Sete chaves dentro do cangaço... Por:Archimedes Marques


Archimedes Marques
Quem conhece o cismado sertanejo sabe muito bem que jamais um cidadão que tivesse qualquer desconfiança da sua masculinidade, por mínima que fosse, jamais teria condições de chefiar homens cuja coragem e machismo eram cultivados e levados às últimas consequências.
Uma análise criteriosa, baseado em tudo que já foi escrito sobre o fenômeno cangaço em centenas de livros, em tudo que já foi pesquisado, em tudo que já foi historiado, nenhum desses homens e mulheres que se embrenharam caatinga adentro no rastro desses sanguinários bandidos, em especial no rastro de Lampião, entrevistando cangaceiros sobreviventes, coiteiros, policiais, perseguidores, amigos e inimigos de Lampião, investigando os fatos, comparando depoimentos, colhendo historias, comparecendo aos locais das guerras do cangaço, aos locais das atrocidades praticadas pelos bandoleiros, conversando com todos os que vivenciaram aquela época de dor e lagrimas dos sertões nordestinos, a exemplo de Alcino, Amaury, João de Sousa Lima e tantos outros amigos pesquisadores e escritores do Cangaço, nunca disseram tamanho disparate quanto o autor do livro “Lampião, o mata sete” diz na sua obra.
Archimedes Marques e Manoel Severo
Haveria possibilidade de se fazer sexo a três de uma maneira silenciosa, calada, quieta e escondida de vinte ou mais pessoas entre cangaceiros e cangaceiras, saindo Luiz Pedro na calada da noite da sua barraca deixando sua companheira Neném dormindo para entrar na barraca de Lampião e Maria Bonita sem que ninguém desconfiasse de nada, nem mesmo os vigilantes do acampamento?...
O suposto triângulo amoroso vivido por Lampião, Luiz Pedro e Maria Bonita, pela lógica, não havia possibilidade alguma de se manter um segredo desse a “sete chaves dentro do cangaço”. As próprias condições físicas do ambiente em que viviam os cangaceiros, nas caatingas, sem teto para dormirem, sem quatro paredes para fazer e acontecer sem ninguém ver ou escutar o que estava ali ocorrendo, não dá qualquer margem de suspeita para uma possível relação sexual a três em segredo. Não teria o trio a mínima condição de enganar todos os componentes do bando a todo tempo, justamente um tipo de amor tão combatido, jamais admitido pelos ferozes e sanguinários bandoleiros.  
Como era que o cangaceiro Luiz Pedro manteria relações sexuais com Maria Bonita e Lampião dentro de uma pequena barraca de pano - que eles chamavam de torda - sem chamar atenção ou fazer qualquer barulho a ponto que os outros cangaceiros não desconfiassem, não vissem e nem escutassem nada de anormal?...
Ademais o próprio Luiz Pedro também tinha a sua mulher, Neném. Estaria ela envolvida também nessa triangulação amorosa que no caso já seria um quarteto amoroso, sem chamar a atenção dos machistas cangaceiros que viviam naquele mesmo plano de moradia como se uma grande família fosse?...
Será que todos os cangaceiros eram tão idiotas a tal ponto de nada maldarem com uma safadeza dessa se passando ao seu redor?... Seria possível que esse segredo tenha sido mantido preso a sete chaves e dezenas de cangaceiros sobreviventes não tenham dito nada nas suas entrevistas, até porque não tinham nada mais a perder, pois Lampião, Luiz Pedro e Maria Bonita já estavam mortos?... O autor entrou em contato comigo reclamando que eu estava fazendo propaganda contra o livro dele e argumentou alguns fatos como sendo provas que facilmente eu contestei e não foi contra-razoado. Assim, apesar de não ter lido o livro dele, acredito que todas as suas alegações maldosas serão colocadas por terra, pois não existe sustentáculo algum de provas verdadeiras em seu livro. Tudo parece mesmo uma triste maneira de aparecer para vender o seu peixe, mesmo que ultrapassando, pisando e enlameando a história de um trio de cangaceiros que jamais vivienciaram tal safadeza, e porque não dizer, uma suja tentativa de mudar a história do cangaço com afirmativas inveridicas quanto a honra sexual dos três atingidos.
Saudações e abraços a todos que fazem o Cariri Cangaço.
Archimedes Marques

Um comentário:

josé sabino bassetti disse...

Olá meu pessoal.

Essa não! Suruba no cangaço? Aí já é brincadeira.
Quando explodiu a noticia que um espirito de porco lá de Aracaju, havia escrito um livro revelando que Lampião além de brocha, era corno e também não era tão macho assim. O mundo do cangaço pegou fogo. Depois que vários pesquisadores leram o livro e,divulgaram que os argumentos usados pelo autor para provar tal coisa, são demasiadamente fracos, e que seu conhecimento sobre cangaço inexiste, a coisa ficou mais calma. Tenho certeza que passado o impacto da noticia,com conhecimento das besteiras escritas, o tal livro já caiu no descrédito virando até motivo para gosações.Se o livro vier a ser liberado, sua procura vai ser quase nenhuma. Gostei...

Mas valeu o texto muito bem feito do meu amigo Archimedes. Concordo inteiramente com ele.

Abraço a todos.

SabinoBassetti