O Ciclo do Cangaço não é só Violência Por:Aderbal Nogueira




Severo, Aderbal Nigueira e Wilton Dedê

Em viagem recente com o amigo Severo ao Rio Grande do Norte, comentei com o colega Honório sobre um modesto trabalho que estou escrevendo, falando de depoimentos que me foram prestados por algumas pessoas ligadas ao cangaço e que para mim tem um enorme significado, pois faz parte do mais puro sentimento que as pessoas carregam consigo mesmas, mesmo sem perceberem. Tratam de coisas simples, sem importância para a longa e dura história do cangaço, mas que com certeza deixou marcas em quem as viveu, pois apesar de tudo não as esqueceram, mesmo tanto tempo depois. Vou narrar algumas para que os amigos que têm uma sensibilidade maior possam entender porque isso me marcou tanto.

Em uma viagem com Sila, na época em que estava fazendo o vídeo sobre a sua vida, em uma determinada estrada no sertão pernambucano, numa época de seca terrível, isso no lusco-fusco do fim de tarde, naquele horário em que o sol está se pondo e cai uma tristeza terrível com a noite que vai chegando no sertao, vinha eu dirigindo e ao olhar para o lado, Sila estava chorando. Perguntei o que ela tinha e ela não respondeu. Tornei a perguntar, aí ela disse: "- Aderbal, essa hora da tarde é a hora mais triste de minha vida, pois quando eu tava no mato acompanhanda de Zé Sereno eu só pensava quando é que eu ia ver minha família de novo, se ainda ia tornar a vê-los, pensava quando era que eu ia comer feijão, arroz e tudo o mais que eu tinha antes, e pensava também se eu ia estar viva no dia seguinte." Vejam o que se passava na cabeça daquela menina de 13 anos. Coisas simplórias, comer arroz, comer feijão; somente quem viveu aquilo pode saber o significado daqueles desejos.


 Aderbal Nogueira em Noite do Cariri Cangaço

De outra feita vi o valor que um simples chapéu tinha para o homem nordestino. Ao gravar com o Tenente Pompeu Aristides de Moura, aquele que foi um dos responsáveis pela morte de Virgínio, cunhado de Lampião, ele me narrou o fato que em um tiroteio ele levou um açoite de bala que atirou longe o seu chapéu. Ele olhou para mim com uma cara de espanto e disse: "- Nessa hora do tiroteio fugiu todos os companheiros, mas como era que eu ia fugir e ainda deixar o meu chapéu? O que é que os cangaceiros iam dizer de mim? Fugiu e ainda deixou o chapéu? Não, eu não podia deixar meu chapéu, pois eu pulei e o agarrei." Ou seja, fugiu, mas fugiu com honra levando o seu chapéu.

Em outra oportunidade eu e o amigo Paulo Gastão estávamos a entrevistar o Senhor Francisco Rodrigues, um dos defensores de Piranhas no famigerado ataque de Gato àquela cidade para resgatar Inacinha. Quando Seu Chiquinho Rodrigues, ao narrar-nos o grande tiroteio, de repente para e diz: "- Olhe, foi a primeira vez que eu vi um homem sem chapéu, um rico senhor da cidade passou por mim sem chapéu, correndo para a margem do Rio São Francisco." Mais uma prova da importância do chapéu para o homem sertanejo daquela época, pois Seu Chiquinho ter parado o relato de um forte tiroteio para falar de um fato tão inusitado é porque aquilo o marcou muito.

Pois é, esse trabalho vai contar, entre outras coisas, de relatos como esses e muitos outros mais. Vai ser um trabalho sem a mínima pretensão, a começar que não vai ter fontes bibliográficas, pois todo ele será feito em cima de depoimentos gravados por mim ao longo de algum tempo. Espero também, quem sabe, colocar um dia todos eles em dvd's para que todos possam ver e ouvir os fatos narrados pelos próprios. Talvez não interesse a muita gente esse tipo de relato, mas se ao menos um companheiro gostar, já estarei satisfeito.

Abraços a todos que fazem parte do Cariri Cangaço.O cangaço não é só violência.

