O Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, esclarece: “nesse momento realizamos esse Simpósio com o objetivo de despertar a comunidade acadêmica e estudantil como também às instituições culturais da região para o grande Cariri Cangaço que acontecerá no mês de novembro também aqui em Campina Grande e com um tema mais que pertinente; Antônio Silvino; que apesar de pernambucano de nascimento, escolheu Campina Grande para fixar residência após sair do cárcere e onde ficou até a sua morte, então a iniciativa que nasceu da provocação dos amigos; jornalista João Costa e do professor Julierme Wanderley; logo foi assumida pelo Conselho do Cariri Cangaço e hoje iniciamos aqui no Museu de Arte Popular da Paraíba esse sensacional capítulo da história do Cariri Cangaço.”
O Simpósio foi resultado de um esforço de vários parceiros. A construção do evento teve a frente como presidente da Comissão Organizadora, o professor Julierme Wanderley e contou ainda com a presença dos pesquisadores; Tonny Gomes, Mayara, Sulamita Burity, João Costa; além da parceria vital com o GPEC – Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço, com os Conselheiros Cariri Cangaço; Narciso Dias, Bismarck Martins, Luma Holanda, Célia Maria e Quirino Silva.
Para o presidente da Comissão, Julierme Wanderley, “hoje realizamos um sonho, consolidando de forma responsável a presença deste personagem de peso, que foi Antônio Silvino, dentro da historiografia do cangaço. Agradecemos a todos os queridos membros da Comissão, aos amigos do GPEC e de forma muito especial aos parceiros: Escola de Ensino Fundamental e Médio Poetisa Vicentina Figueiredo Vital do Rego, a Universidade Estadual da Paraíba, ao Museu de Arte Popular da Paraíba, aos Institutos Históricos; de Campina Grande e do Ingá; como também à Policia Militar da Paraíba através do segundo Batalhão”.
A noite de abertura aconteceu no hall de entrada do Museu de Arte Popular da Paraíba, o famoso Museu dos Três Pandeiros; e contou com a participação de representantes do Cariri Cangaço, das instituições parceiras e de pesquisadores, professores, estudantes e admiradores da temática, de toda região do compartimento da Borborema.
Para o presidente do GPEC, Conselheiro Cariri Cangaço Narciso Dias “é uma grande honra para o estado da Paraíba sediar pela segunda vez só este ano de 2023 uma agenda do Cariri Cangaço. Em março estivemos em Princesa Isabel e São José de Princesa e hoje chegamos em grande estilo a Campina Grande, para nós que fazemos o Cariri Cangaço e o GPEC é uma grande alegria”. Já o Diretor do Museu de Arte Popular da Paraíba, professor José Pereira “é uma grande honra para o Museu dos Três Pandeiros receber a noite de abertura de um evento de tanta envergadura, credibilidade e qualidade como o Simpósio Cariri Cangaço Serra da Borborema e sem dúvidas será uma grande satisfação sediarmos o grande Cariri Cangaço de novembro aqui também em nosso Museu”.
A noite de abertura contou com a execução dos hinos; nacional, da Paraíba e de Campina Grande; pela banda do segundo batalhão da Policia Militar da Paraíba, em seguida apresentação do casal Célia Maria e Quirino Silva com a entrada do Estandarte do Cariri Cangaço, além do Grupo de Dança Cabrôar, numa autentica festa do talento , da cultura e da arte nordestina.
A apresentação do Cariri Cangaço foi feita pelo Conselheiro Cariri Cangaço, Bismarck Oliveira. As boas vindas foram dadas pelo curador Manoel Severo Barbosa. Fizeram ainda uso da palavra, Julierme Wanderley, presidente da Comissão Organizadora do Simpósio, professor José Pereira, Diretor do Museu de Arte Popular da Paraíba - Museu dos Três Pandeiros; e professor Wellimar Silva diretor da Escola Poetisa Vicentina Rego.
