Nazaré do Pico e a Caravana Cariri Cangaço Por:Manoel Severo

Capela de Nazaré do Pico

Quando Aderbal Nogueira publicou seu testemunho sobre a Caravana Cariri Cangaço-GECC, externou o sentimento de todos nós. Por quantas vezes passamos por aquelas terras, por tantas oportunidades vivenciamos momentos marcantes e inesquecíveis, cheios de história, memória e muito afeto. Em um desses a saudade e lembrança foram enormes: Nazaré do Pico. Era fundamental para nós, logo que entrávamos na Vila de Nazaré, encontrar logo em seus primeiros metros... A velha e conhecida cadeira de balanço na calçadinha de uma das primeiras casas: João Gomes de Lira.


Desta vez não mais o encontramos, sua missão agora não é mais está entre nós. Todas as suas batalhas, vitorias, experiencias, ficaram guardadas, e bem guardadas como todo o carinho e atenção que ele e sua família sempre nos dedicaram, e dedicaram a todos que o visitavam. Grande tenente João Gomes de Lira esta postagem é em sua homenagem.


Nazaré e as homenagens a seus bravos filhos: Primeira Placa em homenagem aos muitos que tombaram na luta contra o cangaceirismo, aqui a homenagem a Gomes Jurubeba, pai de João Gomes de Lira e a placa da rua principal, Coronel Manoel Neto.

Chegamos a Nazaré do Pico por volta das 15 horas, o sol a pino mostrava a vila quase deserta... De repente ao descer do carro e caminhar pela rua principal: Coronel Manoel Neto, se aprochega um grande amigo de "outros carnavais"; Ulisses de Sousa Ferraz, filho do lendário Euclides Flor, comandante de Volante, Nazareno da Gema. Ulisses foi vereador por sete mandatos e vice-prefeito de Floresta, hoje se dedica a perpetuar a memória do seu lugar e de seus valentes antepassados.

Ulisses de Sousa Ferraz, filho de Euclides Flor
Caravana Cariri Cangaço-GECC em Nazaré
Luca correndo para não perder as fantásticas histórias dos Nazarenos

Primeiro foi Ulisses Ferraz, depois um a um foram se chegando e nós também fomos nos aproximando e de repente toda a vila de Nazaré estava novamente revivendo a memória de seus ilustres filhos. Dona Nanã, ou Ana Severo, que costumava dançar "muito" com Manoel Neto, seu Afonso, sobrinho do brioso militar; seu Totonho que ainda lembra a dor sofrida com a perca do pai, Hercílio Nogueira no fogo da Maranduba, seu Neco Gomes, que guarda na cabeça detalhes do dia a dia dos valentes nazarenos. Pouco a pouco a história era revivida, passo a passo, lá do céu o sol parecia ter dado uma trégua, como se também quisesse ouvir os fenomenais relatos...

Ana Severo, Nanã e Manoel Severo
Seu Totonho Nogueira, Ulisses e Lívio Ferraz e seu Afonso de Sá Sobrinho
Seu Neco Gomes sendo entrevistado por Múcio Procópio
Aderbal Nogueira e a "garimpagem" de fragmentos da história

Por fim é dizer de nossa grande satisfação e alegria em novamente visitar Nazaré do Pico ou, a Vila de Carqueja ou simplesmente Nazaré dos Nazarenos. Aqui sem dúvidas foi palco e cenário de grandes emoções, que se perpetuam com o passar dos anos. Desse solo saíram os mais aguerridos e determinados perseguidores de Lampião. Homens que não sabiam o que significava ter medo...

Múcio, Lívio, Juliana, Afrânio e Pedro Luiz
A bela e simpática Nazaré, nos acolheu sob a guarda da Serra do Pico

A João Gomes de Lira; a todos os valentes Nazarenos, suas famílias, amigos, a essa terra de gente forte, o nosso mais profundo 
respeito e admiração.
A vocês dedicamos essa postagem.

Cariri Cangaço.

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