Cariri Cangaço 2010

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Cariri Cangaço 2010 
Coronéis, Beatos e Cangaceiros

16 Conferências
07 Mesas de Debates
104 Pesquisadores Participantes
08 Visitas Técnicas
134 Colaboradores na Produção
1.119 Participantes nos seis municípios

Tudo pronto para a noite de abertura do "Cariri Cangaço 2010 - Coronéis, Beatos e Cangaceiros". A solenidade de abertura será hoje à noite, no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri (Urca) com a primeira das 16 conferências que serão pronunciadas. O palestrante é o escritor Antônio Amaury Correia Araújo que falará sobre tenente José Rufino, o mais ferrenho perseguidor de cangaceiros. Foi Rufino quem matou Corisco, o "Diabo Louro", no dia 25 de maio de 1940, dois anos depois da morte de Lampião. O Cariri Cangaço 2010 prossegue por toda a semana com atividades nas cidades de Barbalha, Juazeiro do Norte, Porteiras, Missão Velha e Aurora, numa autêntica festa de integração da Região Metropolitana do Cariri.

Sanfoneiro afamado em seu estado natal, Pernambuco, Zé Rufino diversas vezes foi convidado por Lampião para integrar o bando. Quando não encontrou outra saída, entrou na força volante para escapar de uma vingança implacável do "rei do cangaço". A programação terá continuidade amanhã, com uma visita ao Sítio Caldeirão do Beato José Lourenço, onde será pronunciada conferência sobre "Religiosidade, Memórias e Movimentos Sociais". O evento é uma forma de unir conhecimento, cultura, folclore e turismo, no maior encontro sobre a temática já realizado no Brasil, define o curador do evento, Manoel Severo. O Cariri Cangaço 2010 conta com o apoio das prefeituras do Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha e Aurora, Urca, Instituto Cultural do Cariri (ICC), Centro Pró Memória, (CPM), Instituto Cultural do Vale Caririense (ICVC), Serviço Social do Comércio (Sesc), Sebrae, Centro Cultural do Banco do Nordeste do Brasil (CCBNB), GeoPark Araripe, Revista Nordeste XXI, Pasárgada Parque Hotel e Blog do Crato.

De acordo com Manoel Severo, cerca de 100 pesquisadores participarão do evento, apontado como o maior do gênero no Brasil. Em sua primeira edição, ano passado, o Cariri Cangaço reuniu 79 personalidades do universo da pesquisa e estudo das temáticas ligadas ao Nordeste e ao cangaço. "Recebemos 197 participantes de 12 Estados da federação", diz Manoel Severo, coordenador do encontro, lembrando que foram relacionados mais 1.500 participantes dos municípios promotores. Este ano, segundo Severo, os temas não ficarão restritos a histórias do cangaço. Serão levantados outros assuntos que tiveram influência na história do sertão nordestino como, por exemplo, a história do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, uma comunidade religiosa, liderada pelo beato José Lourenço que foi destruída pela Polícia.

Antonio Vicelmo - Repórter
Matéria do Caderno Regional do Jornal Diário do Nordeste
Dia 17 de agosto de 2010
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Sejam bem vindos ao Cariri Cangaço 2010

"Pés de todo o país estiveram por estas bandas do Cariri do Brasil; Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Distrito Federal e Santa Catarina... Não importa de onde vieram, eram mais de 100, não importa como esses pés chegaram, mas como eles saíram..."


Manoel Severo , curador do Cariri Cangaço dá as boas vindas em 2010

Noite de Abertura, Salão de Atos da URCA , Crato-Ceara
17 de Agosto de 2010 - Terça Feira 


Aconteceu na noite desta última terça-feira, dia 17 de agosto de 2010, as 20 horas, no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri - URCA, a abertura da segunda edição do  Cariri Cangaço - 2010, Tema: Coronéis, Beatos e Cangaceiros. Para uma auditório lotado o pesquisador e escritor paulista, Antônio Amaury Correa de Araujo, apresentou a Conferencia da noite versando sobre um dos mais marcantes personagens do ciclo do cangaço da era Lampionica: Jose Rufino. o maior matador de cangaceiros de todos os comandantes de volantes.

O momento solene da noite teve o curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, que fez a abertura oficial destacando e ao mesmo tempo agradecendo os apoios das administrações municipais que estão sendo partícipes desse trabalho. "São cerca de 90 pessoas envolvidas no processo de organização". O tema, segundo ele, é palpitante e polêmico, e o Cariri Cangaço, conforme o curador dá oportunidade de se debater as nuances do processo histórico. Ele destacou a pretensão de reeditar o evento, que ontem foi aberto por uma das maiores autoridades sobre o tema, o pesquisador Antônio Amaury Correa Araújo. O Reitor da URCA, Plácido Cidade Nuvens, na abertura, afirmou que a universidade regional não poderia desconhecer o fenômeno do cangaceirismo, porque foi uma marca dos dias da nossa história. “A URCA deve debruçar-se para ver as suas causas e o reflexo para o desenvolvimento regional, com a responsabilidade acadêmica”, disse. A secretária de Cultura de Crato, Danielle Esmeraldo, ressaltou que os participantes se encontram não para estudar só a história de Lampião, mas do cangaço no Cariri . “Tem muita coisa que a gente precisa se indagar. Esse evento é rico e tem assunto, por ter história. Tem tudo a ver com a nossa região”, frisou.

Reitor da URCA professor Plácido Nuvens

A noite de abertura do Cariri Cangaço em Crato, marcou homenagem prestada pelo escritor João de Sousa Lima, da cidade de Paulo Afonso - BA, ao conferencista da noite, Antonio Amaury Correa de Araujo. Antes de dá inicio a palestra foi apresentado um vídeo mostrando várias imagens da vida do escritor paulista e ao final foi entregue ao mesmo uma Placa Comemorativa por seus mais de 50 anos dedicados ao estudo e pesquisa da temática cangaço.

Antônio Amaury recebe homenagem de João de Sousa Lima

Caros João de Sousa Lima e Manoel Severo. Parabéns pela homenagem ao Amaury, que foi o ponto de partida de muito gente (inclusive eu) e - muito mais - têm sido também o ponto de chegada, pois continua se atualizando e acrescentando sempre novos fatos à sua vasta cultura cangaceira. O Amaury merece. Abraços 
Leandro Cardoso Fernandes, Teresina-PI

Parabéns pelo Cariri Cangaço 2010, mesmo de longe; Piranhas - Alagoas; estou vibrando com o evento. Merecida a homenagem ao grande Doutor Antonio Amaury Correa de Araujo, feita pelo grande João de Souza Lima.Abraço a todos e sucesso.
Jairo Luiz Oliveira-Piranhas

Prezado amigo João de Sousa, saudações sertanejas.
Quero parabenizá-lo pela brilhante iniciativa de fazer essa homenagem, tão merecida, ao nosso estimado amigo Antônio Amaury, na abertura do Cariri Cangaço 2010; que dedicou grande parte de sua vida a uma pesquisa trabalhosa e séria, sobre o cangaceirismo no nordeste, mais precisamente ao lampiônico. Eu e você tivemos a satisfação de estarmos presentes quando ele, Amaury, recebeu o título de cidadão de Piranhas, Alagoas. São momentos como estes que gratificam e justificam, todo o sofrimento e trabalho vivenciado nesta meritória e longa jornada de pesquisas. Um forte abraço
Paulo Britto,Recife - PE

Foi um grande prazer participar desse II Cariri Cangaço. A programação intensa, muito variada e sobretudo a presença de renomados escritores, pesquisadores e estudiosos do tema, além da oportunidade de conhecer lugares e pessoas que, de outra forma seria impossível que isso acontecesse, permitiu um olhar, com mais profundidade e interesse sobre esse rico tema. A inclusão das fantásticas histórias dos beatos e dos coronéis permitiu também a descoberta de informações que, na realidade, sempre estiveram juntas mas não eram apresentadas - pelo menos para um neófito como eu - de forma a mostrar a sua interação - os três temas, aparentemente antagônicos, na verdade de completam -.
As muitas dezenas de profundos conhecedores destes assuntos nos fez refletir como o nosso Nordeste é rico e como temos valorizado tão pouco esses tesouros guardados por tantos anos ou apenas conhecidos de uns poucos privilegiados. Parabéns ao SBEC e aos organizadores desse encontro que acariciou o nosso ego de nordestino.
Antônio Galdino, Paulo Afonso-BA


Conferência de Abertura: JOSÉ RUFINO
Antônio Amaury Correia de Araújo – São Paulo

MESA
Lemuel Rodrigues – Mossoró RN
Honório de Medeiros – Natal RN
Aderbal Nogueira – Fortaleza CE
Ivanildo Silveira – Natal RN

Conferencista da Noite, Antônio Amaury

A Mesa da Conferência contou ainda com as presenças dos pesquisadores Honório de Medeiros, Aderbal Nogueira, Ivanildo Silveira e do Presidente da SBEC, Lemuel Rodrigues. Logo após a conferência houve debate envolvendo vários pesquisadores de todo o Brasil, com destaque para Alcino Alves Costa, Rostand Medeiros e Alfredo Bonessi. 

Ivanildo Silveira, Aderbal Nogueira e Lemuel Rodrigues

Veja como foi a Conferencia de Antônio Amaury na Noite de Abertura 
do Cariri Cangaço 2010

Fonte: YouTube  Canal:Aderbal Nogueira
Laser Vídeo nos traz "recortes" da noite de abertura do Cariri Cangaço 2010 em Crato com a Conferência de Antônio Amaury Correa de Araujo contando com uma mesa composta ainda pelos pesquisadores Ivanildo Silveira, Aderbal Nogueira, Lemuel Rodrigues e Honório de Medeiros.

A prefeitura municipal de Crato recebeu os convidados e participantes do Cariri Cangaço para um jantar de confraternização no Complexo Cultural do Largo da RFFSA logo após a abertura do evento no Salão de Atos da URCA. O sentimento de congraçamento e reencontro entre os muitos participantes, vindos de todos os estados da federação foi a tônica principal da noite que contou ainda com apresentação da Quadrilha Princesa do Cariri.Na ocasião fomos acolhidos pela Quadrilha Junina Princesa do Cariri, que teve como tema Virgulino Ferreira da Silva.

JANTAR TEMÁTICO LARGO DA RFFSA - Crato CE

Grande Mestre Antônio Amaury 
no Cariri Cangaço 2010
Fonte: YouTube    Canal:Aderbal Nogueira


Segundo Dia - 18 de Agosto de 2010,

9h - Visita ao Caldeirão do Beato José Lourenço

Crato,Ceara - Quarta-Feira 



Um dos momentos marcantes do Cariri Cangaço 2010 foi sem dúvidas o vivido no Sítio do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, solo sagrado do Beato Zé Lourenço, na manha do dia 18, quarta-feira. Ali, tivemos o privilégio de acompanhar as brilhantes conferências de quatro grandes mestres: Lemuel Rodrigues, Múcio Procópio, Sávio Cordeiro e Océlio Teixeira. A temática do messianismo, suas nuances e reflexos nas sociedades da época, toda a capilaridade do fenômeno a partir da vida e obra de homens marcantes como José Lourenço e Antônio Conselheiro, foram bálsamo para um dia tão cheia de desafios, como aquele.

Sávio Cordeiro , Lemuel Rodrigues, Múcio Procópio, e Océlio Teixeira
Narciso Dias, Alcino Costa, Juliana Ischiara e Lili 

Como no ano passado enfrentamos problemas com o nosso transporte e mais uma vez, o Caldeirão do Deserto acabava por nos pregar uma "peça" e por várias horas acabamos ficando totalmente "ilhados" sem poder vir... nem ir. O empenho de uma equipe responsável e determinada, da Secretaria de Cultura do Crato; Marilac, Estela, Sara, Tibério, Paulinho, Edmar, enfim... amenizaram o dia, conseguindo fazer chegar até nós o bendito "rancho", que nos ajudou a tornar o resto da tarde um agradável momento de aproximação e descobertas... 