Aderbal Nogueira

22 comentários:

Rostand Medeiros disse...

Muito bom Aderbal,

Este teu trabalho tem este lado positivo e interessante de mostrar estes detalhes simples da nossa gente, em meio a situações de terrível tensão e medo. Certamente vai ser um material diferenciado e que vai chamar a atenção de todos que gostam do assunto.
Mesmo não tendo tantos anos de estrada como você, Paulo, Frederico, Oleone e tantos outros, certamente poderei comentar um dia com meus netos (e espero conhecê-los) que um dia, na companhia do amigo Sérgio Dantas, na cidade de Santa Cruz da Baixa Verde, em Pernambuco, ao entrevistamos um senhor de 96 anos, lúcido, inteiro, que você ficava olhando e achando que ele tinha uns vinte anos a menos, nos contou sobre um encontro com o “Rei dos cangaceiros”.
De manhã bem cedo Lampião e um grande grupo de cangaceiros chegaram à bodega do seu pai. Mandaram o proprietário abrir o lugar e pediram cachaça. Logo a turma foi bebendo e se esquentando para o “fogo”. O então garoto se esgueirava entre a cabroeira, verdadeiramente fascinado com tudo aquilo. Dava gosto ver este senhor, com os olhos brilhando, narrando sobre os gestos, as armas, as roupas e várias outras coisas, principalmente o seu medo.
No meio da animação dos cangaceiros, o próprio Lampião gritou – Da família de Quelé, hoje só sai vivo quem “avoa”!
Depois de saírem da bodega de seu pai, Lampião e o bando atacaram o seu antigo aliado, o valente Clementino Quelé, na sua residência no sítio Conceição. Foi mais de cinco horas de bala. Nosso entrevistado em casa, com toda a família deitada no chão, com as balas zunindo no telhado. Os cangaceiros não conseguiram seu intento e fugiram ante a chegada de um pequeno destacamento da volante vindo de Triunfo. Três dias depois voltaram para nova refrega. Dos dois combates vários familiares de Quelé morrera e ele se tornou um dos maiores perseguidores de Lampião.
Bom, esta pequena história, ocorrida, se não me engano, em 16 de fevereiro de 1924, que nem é tão importante assim no contexto geral do cangaço, me fascinou. Ver aquele senhor tão idoso andar para lá e para cá, fazer “mira” com uma arma imaginária, contar na mesma forma como ocorreu foi muito bom. E olha, acho que Sérgio lembra, que a gente nem estava seguindo com o objetivo de entrevistar este cidadão. Encontramos meio sem querer. A entrevista durou horas e foi ótimo. No ano passado estive novamente na região. Fui com dois amigos visitar as grutas utilizadas como esconderijo dos cangaceiros na Serra do Catolé, em Belmonte. Na volta para Natal passamos por Triunfo e chamei estes amigos espeleólogos para eles conhecerem este senhor. Chegamos tarde, infelizmente ele já não se encontra mais neste plano, mas nunca vou esquecer dos seus olhos brilhando e daquele “avoa”.

Um abraço.

Anônimo disse...

Senhor Aderbal, simplesmente sensacional. Ter um trabalho dessa natureza em muito vai enriquecer a temática do cangaço; na verdade, feita por homens e mulheres sertanejos, iguai a tantos outros e por isso cheio de histórias simples e comoventes, tão próprias de nosso sertão.

Parabéns também ao comentário do senhor Rostande, acima, espetacular.

Cícero Ramalho - Fortaleza.

Unknown disse...

Caro Aderbal sou, sem dúvida, um dos maiores entusiasta dessa sua publicação. E penso que essas "histórias" são extremamente relevantes - uma vez colocadas à disposição do estudioso serão, com certeza, "fontes" importantes onde se há de beber para aumentarmos a árvore do conhecimento.

Exemplifico citando o episódio do chapéu. Para além do aspecto meramente "folclórico" do "causo", há todo um significado sociológico nessa transposição simbólica da honra - um conceito difuso, que cumpre um papel social - para um objeto, o que é algo, digamos assim, mais compreensível por parte do "povão".

