldo final o fim definitivo do cangaço.

Para entender esse episódio e conhecer mais de perto o último ato de Corisco - O Diabo Louro ; Manoel Severo recebe os historiadores e escritores, Major Raimundo Marins e professor Manoel dos Santos Neto. 

HOJE, 25 de Setembro de 2020 ás 20h;Canal do YouTube do Cariri Cangaço


Padre Cícero: Todas as Dimensões do Santo do Juazeiro nos Grandes Encontros Cariri Cangaço


Sem sombras de dúvidas uma das mais significativas e ao mesmo tempo polêmicas personalidades de nosso nordeste e porque não dizer do Brasil, foi o santo padre do Juazeiro do Norte, o cearense do século. O Cícero Romão Batista nascido no Crato, ordenado em Fortaleza e que realizando sua Missão sacerdotal no antigo "Tabuleiro Grande" viria a se tornar a figura mais estudada do clero brasileiro, com mais de cinco centenas de publicações a seu respeito, despertando amor e ódio entre todos aqueles que entraram em contato com sua controversa historia e legado.


Muitos e muitos episódios marcantes na vida de Padre Cícero vieram a se tornar emblemáticos para a história não só do Ceará, mas do nordeste como um todo, destacando-se dentre eles o mais polêmico de todos: O chamado "milagre da hóstia" ainda no século XIX, quando despertou ao mesmo tempo a desconfiança e perseguição da Igreja e a histeria de toda uma "nação romeira" que passaria a partir dali a se tornar uma das forças deste grande e mítico sertanejo.

Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço, recebe os historiadores; Angelo Osmiro Barreto e Urbano Silva; para uma conversa franca sobre Cícero Romão Batista, o Cearense do Século, num dos mais aguardados programas "ao vivo" do canal do YouTube do Cariri Cangaço.


Grandes Encontros Cariri Cangaço
PADRE CÍCERO: Todas as Dimensões do Santo do Juazeiro
Sexta-feira, dia 18 de setembro de 2020
20 Horas

Cariri Cangaço, Uma Luz de Cultura Nordestina Por:Luiz Serra

Luiz Serra

Um movimento que tomou corpo nos últimos anos, no campo das atividades voltadas à cultura raiz nordestino, com foco no sertão agreste, tem o nome sugestivo de Cariri Cangaço. O Curador da agremiação cultural, agora Instituto Cariri Cangaço, é o cearense Manoel Severo Barbosa, que conduz com dinamismo uma plêiade de entusiastas e pesquisadores que essencialmente se voltam a rebuscar os atos e fatos de origem do fenômeno intrínseco às caatingas: o cangaço.

Severo em seu conhecido Blog, cujo título é o nome do projeto, seguido por milhares de atentos admiradores dessa tradição brasileira, sempre se refere ao motor originário do Cariri Cangaço: “É o resultado de um grande sonho”. Citou que desde a infância se encantava com as histórias vividas pelos cangaceiros, autênticas sagas, muitas singulares em extremos conflitos, de um padecimento sem tamanho, e, mesmo assim, admirava-se por ter muitos remanescentes do bando de Lampião chegado à destacada longevidade. Tais personagens assim que proporcionaram aos pesquisadores um campo fértil para discussões temáticas e produção de uma literatura vasta e absorvente.

O centro da extensa laboração entre os tantos seminários e palestras, levados a cabo pelo Cariri Cangaço, está factualmente na figura de Lampião. Uma figura polêmica, sertaneja, que emergiu em cenário de anarquia e desordem de poderes, em meio a precárias ordenações de disputas de terras entre coronéis sertanejos que, não há dúvida, faziam comprimir os sofredores viventes da terra adusta na caatinga imensa.


Como aduz Severo acerca da personalidade central do capitão-cangaceiro: “Com o tempo levou-o a outras percepções. Criou um senso de adaptação, criatividade, em extensa rede de interesses, a estética, a medicina, o vigor em ambiente tão hostil, a compreensão da importância da imagem; o primeiro ‘marketeiro das caatingas’, enfim. Virgulino Ferreira da Silva, apesar dos muitos senões, acabou por se tornar um mito”.