Não falaremos nas câmeras fotográficas que deixaram; como que por encanto; de funcionar, nem no arrepio que percorria por alguns momentos, a espinha de um ou dois pesquisadores; ao final, depois de conseguirmos nos desculpar (via telefone celular, de cima de um pé de cajarana...) com os estimados companheiros do ICVC : Hugo Melo, Carla Prata, Vilma Maciel, Rosário Lustosa, Mano Granjeiros e Rosilene Melo, dentre tantos outros, que nos aguardavam no SESC Crato para a maravilhosa tarde de lançamentos; tinhamos vivido mais uma grande aventura do Cariri Cangaço e mais uma vez o principal personagem foi o Caldeirão do Deserto do Beato Zé Lourenço, que novamente ficará marcado na lembrança e no coração de todos nós.

Danielle Esmeraldo
Capela de Santo Inácio, construída ainda pelo Beato José Lourenço
RELIGIOSIDADE, MEMÓRIAS E MOVIMENTOS SOCIAIS
Lemuel Rodrigues Silva – Mossoró RN
ANTONIO CONSELHEIRO – PERFIL
Múcio Procópio – Natal RN
OS REFLEXOS DO CALDEIRÃO
Sávio Cordeiro e Océlio Teixeira- Crato CE
Inacinho e Rostand Medeiros

Severo, esta mensagem tem por objetivo agradecer sua recepção sempre gentil e cordial, dar parabéns pelo êxito da segunda edição do Cariri Cangaço, dizer da minha satisfação por ter estado entre os amigos participando deste evento tão agradável. Percebo sua preocupação em ser atencioso com todos e impecável na execução do programa, assim como todos da equipe de apoio. A grandeza do evento, sempre vai implicar em algum atraso e outras dificuldades, porém nada disso ofusca o brilho dessa festa. Espero que as autoridades dos municípios que participaram do Cariri Cangaço 2010 estejam tão felizes quanto os pesquisadores e demais participantes e que o evento tenha atingido seu objetivo.Como um participante da comunidade de “cangaceirólogos” quero agradecer sua enorme contribuição para o grupo e reconhecer que hoje sua liderança é uma referência importante na evolução dos trabalhos.
Um grande abraço a todos,
Carlos Eduardo Gomes, Rio de Janeiro-RJ

Caro Severo, meu irmãozinho, você se supera a cada evento; Sabemos e vemos as dificuldades de se produzir cultura em nosso país, porém com pessoas com seu quilate ganhamos sempre um brilho eterno no que produzimos.
parabéns e conte sempre com o amigo aqui.abraço
João de Sousa Lima, Paulo Afonso-BA


Segundo Dia , 19h - Cine Teatro 

Barbalha-Ceara -18 de Agosto de 2010 - Quarta-Feira  


O Seminário Cariri Cangaço 2010, depois de ter acontecido na cidade de Crato, que abriu o evento regional, e ter ainda que percorrer os municípios de Juazeiro do Norte, Porteiras, Missão Velha e Aurora, chega a cidade de Barbalha, e no Cine-Teatro Municipal Neroly Filgueiras, dentro das comemorações da Semana do Município; que completou 164 anos de emancipação política no último dia 17 (terça-feira); realizando a segunda noite de Conferências do maior evento de integração da Região Metropolitana do Cariri. Em Barbalha, o evento foi bastante concorrido e contou com as presenças de vários estudiosos, estudantes, pesquisadores e historiadores, além de autoridades locais. O evento foi aberto pelo curador e idealizador do Cariri Cangaço na região, Manoel Severo, que falou da importância do Seminário Cariri Cangaço 2010 ser sediado em Barbalha, nesta data. Na oportunidade, foi lançado o livro “Massilon”, do escritor e pesquisador Honório de Medeiros. Ainda, dentro do evento, aconteceram as conferências relacionadas ao cangaço, sob o tema “Os Coronéis e os Mistérios do Ataque de Lampião a Mossoró”. Os conferencistas foram: Honório de Medeiros, de Natal, RN; e Geraldo Ferraz, da cidade de Recife, PE sobre Teophanes Torres. A mesa de debates foi coordenada por Raimundo Marins, de Salvador, BA.

Massilon, de Honório de Medeiros lançado no Cariri Cangaço 2010

“Há o aspecto... você sabe, o futuro depende muito do estudo do passado e do presente, e que se somando o passado ao presente é muito importante para se pensar o futuro, por isso se dá a importância ao conhecimento da história de Lampião”, foi o que disse o pesquisador Magérbio de Lucena, um dos convidados da noite. Para o historiador Napoleão Tavares Neves, o evento fortalece a cultura regional porque “cangaço não é coisa boa, mas é história, e o povo tem que estudar história positiva e negativa, pois isso fortalece a cultura”. O historiador barbalhense ainda disse: “A gente, que tem raciocínio, procura separar o joio do trigo, embora Lampião seja um anjo diante dos assaltantes de hoje”.

Barbalha tem história em relação ao cangaço. Por exemplo: os irmãos Marcelinos, que fazem parte do conteúdo dessa história do cangaço. Nesse contexto, está sendo criada uma rota turística nessa região do Cariri, passando pelos municípios de Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Aurora e outros. E isso é importante para toda a região, que cresce na sua intelectualidade, nos conhecimentos e em sua historiografia, que resgata valores culturais. E o prefeito José Leite tem sido um dos grandes incentivadores em dotar a cidade de Barbalha de uma rota turística na Região Metropolitana do Cariri pelo que ela representa hoje no cenário nacional.

OS CORONÉIS E OS MISTÉRIOS DO ATAQUE DE LAMPIÃO A MOSSORÓ
Honório de Medeiros – Natal RN
Napoleão Tavares Neves, Magerbio de Lucena, Raimundo Marins , 
Geraldo Ferraz e Honório de Medeiros

Com as conferências dos Professores Honório de Medeiros sobre "Os mistérios do ataque a Mossoró" e Geraldo Ferraz, sobre o grande comandante de volantes "Teóphanes Torres" , o Cariri Cangaço 2010 foi acolhido em sua segunda noite, dia 18 de agosto, na maravilhosa terra dos canaviais: Barbalha. O empenho da equipe do secretario de cultura Dorivan Amaro acabou pontificando o compromisso de todos em anfitrionar da melhor maneira possível a todos os participantes do Seminário.Em uma mesa coordenada pelo pesquisador baiano, Raimundo Marins; tinha ainda como debatedores, o médico e memorialista Napoleão Tavares Neves, e os pesquisadores Magérbio de Lucena. Para o município de Barbalha ainda estava reservada a manhã do dia 20, quando a Caravana Cariri Cangaço estaria realizando visitas técnicas ao famoso Alto do Leitão, aos Engenhos da região e ao Balneário do Caldas.

THEOPHANES TORRES
Geraldo Ferraz - Recife PE
 
Recentemente tive oportunidade de participar de parte do evento Cariri Cangaço 2010 que teve como tema: Cariri Cangaço - Coronéis, Beatos e Cangaceiros. Entre os dias 17 a 22 de Agosto, este encontro turístico-cultural e científico, recebeu grandes conferencistas, pesquisadores, escritores e professores, de renome nacional sobre o cangaço e assuntos ligados as tradições do Nordeste. Os participantes tiveram o privilégio de visitarem o Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, entre outras cidades cearenses. Igualmente foram realizadas visitas técnicas aos principais Sítios Históricos ligados ao cangaço na região. Tive o privilégio de ter sido convidado, mas devido a um problema de saúde da minha filha, retornei a Natal no terceiro dia. Mas valeu.
Rostand Medeiros, Natal - RN

Amigos Severo e Danielle,
Como era esperado, o Seminário Cariri-Cangaço deste ano, superou as expectativas dos participantes e palestrantes. Não adianta discutir, o seminário é , hoje, o maior evento do gênero no país. E que, outras regiões sigam esse grande exemplo.E, você Severo, como grande timoneiro, soube aglutinar em torno do evento, toda energia positiva dos palestrantes/participantes. Foi salutar o debate, respeitando-se os pensamentos contrários, princípio básico da democracia coletiva. Valeu amigão !Próximo ano, se Deus quiser, estaremos ai novamente, para abraçarmos os amigos, e discutirmos cangaço, messianismo e tantos outros temas interessantes.
Um forte abraço do amigo e admirador.
IVANILDO ALVES SILVEIRA
Colecionador do cangaço
Natal/RN


JANTAR EM BARBALHA
Antônio Amaury e Ivanildo Silveira

Precisou o tempo passar para que pudesse, na minha cabeça, assentar um pouco as idéias sobre este nosso último encontro. Não há como negar... O Cariri Cangaço realmente, neste segundo encontro, consagrou-se como o maior evento ligado aos estudos sobre o cangaceirismo. Agora, ampliando com as abordagens de outras temáticas que fazem com o cangaço suas interfaces, tais como o coronelismo e os beatos. Eram temas citados pelos estudiosos, mas que ganharam destaque e pertinência nas mesas apresentadas. E, tal como é na natureza, a criação traz as mesmas características do criador. Manoel Severo e Danielle, sua esposa, nos mostraram a que vieram. Suas atuações como anfitriões, novamente, mostraram-se impecáveis. Os poucos contratempos que ocorreram, para quem trabalha com grandes equipes, com muitas cabeças e muitos egos, são para lá de compreensíveis. E, ouso dizer, mínimos em vista do vulto da empreitada. Minimos, inclusive, por que os próprios anfitriões trataram de os deixar. Um evento agregador em todos os sentidos. Unindo uma região, os estudiosos, os temas e as personalidades tão diversas. Assim percebi a segunda edição do evento. Que deixou em mim a impressão clara de se tratar d'uma destas oportunidades raras dos felizes encontros que nos deixam verdadeiras saudades. Isto para não falar dos amigos reencontrados, que ficam em nossa memória como luzes de afeição.As diferentes perspectivas abordadas só tem ganhado força e contribuído para a ampliação do entendimento em relação à temática. Haja vista a presença de debatedores ligados às forças-armadas que nos trazem seu olhar e sua forma de pensar para tal. Pessoas, aliás, que passam a merecer nosso maior respeito nesta construção de um novo patamar de saber. A agregação promovida (e ainda se percebe, há muito o que fazer neste norte), já trazia em sua origem o desejo de unir, também, o universo acadêmico ao apaixonado, daqueles pesquisadores que, muito mais por afetos, embrenharam-se por estas searas da historiografia. As visitas técnicas, como da outra vez, mostraram a importância para os pesquisadores (alguns consagrados) que adentraram em alguns cenários de antigas questões pela primeira vez (um presente para os neófitos), auxiliando a esclarecer e a suscitar novas questões sobre os fatos ali ocorridos. A região é fertil e contribui, em muito, com sítios históricos. Tamanha riqueza de localidades interessantes só ganha força com a presença solicita hospitaleira do povo da região. Não há superlativos suficientes para tais experiências. A nós, participantes do II Cariri Cangaço, só nos resta agradecer a oportunidade. Oportunidade de conhecer melhor a nós mesmos pelas linhas da história, enriquecendo nossa humanidade e brasilidade, e oportunidade de conhecer um pouco mais deste ilustre casal que vai a frente deste evento, nos dando uma bela e saudável lição de como aproveitar melhor o tempo nesta nossa passagem por aqui.
Carlos Elydio Araujo
São Paulo - SP

