José Cícero recebe o Cariri Cangaço no Tipi de Marica Macedo
Nasceu ao que tudo indica no início de 1865 na localidade de Gameleira do Pau na serra do Araripe região do Jamacaru (bem ao lado da fazenda Serra do mato do não menos famoso cel. Santana – conhecido coiteiro de Lampião) em Missão Velha.
Em 1891 após casar com José Antonio de Macedo(Cazuzinha) seu parente, o casal decide ir morar em Aurora comprando a propriedade do sítio Sabonete onde mais tarde se formaria a vila Tipi; local onde fixara residência até o fim da vida. A força do seu nome foi muito além do riacho do Tipi de onde construiu o seu poder. Que além de político era alicerçado no criatório de gado, lavoura de milho, algodão, casa de farinha e engenho de rapadura.
Gostava de idéias novas e pioneiras. Como por exemplo, quando Antonio Macedo (seu filho), assumiu a prefeitura em 1919 ela ordenou que o município fosse dividido em quatro partes para facilitar a administração. Cabendo a ela própria gerir os problemas e os interesses da região que ia do sítio Cobra, Sabonete, Mel e Tipi até à fronteira com a Paraíba. Há quem diga, que fizera inclusive. uma excelente administração.
Gostava de idéias novas e pioneiras. Como por exemplo, quando Antonio Macedo (seu filho), assumiu a prefeitura em 1919 ela ordenou que o município fosse dividido em quatro partes para facilitar a administração. Cabendo a ela própria gerir os problemas e os interesses da região que ia do sítio Cobra, Sabonete, Mel e Tipi até à fronteira com a Paraíba. Há quem diga, que fizera inclusive. uma excelente administração.
Da casa grande, quanto da bagaceira do eito dava ordem aos seus comandados com a mesma autoridade e energia dos coronéis do seu tempo. Suas determinações tinham verdadeira força de lei. Tornando-se, por conseguinte, uma mulher de invejável poder e respeito não somente no que tange às questões familiares, como inclusive na política aurorense onde se pontificou por vários anos não, diretamente, mas através de filho, parentes e aliados.
Casais Lamartine Lima e José Cícero no Cariri Cangaço Aurora com Manoel Severo
Esteve no centro de questões emblemáticas, a exemplo do chamado “fogo do Taveira” que redundou na invasão e saque de Aurora em 1908 por mais de 600 jagunços sob o comando de Zé Inácio do Barro ante os auspícios de quase todos os coronéis da região. Quando foi deposto por meio das balas o então intendente municipal Antonio Leite Teixeira Neto(Totonho de Monte Alegre) pondo em seu lugar o seu fiel aliado, o cel. Cândido do Pavão. Um episódio que de tão marcante ainda hoje ocupa lugar de destaque nos anais da história do Cariri, do Ceará e do Nordeste.
O tal 'fogo do Taveira' aconteceu entre os dias 16 e 17 de dezembro de 1908 no sítio Taveira de Aurora, situado já nos limites de Milagres e contíguo ao Barro. Quando num tiroteio fora morto o seu filho mais novo José Antonio de Macedo(Cazuza) de apenas 14 anos sendo também ferido o proprietário da casa . Coincidentemente, mesmo dia e na mesma ribeira se dava a polêmica demarcação das célebres minas do Coxá pertencentes ao padre Cícero Romão Batista. Objeto de disputa entre o sacerdote e pequenos sitiantes das imediações. O que decerto, contribuiu ainda mais para o acirramento dos ânimos entre a gente do coronel Totonho de Monte Alegre, Marica Macedo, Zé Inácio do Barro e coronel Domingos Furtado de Milagres.
Sabendo disso, Marica solicitou ajuda a Floro Bartolomeu que se encontrava nas imediações do sítio Maracajá(Pavão) com um grupo jagunços armados até os dentes. Não querendo participar diretamente do conflito o representante do padre Cícero apenas usou do seu prestígio junto ao então governador do estado - Nogueira Acióli que ordenara a retira imediata do destacamento policial que dava apoio ao cel. Totonho. O que facilitou ainda mais a estratagema para a invasão e deposição do então intendente municipal. Assim, o fogo do Taveira representou o verdadeiro estopim para a invasão e saque de Aurora, por cerca de 600 jagunços a mando dos coronéis da região a pedido de Marica.
Sabendo disso, Marica solicitou ajuda a Floro Bartolomeu que se encontrava nas imediações do sítio Maracajá(Pavão) com um grupo jagunços armados até os dentes. Não querendo participar diretamente do conflito o representante do padre Cícero apenas usou do seu prestígio junto ao então governador do estado - Nogueira Acióli que ordenara a retira imediata do destacamento policial que dava apoio ao cel. Totonho. O que facilitou ainda mais a estratagema para a invasão e deposição do então intendente municipal. Assim, o fogo do Taveira representou o verdadeiro estopim para a invasão e saque de Aurora, por cerca de 600 jagunços a mando dos coronéis da região a pedido de Marica.
Nada acontecia na Aurora do seu tempo, tanto na política quanto nas questões mais comezinhas que não fosse do seu inteiro conhecimento. Influente e respeitada era de fato uma grande liderança. Ao passo que também, tinha a força de juiz, prefeito, delegada, assim como senhora de engenho e conselheira familiar.
Uma mulher sertaneja que, dentre outras qualidades, se notabilizou sobretudo por está muito além do seu tempo... Morreu supostamente de ataque cardíaco em 6 de janeiro de 1924 na residência de sua filha, localizada a rua José dos Santos, na beira fresca de Aurora.
Prof. José Cícero
Secretário de Cultura e Turismo
Pesquisador do Cangaço
e Conselheiro do Cariri Cangaço.
Aurora – CE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário