Passagem das Pedras e a Caravana Cariri Cangaço Por:Manoel Severo


Um personagem inusitado roubou toda a cena por ocasião da visita da Caravana Cariri Cangaço-GECC ao Sítio Passagem das Pedras, berço do maior de todos os cangaceiros, Virgulino Ferreira da Silva. Esse personagem trata-se de uma pequena ovelha, linda; preta e branca; que por sua docilidade e domesticidade parece mais um animalzinho domestico; com um pequeno esforço, "passaria por um gato ou um pequeno cachorro..." A ovelhinha segue todos os passos da caseira do local, obedece a seu chamado e come arroz com leite, até parece personagem de Ariano Suassuna no Auto da Compadecida. Quando visitarem a Passagem das Pedras não esqueçam de cumprimentar esse pequeno personagem que é sem igual

O personagem principal do último dia da Caravana Cariri Cangaço-GECC
Totalmente restaurada a fazenda Passagem das Pedras traz à memória a infância do menino Virgulino

Como comenta nosso confrade e proprietário do lugar, Carlos Eduardo "Ali é um lugar polêmico e importante. Uns dizem que o parto foi de um lado da cerca, outros dizem que foi do outro lado. Mas foi naquele chão que veio ao mundo o Capitão Virgulino......." , o fato é que de um lado ou do outro da cerca, nasceu Virgulino Lampião, bem vizinho as terras da família de Zé Saturnino e o resto todos já sabem....

Múcio Procópio e o registro da visita
Juliana Ischiara
Aderbal Nogueira e Afranio Gomes
A Casa de dona Jocosa se transforma em Museu sob a guarda da famosa Serra Vermelha...

Hoje a fazenda mantém a casa de dona Jocosa (avó de Virgulino) totalmente restaurada, o pequeno museu mantido em parceira com a Fundação Cabras de Lampião; de Anildomá Willians e Cleo, é ponto de visita obrigatório para todos os amantes do tema cangaço. Uma das visões mais impressionates da própria fazendo são as da Serra Vermelha, vislumbrada ao longe, mais ao sul da fazenda. Marcante como tudo o que relaciona com a vida de Lampião.

Manoel Severo

5 comentários:

Anônimo disse...

Estimado Severo,

Não quero, não posso e não devo ser inconveniente com as coisas e as versões do cangaço e de Lampião. No entanto, talvez pela minha indesejável velhice, eu esteja vivendo de dia a noite com as mãos entre as pernas e ficando "abestado".

Há muito anos estive na fazenda Passagem das Pedras e nos escombros da fazenda Ingazeira. Na minha opacidade mental eu ainda hoje vejo a fazenda Passagem das Pedras, nas proximidades, ao lado do Riacho São Domingos, e os escombros da antiga casa da fazenda Ingazeira, também nas proximidades da Passagem das Pedras, e ao lado a casinha de dona Jacosa.

Pois é! Fiquei velho, abestado e desmemoriado. Em minha cabeça eu vejo a Passagem das Pedras dos dias atuais em um local totalmente diferente daquele em que eu estive lá.

Que miragem foi aquela quando eu vi a casa da Passagem das Pedras, com seu telheiro, à beira do Riacho São Domingos e hoje esse riacho não está a vista de quem está na casa da Passagem das Pedras.

O riacho caminhou e se mudou, ou eu sou uma besta quadrada?

Severo, Carlos Eduardo, Anildomá e todos os nossos vaqueiros da história, por favor, façam com que eu retire essa imagem e esse engano de minha cabeça e me mostrem que eu estou realmente enganado, e o que é pior, abilolado.

A todos vocês o meu abraço.

Alcino Alves Costa
O Caipira de Poço Redondo

Anônimo disse...

Esse recanto do sertão é um lugar onde faço minhas peregrinações, pelo menos tres ou quatro vezes ao ano. Lá, fiz grandes amigos, como o João de Dandi, Dorgival, Louro e outros mais. Nunca fui na Passagem das Pedras sem antes ir dar um abraço no querido Luiz de Cazuza.
Tambem não dá para visitar essa terra sem, depois da visita, ir tomar umas canas com meus compadres Domá e Cleo, regado com um macio pedaço de bode com buchada!
Eita saudade grande, poeta!

Paulo Moura

Anônimo disse...

Meu prezado mestre e amigo Alcino, muito bom saber que o grande sertanejo de Poço Redondo está atento as mudanças ocorridas lá na terra onde nasceu Lampião. De fato houve pequenas mudanças no local, porém confio que o lugar onde foi construida a casa que representa a antiga morada de Da. Jacosa, é exatamente o mesmo. Na época da construção pessoas que conheceram a casa antiga foram consultadas para que a nova casa mantivesse as características da residência onde Virgulino passou boa parte da infância. Infelizmente não foi encontrado nenhum registro fotográfico da velha casa que permitisse assegurar que a nova construção é réplica fiel do antigo imóvel.
Fora isso, a casa sede da antiga fazenda, não resistiu a uma chuva muito forte e infelizmente ruiu, antes que pudessemos tentar recuperá-la. Essa casa não existia na primeira década do século passado, quando a terra pertencia a família de Lampião.
É sempre um prazer dialogar e aprender com mestre Alcino, homem de elegância e muito respeito ao debater e ensinar. Sem deixar-se contagiar pelo orgulho excessivo que as vezes leva ao exagero desagregador.
C Eduardo

Anônimo disse...

Estimado C. Eduardo,

As suas palavras generosas e as suas abalizadas e sinceras informação sobre as reformas e transformaçõs do local de orígem das casas das fazendas Passagem das Pedras e Ingazeira me deixaram completamente satisfeito e convencido do que realmente aconteceu, principalmente por duas razões. Uma delas é que felizmente ainda posso confiar em minha mente rsrsrsrs. A outra é ter recebido os informes vindo de um homem que além de sua competência e dignidade é uma pessoa que prima a sua vida pelo respeito, consideração e amizade sincera a todos os seus confrades, os nossos vaqueiros da história.

Carlos Eduardo, você sabe que eu tenho muita estima por você.

Obrigado pela consideração.

Abraços, desse seu amigo de fé.

Alcino Alves Costa
O Caipira de Poço Redondo

Anônimo disse...

Grande Manoel Severo, vc é um lutador. Parabens por mais esta empreitada de sucesso.

Obrigada

Lídia Gonçalves