Caro Amigo Severo,Participar do Cariri Cangaço será sempre motivo de satisfação e alegria, pois além das Palestras e visitas a lugares de destaque na história Cangaço, é um momento de congratulação entre amigos e descoberta e conquista de de outros tantos.
Organizar um evento com a magnitude do Cariri Cangaço não é fácil. Foi maravilhoso visitar o Alto do leitão, o Engenho de Rapadura, Caldas e outros lugares. Agradeço, de coração, a atenção e o zelo com que nos tratou. Parabens a você, Danielle e todos que direta ou indiretamente contribuiram para o brilhantismo do Cariri Cangaço 2010. um abraço e até o Proximo se Deus permitir.
Prof. Pereira - Cajazeiras - PB


Terceiro Dia, 19 AGOSTO 2010- QUINTA-FEIRA
9:00 H Visitas ao município de BARBALHA
Alto do Leitão 

Fonte: YouTube Canal:Aderbal Nogueira

Um dos pontos altos de qualquer visita para pesquisa sobre o cangaço no município de Barbalha sem dúvidas é a visita ao cenário emblemático do monumento dos Fuzilados do Leitão ; o famoso Alto do Leitão.  Ali, há poucos quilômetros do centro de uma das mais acolhedoras cidades do cariri cearense, "à beira da Estrada Real" que ligava Barbalha a Crato, aconteceu a covarde chacina do grupo do cangaceiro Lua Branca, último dos irmãos Marcelinos, pelo Sargento José Antônio da policia do Ceará. O Cariri Cangaço 2010 ao lado de grande caravana, proporcionou um dos momentos marcantes desta edição, ora documentada pela Laser Vídeo de Aderbal Nogueira, disponibilizada em seu prestigiado canal no You Tube.

O Massacre do Alto do Leitão foi sem dúvidas um dos mais marcantes episódios do cangaço na região do Cariri. No dia 05 de janeiro de 1928 o último dos irmãos Marcelinosnesta época seus dois irmãos: Bom de Veras e João 22 já haviam sido eliminados; conhecido por Lua Brancaseria barbaramente assassinado pelo grupo do sargento José Antônioquando supostamente eram transferidos pela "Estrada da Feira", de Barbalha para cadeia do Crato e dali para Fortaleza. 

Caravana Cariri Cangaço 2010 no Alto do Leitão, Barbalha Ceará

Na oportunidade o mais novo dos Marcelinos era morto, ao lado dos companheiros João e Joaquim GomesPedro Miranda e Manoel Toalha, naquela dia os presos foram tirados da casa de detenção, a cadeia de Barbalha, com o destino ao Crato, o trajeto era feito por uma antiga estrada usada pelos almocreves que transportavam alimentos e outros gêneros oriundos da Serra do Araripe e das redondezas, para a feira do Crato (Estrada da Feira) . Cerca de alguns quilômetros do centro de Barbalha, o inesperado...

O sargento José Antônio junto a seus homens; ordenou que parassem e de posse de enxadas e pás começassem a cavar covas rasas à beira do caminho. O desespero e a coragem do grupo acabou tornando a chacina ainda mais dramática. Uns conseguiram com coragem cavar e esperar o desfecho provável... Outros não conseguiram e tentaram correr em fuga, todos tiveram o mesmo fim: Morte e sepultamento nas covas cavadas pelos próprios presos.  A antiga "Estrada da Feira" ainda guarda suas marcas  por entre as cercas e o que restou da caatinga bruta desses lados do sertão cearense.  

9:40 H - ALTO DO LEITÃO - Local da Chacina de Lua Branca Marcelino

Amigos Severo e Danielle,
Quero lhes falar da satisfação imensa que foi participar de mais uma edição do Cariri Cangaço. O evento foi um sucesso. Me sinto honrada por ter dividido uma semana de minha vida com pessoas tão admiráveis, sensíveis e amáveis como vocês e todos os que ali estiveram. Pessoas que deixaram seus afazeres, seus trabalhos e famílias consangüínea, para juntar-se à sua família por afinidade, que é o Cariri Cangaço.O que posso dizer, além de meu muito obrigada pelo acolhimento, pelo carinho e dedicação com que todos caririenses nos receberam. Agradeço as cidades de Crato, Missão Velha, Barbalha, Juazeiro e Aurora, pela atenção que nos deram, pelo apoio ao evento. e por acreditarem e embarcarem no projeto de nosso Curador-cuidador, Manoel Severo. Meus caros, continuem acreditando, pois Severo é um homem de visão e tem sido não só um curador-cuidador, mas um protetor da cultura nordestina, que não mede esforços para reunir os maiores pesquisadores e defensores da cultura nordestina. O Cariri Cangaço não tem debatido só o fenômeno cangaço, mas o messianismo ao falar dos beatos, da história política e sociocultural ao abordar o coronelismo, o regionalismo ao falar daqueles que se fizeram importantes em suas épocas e à frente delas, como Delmiro Gouvêa e Padre Cícero. Na verdade, o Cariri Cangaço tornou-se uma colcha de retalhos coloridos, retalhos de nossa história não só sob a ótica do passado, mas na perspectiva futurista de manter acesa a lamparina nordestina que alumia as esperanças dos que não se deixam abater pelo derrotismo, por aqueles que torcem e acreditam no sucesso deste evento, que sem sombra de dúvida é o maior já realizado no Brasil, envolvendo as temáticas propostas.
Parabéns caririenses por acreditarem e por se envolverem de corpo e alma. Parabéns Cariri Cangaço por se tornar cada vez maior, superando todas as expectativas. Parabéns Curador-cuidador Manoel Severo e Danielle Esmeraldo pela belíssima administração e coordenação à frente do evento, por nos receber tão bem e com tanto carinho. Não tenho dúvidas de que a semana que passamos reunidos por ocasião do Cariri Cangaço, nos é muito proveitosa e feliz, não fosse assim, não teríamos tantos risos, tantas brincadeiras nas horas do café da manhã, no almoço e nos jantares. Como é bom ouvir participação inteligente e as piadas bem humoradas de nosso mestre Ivanildo Silveira. As músicas bem humoradas e cheias de graças de nosso Bin Laden. Comemoramos até aniversários juntos, que o digam Wescley e Narciso, que este ano passaram conosco. Tanta riqueza de conhecimento. Voltamos com nossos alforjes cheios, das trocas informais nas rodas de conversas, das palestras em grande estilo e das visitas técnicas sempre engrandecedoras. Lançamentos de livros como os de meu amigo Vilela, Dr. Antonio Amaury, Rubinho e Honório. Infelizmente o mestre Alcino Costa não pode lançar seu Lampião em Sergipe, mas em breve lançará. Em síntese, já estou com saudade e em contagem regressiva para o Cariri Cangaço edição 2011. Por falar nisso, que tal fazer uma revista, além do blog, hein?
Juliana Ischiara - Quixadá, Ceará.


11:00 H Visitas ao município de BARBALHA
Engenhos de Barbalha - Verdes Canaviais 

Barbalha esconde por entre seus caminhos de verdes canaviais, uma infinidade de engenhos de rapadura, boa parte deles ainda produzindo de maneira artesanal. Na manhã do dia 20 de agosto, sob a orientação da equipe da secretaria de cultura de Barbalha, a Caravana Cariri Cangaço pôde adentrar nesse mundo mágico do doce mel da rapadura cearense. Engenhos de Barbalha, parada obrigatória para todos que visitam a região do Cariri cearense, aqui se escondem as raízes seculares de nosso Brasil colonial, a beleza das cores, o aroma do melaço e do mel de rapadura, a cana de açucar viajando de cá para lá e daqui prá lá, nos trazem um cenário inesquecível que com certeza ficará na memória e no coração de todos que estiveram na Caravana Cariri Cangaço 2010.


11 H - ENGENHOS de BARBALHA

Hoje, depois que a programação prevista para o Cariri Cangaço se encerrou, sinto que palavras de agradecimento é pouco para expressar a satisfação em ter participado nos três dias que convivi com todos aí. Na verdade, a surpresa maior foi constatar que o evento, além de reunir a nata de pesquisadores sobre o tema abraçado, congregou uma família que se formou há muito, se fortaleceu desde a primeira edição, e que certamente só se ampliará no decorrer das vindouras, se Deus quiser. A aura positiva foi tão marcante que até na adversidade foi possível verificar o sorriso no rosto de todos, a vontade de colaborar com tudo e em tudo, de forma a ultrapassar as dificuldades de maneira proativa.
É meu mais sincero desejo que o Supremo proporcione a você e a todos os que abrilhantaram o encontro a saúde e a disposição necessária para continuarem trilhando as veredas sertanejas, de maneira que enriqueçamos a cultura nordestina e brasileira, como aliás, tenho certeza, fizemos durante os dias alegres passados no Cariri. Aqui, na Bahia, tenha certeza que me tornei um multiplicador do que vi e ouvi, sem nenhum favor.Aproveito para me colocar à disposição de todos os coirmãos no que puder, sugerindo, em tempo, que na póxima edição avancemos na direção de novos temas, tais como volantes e coiteiros, por exemplo, de sorte a abrirmos trilhas ainda inexploradas, ou pouco exploradas.Forte abraço a todos, muitíssimo obrigado, do amigo,
Raimundo Marins - Tenente PMBA


Caro amigo Manoel Severo e Danielle,bom dia!
O Cariri Cangaço está consolidado, com seus acertos maiores que os erros. Avante companheiro que só aprendemos  errando, não vou enumerar os fatos bons nem os ruins, pois os bons superam todas as falhas, se por acaso tiveram. Estarei sempre a seu dispor pelo seu trabalho e honestidade, admiro muito o seu trabalho e dedicação naquilo que você faz.Parabéns amigo, continue sempre assim.
Nota 10000000000000000000000.....
Um grande abraço deste seu cangaceiro;
Manuel Nascimento
Mossoró RN
Jornal O Mossoroense
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13:30 H - Almoço BALNEÁRIO do CALDAS  BARBALHA, Ceara

A prefeitura Municipal de Barbalha através da Secretaria de Cultura anfitrionou os participantes do Cariri Cangaço 2010 com almoço sertanejo no Balneário do Caldas, um dos Pontos Turísticos mais visitados de toda região do Cariri, encravado na Chapada do Araripe.

Jadilson Ferraz e Napoleão Tavares Neves
Alfredo Bonessi
Antônio Amaury, Dorivan Amaro e Lemuel Rodrigues
Nestas terras, do Caldas, Lampião banhou suas montarias quando retornava da famosa visita a Juazeiro em 1926

Antônio Galdino
Napoleão Tavares Neves no Caldas

Em 1869, por ocasião de uma de suas missões de evangelização, o Padre Ibiapina em visita à capela do Bom Jesus dos Aflitos localizada nas terras do senhor Antônio Emanuel de Caldas, conhece a fonte do Bom Jesus nas proximidades do local. Por acreditar nas propriedades curativas das águas minerais, o padre passa a recomendar o banho e a ingestão destas aos fieis. A partir de então a fonte do Bom Jesus, na localidade de Caldas, passa a receber uma quantidade considerável de pessoas em busca de suas propriedades medicinais. Com o passar dos anos foram surgindo casas e pontos comerciais no povoado. Uma nova igreja foi construída, assim como um cemitério e em 1946 fundou-se a Escola Rural do Caldas. Em 1958, por obra do DNOCS, foi construída a estrada que liga o povoado à cidade de Barbalha, sendo asfaltada em 1978. Atualmente sofreu nova intervenção do Governo do Estado do Ceará passando a ser duplicada e sinalizada.

Napoleão Tavares Neves e o Caldas  

Cariri Cangaço 2010 

por Aderbal Nogueira

Fonte: YouTube  Canal:Aderbal Nogueira


João Souto
Jadilson Ferraz
Leo Kavisner
Paulo Gastão e Aderbal Nogueira

SESC - Juazeiro do Norte. A saga da tipografia que se tornou a maior produtora de livretos de cordel do País, a Lira Nordestina, é contada pela professora e pesquisadora, Rosilene Alves de Melo, que lançou livro recentemente na região. O trabalho entrou no rol de lançamentos também do evento "Cariri Cangaço 2010", realizado em várias cidades da região. Junto, houve a apresentação e lançamentos dos livros "Pacto dos Coronéis", da escritora Vilma Maciel, e "Guaribas", do pesquisador Mano Grangeiro, organizador, e da poetisa Rosário Lustosa.

Mano Grangeiro, Rosário Lustosa, Rosilene Melo e Vilma 
no Cariri Cangaço 2010

"Arcanos do Verso: trajetórias da literatura de cordel" traz um apanhado sobre a antiga Tipografia São Francisco, hoje Lira Nordestina, de 1926 a 1982, ano em que a editora encerrou suas atividades, ao vender seus equipamentos e acervo literário para o Governo do Estado. A autora narra os seus primeiros momentos ao chegar em Juazeiro, o encantamento. O auge, a resistência e a importância da gráfica dentro de um contexto histórico e literário. A "casa das palavras", como bem traduz o jornalista Gilmar de Carvalho, que teve à frente por longos e áureos anos, o seu criador, José Bernardo da Silva, chegou a produção de 50 mil cordéis por semana, para atender a demanda do público voraz consumidor das informações simplesmente poetizadas e gravadas pelos artesãos da poesia popular. Isso ocorreu na década de 50. Segundo Rosilene, isso significou a interiorização da indústria artesanal de folhetos com a revelação de Juazeiro como polo dessa produção, centralizada desde as primeiras décadas do século XX em Recife. Para ela, o sucesso do comércio da literatura de cordel serviu de estímulo para instalação de tipografias especializadas, um negócio que passou a ser lucrativo. E junto com esse trabalho, veio a participação dos grandes xilógrafos, com obras de relevância cultural. A escritora destaca nove anos de pesquisa num trabalho que recebeu importantes premiações, como o Prêmio Sílvio Romero, como melhor monografia sobre cultura tradicional popular no âmbito nacional. Para Gilmar de Carvalho, fez com que se gerasse uma expectativa na publicação do trabalho. Para ele, o livro consegue quebrar a barreira do ineditismo.

19 Horas - Auditório do CEREST – Juazeiro do Norte

O PACTO DOS CORONÉIS
Renato Dantas – Juazeiro do Norte CE

MESA
Carlos Eduardo – Rio de Janeiro RJ
Antonio Galdino - Paulo Afonso BA
Napoleão Tavares Neves - Barbalha CE
Juliana Ischiara – Quixadá CE

LAMPIÃO EM SERGIPE
Alcino Alves Costa – Poço Redondo SE

O II Cariri Cangaço repetiu, com mais alguns créditos, o sucesso e o brilhantismo do I Cariri. Claro, não poderia deixar de ser, aconteceram alguns contratempos que não estavam dentro de seu sentimento, de seu desejo e de sua vontade, porém de importância tão mínima que nem de longe chegou a empanar a magnitude deste tão grandioso evento que teve em você o majestoso pé de juazeiro que em sua sombra amparou, protegeu e encheu de felicidade todos os que participaram deste instante de gala da cultura sertaneja, nordestina e brasileira. Nós os vaqueiros da história estamos plenos de felicidade. Na sombra amiga deste juazeiro, ouvindo a asa branca cantar, nos reunimos, conversamos, brincamos, trocamos ideias e contamos casos e causos da  vida sertaneja e do caminhar do homem das caatingas pelas terras do cariri e vários sertões de nosso imenso Brasil. Tudo isto foi um privilégio e um presente que chegou até às nossas mãos à vontade e pela sensibilidade de Manoel Severo, você meu querido e estimado amigo, o meu abraço e o meu sincero agradecimento por tudo que você tem feito pela nossa fonte cultural. Jesus lhe abençoe! Beijos em você e Danielle, o casal de ouro do cariri. Alcino Alves Costa - O Caipira de Poço Redondo - SE

Quarto Dia - 20 AGOSTO 2010
SEXTA-FEIRA

Cachoeiras de Missão Velha

9:00H - Visitas ao Município de Missão Velha

Na manhã do dia 20, sexta-feira, terceiro dia de Cariri Cangaço, partimos para uma visita ao município de Missão Velha, Portal de Entrada do Cariri; terra de Isaias Arruda, Cel. Santana, Serra do Mato, Fonte da Pendência e Antônio Linard; não é necessário dizer que Missão Velha é roteiro imprescindível no Cariri Cangaço. Sob a coordenação da equipe do prefeito Washington Fechine, dos secretários Moreira Paz, Antônio Carlos e Amélia Linard, a caravana Cariri Cangaço guiada por Rodrigo Torres, percorreu o que de melhor temos na simpática Missão Velha, tendo como ponto alto da visitação a lendária Fazenda Padre Cícero, os canyons milenares das Cachoeiras de Missão Velha e a unidade industrial da família Linard.

Geraldo Ferraz
Aderbal Nogueira
Angelo Osmiro, Bosco André e Barros Alves

O Canyon e as Cachoeiras de Missão Velha estão inseridos no GeoPark Araripe; consolidação na porção cearense da Bacia do Araripe, um dos principais sítios do Período Cretáceo da Terra. A região é especial pelos achados geológicos e paleontológicos inéditos desde os primeiros anos do Século XIX, com registros entre 110 e 70 milhões de anos, em excepcional estado de preservação e diversidade.No Araripe está mais de um terço de todos os registros de pterossauros descritos no mundo, mais de 20 ordens diferentes de insetos e única notação da interação inseto-planta. Há similares destas mesmas espécies na África, indício de quando os continentes foram um só, na época do continente primaz.

Antônio Galdino, Tomaz, Vilela e Aderbal
Antônio Tomaz
Bosco André, Tomaz e Barros Alves

Caros amigos Severo e Danielle; posso chegar perto de imaginar as dificuldades de organizar um evento da magnitude do Cariri Cangaço. Antes de tudo, gostaria de parabenizar toda sua equipe pelo brilhante trabalho na organização do evento e que, na minha opinião, não poderia ter sido melhor. Pequenos contratempos são comuns em eventos menores que o Cariri Cangaço e, as poucas falhas que aconteceram foram imprevisíveis e totalmente aceitáveis. Portanto, repito minha admiração pelo excelente trabalho de toda sua equipe. Quanto ao evento, o Cariri Cangaço reuniu pessoas do porte de Dr. Amaury, Alcino Costa, Vilela, João de Sousa Lima, Kydelmir, Kiko Monteiro, Ivanildo Silveira, enfim, seria difícil citar todos esses grandes estudiosos, pesquisadores e escritores que estavam presentes sem esquecer algum deles.
Os temas abordados foram surpreendentes e esclarecedores, as viagens técnicas de uma riqueza de detalhes fantástica e de surpresas, pois até mesmo o Dr. Napoleão informou que desconhecia a fazenda de Isaias Arruda em Aurora. Assim, foi uma fonte de conhecimento, de descobertas e de grandes debates. Gostaria de salientar outro ponto muito importante nesse evento: a troca de informações, de pesquisas, de conhecimento e de material me surpreendeu, pois a generosidade desses grandes ícones da história e das estórias do cangaço é imensurável. Os registros, as pesquisas, as viagens para colher informações e o dispêndio de tempo e energia são oferecidos amorosamente, irmanamente e despretenciosamente pelos seus autores, mostrando o caráter, a confiança e o espírito coletivo desse grupo.Resumindo, foi um grande sucesso e, tenho certeza, as próximas edições serão disputadíssimas e muito mais ricas em produção e informação, pois, quem esteve em 2010 vai querer voltar e aqueles que não puderam participar já estão sentindo a perda e não irão desperdiçar uma nova oportunidade. Só espero que tenha lugar para tanta gente, pois espaço no seu coração eu sei que tem.
Um grande abraço. Julio Cesar Ischiara, Quixada-CE

Caros Severo e Danielle,O Cariri Cangaço vem se tornando, aos poucos, um Fórum Nacional no qual se debatem Coronelismo, Misticismo e Cangaceirismo.A par desse relevante papel, para o qual ambos contribuem  decididamente, com talento, disciplina e fidalguia, ressalto a oportunidade que o Cariri Cangaço enseja de reencontrarmos tão bons e queridos amigos e parceiros. Assim, recebam meus parabéns, apoio, e votos de continuidade e aperfeiçoamento constantes.Pessoalmente, agradeço sempre a simpatia com a qual vc, caro Severo, e nossa Primeira-Dama, sempre me receberam.Um grande e afetuoso abraço,Honório de Medeiros, Natal-RN
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9:45H - CACHOEIRAS DE MISSÃO VELHA - Geo Park Araripe


Fazenda Padre Cícero, Missão Velha-CE

A Fazenda Padre Cícero, imponente propriedade rural encravada a pouco mais de 6 Km do centro de Missão Velha; construída ainda em 1908 por Padre Cícero e administrada por algum tempo por seu braço direito, Floro Bartolomeu; depois pertencente ao Clã dos Dantas, valorosa família de coronéis de Missão Velha; mais uma vez anfitrionou a caravana do Cariri Cangaço nesta segunda edição de 2010.

Fonte: YouTube  Canal: Aderbal Nogueira

Ali, sob a orientação do grande historiador João Bosco André, os convidados e participantes puderam conhecer mais de perto um dos mais espetaculares capítulos da história recente do cariri cearense, a partir dos embates envolvendo os coronéis de barranco que disputavam o poder deste lado do estado do Ceará. A fazenda Padre Cícero pertenceu ao Cel. Dantas, destituído "as custas de bala" da prefeitura de Missão Velha, pelo coronel Isaias Arruda, de Aurora. Quem visita o fantástico casarão ainda pode ver as inúmeras "torneiras" usadas pelos defensores do lugar.

11:30H - FAZENDA PADRE CÍCERO, Pertencente ao santo do Juazeiro, depois Floro e  por fim ao Clã do Coronel Dantas...

MANOEL SEVERO, A IMPRESSÃO QUE O IIº CARIRI CANGAÇO DEIXOU EM MISSÃO VELHA, É POR DEMAIS ANIMADORA, POIS PESSOAS QUE NÃO TIVERAM CONDIÇÕES DE ASSISTIR, JÁ ESTÃO A PROCURA DO DVD. OS NETOS DOS CORONÉIS QUE ASSISTIRAM E TIVERAM CONTATO COM VOCÊ, ESTÃO IMPRESSIONADOS COM O SEU TRATAMENTO PARA COM OS MESMOS. MEUS PARABÉNS. ABRAÇOS DO SEU INCONDICIONAL ADMIRADOR E CONFRADE, BOSCO ANDRÉ

Nobre confrade Manoel Severo e digno presidente da SBEC Lemuel Rodrigues,Parabenizamo-os pelo sucesso do evento CC 2010.De minha parte, foi salutar encontrar velho(a)s camaradas e conhecer novo(a)s companheiro(a)s. Agradeço a atenção e o carinho daqueles que me receberam tão bem, o que se confirma na receptividade desde a chegada ao Pasárgada Hotel até ao café da manhã do dia 20 e no restante da programação. Por motivos particulares, necessidade de minha presença em casa, saí sem me despedir daqueles que me foram tão carinhosos e me são mais caros ainda, na minha vida. A todo(a)s, desejo que tenham tido um bom retorno aos seus lares e que nos encontremos no CC 2011. Kydelmir Dantas- Sócio-fundador da SBEC.