Ao situar, localizar, corporificar "a honra", passa a ser mais fácil, para a elite, manipulá-la. Não por outros motivos a "alma" do Samurai estava na sua espada. A "alma" do regimento está em seu estandarte, e assim por diante.

Quantas e quantas brigas em feira - inclusive a primeira de Massilon - não aconteceram por que a polícia queria tomar a arma de alguém! E o fazia não para reprimir a violência, pois com alguns ela não mexia, mas para institucionalizar seu papel social e demarcar o terreno dos cabos e sargentos em serviço.

Então, é através de depoimentos como esse - fragmentos - que, pacientemente, vamos lendo o grande livro da vida.

Um grande abraço e parabéns.

Honório de Medeiros

Anônimo disse...

Amigo Severo
Neste novo ano que você possa realizar todos os empreendimentos pensados para esse 2010, que será 10. Contagem regressiva para o II Carrir Cangaço que virá com a força das torrentes de água.Abraços e saudações cangaceirianas.

Paula Monteiro

Anônimo disse...

Estas histórias vão nos trazer um grande manancial de informações adicionais, que sem dúvidas se somarão ao que já encontramos na literatura disponível, naturalmente mais voltadas para os fatos históricos do cangaço.

Parabens ao pesquisador Aderbal.

Rita de Cássia - Fortaleza

Helio disse...

Com certeza teremos passagens de extremo valor nesta obra do pesquisador Aderbal; homem que nos acostumamos a conhecer por tras das câmeras; com seus documentários sobre o cangaço. No momento em que Aderbal se propõe a disbonibilizar todo esse material para o público em geral muito nos anima, mas a outra idéia também é fabulosa; depois de lançado o livro, poderemos ter os depoimentos originais em DVD. Isso é muito bom
Sucesso ao Aderbal e todos estamos ansiosos pelo trabalho.

Professor Mario Hélio.

Helio disse...

Também sobre a história de Rostand sobre a refrega de Lampião com Quelé em que o contemporaneo acabou narrando com brilho nos olhos, isso é fantástico, é mesmo de "avoa", parabens aos amigos Aderbal, Honório e Rostand.
Abração Severão da Gota Serena. Estava viajando mas já voltei.

Maravilhoso.

Professor Mario Helio.

Bruno Tavares disse...

Assinando em baixo o q o prof Mario Helio destacou sobre o comentario de Rostand.
O do professor Honorio eu nao alcanco, pois sou apenas um estudante de Historia. Alias, fiquei confuso com a indicacao do temo ELITE ali, pois o proprio comentarista eh integrante dela, como todos sabem. Alias, quase todos somos mas gostamos do discurso anti-elite(aqui na faculdade e de doer).
Por mais q se queira tirar o cangaco do seio do povo e de alguma forma coloca-lo em um patamar como q intelectualizado, o livro de Historia sempre sera mais interessante aos olhos de um ignorante como eu.
Exemplo? Guerreiros do Sol, livro interpretativo e rebuscado - 2 edicoes em 21 anos. LAMPIAO NA BAHIA, narrativo e de compreensao rapida: 4 edicoes em 17 anos.
Precisa dizer mais?
Abraço e desculpem a falta de acentos nas palavras (teclado ruim e PC pior)

Adauto Souto disse...

Tenho que concordar com o Sr. Bruno. Esse discurso falando de Elites, Classe Dominante, Proletariado, Luta de Classes e temas correlatos já caiu de moda faz tempo.O Comunismo mostrou-se inoperante e acabou por revelar o óbvio, ou seja, mesmo em um regime daqueles, havia uma CLASSE DOMINANTE ou ELITE, que era a cúpula do Estado. Não o povo, que continuava pobre, mas os dirigentes que em nome deste mesmo povo amealhavam fortunas e moravam em palácios. Isso não foi o que MArx quis dizer com Ditadura do Proletariado, convenhamos. O velho barbudo não quis em seus escritos alçar ao poder uma cúpula de dirigentes ávidos por luxo e deixar o povo morando em habitações coletivas e muitas vezes passando privações. Por favor; vamos ser razoáveis.
Portanto, entendo que não cabe mais qualquer análise sob esse prisma. É de pasmar que isso aidna exista.
O gozado nisso tudo é que quem fala das elites é justamente quem faz parte dela. Pessoas que tem acesso à internet, a livros, podem bancar publicações, andam em bons carros, moram em bairros nobres (jamis em favelas ou comunidades carentes) usam roupas, óculos, relógios e acessórios de grife, etc. Para mim isso não é proletariado e tira toda a autoridade para criticar essa suposta ELITE.
Pessoal, estamos no Século XXI. Vamos continuar insistindo em teorias da Era da Pedra Lascada?
Saudações
Adauto
Fortaleza/CE