Na oportunidade o Conselho Alcino Alves Costa concedeu Diplomas de Mérito Cultural a Instituições parceiras: Museu de Arte Popular da Paraíba, Instituto Histórico de Campina Grande e Escola Poetisa Vicentina Rego. O Simpósio seguiria na manhã seguinte no auditório do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande.
Simpósio Cariri Cangaço Serra da Borborema – A Saga de Antônio Silvino Museu de Arte Popular da Paraíba, Campina Grande - Paraíba 27 de abril de 2023
UEPB Recebe Primeiro de Dia de Debates...
A programação da manhã contou em primeiro lugar com a conferência “Cangaço, Surgimento e Aspectos Gerais” ministrada pelo Conselheiro Cariri Cangaço e membro do GPEC, pesquisador e escritor Bismarck Oliveira. Em sua apresentação Bismarck Oliveira fez uma viagem no tempo e no espaço trazendo os principais aspectos da formação do povo e da região nordeste desde a época da colonização até o início do século passado, aprofundando a partir de uma análise técnica os principais fatores que influenciaram o surgimento do fenômeno do cangaço no sertão nordestino. Para o Conselheiro Cariri Cangaço, Luiz Ferraz, que fez parte da Mesa de Debates, “o escritor Bismarck nos presenteou com uma aula verdadeiramente sensacional sobre o surgimento do cangaço e todos os fatores que colaboraram com sua consolidação por mais de um século, foi um momento único”.
Quem opina é o jornalista João Costa, um dos mentores do Simpósio Cariri Cangaço Serra da Borborema e também participante da Mesa de debates; “entre acadêmicos há um analogia jocosa que diz: entre os gregos, simpósio era a 2ª parte de um banquete em que os convivas bebiam e ouviam músicas; com o tempo, simpósio passou significar encontro no qual diversos oradores debatem determinado tema perante um auditório – e foi o que ocorreu durante o Simpósio cariri Cangaço Serra da Borborema, aqui no auditório do CCJ da Faculdade de Direito da UEPB, em Campina Grande, sensacional”.
O segundo período continuaria com a mesma intensidade. O primeiro conferencista da tarde foi o pesquisador João de Sousa Lima, Conselheiro Cariri Cangaço que abordou o tema “Nos Caminhos do Cangaço – A Força da temática cangaço para o turismo local” quando trouxe a partir de suas próprias experiências ao longo de mais de vinte anos de pesquisa principalmente no município de Paulo Afonso, as grandes transformações no segmento do turismo local com destaque para a restauração do Museu Casa de Maria Bonita e os vários roteiros desenvolvidos na cidade a partir da saga cangaceira.
”A conferência do pesquisador João de Sousa só confirmam nossa convicção de que as cidades que possuem histórias do cangaço tem que olhar com mais zelo o desenvolvimento desses roteiros de turismo de conhecimento, que é um turismo diferenciado, com certeza além de manter viva a história, ainda movimenta de forma muito positiva a economia local, temos vários exemplos, cito a própria Paulo Afonso, Piranhas, Mossoró, enfim” conclui o Conselheiro Cariri Cangaço, pesquisador e livreiro, Professor Francisco Pereira.
A tarde seguiu com a apresentação da conferência “A História do Cangaço no Município de Ingá”, ministrada pelo pesquisador e presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Ingá, professor Alexandre Ferreira. Em sua apresentação o professor Alexandre ressaltou a importância e o imenso protagonismo de Ingá dentro das ações do bando de Antônio Silvino por ocasião de suas incursões pelas terras da Borborema, destacando a serra do Serrão como seu maior e mais importante coito em toda região, cenário por demais destacado de episódios marcantes da época.
“A conferência do professor Alexandre Ferreira, presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Ingá foi muito proveitosa porque nos trouxe vários elementos que nos permitem aprofundar o estudo da presença forte de Antônio Silvino no local.” Revela o pesquisador Bismarck Oliveira, Conselheiro Cariri Cangaço.