Disse mais da origem, em março de 2009, após Seminário em Paulo Afonso, região de berço de Maria Bonita, surgiu a ideia de realizar no seu estado, o Ceará, mais precisamente no Cariri, outro seminário para resgatar um pouco da historiografia cangaceira na região. Referiu-se à crítica inicial, vindas de provocações locais como: “Cangaço no cariri?”, “Evento para endeusar bandido?”. Disse que somando ao sonho, pitadas de perseverança, determinação, acabou que muitos jovens, homens e mulheres, entraram nas audiências dos muitos eventos com a aquiescência e apoio de autoridades locais. Pela internet, o Cariri Cangaço é uma realidade nacional. Sem fazer apologia à violência ou crime, anuiu “ter havido um verdadeiro sentimento de proporcionar um ambiente ainda mais propício para o debate e aprofundamento dessa temática que é tão marcante em nossa terra e em nossa gente”.

Os primeiros seminários promovidos pelo Cariri Cangaço, em Serra Talhada, Mossoró, Paulo Afonso, seguindo as pisadas de Virgulino Ferreira da Lampião, acabaram se tornando novos “vaqueiros da história”. Aproximação de novos companheiros de igual disposição pela cultura, em busca de fontes, a cada evento novidades advindas de descendentes de personagens daquele rico filão da história nordestina. Disse de nomes de relevo na jornada crescente do Cariri Cangaço, os vaqueiros da história. Citou Napoleão Tavares Neves, o primaz, das primeiras bençãos” ao sonho; João de Sousa Lima e Antônio Vilela, a SBEC, Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço; Paulo Gastão e Kydelmir Dantas. Aderbal Nogueira e Ângelo Osmiro; professor Francisco Pereira, de Cajazeiras com notável acervo disponível; O escritor Antônio Amaury. Mencionou que a esses se somaram tantos outros, que hoje formam essa grande confraria de amigos, reconhecida como família Cariri Cangaço.

Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço

Acrescentou Severo que das prefeituras de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Missão Velha, vieram a assunção do desafio; a elas se somou a URCA – Universidade Regional do Cariri, o ICC – Instituto Cultural do Cariri, o ICVC – Instituto Cultural do Vale Caririense, o Centro Pró Memória e ainda a Academia de Cordelistas do Crato, o Sebrae, o CCBNB e o apoio vital da Expresso Guanabara. O ensejo acadêmico ao Instituto.

Em nota aos entusiastas do tema, a curadoria do Cariri Cangaço agora informa que esteve cumprindo no dia 08 de maio,intensa agenda de trabalho na cidade de Quixeramobim, na temática de Antônio Conselheiro, mais nova sede do evento previsto para acontecer entre os dias 24 e 26 deste mês, reiterando convite aos interessados.

Manoel Severo externou por derradeiro que o incrível também acontece: “Lampião e o Cangaço que tanto sofrimento trouxe para o ordeiro povo do sertão, hoje promove o encontro, a união e a harmonia na direção da busca da verdade histórica”. Vida longa para o Instituto Cariri Cangaço!

Luiz Serra  Professor e escritor em 23 de maio de 2019 

http://www.pontodevistaonline.com.br/cariri-cangaco-uma-luz-de-cultura-nordestina-luiz-serra/

Lançamento do "Sedição de Juazeiro" Memória do Cariri Cangaço Por:Aderbal Nogueira

Fonte: YouTube Canal:Aderbal Nogueira

Memória: O dia 22 de setembro de 2011, por ocasião da terceira edição de nosso Cariri Cangaço, Juazeiro do Norte no Ceará, protagonizou no Teatro do SESC-Juazeiro, o lançamento da mini-série "Sedição de Juazeiro", do diretor e produtor; Jonas Luis da Silva, de Icapuí. Na oportunidade para os convidados do evento que lotavam o Teatro do SESC-Juazeiro, uma bancada que contou com as presenças de Jonas Luis, Aderbal Nogueira, Renato Dantas, Daniel Walker, Renato Cassimiro e mediação pelo curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo Barbosa, foi possível acompanhar um extraordinário debate sobre esse que foi um dos mais espetaculares episódios históricos do nordeste. As imagens são de Aderbal Nogueira e estão disponíveis no YouTube-Canal Aderbal Nogueira.