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Mais uma vitória!Mais uma conquista,principalmente para nós que tivemos o privilégio de mais uma vez aprender com nossos mestres, com os nossos amigos.Pessoas como o Geraldo Ferraz, um defensor ferrenho dos homens da lei; Honório de Medeiros, que com sua fleuma conduz como ninguém seus ouvintes; sem falar na mansidão do amigo Múcio Procópio, qu simplesmente nos deixa ver as horas passarem, nos enriquecendo a cada minuto; e os mestres Lemuel Rodrigues, Sávio Cordeiro que com seus conhecimentos e brilhantismo nas palestras nos deixaram simplesmente hipnotizados.
O que dizer do Dr. Magérbio de Lucena, que nos fez viajar ao lado da grande Coluna Prestes por lugares nunca antes explorados e que ao lado do amigo Wilson Seraine nos fez ouvir músicas nunca antes escutadas, nos fazendo voltar no tempo e no espaço.
Não podemos esquecer do adorável Bosco André que, com  sua simpatia nos brindou com um conhecimento poucas vezes visto, e a professora Eloisa Farias, que a seu lado nos deu uma palestra com uma serinidade e lucidez dificil de acreditar para uma pessoa ainda tão jovem, mas ao mesmo tempo tão preparada; o companheiro Vilela e o grande Alfredo Bonessi nos presentearam com assuntos desconhecidos das maioria das pessoas. como o Agreste Pernambucano e as Armas do Cangaço; sem falar é claro, no mestre Antonio Amaury,do qual apenas a sua presença já nos e suficiente para aprimorarmos os nossos conhecimentos; o nosso novo palestrante, secretário de cultura de Aurora, José Cícero, que me fez recordar as histórias que meu avô contava por muitos anos, fazendo uma palestra sobre Lampião em Aurora, inesquecível, fazendo um parentese , parabéns ao Prefeito de Aurora, Adailton Macedo, que se mostrou um entusiasta da história de sua terra. Ainda tivemos o velho Caipira de Poço Redondo Alcino Costa, sempre um presente para todos nós; e a brilhante palestra do professor Renato Dantas nos mostrando os bastidores do grande Pacto dos Coronéis, o Pacto da Fé, imperdíveis! Quero agradecer a todos que participaram das mesas como palestrantes, moderadores e debatedores e a todos os velhos e novos amigos que com os quais tive o prazer de conviver durante esses dias incríveis no nosso Cariri.Para finalizar, o meu respeito a duas pessoas que, sem elas nada disso seria possível,  Severo e Danielle, que apesar de tudo o que foi feito, algumas vezes chegaram a ser questionados. Amigos, saibam que quer queiram ou não queiram,  sucesso foi total. Parabéns pelo profissionalismo e principalmente pela grande amizade que é deferida a todos, pois amizade não se compra, se conquista! Valeu!
Aderbal Nogueira - Sócio da SBEC - Documentarista / Fortaleza


13:30H Almoço Centro Comunitário de Missão Velha

Ao final da manhã a Prefeitura Municipal de Missão Velha promoveu um almoço festivo para todos os convidados do Cariri Cangaço 2010 nas dependências do Centro Comunitário , onde ao som do autentico forro pé de serra os convidados puderem conhecer mais de perto a arte do Portal do Cariri, sob o comando de Washington Fechine, Bosco André, Amelia Linard e Moreira Paz.

Moreira Paz
Rubens Coelho
Barros Alves
Bosco André , anfitrião em Missão Velha

Usina Linard - Missão Velha
O Torno de Lampião

"Quando na Serra do Mato; famosa fazenda do grande Cel. Santana, de Missão Velha, o Capitão Lampião precisou de um ferreiro para limpar seu armamento, foi logo que trouxeram a sua presença o jovem Antonio Linard; que fez o serviço de limpar o armamento do bando, ao final do ofício realizado o mesmo não cobrou nada ao Capitão, entretanto o líder cangaceiro fez passar por entre seus cabras, o chapéu da aba virada e ali cada um colocou a justa paga" revela Amélia Linard, neta do protagonista desse episódio,senhor Antônio, patriarca e fundador das fundições Linard. Desse episódio nasceu a história do primeiro torno das industrias Linard, um dos mais tradicionais grupos empresariais de Missão Velha , o Portal de Entrada do Cariri cearense e um dos promotores do Cariri Cangaço 2010. A caravana Cariri Cangaço esteve visitando o famoso torno e as instalações Linard, na tarde do dia 20 de agosto, e foi recepcionada pelas senhoras Eailce Macedo Linard e Amélia Linard. 
 
Usina Linard
Antônio Linard
Geraldo Ferraz e Eailce Macedo Linard
João de Sousa Lima e Amélia Linard
O famoso Torno de Lampião

"A LINARD com uma experiência de anos, adquiriu fama e conquistou mercado nacional e internacional na industrialização de máquinas e equipamentos. Disponibilizando uma completa linha de equipamentos para industrialização de doces, cana-de-açúcar, gesso, óleos essenciais, casa-de-farinha, biodiesel, fundidos, estrutura metálica de grande e médio porte, motores a vapor horizontal e vertical, usinas de biodiesel, além de caldeiras geradoras de vapor em vários tamanhos,com o intuito de atender melhor as necessidades diferenciadas de seus clientes, conta também com capacidade para desenvolver projetos de acordo com as suas especificações" Site da Empresa .

Adriano e Ângelo Osmiro
Bosco André, Ângelo Osmiro e Barros Alves
Tomaz Cisne, Vilela, João de Sousa, Ângelo Osmiro e Messias

Mais uma jornada.Mais uma maratona sob o nome de II Cariri Cangaço e, não vou negar... No meu peito, ficou uma sensação de saudades (esta palavra tão portuguesa, que virou brasileira) Saudades dos amigos que estão estreitando os laços nos encontros promovidos sob os cuidados de nosso querido e irrepreensível Manoel Severo e sua simpática e amável esposa, Danielle. Com um casal assim, os filhos desta união só podem ter em si a marca dos bons sentimentos e trazer bons frutos, como tem se mostrado este evento que, sem sombra de dúvidas, está consagrado, na opinião de todos os participantes, como o maior do gênero dedicado ao cangaço. Nesta sua segunda edição, o foco das apresentações foi ampliado, de forma bem apropriada, trazendo para os debates temas ligados aos beatos e aos coronéis. As visitas técnicas promovidas pelo evento foram de uma pertinência impar, entrelaçando os temas entre si, remontando a trama histórica no seu cenário, dando vida ao passado, possibilitando novas compreensões e deixando claro a todos os pesquisadores a necessidade de situar-se no palco dos acontecimentos para sua boa compreensão e levantamento de novas questões. Afora o que, a população visitada, sempre com a característica cortesia sertaneja, trazia na medida de suas possibilidades e com seu colorido próprio, as impressões dos tempos idos. Traço este que fica mais e mais patente nas cidades de menor densidade demográfica. Com este segundo evento no Cariri, realmente torna-se difícil imaginar o universo de estudos relativos a esse recorte histórico (cangaço, coronéis e beatos) sem novas edições. Foi uma confirmação e afirmação do mesmo no cenário de estudos. Fato este devido a todos os participantes mas, essencialmente, graças a presença e empenho de nosso anfitriões. Fica mais fácil compreender a música que repete.... "Só deixo o meu Cariri, no último pau de arara...."
Antonio Amaury Correa de Araujo
São Paulo-SP


Câmara Municipal – Missão Velha
19:00 H - Conferências


Missão Velha continuou recebendo a edição 2010 do Cariri Cangaço em noite de festa no Plenário da Câmara Municipal e com as Palestras: Tendo como tema principal a trajetória empresarial de Delmiro Gouveia, com a professora Eloisa Farias do Distrito Federal e em seguida a conferência  "Os Coronéis do Cariri" com Bosco André. Heloisa Farias nos trouxe  a trajetória empresarial de Delmiro Gouveia, um cearense de Ipu, nascido em 5 de junho de 1863, na Fazenda Boa Vista. No início do século, ele se transformou num dos maiores empresários do Nordeste.

Mesa de Conferências da Noite em Missão Velha
Missão Velha CE

MESA
Bosco André - Missão Velha CE
Elisa Farias - Distrito Federal DF
Ângelo Osmiro – Fortaleza CE
Gilmar Teixeira – Paulo Afonso BA
Carlos Rafael – Crato CE
Paulo Gastão – Mossoró RN


Em tempos magros de boas idéias, essencialmente voltadas para a preservação da memória histórica dos oprimidos, o Cariri cearense dá um grande exemplo para o Nordeste e o resto do país com a promoção do Cariri Cangaço. Uma iniciativa que aconteceu em cinco cidades da região: Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha e AURORA. Agora na sua 2ª edição, o evento teve como tema – Coronéis, Beatos e Cangaceiros tendo reunido na região do dia 17 a 22 de agosto notáveis estudiosos e entusiastas da temática cangaceirista. Foi uma iniciativa das mais singulares e fundamentais para a preservação da história do cangaço nordestino e os seus principais desdobramentos, como um dos mais significativos fenômenos sociais do interior nordestino. Uma ideia que só eleva, resgata, valoriza e engrandece a historiografia dos chamados 'sertões dos esquecidos'. Uma oportunidade em que a sociedade contemporânea é chamada a esmiuçar e compreender o que na verdade aconteceu no tempo do cangaço. Com especialidade a saga de Lampião, o poder dos coronéis, assim como o fanatismo messiânico. Tudo junto como uma característica particular dos sertões do Brasil, além de outros temas afins que marcaram profundamente a história destes grotões interioranos. Afinal de contas, podemos muito bem afirmar que foi a partir desses acontecimentos emblemáticos, a exemplo de Lampião, o rei do cangaço, que o sertão pela primeira vez na história passou a ser visto com maiores preocupações e seriedade pelos "homens" da capital. Por tudo isso, diríamos que a realização do Cariri Cangaço joga um papel de destaque na formação da nova e moderna concepção social de um Nordeste diferente, justo e soberano para a sua gente forte e destemida e, em particular para os sertanejos que de algum modo, ainda hoje se ressentem das incompreensões e indiferenças por parte dos poderes e das elites, sobretudo do litoral. De parabéns estão todos aqueles que de alguma maneira contribuiram para que este acontecimento cultural pudesse acontecer, como aconteceu: pleno de sucesso. Muito especialmente pela determinação e ousadia desta figura incansável; um baluarte chamado - Manoel Severo. Depois de extensos e cansativos dias de atividades entre debates, viagens e seminários pude presenciar no seu encerramento em Juazeiro(por exemplo) o quão cansativo foi para a organização. Mas o sucesso de mais esta empreitada “severiana” e lampiônica, creio que confortou a todos, malgrado a ardorosa caminhada de seis longos dias e noites que igualmente se transformaram num roldão festivo e informativo. Um verdadeiro brinde ao conhecimento e a história, notadamente aquela escrita pelos oprimidos e não apenas pelos vencedores.... Em nome da prefeitura municipal de Aurora e da Secretaria de Cultura quero aqui expressar nossos votos de sinceros parabéns a toda à organização do Cariri Cangaço na pessoa de Manoel Severo, na ânsia de que no próximo ano tudo possa ocorrer, novamente com o mais absoluto dos êxitos. Simplesmente porque o Cariri precisa e os caririenses merecem.
José Cícero - Secretário de Cultura, Aurora-CE.

