Rumo a Paulo Afonso Por:Antônio Galdino

Antônio Galdino e João de Sousa Lima

O Cariri Cangaço, pelo rumo que ele está tomando "invadindo" as terras sertanejas para estudar o que chamei como tema: "Beatos, Coronéis e Cangaceiros", quando da realização do 1º Seminário do Centenário de Maria Bonita, aqui em Paulo Afonso, em 2009, 2010 e 2011, que tive a ousadia de fazer, enquanto Diretor do Departamento de Turismo (que deixei há vários anos) com a coordenação de João de Sousa Lima. Vejo, com alegria, que o tema, na época acanhado e com pouco apoio (como se vê até hoje), se alargou e saiu fincando raízes firmes por este Nordeste imenso. 

Que coisa boa acompanhar, mesmo à distância (nem tanta) o projeto Cariri Cangaço e vê-lo vingar nas terras cearenses, chegar a Pernambuco, entrar pelas Alagoas, bem pertinho de Paulo Afonso, mas ainda não se abancou por aqui, o que, como disse ao meu amigo João de Sousa Lima há uns tempos, já poderia ser associado ao encontro de Piranhas... o que fez agora o amigo Edvaldo Feitosa, de Água Branca. 



Que as histórias dos muitos cangaceiros, seus coiteiros e dos soldados das volantes, assim como as histórias de tantos coronéis desse sertão, lamentavelmente anarquisados no personagem do Sarué, da novela Velho Chico, inventado pela Globo, com seu cabelo acaju e suas roupas fantasiosas que estão longe da figura dos coronéis mostrados pela literatura brasileira -apresentados por Jorge Amado, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Raquel de Queiroz, Euclides da Cunha - e beatos e messiânicos como Padre Cícero, Antônio Conselheiro, Pedro Batista (de Santa Brígida), todos nordestinos, sertanejos, se não de nascimento, mas de sobrevivente destas terras. Parece atéo título de um livro - quem sabe... - "Coronéis, Beatos e Cangaceiros"... 

Sucesso em Piranhas, Água Branca e onde chegarem esse cavaleiros, desbravadores modernos do meu sertão de tantas histórias... Quem sabe, um dia, o CARIRI CANGAÇO se achegue por estas bandas, com as mesmas pompas e cerimônias e com a acolhida que sempre tem aonde chega... Grande abraço. 

Professor Antonio Galdino.
Editor da Folha Sertaneja
Paulo Afonso, BA

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