Uma nação chamada Sertão. Um oceano de terras abundantes e preponderantemente marcadas pela Caatinga, bioma peculiar, curioso e apaixonante, encravadas no espaço geográfico da região Nordeste com seus mais de 1.558.000 km² . Caatinga no idioma tupi-guarani, significa "Mata Branca"; coloração típica de sua vegetação por ocasião dos intermináveis períodos de estiagem, tão próprios do nosso lugar. No litoral nordestino desembarcaram os colonizadores; espanhóis, portugueses e holandeses; trouxeram os negros da África e aqui encontraram os índios, nativos das muitas nações espalhadas por todo esse maravilhoso chão. Esses elementos acabaram compondo extraordinária miscigenação que formaria o caráter do homem sertanejo. Por aqui , o extrativismo vegetal, o cultivo da cana-de-açúcar e a pecuária começaram a moldar os primeiros raios de um desenvolvimento rudimentar e que viria a moldar as relações e os interesses dos muitos personagens e protagonistas dessas plagas nordestinas.
Por aqui passaram homens e mulheres que devotaram-se à construção de um povo, notadamente gente de raiz, força e fé. É no contexto das memórias e histórias dessa gente que nasce o Cariri Cangaço. Inicialmente para estudar com mais profundidade este fenômeno que é só nosso e que possui tanta força e capilaridade, apesar da dor que causou ao bom povo sertanejo: o cangaço.
Apesar de na sua origem o Cariri Cangaço ter seu foco no estudo do cangaço; não nasceu com o sentimento de fazer apologia ao mesmo, ou ao banditismo rural, aos cangaceiros, ou mesmo à violência que cercava o fenômeno, enfim; não nasceu para "mitificar" e nem procura elementos para "endeusar" Virgulino Lampião; seu principal protagonista ; nem nenhum outro personagem dessa saga sertaneja tão penosa e cheia de dor. O verdadeiro sentimento que moveu a criação do Cariri Cangaço foi o de proporcionar um ambiente ainda mais propício para o debate e aprofundamento dessa temática que é tão marcante e capilar em nossa terra e em nossa gente, buscando uma leitura ainda mais lúcida e responsavel sobre tudo o que aconteceu por aquelas épocas no nosso sertão.
O Cariri Cangaço fundado na região do Cariri, no sul do estado do Ceará, nasceu com esse sentimento; lúcido e responsável; promovendo fóruns qualificados e multidisciplinares que propiciam de forma clara, uma melhor discussão não só sobre o fenômeno cangaço; tão rico e intrigante; mas sobre muitas outras temáticas ligadas ao nosso sertão. O Cariri Cangaço com um formato específico; de caráter itinerante, tem reunido a partir de uma programação plural, dinâmica e universal, personalidades locais, regionais e nacionais do universo da pesquisa e estudo das temáticas ligadas às Tradições, Memórias e Histórias do Nordeste, em conferências e debates, visitas técnicas e acadêmicas, mostras de cinema , vídeo e documentários, exposições de artes, latada do livro; com lançamentos e feiras literárias, assim, atualmente em seus quinze anos de realizações, configura-se como um dos maiores e mais respeitados fóruns de debates e aprofundamento sobre temas ligados ao Cangaço e sertão nordestino do país , contemplando também temáticas capilares ligadas ao fenômeno, como: Coronelismo, Religiosidade, Messianismo, Cultura, Musica , Culinária, Estética, e outros, unidos a partir de um evento único no Brasil e no mundo.
Hoje; o Cariri Cangaço rompeu as barreiras do estado do Ceará , estando presente em 34 municípios de 07 estados da federação: Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, já realizou mais de 250 Conferências, 300 Visitas Técnicas, 100 livros lançados, reunindo mais de 700 pesquisadores e mais de 60 mil pessoas em todas as suas realizações.
Já receberam edições do Cariri Cangaço os municípios: No Ceará: Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha, Missão Velha, Aurora, Porteiras, Barro, Milagres, Lavras da Mangabeira, Fortaleza, Brejo Santo e Quixeramobim, Natal no Rio Grande do Norte; na Paraíba: Sousa, Nazarezinho, Lastro, Princesa Isabel, São José de Princesa, Campina Grande, Gurjão e Catolé do Rocha, em Pernambuco: Floresta, Exu, Serrita, São José de Belmonte, Serra Talhada, Calumbi e Triunfo. Em Alagoas: Piranhas e Água Branca, em Sergipe: Poço Redondo e na Bahia: Pedro Alexandre e Paulo Afonso; numa das mais autenticas Festas da Integração da Alma Verdadeiramente Nordestina.
Além dos grandes eventos presenciais patrocinados pela marca Cariri Cangaço, o empreendimento mantém nas redes sociais, um blog (cariricangaco.blogspot.com) um canal no YouTube com programas ao vivo e gravados e perfis no Instagram, Face Book e WhatsApp.
Manoel Severo Gurgel Barbosa
Fundador e Curador do Cariri Cangaço
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