Quinto Dia - 21 AGOSTO 2010, SÁBADO
8:30H Visita ao Município de Aurora


9:30H - Parada em Milagres, do coronel Domingos Furtado

Aurora vivenciou neste último sábado, dia 21 de agosto de 2010 mais um grande evento sociocultural e histórico. Trata-se do Seminário Cariri Cangaço 2010 sob o tema “Os 83 anos da passagem de Lampião pelo território aurorense” que foi apresentado pelo secretário de Cultura do município professor José Cícero. As dependências do salão paroquial pareceram pequenas diante do grande número de pessoas que compareceu ao evento. Com um belo cenário reproduzindo as paragens sertanejas, a Seculte apresentou ainda o monólogo ‘Desvario Lampiônico” através do jovem ator filho da terra, Lamack Dias. "A apresentação foi esplendorosa e agradou sobremaneira todos os presentes", disse o secretário. Abrindo oficialmente o acontecimento fizeram uso da palavra: o curador Manoel Severo, a Secretária de Cultura do Crato Danielle Esmeraldo, o escritor Dr. Antonio Amaury, o Secretário de Cultura de Aurora José Cícero, assim como o prefeito Adailton Macedo. Compuseram a mesa, o Dr. Napoleão Tavares Neves, Dr. Idemário Oliveira e o vice-prefeito Antonio Landim.

80 ANOS DA PASSAGEM DE LAMPIÃO EM AURORA
José Cícero – Aurora CE
MESA
Manoel Severo – Fortaleza CE
Bosco André – Missão Velha CE
Aderbal Nogueira – Fortaleza CE
Professor Pereira – Cajazeiras PB

Prefeito Adaílton Macedo, grande anfitrião ao lado do Secretário José Cicero do Cariri Cangaço Aurora 2010
‘Desvario Lampiônico” através do jovem ator filho da terra, Lamack Dias
Adailton Macedo e Manoel Severo

A mesa de debatedores foi formada pelo curador do CC Manoel Severo que inclusive atuara como mediador (Fortaleza); o memorialista Bosco André(Missão Velha); Aderbal Nogueira(Fortaleza) e o professor Francisco Pereira(Cajazeiras). Além de representar um profundo resgate da verdadeira história de Aurora, a palestra sobre os 83 anos da passagem de Lampião por terras aurorenses também apresentou para os pesquisadores presentes uma série de novidades relacionadas a historiografia do cangaço lampiônico na região. Conforme assegurou o palestrante, todo o material da sua pesquisa será reunido em breve com vistas a publicação de um livro abordando com mais profundidade a temática. Grandes nomes da pesquisa e da narrativa cangaceira estiveram em Aurora neste sábado, dentre os quais: o escritor Antonio Amaury Correia de Araújo, Dr, Napoleão Tavares Neves, Bosco André, Fco Pereira Lima, Gonzaga de Garanhuns, Kiko Monteiro, Múcio Procópio, Ângelo Osmiro, entre outros. Além de autoridades locais e a comunidade em geral. Na parte externa do evento aconteceu uma exposição de esculturas e artes plásticas, produzidas por talentos da terra. Como também a chamada Latada Cultural com venda de obras importantes e cordéis sobre o cangaço e Lampião.

Mesa de debatedores em Aurora 2010: Aderbal Nogueira, José Cícero, Manoel Severo,
Bosco André e Professor Pereira. 
Manoel Severo agradece a acolhida de Aurora
Napoleão Tavares Neves, Manoel Severo e João de Zeca
Jadilson Ferraz e Tomaz Cisne

Estiveram presentes ao evento, além do prefeito e do vice, vereadores e os secretários municipais de Educação – Professora Fátima Oliveira, da Ação Social - Socorro Macedo, de Administração Osasco Gonçalves(que também realizou a apresentação) e o ex-prefeito João Antonio de Macedo. A Prefeitura municipal, por intermédio da sua Secretaria de Cultura, Turismo e Desporto(Seculte) também realizou o lançamento do Cordel – 'Vida e Morte de Lampião' de autoria do jovem poeta-violeiro Cícero Cosme.

10:30H - FAZENDA IPUEIRA, 
palco do plano de invasão a Mossoró, 
pertencia a Zé Cardoso e a Izaias Arruda

José Cícero anfitrião em Aurora , apresentação da fazenda Ipueiras

"Estamos nos grotões do município de Aurora – Sul do Cariri cearense. Quase na fronteira com o estado da Paraíba. Início do mês de julho de 1927. Vinte e seis dias depois do malogrado ataque a cidade norte-riograndense de Mossoró. Desde então, Virgulino Ferreira - o Lampião, juntamente com os que ainda restarem do seu bando, luta com unhas e dentes para não ser massacrado pelas volantes interestaduais do CE, RN, PB e PE. Um verdadeiro exército está a persegui-lo sem trégua. A desproporção é, simplesmente gritante em desfavor do chamado rei do cangaço. Em alguns combates, chegando incrível a razão numérica de 40 soldados para um cangaceiro. Mas Lampião não se entregará. Se caíra na esparrela de uma empreitada enganadora, também haverá agora de sair(por sua conta e risco)o quanto antes dela. Sua perspicácia em rasgar a geografia da caatinga cearense ainda continua sendo a sua maior arma. O fogo pesado da resistência fê-lo retornar às pressas numa marcha sofrível. Tirando de Mossoró à Limoeiro num fôlego. Exausto nas suas últimas forças lutou como nunca na vida para não sucumbir de vez aos seus inimigos de farda. Estava por assim dizer, desmoralizado, justamente num ataque que lhes disseram ser fácil. Foi ele própria, a primeira vítima de um grande engodo arquitetado por uma corja de interesseiros. Bandidos piores que os que estavam sob seu comando. Mas não se deu por vencido... Rasgou a caatinga cearense na direção de Aurora como um autêntico vaqueiro conhecedor daquelas bibocas. Desde aquele instante, Izaías passou a ser o Norte na sua cabeça.

Adentrou o território aurorense pelas fímbrias da serra da Varzea Grande seguindo o riacho do Bordão de Velho, Malhada Funda, Riacho das Antas, Coxá, Diamante, serrote dos Cantis até finalmente, alcançar o valhacouto da fazenda Ipueiras - propriedade do seu amigo e sócio de empreitada – o coronel Izaías Arruda de Figueiredo. Imaginara está em segurança. Ledo engano. Seus aperreios estavam apenas começando. Chegara exausto, assim como todos os seus cabras em mais de 30 cangaceiros. Muitas deserções foram registradas ao longo do caminho. Uma marcha que pelo jeito, ainda não havia terminado." 

Caravana Cariri Cangaço 2010 nas Ipueira de Izaias Arruda

"Ansiava angariar o necessário auxílio do coronel, até então seu confiável coiteiro nestas paragens salgadianas. Mas não. Estava desconfiado. Alguma coisa lhe dizia que a Ipueiras não era mais a mesma que deixara dias atrás. Tudo havia mudado, após a humilhante derrota que sofreu em Mossoró. Sabia que agora teria que lutar com inteligência e denodo. Como era amarga a traição, assim como a solidão após uma derrota. Não haveria de morrer ali depois de tantas guerras. Queria ver o coronel que estava a demorar além da conta. Seus amigos de empreitada o traíra. Viu não o foram, nenhum deles. Todos a sua volta estavam com o moral sob a rés do chão. Sabino lamentava as baixas e jurava vingar o companheiro Jararaca. Massilon emudecera. Antes era todo um falastrão...Começara a partir dali uma nova batalha. Uma questão de vida ou morte. Salvara-se de novo. Primeiro do banquete envenenado a cargo do vaqueiro de Zé Cardoso, Miguel Saraiva, depois, do incêndio da manga e do fogo cruzado dos macacos do major Moisés e ajudado pela jagunçada do próprio coronel. Salvara-se milagrosamente pela parede do açude velho. Mas, por que ficara desguarnecida até o corredor que dava para a Malhada Vermelho e o riacho do pau branco? Num ímpeto de raiva, gritara não ser preá para morrer sapecado... Fizera naquele instante mais um inimigo. "Izaías vai me pagar esta desfeita", disse ele. Prosseguiu a passos largos pisando o rumo Oeste." Artigo de José Cícero Silva.

José Cícero Silva e a Logística para a Invasão a Mossoró no Cariri Cangaço

Fonte: You Tube  Canal: Aderbal Nogueira

Luiz Ruben, Leandro Cardoso, Antônio Amaury, João Souto e Napoleão Tavares Neves
Antonio Amaury e José Cicero no Cariri Cangaço 2010 na Fazenda Ipueira

Após o seminário o município ofereceu aos visitantes e convidados um almoço no Centro Social Urbano(CSU) localizado na vila Paulo Gonçalves. Em seguida, todos os pesquisadores e convidados se dirigiram para a histórica fazenda Ipueiras de Zé Cardoso e do coronel Izaías Arruda, local onde ocorreu em 1927 a trama para a invasão de Mossoró e depois, a tentativa de envenenamento de Lampião e seu bando. O prefeito Adaílton Macêdo foi bastante elogiado por todos os participantes(tanto de Aurora quanto os visitantes) sobretudo, pela maneira com que vem contribuído para o movimento cultural e a preservação da memoria histórica do seu município. Iniciativas que por sinal, o mesmo fez questão de reafirmar para a platéia presente durante o discurso de abertura do evento.

Última Noite - Teatro Salviano Arraes 
Crato, CE -19:00 H - 
Conferências e Debates

LAMPIÃO E A COLUNA PRESTES
Magérbio de Lucena – Crato CE
O CANGAÇO NA MÚSICA - RITMOS E ESTÉTICA
 Wilson Seraine – Teresina PI

MESA
Emanuel Braz – Mossoró RN
Cicinato Neto – Limoeiro do Norte CE
Carlos Elydio - São Paulo SP
Alfredo Bonessi - Fortaleza CE

Magerbio de Lucena

A "Grande Marcha" de 1925 a 27 foi o ponto culminante de um movimento militar, denominado de Tenentismo. Esse movimento armado visava derrubar as oligarquias que dominavam o país e, posteriormente, desenvolver um conjunto de reformas institucionais, com o intuito de eliminar os vícios da República Velha. No inicio de abril de 1925, as forças gaúchas comandadas pelo capitão Luís Carlos Prestes se uniam com as tropas que fugiam de São Paulo. Os dois grupos haviam participado das rebeliões do ano anterior, mantiveram focos de resistência e procuravam manter e fortalecer sua organização, para retomar a luta pelo grande ideal: Salvar a Pátria. Depois de convencer os líderes paulistas da possibilidade da vitória contra o governo e as tropas fiéis a ele, Prestes iniciou a longa marcha afastando-se do país. A coluna atravessou o Paraguai no final de abril e voltou ao país através do Mato Grosso, do Mato Grosso, passando por Goiás, a coluna dirigiu-se para o Nordeste, atingindo o Estado do Maranhão no mês de novembro de 1925, chegando logo depois a ameaçar diretamente a cidade de Teresina. Na região nordeste os rebeldes percorreram praticamente todos os estados, chegando ao estado do Ceará em 1926.

Neste momento sob o comando de Floro Bartolomeu, os Batalhões Patrióticos, milicias armadas pelo poder central, criados para combater a Coluna, ganhou o seu mais polêmico integrante, o "Capitão Lampião", objeto de controverso convite de Padre Cícero/Floro... Esse foi o pano de fundo da espetacular Conferência do escritor Magérbio de Lucena, na última noite do Cariri Cangaço 2010.