Encerrando o primeiro dia de conferências e debates, o poeta, cordelista e escritor Kydelmir Dantas, Conselheiro Cariri Cangaço da cidade de Nova Floresta apresentou a vasta e preciosa bibliografia sobre a vida cangaceira de Antônio Silvino com destaque especial para o gênero do cordel.
A Festa do Cariri Cangaço em Campina Grande...
Núcleo de Práticas Jurídicas da Universidade Estadual da Paraíba recebeu no auditório do Centro de Ciências Jurídicas, em Campina Grande, o primeiro dia de conferências e debates do Simpósio Cariri Cangaço Serra da Borborema – A Saga de Antônio Silvino
28 de abril de 2023
Debates e Visitas no Terceiro dia de Simpósio Cariri Cangaço Serra da Borborema – A Saga de Antônio Silvino
A manhã foi inteiramente reservada para a presença feminina no debate. A primeira conferência teve a professora, pesquisadora e escritora Luma Holanda, Conselheira Cariri Cangaço da cidade de João Pessoa, com o tema “Cangaço e Seus Lugares de Memórias” quando a apresentou o resultado de seu trabalho de pesquisa identificando e respaldando cientificamente os principais aspectos e requisitos básicos para a consagração de um lugar de memória.
“Novamente a professora Luma Holanda se destaca e nos apresenta um trabalho primoroso, o resultado de todos os seus esforços ao longo de anos de pesquisa, hoje estão sendo referência e com a ação do Cariri Cangaço, os muitos lugares de memória do sertão e do cangaço, serão consagrados” revela o jornalista Heldemar Garcia, da cidade de Fortaleza.
A segunda expositora da manhã foi a professora Rafaella Teles de Campina Grande que trouxe um olhar novo e reflexivo sobre a questão de gênero dentro do fenômeno cangaço, a partir da leitura dos ambientes e dos personagens, dos desafios e das sagas individuais de cada menina ou mulher que adentrava o mundo estranho dos cangaceiros, com destaque para algumas das principais protagonista do cangaço lampiônico. “A professora Rafaella Teles foi para mim uma espetacular surpresa nesse Simpósio Cariri Cangaço, porque não é da área da pesquisa do tema e com muita sensibilidade e coerência apresentou um conjunto de reflexões que nos ajudaram e nos provocaram a uma maior compreensão do universo feminino na época do cangaço” revela Catarina Venâncio do GPEC – Grupo Paraibano de Estudos do Cangaço.
Seguindo a programação, a pesquisadora Simone Schereiner, de Foz do Iguaçu, apresentou os desafios de sua pesquisa sobre a temática cangaço voltada para a questão da estética. Desde o início do trabalho acadêmico, passando pelo desafio de vencer os preconceitos dentro da academia, as inúmeras visitas ao sertão; vindo do sul do país; as incontáveis horas de conversa e observação até a descoberta da força da estética dentro do cangaço, revelou a determinação e a perseverança na direção de consolidar sua tese.
Por fim a pesquisadora, escritora, cordelista e multiartista Célia Maria, Conselheira Cariri Cangaço da cidade de João Pessoa, falou da força do cordel dentro da historiografia do cangaço, mostrando os desafios que o gênero enfrenta, na produção e divulgação das obras. “A querida Célia Maria é atualmente a maior cordelista do tema cangaço, no Brasil, um verdadeiro talento e que nos honra com suas obras na manha de hoje e sempre” comemora Kydelmir Dantas.
Multiartista Célia Maria, Conselheira Cariri Cangaço da cidade de João Pessoa, falou da força do cordel dentro da historiografia do cangaço
Simpósio Cariri Cangaço Serra da Borborema, aconteceu nos dias 27, 28 e 29 de abril de 2023 na cidade de Campina Grande na Paraíba
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