Julián Antero de Zugasti Sáe Por: Ana Lourença


Aldeia na Região da Andalucía, Espanha

Um Homem que mudou a história de seu país.
Julián Antero Zugasti y Saenz (1839-1915) foi um ilustre chefe político e historiador que exerceu um cargo muito importante na Espanha. Ele se consagrou como o político que conseguiu combater o bandoleirismo no país. Com sagacidade, competência e astúcia ele conseguiu identificar dentro da sociedade quem realmente pertencia, direta ou indiretamente, o fenômeno denominado por ele como “plaga social”.


Para falar sobre o “fenômeno bandoleirismo” e entender um pouco mais a nossa realidade, em relação ao cangaço, é importante voltarmos ao passado da Espanha e debruçar-nos em sua formação histórica. A antiga Hispania era formada por povos diferentes, com histórias importantes, um passado curioso e interessante. Cheia de sonhos e realidades e de muito contraste.


Em 1760 Espanha vivia uma realidade que não era comum nos países europeus. O bandoleirismo imperava em todas as Regiões do país, inclusive na capital. As autoridades resolveram tomar medidas sérias para resolver o problema. Primeira, nomear uma pessoa para chefiar a missão. O escolhido foi o político e historiador Julian de Zugasti. Na época era um jovem de apenas 33 anos de idade.



Mapa da Região da Andalucía



Andalucía foi à região escolhida para instalar o quartel general. A sede ficou na cidade de Córdoba, sendo que Zugasti tinha autoridade extensiva às cidades de Sevilha e Málaga.

Para Zugasti começar desenvolver sua tarefa, teve que usar algumas táticas. Destacou policiais disfarçados de mendigos, vendedores de rua, engraxates, garis e outros profissionais para manterem contatos com as pessoas, ou apenas ouvi-las à distância. Com isso descobriu-se que diretamente e indiretamente existiam pessoas de todas as classes sociais que estavam envolvidas com os bandoleiros. Padres também.

Existiam vários tipos de “bandidos”. Eles se organizavam por grupo de interesses. Havia grupo especializado em roubar frutos, azeitonas; gados; porcos, cavalos; seqüestro de pessoas. Também existiam associações secretas. “Os bandidos”, como eram conhecidos, dividiam-se em três classes: contrabandistas; ladrões e salteadores. Causas apontadas como determinantes para o surgimento do bandoleirismo espanhol, na Região Sul: a influência do clima, o caráter e os costumes dos habitantes. Também têm a ver com os antecedentes históricos da época da reconquista do território espanhol, a atual Espanha.
Ana Lourença e Manoel Severo

Para alguns autores há três motivos para a predominância do bandoleirismo em Andalucía: o atraso na região, povo considerado inculto e o abandono das autoridades em relação à repressão aos marginais.

O fenômeno bandoleirismo, vale a pena estudá-lo. É algo muito extenso e que não foi conservado como deveria, tendo em vista que para os grandes estudiosos não era assunto de grande importância na época, em se tratando de registrar por escrito. Os estudiosos, espanhóis o estrangeiros que se dedicaram ao estudo do fenômeno” descobriram que o assunto foi e é de grande relevância, mas com passar do tempo muitas informações ficaram para trás.

Para conhecer melhor o que foi o bandoleirismo espanhol é importante ler a obra de Zugasti “El Bandolerismo: Estudio social y Memorias Históricas, (1876-1880). Ela é, narrativa, histórica com elementos autobiográficos. Uma obra rara e valiosa. Foi escrita por Zugasti com base em fatos reais.

Professora Ana Lourença Lopes Gomes
Brasília - DF

NOTA RECEBIDA: Caro amigo Severo, estou enviando ao Blog do Cariri Cangaço um fragmento da história do "bandoleirismo espanhol", espero que possa interessar aos seguidores do cangaço. Um forte abraço da amiga de sempre, Ana.

Um comentário:

Anônimo disse...

Severo,

como participante do último encontro Cariri Cangaço, gostaria de ter acesso ao DVD sobre o mesmo.
Bem como mais informações sbre o proximo
encontro Cariri Cangaço.

José Emilson Ribeiro
Secretaria de Cultura de João Pessoa