No primeiro dia do mês de dezembro do ano de 1914, foi recolhido à Casa de Detenção do Recife, o famoso bandoleiro Antônio Silvino, indiciado em 26 processos, por isso condenado a 239 anos e 8 meses de prisão, dos quais cumpriu apenas 23 anos, por ter sido indultado pelo presidente Getúlio Vargas, em 1937.
Um dos mais famosos nomes da história do cangaço, Antônio Silvino, antecessor de Lampião, foi nascido Manuel Batista de Morais, em Ingazeira (1875) sertão do Pajeú, e falecido em Campina Grande (1944), tendo passado para a história com os títulos de “Rifle de Ouro” e “Governador do Sertão”. Sua atuação ocorreu em quatro Estados da região Nordeste do Brasil durante quase duas décadas (1895 – 1914), com passagens quixotescas ainda hoje cantadas em prosa e verso por poetas populares e eruditos:
“Ai! Eu não vim ensinar
Filho do sol do deserto,
Sou dono do meu destino,
Meu canto é o rifle de ouro
Que foi de Antônio Silvino!”
(Ariano Suassuna)
Bem assim, esse Antônio Silvino, figura brava de cangaceiro, durante as suas incursões pelo sertão, também deixou registrada a sua passagem no município de Belmonte, esse fato gerou notícia que foi publicada no jornal carioca “O Paiz (RJ), Ed. 10161, de 1/8/1912:
“Um destacamento do regimento policial do Estado, comandado pelo alferes João Luiz de Carvalho, teve no município de Belmonte um encontro com o bando chefiado por Antônio Silvino. Do forte tiroteio que se travou, resultou a morte do cabo de polícia Silvino de Barros, e ficou ferido gravemente um dos soldados. Os cangaceiros, internaram-se pelas fronteiras do Estado do Ceará não sendo mais encontrados, e o destacamento, abandonando a perseguição, seguiu para Triunfo.”
Valdir José Nogueira de Moura
Pesquisador e escritor, Conselheiro Cariri Cangaço
Foto: Fotografias de Antônio Silvino tiradas no Gabinete de Identificação de Recife.
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