Melquíades:O Cientista e o Cangaço


 Ecologia do Cangaço, de Melquíades Pinto Paiva


Engenheiro agrônomo, especialista em Ictiologia, doutor em Ciências pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e, antes de tudo, nordestino. Melquíades Pinto Paiva, cearense de Lavras da Mangabeira, carrega lembranças da mãe cavando buracos para esconder jóias, quando a cidade era ameaçada pela chegada de cangaceiros. As memórias ficam. A cultura nordestina enraíza-se na mente de seus filhos. Em paralelo com suas atividades acadêmicas na área das ciências, o professor Melquíades cultiva seu interesse pelo cangaço, construindo bibliografia sobre o assunto e estudando os variados aspectos dessa atividade.

Em sua obra "A Ecologia do Cangaço" , uniu o seu saber acumulado sobre o cangaço e sua formação de biologista, voltando estudos sobre ecologia e meio-ambiente, Melquíades Paiva realiza uma obra singular e rara. “Vi que eu podia aliar dois tipos de conhecimentos - cientista e historiador”, nesta obra, que é dividdida em quatro capítulos, temos ainda um glossário de nomes vulgares, bibliografia comentada e iconografia. 

Ainda sobre a "Ecologia do Cangaço" temos em seu primeiro capítulo, “Tempo e espaço do cangaço”, as delimitações e classificação das áreas de atuação, como setores de atividade, de recrutamento, de repouso e de fuga. Em “Gente do cangaço”, Melquíades descreve a origem das pessoas que viveram a saga do cangaço, suas características físicas e culturais. “Eles não tinham pousada certa, estavam sempre varando o mundo; possuíam forte conhecimento das caatingas e de suas fontes ou poços d´água; carregavam tralha de até 40 quilos, vencendo a pé distâncias que chegavam a ultrapassar 100km/dia, durante três dias sem parar, sem dormir, sem comer e sem sossego, sob calor terrível. Para isto, deveriam ser jovens, com até 30 anos de idade, duros e afeitos às lutas”, escreve Melquíades. 

No terceiro capítulo, “Vida no cangaço”, o foco é a relação desses homens e mulheres com as caatingas. Afinal, era imprescindível conhecer o local, para que pudessem se esconder, encontrar água e alimentos e também utilizarem elementos da natureza para tratamento de doenças e ferimentos. No capítulo quatro, “Guerrilhas cangaceiras”, três importantes segmentos, na saga cangaceira, são destacados: as práticas de despistamento, de combate e de fuga. Para Melquíades Paiva, então, o estudo do cangaço passa por um retorno às origens. A fascinação pelo assunto é “subjetiva”, mas é compreendida por sua nordestinidade.

Melquíades e mais uma de suas obras: Fideralina Augusto Lima

NOTA CARIRI CANGAÇO:O cientista Melquíades Paiva Pinto, especialista em Ictiologia, o estudo dos peixes; criou, na década de 60, o Instituto de Ciências do Mar, o Labomar. Fez seu doutorado em Ciências pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), nos anos 70. No mesmo período, foi representante oficial do Brasil em 19 missões diplomáticas e vice-presidente da Comissão Internacional para a Conservação dos Atuns do Atlântico. Reside no Rio de Janeiro, e foi agraciado com o Troféu Sereia de Ouro, outorgado pelo Sistema Verdes Mares, uma das mais destacadas comendas do estado do Ceará. Fontes: enciclopedianordeste.com.br e diariodonordeste.

Melquíades Pinto Paiva

Prezado Severo,
Estarei em Fortaleza entre 27/02 e 11/03/2010. Apareça na Reitoria da UFC, às 18:30 horas do dia 05/03 - então farei o lançamento do meu livro "Breves Memórias do espaço e do tempo", comemorativo da passagem do meu 80º aniversário.

Um abraço

Melquíades Pinto Paiva
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4 comentários:

CARIRI CANGAÇO disse...

Recebi o email abaixo:

Caro Manoel Severo

Essa obra do escritor Melquíades: Matriarca do Sertão - Feideralina Augusto Lima; é uma das significativas obras literárias dos últimos anos, retratando essa personagem marcante de Lavras da Mangabeira; dona Fideralina, parabéns por nos trazer esse grande cientista/pesquisador e escritor Melquíades Pinto Paiva.

Fernando Alencar.

Nota: Fernando, nós é que nos sentimos honrados pela amizade de Melquíades.

Caros amigos, muitas vezes recebo emails relacionados às postagens de nosso blog; seria bom se pudessem colocá-los diretamente na área de comentários, ok? Qualquer dúvida ver postagem anterior neste mesmo blog, sobre o assunto.

Abraços.

Manoel Severo.

Anônimo disse...

Dr. Melquíades Pinto Paiva sem dúvidas o maior conhecedor da bibliografia do cangaço. Sua obra a Ecologia do Cangaço é um bíblia e recomendo a todos que estão começando a pesquisar a temática.

Saudações,

Dr. Gregório Fernandes; Rio Claro SP

Marcos Vieira disse...

Melquíades Pinto Paiva é uma das pessoas mais fantásticas que tive possibilidade de conviver.
Abraço ao meu amigo Manoel Severo e quero compartilhar um pouco desse espaço virtual para expressar minhas opiniões sobre o tema.
Marcos Vieira

Manoel Severo disse...

Estimado amigo irmão Marcos Vieira, saiba que para nós é um grande prazer te-lo fazendo parte desta grande família. E Melquíades é realmente essa figura ímpar, sensacional.

Abraços fraternos,

Manoel Severo