Grupo de Moita Braba em Dezembro de 1938, foto: Diário da Noite
Uma grande quantidade de mulheres adentraram as fileiras do Cangaço depois da entrada de Maria Bonita . Algumas foram forçadas a levar essa vida, outras vieram de forma espontânea. Algumas se tornaram bastante conhecidas, outras ainda permanecem de certa forma no anonimato. Hoje iremos conhecer um pouco mais da cangaceira Laura. Natural de Alagoas, Laura Alves era baixa, clara, de cabelos escuros. Antes de entrar para o Cangaço Laura passou por grande decepção amorosa, pois foi abandonada pelo namorado com quem iria se casar.
A jovem Laura havia se entregado ao mesmo, fato esse que não demorou muito tempo para ser descoberto por sua família. O pai de Laura então achando que a jovem estava desmoralizada e como forma de punição a manteve reclusa dentro da própria residência. A jovem não tinha permissão para sair. Tempos depois a família de Laura foi visitada pelos cangaceiros e a jovem que vivia uma vida de reclusão resolveu acompanhá -los. Se informou com outras mulheres cangaceiras sobre as dificuldades da vida no Cangaço, mesmo ouvindo sobre a fome, perseguições e dificuldades não desistiu.
E disse que se as outras mulheres conseguiam aguentar ela também aguentaria. A jovem estava realmente disposta a sair da vida de reclusao e monotonia. Escolheu como companheiro Moita Brava, mais de forma decepcionante foi rejeitada pelo mesmo. Porém Laura não desistiu e em seguida conversou com outro cangaceiro solteiro, Manoel dos Santos que tinha como apelido Boa Vista. No Cangaço Laura recebeu o apelido de Doninha. Tinha como principais características sempre estar quieta e calada. Fez parte das entregas juntamente com seu companheiro. Após as entregas houveram notícias que estavam morando no Sul da Bahia. Na foto abaixo vemos Sebastiana, Moita Brava, Boa Vista e Laura durante as entregas em Dezembro de 1938.
Noádia Costa, pesquisadora, Teresina PI
Fonte de pesquisa: Lampião As Mulheres e o Cangaço
Antônio Amaury
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