Fonte: YouTube  Canal:Aderbal Nogueira

Lançamento do Filme "Sedição de Juazeiro"
Memória Cariri Cangaço 2011 - SESC Juazeiro do Norte
Participações: Jonas Luis da Silva, de Icapuí; Aderbal Nogueira; Renato Dantas; Daniel Walker; Renato Cassimiro e Manoel Severo Barbosa.
Imagens: Laser Video - Aderbal Nogueira - YouTube

A Saga do Cangaço em Poço Redondo chega aos Grandes Encontros Cariri Cangaço !

Rangel Alves da Costa revela: "Segundo os relatos históricos, Lampião parecia mesmo ter escolhido Poço Redondo como uma segunda casa sua. A primeira era a caatinga, com varanda de xiquexique e assento de mandacaru. Mas a família era grande, era muita, espalhada por todos os sertões nordestinos. E em Poço Redondo mantinha amigos fiéis, tinha acolhida, comida à mesa, tudo o que precisasse. E também a simpatia de tantos jovens que decidiram entrar para o seu bando.Num misto de temor e reverência, aliado ao fato de que o homem sempre estava por ali desafiando as volantes, verdade é que mais de trinta filhos de Poço Redondo seguiram a trilha do bando de Lampião. Mocinhas muitas novinhas, ainda na adolescência, se encantavam com aqueles “artistas” das caatingas e seguiam seus destinos de amor cangaceiro. Assim foi com Adília, Sila, Enedina, Rosinha e outras. Dentre os meninos de Poço Redondo estavam, por exemplo, Cajazeira, Canário, Elétrico, Mergulho, Novo Tempo e Zabelê."

Poço Redondo berço de nosso Patrono do Conselho do Cariri Cangaço; Alcino Alves Costa; chega em grande estilo aos Grandes Encontros Cariri Cangaço. Teremos como convidados da noite os pesquisadores e escritores, Conselheiros do Cariri Cangaço, Rangel Alves da Costa e Manoel Belarmino. Hoje, logo mais as 20h no Canal do YouTube do Cariri Cangaço.

"Grandes Encontros Cariri Cangaço" 

A Saga do Cangaço em Poço Redondo. 

Rangel Alves da Costa , Manoel Belarmino e Manoel Severo Barbosa 
no Canal do YouTube do Cariri Cangaço!
SEXTA DIA 11 DE SETEMBRO AS 20 HORAS.

Faça sua Inscrição, ative as Notificações 


Aloysio Pereira Lima e o Memorial em Princesa Isabel Por:Jose Pereira Lima Neto

Aloysio Pereira Lima

Caro Severo, ninguém ignora na Paraíba a vida e as ações  de Aloysio Pereira Lima, meu pai, político sem mácula, sucessor honrado do coronel José Pereira Lima, meu avô, que teve seu nome ligado a Revolução de Trinta, no estado da Paraíba. 

Papai fez jus à coragem cívica de meu avô, militando na vida pública do estado e da sua querida Princesa Isabel, sabendo distinguir o interesse publico de quaisquer outro. Por mais que tal patrimônio cívico esteja bem na memória da Paraíba, necessário se fazia perpetuá-lo em um memorial físico, responsável não só pela guarda e exibição de seus objetos pessoais numa perpetuação legítima de sua existência dedicada ao bem estar de seus conterrâneos, mas, igualmente, de documentos e registros permanentes de suas ações político - administrativas, suficientes para comprovar sua honestidade pessoal, e, igualmente sua ação em favor de sua querida e amada gente. 

Honra-me tê-lo tido como pai, amigo, conselheiro, confidente, razões maiores que justificam minha iniciativa em homenageá-lo, e ao meu avô José Pereira, construindo um memorial, em Princesa Isabel, para preservação da vida e obra de ambos os líderes. Tal empreendimento é de tal grandeza histórica e diz da sensibilidade e do meu compromisso na preservação da memória dos homenageados e da história da Paraiba. Acompanhei com vivo interesse, a live do Cariri Cangaço, ocorrida ontem, dia 04/09/2020, que contou com a participação do conterrâneo Emanoel Arruda,  do ex-prefeito Thiago Pereira e também do ex-prefeito Dominguinhos, além do amigo Severo.

Oportuno, respeitoso e esclarecedor este evento. Sinceramente, desejo que possa tê-los presentes na abertura do memorial em breve. Será sem dúvida um dia marcante e de fortes emoções. Minha eterna gratidão a André  Vasconcelos e colaboradores, que muito me ajudaram nesta árdua missão de ver realizado e materializado meu sonho. Pela atenção meu muito obrigado! Abraço! 

