Meu sertão ‘stá cinzento, sim sinhô!
Quando nele se abate grande sede,
Todo dia é cristão dentro da rede,
Esqueleto que a morte carregou.
A família que cedo desertou
Já vai longe, num carro atrás do verde.
Pergunta, olha e grita: “meu Deus quêde
A fartura que o sol esturricou?”
Na estrada, silente, segue a vida,
Sem direito sequer à despedida,
Pra quem deixa ou quem fica, tudo em vão...
Não se chora! Chorar não vale a pena!
A lágrima não deixa mais amena
A sêca que abrasa o coração.
Para os amigos Manoel Severo e Dílson Tavares
Leandro Cardoso Fernandes
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