Jadilson Ferraz, Aninha, Pedro Bandeira, Wilson Seraine, Lívio Ferraz e Afrânio Gomes

Caro Magérbio, abraço-o.
Ninguém mais poderá ignorar a inserção da Coluna Prestes no mundo do cangaço, depois de ouvi-lo tão magnificamente na sua palestra, um dos pontos altos do Cariri Cangaço 2010. Foi magnifica a sua palavra, a sua postura cenica, a sua sabedoria. Sugiro publicação em livro. Será um grande benefício à historiografia Nordestina. Parabéns do colega e amigo,Napoleão Tavares Neves.


O Cariri Cangaço, uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço-SBEC, que contou com a parceria da Revista Nordeste VinteUm e do Instituto Nordeste VinteUm. Sob a curadoria do pesquisador Manoel Severo, firma-se como um dos mais significativos eventos de debates sobre o fenômeno do cangaço no Nordeste brasileiro e temas afins, entre os quais destacam-se a religiosidade popular e os movimentos de rebeldia do povo.Subordinado ao tema “Coronéis, beatos e cangaceiros”, o Cariri Cangaço/2010 ensejou a realização de importantes discussões sobre as nuances históricas e culturais que permeiam esses assuntos. Aproximadamente uma centena de pesquisadores, escritores, poetas, jornalistas, professores e cineastas ávidos de informações participaram dos debates realizados nas cidades anfitriãs do Encontro, quais sejam Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha e Aurora.Além das conferências e palestras proferidas por qualificados especialistas na temática abordada, a comitiva de participantes meteu-se caatinga a dentro, a visitar inóspitos lugares onde Lampião e seu bando protagonizaram suas estripulias; ou onde a religiosidade popular assomou como background de revoltas populares, como é o caso do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, lugar escondido na aridez de socavões de serrotes onde o Beato Zé Lourenço plantou sua semente de utopia e tragicidade.Todos se deleitaram na audição ou no debate com figuras como o historiador Bosco André, de Missão Velha, um estudioso da sociologia dos coronéis da região; Napoleão Tavares, escritor de nomeada, que se debruça há muito sobre os estudos do cangaceirismo; Lemuel Rodrigues, sociólogo, presidente da SBEC, cuja tese sobre movimentos messiânicos do Nordeste procura demonstrar a irrelevância da identificação desses movimentos com os fundamentos do pensamento marxista revolucionário; Múcio Procópio, estudioso perspicaz do Beato Conselheiro e da saga de Canudos; Antônio Amaury, Honório Medeiros, Alfredo Bonessi, Antônio Vilela, Paulo Gastão, Ivanildo Silveira, Osmiro Barreto, Kydelmir Dantas, Alcino Costa, João de Sousa Lima, Magérbio Lucena, Juliana Ischiara, e tantos outros nomes de não menos importância pontificaram com seus conhecimentos nesse Cariri Cangaço/2010, esquadrinhando gestos, garimpando histórias, relatando fatos que fizeram a epopéia cangaceira no Brasil do final do século XIX e primeira metade do século XX, período da história do Nordeste brasileiro em que assomou a figura do sertanejo Virgulino Ferreira da Silva, cognominado Lampião, que se tornou mundialmente conhecido como o Rei dos Cangaceiros.O Cariri Cangaço/2010 configurou uma empreitada digna de constar nos anais da história da cultura nordestina, especialmente do Ceará, cujo sucesso se deve, sobretudo, à sensibilidade aliada ao espírito empreendedor do casal Manoel Severo e Danielle Esmeraldo, o qual não mediu esforços para a concretização do evento. É certo que não se pode olvidar o concurso dos demais participantes, em especial dos confrades e confreiras da SBEC, mas, por dever de justiça, já pelo estímulo permanente, já pela ação concreta na feitura do evento, Manoel Severo e Danielle Esmeraldo merecem os louros de mais essa vitória na seara da nossa cultura.Por Barros Alves, editor Chefe da Revista Nordeste Vinte Um.


Valeu a pena desde o momento em que embarcamos em direçao ao Cariri Cangaço. Respiramos alegria, tranquilidade, congraçamento, história a flor da pele. A idéia estreou em 2009. Sedimentou em 2010. Cada expressão e momento. Cada vivência. Ontem. Hoje. Trilhar as histórias contadas e vividas entre os dias 17 a 22 de agosto deste ano em linhas, seria muita audácia face a sua vastidão. Grande abraço e obrigado por tudo Severo. Grande abraço a todos. Portanto, que venha 2011...Lívio Ferraz, Fortaleza,CE

22:30H - Jantar Cortesia HOTEL PASÁRGADA em Crato

Sexto Dia - 22 AGOSTO 2010
DOMINGO

Auditório do CEREST – Juazeiro do Norte
09:00 H - Conferências


AS ARMAS DO CANGAÇO
 Alfredo Bonessi – Fortaleza CE
LAMPIÃO NO AGRESTE PERNAMBUCANO II
Antonio Vilela – Garanhuns PE

Alfredo Bonessi


Antônio Vilela

"Quando se fala no cangaço vem logo na mente das pessoas o sertão nordestino e a figura lendária de Lampião. Porém, o cangaço é muito mais do que sertão e Lampião. É agreste, é Paizinho Baio - o homem que atuou com seu pequeno grupo no agreste meridional de Pernambuco, em especial nas cidades de Garanhuns, Correntes, Brejão, Bom Conselho, São João e São Bento do Una, levando o terror por mais de 20 anos a esse pequeno mundo. Foi assassinado em 1939 pelo delegado Raimundo Urquisa. A cidade de Brejão era o pólo do cangaço no agreste meridional de Pernambuco. Além de Paizinho, “o Lampião do agreste”, teve os sanguinários Capitão Américo e Vicentão, que foi o responsável pela chacina conhecida como hecatombe de Garanhuns, fato esse, acontecido no dia 14 de janeiro de 1917, onde 13 inocentes foram trucidados pelo rifle deste sicário e seu bando de aproximadamente 300 homens. Já o capitão Américo agia mais como um justiceiro vingador. Quando em junho de 1935 Lampião tem suas ações no agreste de Pernambuco, manda um bilhete ao povo de Brejão pedindo a importância de 20 contos de réis recebe o ultimato dos cangaceiros Capitão Américo e Paizinho Baio: “Se você for homem, venha buscar.” Lampião como sabia da fama dos cangaceiros e do povo de Brejão, não ataca a cidade, distante 25 km de Garanhuns. Outro cangaceiro independente do agreste que teve atuação no município de Correntes e divisa com Alagoas foi o Pinga-fogo.

A noticia da aproximação de Lampião à região no final de maio de 1935, causou um verdadeiro pandemônio na população de Garanhuns, ele esteve em Mimoso, a poucos quilômetros de Garanhuns, passou e tomou rumo desconhecido. Com medo do possível ataque de Lampião, muitos habitantes da terra de Simoa Gomes deixaram a cidade. No dia 20 de maio, passou pelos sítios Minador, a poucos quilômetros de Garanhuns, Pedra e Buíque. No dia 2 de julho, ataca Santo Antonio do Tará. Em sua trajetória de sangue, no dia 12 de julho aparece na localidade de Santo Antonio, no município de Bom Conselho. Como um raio destruidor, Lampião aparece na manhã do dia 19 de julho na localidade de Azevém. Já na madrugada do dia 20 ataca o sítio Queimada do André, onde o bando mata o Sr. José Gomes Bezerra. Em seguida segue para Serrinha do Catimbau (Paranatama), onde o bando é recebido à bala. A resistência ao bando é feita por João Caxeado, inspetor de quarteirão e seu auxiliar Oséias Correia. Nesta ocasião, Maria Bonita e Maria Ema foram baleadas e o cachorro Dourado morreu crivado de balas. O bando que invadiu Serrinha era composto pelos cangaceiros: Virgulino Ferreira da Silva (Lampião), Fortaleza, Cabo Velho, Medalha, Maçarico ou Juriti, Gato, Moita Braba, além de Maria Bonita e Maria Ema. Estes foram os cangaceiros processados pela invasão de Serrinha, conforme o Processo nº. 795 da comarca de Garanhuns, estado de Pernambuco. Portanto, Mossoró e Serrinha foram os locais que botaram o rei pra correr, ambos com prejuízo para a horda do rei do cangaço. Em Mossoró, Colchete e Jararaca tombaram sem vida. Em Serrinha, Maria Bonita e Maria Ema saíram feridas e o cachorro de Lampião, Dourado, morto crivado de balas." Resumo da Conferência do escritor Antônio Vilela de Garanhuns , Pernambuco sobre o "O Cangaço no Agreste Pernambucano"  no Cariri Cangaço 2010 em seu último dia, no CEREST de Juazeiro de Norte, Ceara.

Caríssimo “mano”, Manoel Severo e caríssima “mana”, Danielle Esmeraldo. Saudações fraternais!A temática do II Cariri Cangaço, Coronéis, Beatos e Cangaceiros, possibilitou a consolidação definitiva do produto de nossa região que mais contribuiu para a realização de profundas e importantes mudanças, sócio, político, culturais e econômicas, ou seja, o estudo sério do Ciclo do Cangaço.Graças ao congraçamento dos que fazem, de forma inteligente e fraterna, a rica história do Nordeste, através de importantes estudos realizados por diferentes correntes, sobre o fenômeno do Cangaço, foi possível contribuir na manutenção da chama da nossa cultura regional, agora, muito mais intensa.Em meu nome e no da minha esposa, Rosane Ferraz, quero agradecê-lo e parabenizá-lo por ter tido a oportunidade de rever velhos amigos e conhecer outros novos e, principalmente, por poder divulgar as ações das tropas volantes de Pernambuco, sob o inteligente comando do meu avô, o bravo militar Theophanes Ferraz Torres.
Que venha o terceiro Cariri Cangaço! Atenciosamente,
Geraldo Ferraz, Recife-PE


Esse evento, com tanta mente genial por traz dele, não tem como não ser um sucesso, tanto de material cultural e potencial histórico, quanto de público e aceitação, pois nos dá uma ampla visão dos estudos culturais relacionados às temáticas sertanejas, além de nos envolver grandemente com as expressões culturais do ceará, que é um estado riquíssimo em cultura, transbordando material artístico e florescendo material humano, para o Brasil todo. Parabéns ao amigo Severo e a Dani...
Rubinho Lima, Paulo Afonso-BA

 Manoel Severo, Venho por meio deste expressar meus sinceros agradecimentos, pela maravilhosa oportunidade que me deu em poder participar, este ano, do Seminário Cariri Cangaço, na condição de conferencista. Pude perceber que o Cariri Cangaço, mais que um seminário de grande valor cultural, é também uma verdadeira escola, pois aprendi bastante nos dias em que estive presente.Aprendi o quanto os nordestinos são calorosos, amigos e de bem com a vida. Aprendi quanto os mesmo se envolvem com sua história e sua cultura (valor pouco disseminado em um lugar onde se vive praticamente para o trabalho, como no Distrito Federal).Aprendi também uma nova maneira de "fazer história", pois, enquanto aqui eu convivia apenas coma teoria, pude juntá-la à prática proporcionada pelo Cariri Cangaço!  Foi muito benéfico estar em meio à tantos intelectuais sérios e competentes, em estar diante de filhos de cangaceiros, pessoas que tiveram a oportunidade de estar de frente com coronéis, pessoas que podem relatar a proximidade que tiveram com parentes ou "gente" de Lampião e demais personalidades do sertão nordestino. É como se um momento considerado passado, estivesse ainda presente naquela seara. A experiência foi tão satisfatória, que me sinto motivada em levar adiante meus estudos acerca desse objeto de pesquisa tão fascinante que é o sertão do Nordeste. Enfim, muito obrigada e tenha muito sucesso! Abraços!
Eloisa Farias, Brasilia DF

Gostaria de mandar minhas impressões a respeito do nosso evento, pois assim passarei a denominá-lo: nosso ! Parabéns é pouco pela grandeza e ao mesmo tempo singelo Cariri Cangaço. Organizado, atraente e feito por pessoas maravilhosas e afetuosas...Fiquei apaixonado por todos: da cozinha a sala de estar. Abraços a todos; meu e da minha filha Louise, uma nova cangaceira do bando de estudiosos e adeptos da cultura nordestina. Fica meu fraterno abraço ao casal vinte cearense: Danielle e Severo, a quem externo para todos os amigos e participantes do Cariri Cangaço 2010. Até a próxima edição!
Gilmar Teixeira e Louise Farias, Paulo Afonso-BA.