José Pereira Lima Neto, João Pessoa 05/09/2020

Princesa Isabel terá Memorial em homenagem ao Coronel José Pereira e ao ex-deputado Aloysio Pereira


A história e a memória do ex-deputado estadual Aloysio Pereira Lima e de seu pai, o lendário caudilho princesense coronel José Pereira, líder da Revolta de Princesa, em 1930, serão preservadas e terão um memorial, segundo anunciou nesta sexta-feira (2) o filho do ex-parlamentar, José Pereira Lima Neto. De acordo com José Pereira Lima Neto, o memorial, com nome a ser definido nos próximos dias, será construído numa área lateral da casa do ex-parlamentar em Princesa Isabel, localizada na praça Epitácio Pessoa, vizinha ao Palacete dos Pereiras, no Centro da cidade.
“Tenho o dever, a obrigação moral, política, histórica e cultural de, ainda mais como filho e neto, honrar as biografias e legados de vovô Zé Pereira e de meu pai, Aloysio Pereira. Minha idealização foi integralmente apoiada por minha irmã Gláucia e igualmente chancelada pelos nossos filhos e sobrinhos, e agora será materializada, às expensas da própria família”, afirmou.
Na avaliação de José Pereira Lima Neto, a edificação “vai resgatar e preservar a memória e a história, a trajetória de protagonismo de dois filhos de Princesa Isabel, cujas vidas exemplares foram pautadas no bem servir à nossa terra. Por isso, o memorial será uma volta às origens, sem, contudo, perder com o legado de ambos, nas devidas proporções históricas, a perspectiva de futuro”.
Ele antecipou que a obra  disporá de acervo amplo, como documentos, correspondências, livros, fotos e objetos pessoais, entre outros itens. “Vamos disponibilizar fotos antigas, cartas, mobiliário e vestuário, além de livros e outros materiais que irão compor o acervo permanente do memorial”, revelou.
Com execução da VL Tecno Engenharia e projeto arquitetônico da arquiteta Fagna Juciene, a obra começará na próxima semana, com entrega prevista para abril de 2019, segundo também reforçou hoje o dono da empresa, engenheiro e empresário Verimarcos Leandro. “Será uma obra louvável e exemplar em Princesa Isabel e região que, a um só tempo, resgatará e homenageará a história de vida de duas importantes figuras princesenses que, nas suas dimensões respectivas, fizeram História. Há décadas que cobramos e aguardamos uma iniciativa assim, tanto por parte dos poderes públicos e também dos próprios familiares, que desta vez, de forma pioneira, bancam a iniciativa. Parabéns à família. Agora a coisa vai”, destacou Verimarcos.
Ele disse que o memorial terá salão para exposições, sala administrativa, almoxarifado, copa-cozinha, banheiros masculino e feminino com acessibilidade e sistema de monitoramento eletrônico, além de pracinha e jardim.
Fonte:http://opiniaotriunfodigital.blogspot.com
Carlos Ferraz.

Nova Arregimentação de Cangaceiros a Serviço do Padre Cícero Por:Valdir José Nogueira de Moura


Na fotografia, os belmontenses: Dedé Baía (José Ferreira da Silva), da fazenda Boqueirão, e Antônio David de Barros, da Cacimba Nova, integrantes do famoso grupo do caudilho Antônio Quelé de Carvalho.

“A Rua” jornal do Rio de Janeiro, na edição de 27 de janeiro de 1915 publicou:“Do nosso correspondente em Pernambuco, recebemos o seguinte telegrama: Recife 26 – Um comerciante desta capital recebeu cartas do Piancó e Bonito, informando que tem seguido levas de cangaceiros do interior deste Estado e da Paraíba para o Juazeiro do Ceará. Esses cangaceiros são aliciados pelo caudilho Antônio Quelé de Carvalho e Sá de Belmonte no Pajeú, por ordem do chefe do Cariri Antônio Luiz Alves Pequeno, amigo do Padre Cícero.

Segundo as mesmas informações, parece tratar-se de um novo movimento armado no Juazeiro, patrocinado por gente alta na política federal, porque os aliciadores de cangaceiros, além de dispor de muito armamento novo e munições, pagam com prodigalidade os seus assalariados. Antônio Quelé de Carvalho, cangaceiro mais célebre que João Curau e Quixabeira tomou parte saliente na questão que vitimou o oficial de polícia que efetuara a prisão do coronel Umbuzeiro na cidade de Floresta, e agora a serviço do Padre Cícero ameaça a tranquilidade da terra cearense.”

