Ex-Cangaceira Durvinha e João de Sousa Lima
Ouvindo uma das entrevistas da cangaceira Dadá realizada pelo escritor Antônio Amaury, a cangaceira fala sobre Corisco, do ódio que a princípio sentiu dele pelo estupro, porém diz que depois foi se enamorando do cangaceiro, do seu carinho para com ela, do seu tratamento cordial. Dadá foi aprendendo a conviver com o homem que no começo sentiu rancor e por ele depois se apaixonou, no depoimento ela diz que Corisco foi o grande amor dela, que ela mesmo estando casado com outro, sonhava sempre com o cangaceiro, nos sonhos sentia cheiro de flores, sonhava com os longos cachos dos cabelos do amado, Corisco deixou em seu coração um amor que jamais foi esquecido.
A cangaceira Durvinha foi apaixonada por Virgínio, com ele seguiu para o cangaço com a penas 15 anos de idade e viveu um grande amor. Durvinha morreu dizendo, mesmo estando na presença de seu companheiro moreno, que Virgínio foi um grande amor em sua vida. Quando estive com Durvinha pela primeira vez; passei 30 dias a seu lado; convivi no seu dia a dia e pude confirmar que ela dedicou um grande amor a Virginio e por ele foi muita amada, ela me confidenciou também que sempre sonhava com o famoso cangaceiro.
Durvinha ao lado de seu grande amor: Virgínio
Em um depoimento deixado por Sila ela falou que nunca foi amada no cangaço, porém esse foi um depoimento isolado e os depoimentos isolados não dão créditos para afirmativas históricas que possam se pensar como definitivas,ou seja, não se pode mudar o curso da história apenas por um depoimento, ele tem que fazer parte do contexto, ser analisado, pensado, discutido, porém nunca tomado como um sentimento definitivo generalizando um fenômeno que foi tão diversificado e ao mesmo tempo tão distinto.
No cangaço houve amor sim e posso provar através dos inúmeros depoimentos que tenho gravados, palavras de mulheres que conviveram e viveram as dores e os amores do cangaço!!!
João de Sousa Lima
Paulo Afonso-BA
Sócio da SBEC, ALPA e UNEHSH
Sócio da SBEC, ALPA e UNEHSH
Conselheiro Cariri Cangaço
7 comentários:
Meu amigo Joaõ. Concordo com o amigo nesse seu relato. Claro que toda regra tem exceção. Porém, se pararmos para pensar, acho que o contrário é muito mais lógico. Mas eu não vivi no cangaço, estou apenas conjecturando. O amigo Carlos Eduardo disse uma coisa muito certa no meu ponto de entender as coias. Algumas delas tiveram, com certeza, a Síndrome de Estocolmo. Só para terminar, o caso de Dadá e Durvinha são belos e mostra que o amor move montanhas.
Obs. Nos aguarde aí no Carnaval, nossa peregrinação vai ser grande. Abraços.
Aderbal Nogueira
Só mais um detalhe: veja o que Adília diz a respeito de Canário. Não pensem só em Sila.
Aderbal Nogueira
Depoimento: Acerca da Vifda e da Morte da adorável cangaceira ARISTEIA ...
"Quando participei em março de 2011 do 1º seminário internacional de Maria Bonita ocorrido na cidade de Paulo Afornso-BA, além de Canindé de São Francisco-AL e Piranhas-SE e Angicos tive o prazer de visitar Aristéia em sua residência sob os aupícios do camarada Manoel Severo, ante a grata companhia dos pesquisadores: Jack de Witte(o francês) e Bosco André(M.Velha) na cidade onde ela morava - Delmiro Gouveia-AL.(foto).
O que foi para mim um prazer incomensurável ter a rara oportunidade de conversar demorada e agradavelmente com aquela verdadeira lenda do cangaço nordestino. Um momento inesquecível. Ela era uma figura humana deveras alegre, amigável e cortês. Portanto, um diálogo recheado da mais pura história... algo que presumo não ter preço.
Na mesma ocasião do seminário também estive em Nazará da Floresta-PE com o célebre volante dos Nazarenos - históricos combatentes do bando de Lampião - o tenente João Gomes de Lira(foto) também recentemente falecido. Rezamos desde já por ambos..."
José Cícero -
Pesquisador do cangaço
Conselheiro do Cariri Cangaço
Aurora-CE.
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João, parabéns pelo o excelente texto, você como sempre, foi muito feliz em suas colocações.
Saudações cangaceiras
Juliana Ischiara
Parabens cabra da peste João de Sousa Lima, muito bom e lúcido seu artigo
Netinho
Ola - nessa questão de amor no cangaço, eu não entro. Sila me confessou que nunca amou Zé Sereno, que respeitava ele como homem e como Cangaceiro. Para descobrirmos se havia amor no cangaço é preciso estudar a mulher em todos os seus contextos, desde a Eva de Adão até as mulheres da atualidade. Só sei de uma coisa: a mulher se acostuma com tudo e com todos, se adapta a todas as circunstancias é o ser mais complexo que existe - jamais a compreenderemos. Alfredo Bonessi - SBEC - GECC
Terreno movediço essa coisa de amor no cangaço.
Leila Jereissati
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