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 12:00H Almoço Festivo de Encerramento Juazeiro do Norte, CE
22 de Agosto de 2010



Não preciso dizer que o Cariri Cangaço 2010 além de se consolidar como maior evento do gênero foi mais uma excelente oportunidade para rever amigos, atualizar conhecimento, coleções e matar as minhas saudades do Crato (ai, como eu me sinto bem naquela atmosfera. Danielle não se esqueça do meu titulo de cidadão). Eu ainda não sei como expressar a intensidade da minha paixão por esta cidade.Descendo das nuvens: Levei comigo nosso eficiente gravador de bolso, selecionamos alguns dos grandes pesquisadores presentes no evento para que estes abordassem um pouco de suas obras, preferencias e concepções sobre esta história tão instigante. E hoje um mês exato após o evento vamos confeirir estas conversas de pé de ouvido.Do tipo que: Quando pensamos que não há mais nada para surgir nem a acrescentar... uma bomba estoura, um novo ou um velho personagem é descoberto, teorias, tramas e mistérios infinitos saltam da obscuridão. Alguns destes segredos foram para o além junto com seus guardiões. Já outras são postas em questão. Iniciamos ano passado com Antonio Amaury e Ângelo Osmiro.  Gostaríamos de ter abordado a todos. Colegas vão se perguntar: por que fiquei de fora?, ops é só por enquanto, não foi por preferencia, jamáis, foi questão de planejamento e desencontros mesmo. O processo deu e ainda está dando uma trabalheira tremenda. Viemos nas últimas semanas dedicando horas para repassar "fielmente" os áudios para o PC, mas vai valer a pena. Se eu arquivasse mais três só ia publicar em Dezembro. Enquanto a maioria está mais interessada no que planejam nossos pretensos governantes que tal descontrair um pouco com estes textos e descobrir o que planejam nossos pesquisadores? As perguntas são basicamente as mesmas. Tento repassar o interesse dos leitores e consumidores. Haverá uma "quase unanimidade" em determinadas recomendações e cada um deixa uma prévia de seus projetos em andamento ou quase finalizados. Desta vez o desafio foi maior cruzamos a peixeira com sete distintos cavalheiros que já puseram no papel, no DVD e na rota do cangaço o resultado de sua paixão pela história do Cangaço. Durante as próximas semanas entre um artigo e outro vamos publicar estes momentos de aprendizagem e admiração por estes confrades. Nossos questionamentos tem caracteristica de "feijão com arroz", mas aqui e acolá os entrevistados adicionam um tempero mais extravagante e se encarregaram de colocar uma pimenta, abrem o coração e desfilam suas convicções. Os leitores e até mesmo o entrevistado poderá se surpreender ou não com repercussão de determinada resposta. Afirmo que as declarações contidas nestas são de inteira responsabilidade do entrevistado. Não foram inventadas nem sequer alteradas pelo Lampião aceso. Foram transcritas apartir de entrevista gravada com respectivo arquivo dispónível para dirimir quaisquer dúvidas. Palavras poderão gerar algum mal entendido. Porém não aceitaremos comentários de cunho agressivo estes deverão ser dirigidos aos emails de seus responsáveis. Leiam, comentem!
Kiko Monteiro, Lagarto-SE


FOLHA SERTANEJA: O Cariri Cangaço vem se firmando como o maior evento histórico-cultural sobre o cangaço e agora também beatos e coronéis, cujas histórias se entrelaçam, já realizado no Brasil:

"A extensa programação do II Cariri Cangaço em 2010, reuniu quase uma centena de pesquisadores, escritores, poetas, compositores, jornalistas, cineastas que se embrenharam, incansavelmente em longas incursões pela caatinga seca e sem água para ver lugares, casarões centenários, cemitérios, mobiliário da época e pessoas que não se cansavam de repetir histórias que marcaram aquele lugar, seja pela passagem belicosa ou amiga dos cangaceiros, pela firme presença dos coronéis, donos da vida e da morte ou de beatos que apaziguavam os espíritos dos sertanejos daquelas terras cearenses. Seguindo esses rastros de homens e mulheres que fizeram a história desse pedaço do Ceará, os pauloafonsinos Antônio Galdino, João de Sousa Lima, Rubinho Lima, Luiz Ruben, Gilmar Teixeira e a filha Eloíse, se juntaram a tantos outros estudiosos, para aprender mais um pouco sobre o que aconteceu por ali. Em cada lugar, uma descoberta, um apanhado de informações, que resultarão em estudos mais aprofundados, depois compilados em revistas, jornais, livros, vídeos e imortalizados também em milhares de fotografias, provas indeléveis de que ali, na simplicidade daquela região árida, quase improdutiva, a vida e a morte marcaram forte presença.

Não se promove um evento desse porte sem grandes apoios, do poder público, de instituições acadêmicas, de empresários que possuem uma visão do futuro a partir de um olhar no passado. Foi assim com o projeto vitorioso chamado Cariri Cangaço, que está apenas no seu segundo ano e já provocou um saudável agito nos municípios de Crato, Juazeiro, Missão Velha, Barbalha e Aurora, fincados todos no sul do Ceará. Foi o que se viu em cada momento deste evento. Depois de um dia intenso de viagens por caminhos estreitos no meio da caatinga, de bons pedaços de chão percorridos a pé, visitas a cemitérios, fazendas, igrejas, engenhos, fontes de águas cristalinas que o Nordeste também possui para se descobrir que a história parece brotar da terra em cada árvore, em cada riacho seco, em cada caldeirão. Ali, nesses lugares ermos e no agito das cidades, os pesquisadores eram recebidos com honrarias, com aplausos, com a melhor comida e o melhor sorriso onde chegavam. E todos, mesmo cansados se acomodavam para ouvir, pacientemente, cada orador discorrer fluentemente sobre personagens e lugares trazendo à tona detalhes que transformavam um relato, aparentemente simples, numa grande história, orgulho de várias gerações.

De volta ao hotel, depois de percorrer até centenas de quilômetros, era apenas o tempo para um banho que deixava todo mundo novo e pronto para as conferências da noite e os aplausos da população de cada um dos lugares. O humor de kydelmir, Ivanildo, de "Bin Laden", que compôs a bela música tema do I Cariri Cangaço, dentre outros exímios contadores de piadas e de causos, contribuiu para deixar todo mundo animado. Foi assim em Aurora, onde o Prefeito, o vice-prefeito e todo o staff da sua gestão não mediram esforços para receber os pesquisadores e aplaudi-los na sua visita ao município. Foi assim também em Juazeiro, em Crato, em Missão Velha, em Barbalha onde sempre havia autoridades e muita gente, famílias tradicionais da cidade, descendentes de quem estava ali sendo homenageado, como pioneiro construtor dessas histórias. Universidades, teatros, auditórios acolhiam a todos. Em Missão Velha, de tantas histórias, a Câmara de Vereadores abriu suas portas para receber os estudiosos do assunto. Ali, como em cada uma das cidades, grupos folclóricos, cantavam, dançavam, encenavam passagens sobre a vida e a morte que nesse contexto parecem ter o mesmo peso dos personagens que fizeram com que tantos pesquisadores, gente do quilate de Antônio Amaury, que se deslocou de São Paulo, de Lemuel Rodrigues, Múcio Procópio, Antonio Vilela, João de Sousa Lima, Honório Medeiros, Geraldo Ferraz, Renato Dantas, Alcino Alves Costa, Napoleão Tavares, Juliana Ischiara, Eloísa Farias, de Brasília, Bosco André, Gilmar Teixeira, Paulo Gastão, Kydelmir Dantas, Magérbio de Lucena, Wilson Seraine, Alfredo Bonessi, para citar apenas alguns dos quase cem estudiosos que ali estiveram entre os dias 17 e 22 de agosto, sempre recepcionados pelo anfitrião, o curador do evento, o incansável Manoel Severo.

O mestre Antônio Amaury Correia de Araújo, autor de vasta bibliografia sobre o cangaço, como Assim Morreu Lampião; Gente de Lampião: Dadá e Corisco; Lampião: As Mulheres e o Cangaço dentre vários outros, fez a conferência de abertura do II Cariri Cangaço, no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri (URCA), em Crato, falando de Zé Rufino, considerado o maior matador de cangaceiros de todos os comandantes de volantes. Antes, Amaury foi homenageado com um vídeo mostrando várias imagens da vida do escritor paulista em seus mais de 50 anos dedicados ao estudo e pesquisa da temática cangaço e uma placa que lhe foi entregue pelo escritor João de Souza Lima, de Paulo Afonso-BA. O curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo, fez a abertura oficial destacando e ao mesmo tempo agradecendo os apoios das administrações municipais que estão sendo partícipes desse trabalho. São cerca de 90 pessoas envolvidas no processo de organização, enfatizou Severo. O tema, segundo ele, é palpitante e polêmico, e o Cariri Cangaço, conforme o curador, ?dá oportunidade de se debater as nuances do processo histórico. O Reitor da URCA (Universidade Regional do Cariri), Plácido Cidade Nuvens, na abertura, afirmou que a universidade regional não poderia desconhecer o fenômeno do cangaceirismo, porque foi uma marca dos dias da nossa história. A URCA deve debruçar-se para ver as suas causas e o reflexo para o desenvolvimento regional, com a responsabilidade acadêmica, disse.

A secretária de Cultura, Danielle Esmeraldo, ressaltou que os participantes se encontram não para estudar a história de Lampião, mas do Cariri e do mundo. Tem muita coisa que a gente precisa se indagar. Esse evento é rico e tem assunto, por ter história. Tem tudo a ver com a nossa região, frisou. O que de viu nos dias seguintes, até a manhã do domingo, 22, foi uma seqüência de visitas técnicas e de palestras, seguidas de acalorados debates e questionamentos, sobre a temática proposta. Afinal, quem foi mesmo Lampião?, Herói ou bandido?, E quem matou Delmiro Gouveia?, Qual a influência e a relação de Padre Cícero com coronéis, beatos e cangaceiros? Certamente, na avaliação que se fizer sobre este evento edição de 2010, os pequenos senões que forem encontrados serão amplamente superados pela grande quantidade de acertos. E os questionamentos voltarão a inquietar a muitos. Isso, associado aos belos espetáculos e demonstrações da cultura sertaneja, será munição suficiente para que os organizadores do evento já comecem os preparativos para mais um grande encontro de escritores, interessados na história, na cultura, nos ensinamentos que o 3º, o 4º... o 10º e um sem número de outros Cariris Cangaço irão proporcionar, como um resgate da história e da memória desse valoroso povo nordestino, ainda tão discriminado internamente, no próprio Nordeste e além fronteiras, especialmente pelo olhar pouco reconhecido dos estados do sudeste cuja riqueza e projeção que hoje possuem foram forjados pelos braços e pela inteligência dos trabalhadores sertanejos."

Antonio Galdino - Folha Sertaneja / Paulo Afonso BA
folhasertaneja.online


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Cariri Cangaço 2010


Cariri Cangaço 2010
Coronéis, Beatos e Cangaceiros