Fazenda Jenipapo no Cariri Cangaço Floresta 2016

Manoel Severo, Curador do Cariri Cangaço

Eram quase 11 da manha do dia 27 de maio de 2016 quando a Caravana Cariri Cangaço Floresta 2016, saindo de Nazaré do Pico chegava a tradicional Fazenda Jenipapo; propriedade de Abel Tomaz de Souza Nogueira e Maria Gomes, a cerca de 5 km da vila nazarena, na estrada que liga Nazaré a Betânia. 

Recebidos pelos descendentes dos Gomes Jurubeba, tendo a frente Mabel Nogueira, os convidados do Cariri Cangaço puderam conhecer de perto um dos principais cenários da história da refrega dos filhos de Zé Ferreira com os nazarenos, aqui vamos encontrar memória, história, coragem, valentia, sangue e dor...

João Simplício, Narciso Dias, Ivanildo Silveira e Kiko Monteiro
 Fazenda Jenipapo um dos principais cenários em Nazaré do Pico

"Alguns episódios marcaram as lembranças da família em relação ao cangaço. Certa vez estava Antônio Gomes Jurubeba; pai de Maria Gomes; retelhando a casa do Jenipapo, era o ano de 1919, juntamente com seu sobrinho João Jurubeba, quando viram aproximarem-se os cangaceiros. João avisou: “são os cangaceiros”, no que seu tio Antônio permaneceu calado, trabalhando no retelhamento." Conta Mabel Nogueira.


 Mabel Nogueira, Rubelvan Lira e Manoel Severo recepcionam os convidados no Jenipapo
Flagrantes das boas vindas de Mabel Nogueira no Jenipapo
Ivanildo Silveira, Louro Teles e Padre Agostinho
 "Nossa emoção é muito grande em novamente pisar o solo da fazenda Jenipapo, palco de acontecimentos marcantes da refrega em Lampião e os Nazarenos da família de Gomes Jurubeba."
Manoel Severo 

E continua Mabel Nogueira: "Os cangaceiros aproximaram-se da casa, eram os irmãos Ferreira: Virgulino, Antônio e Levino, quando Lampião falou: “benção tio Gomes !” e Gomes Jurubeba sem olhar para o grupo, respondeu: “ não dou benção a cangaceiro.” Ouvindo isso Lampião insistiu: “tio Gomes me dê umas balas”... tendo como resposta de Gomes: “não tenho bala pra cangaceiro, se quiser compre, como eu comprei”. Lampião se dirigindo aos irmãos falou: “vamos embora, hoje Gomes não quer conversar” e saíram na direção da serra do Pico, foi quando Antônio Ferreira retrucou: “vou voltar e matar Gomes!”, entretanto foi contido por Lampião."
Bacamarteiros do Vale do Pajeú no Jenipapo e a presença da Cantoria de Raiz

Grande Festa do Cariri Cangaço na Fazenda Jenipapo

Mabel Nogueira ainda complementa: "Em outra ocasião, no ano de 1926, quando os membros da família Jurubeba estavam na Vila de Nazaré, o grupo de Lampião tocou fogo nas casas de Maria e Abel Jurubeba, de Maria Jurubeba, de Zeca e de Elói Jurubeba, todas próximas ao Jenipapo, como também mataram várias cabeças de gado. Foi na sua casa da filha Maria; no Jenipapo; que Antônio Gomes Jurubeba, passou os últimos anos de sua vida até o falecimento em 1953."

Espetacular Registro do Cariri Cangaço Floresta 2016 na Fazenda Jenipapo
por Raul Meneleu
Fonte: http://meneleu.blogspot.com.br/2016/05/lampiao-e-fazenda-jenipapo.html

É essa história de bravura e que denota a força do sertanejo do Pajeú e a tradição da família Gomes Jurubeba que consta na contra capa de um presente inigualável, recebido pelo Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo; das mãos dos descendentes de Antônio Gomes Jurubeba: Dona Maria, Seu Assis, Mabel, Maelbe e Moabe; um belo e valioso trabalho de artesanato em cerâmica em prato, com a inesquecível imagem da Fazenda Jenipapo, por ocasião de uma das visitas do Cariri Cangaço a Nazaré do Pico, em fevereiro de 2016, visita preparatória para o grande Cariri Cangaço Floresta que acontecia neste dia 27 de maio. O Jenipapo já faz parte da família Cariri Cangaço.

Cariri Cangaço Floresta
27 de Maio de 2016, Fazenda Jenipapo - Nazaré do Pico
Fotos: Ingrid Rebouças, Kiko Monteiro, Junior Almeira, José Tavares e Louro Teles
Vídeo: Raul Meneleu Mascarenhas

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