Valdir José Nogueira de Moura,

Pesquisador e Escritor, Conselheiro do Cariri Cangaço

São José de Belmonte

Território Livre de Princesa nos Grandes Encontros Cariri Cangaço...


"Estou vendo aqui o convite do querido amigo Manoel Severo para que assistamos ao vídeo do Cariri Cangaço sobre o tema Território Livre de Princesa – a Guerra de 30. Será amanhã, sexta-feira, no canal YouTube do Cariri Cangaço.Lembro que no encontro do Cariri Cangaço realizado em Princesa a revolta do Coronel Zé Pereira foi objeto de uma palestra do saudoso José Romero Araújo Cardoso. A Guerra de Princesa é um capítulo marcante da história do Nordeste. Governava a Paraíba o presidente João Pessoa, sujeito arrogante, vaidoso, que criticava os coronéis do sertão mas adotava os mesmos métodos deles, valendo-se de sua condição de sobrinho de Epitácio Pessoa, que tinha sido presidente da República. A polícia prendia, espancava e até matava quem lhe fizesse oposição.

Um dos perseguidos foi João Duarte, advogado brilhante, neto do ex-presidente paraibano Manoel Dantas. O automóvel do advogado foi lançado pela polícia nas águas do Sanhauá. A polícia invadiu sua residência, destruiu móveis, livros e processos judiciais e apoderou-se de vários documentos e papéis, no meio dos quais sua correspondência amorosa com a professora Anaíde Beiriz. Trechos de suas cartas íntimas foram publicados no jornal oficial do governo da Paraíba. Enquanto isso, no sertão, a violência corria solta. O Coronel Zé Pereira, chefe político de Princesa, rompeu com o governo do Estado. Os coronéis do sertão aliaram-se a ele. Em represália, o presidente João Pessoa mandou exonerar ou transferir funcionários que tivessem qualquer relação de parentesco ou amizade com Zé Pereira e seus correligionários.

Intensificaram-se as ações policiais. Em Teixeira, uma volante comandada pelo tenente Ascendino Feitosa cercou a casa do chefe político, o velho Manoel Silveira Dantas, e mandou bala. Duas senhoras idosas da família Dantas foram arrastadas da cama para a rua e humilhadas publicamente. Para arrasar Princesa, três colunas marcharam da capital o reduto do coronel turrão.Zé Pereira arregimentou seus jagunços, entre os quais havia vários ex-cangaceiros de Lampião.Foi heroica a participação do caboclo Marcolino e de seu cabra de confiança, Manoel Ronco Grosso. Marcolino era sobrinho e cunhado de Zé Pereira.

Houve combates memoráveis nas caatingas de Santana dos Garrotes, Nova Olinda, Imaculada, Água Branca, Patos de Princesa e Tavares. A Paraíba tornou-se ingovernável.Zé Pereira mandou publicar um Decreto proclamando a independência do município de Princesa, que passava a ser um Território Livre, ligado ao governo federal, mas desligado da Paraíba. Mas foi então que aconteceu um fato decisivo, embota nada tivesse a ver com a guerra de Princesa: ao anoitecer do dia 26 de julho de 1930, o advogado João Duarte, alucinado com a invasão de sua residência e a publicação de suas correspondências íntimas no órgão oficial do governo, assassinou o presidente João Pessoa em pleno centro do Recife.A revolta de Princesa e a morte de João Pessoa foram o estopim Revolução de 1930. No contexto desses fatos, ocorreu ainda o assassinato de João Suassuna, pai do grande escritor Ariano Suassuna.

(Esses episódios são narrados em detalhes no meu Capítulos da História do Nordeste. Quem tiver interesse em conhecer esse  trabalho, por favor peça ao Professor Pereira – contato: (83)9911-8286)." Pesquisador e escritor, José Bezerra Lima Irmão.

É Nesta próxima sexta-feira, dia 04 de setembro, às 20 Horas. 

Grandes Encontros Cariri Cangaço - YouTube

Território Livre de Princesa - A Guerra de 30

Convidados: Emmanuel Arruda, Thiago Pereira e Domingos Maximiano