Chico Cortês disse...

Virgem do Céu! MARXISMO?
Só de for do legítimo, pois o que estão querendo implantar nestas terras tupiniquins, tendo como base uns pacotes esquisitos e disfarçados, a título de defesa de direitos humanos, memória ou comissão da verdade, está mais para CHAVISMO ou EVO-MORALISMO BARATO E AUTORITÁRIO do que para MARXISMO. Vai-te.
Ave Maria, Ave Maria e mais uma Ave Maria. Que Nossa Poderosa Mãe Divina nos livre da mão da hipocrisia e da falsidade política.
Amém!!!
Francisco Cortês

Sergio Dantas.'. disse...

Amigos, estou aqui deixando um abraço a todos.
Não está dando para acompanhar os debates: eles estão muito além do meu parco conhecimento de 'contador de causos'relativos ao cangaço.
Não tenho o necessário lastro para discussões de caráter antropológico e menos ainda as de natureza política, já que me auto-considero um 'burro apolítico'(desejo, aliás, continuar assim).
Dessa forma, em se considerando minhas raríssimas entradas na seara das Ciências Sociais, não tenho como opinar sobre elites, proletariado, luta de classes, concepções marxistas, igualdade social, metonímia, 'deontologia socialista' (??) e todos estes 'chavões' teóricos que ouço desde os meus mais tenros anos de Universidade, aí nos idos da década de 80, quando 'batia ponto' diário no finado bar do DCE da UFRN (Diretório Central dos Estudantes).
Estamos em 2010 e os termos continuam apenas na teoria....
Saudações cordiais
Sérgio Dantas.'.
Escrevinhador de província e contador de causo.

Bruno Tavares disse...

Dr. Sergio, nao diga isso. Tenho dois livros seus comigo e sei de sua competencia, comprometimento e seriedade em relacao ao tema. Me permita dizer, mas o Sr. vem seguindo uma metodologia rigorosamente cientifica ao narrar os fatos em seus trabalhos. Seus livros sao bons de ler, seguem uma sequencia logica de eventos, observa datas, nao cai naquele ridiculo de inventar uma escrita matuta (e cretina) e tem contribuido e muito para mudar a forma como a historia do cangaço ou de qq de seus integrantes era contada ate o aparecimento da obra de Billy Chandler.
Sou estudante de Historia e nao vejo a ciencia que escolhi para seguir carreira como inferior a nenhuma. Todas as outras vem dela. Fazer o q?
Nao desejo ser deselegante com ninguem, mas o q vejo nestes comentarios eh muito palavrorio, talvez ate para driblar uma enorme deficiencia no campo historico.
saudacoes
Bruno Tavares
(desculpe a falta de acento e os q e eh. teclado quebrado)

Juliana Ischiara disse...

Caro colaboradores deste blog, bom dia.
Faço minhas as palavras de Dr. Sérgio Dantas. Mesmo tendo formação em História e Direito, não tenho condição de acompanhar o viés pelo qual tem enveredado os debates. Parabenizo aos senhores pelas vossas teorias de alto nível, entendo que o cangaço deve ser analisado sob a luz de outras ciências, porém, meus conhecimentos são ínfimos ou superficiais diante dos vossos, acerca do marxismo histórico, mais ainda sobre os vieses políticos.
Sr. Bruno, como disse, tenho formação acadêmica em História, da qual me orgulho e muito, assim como você, vejo a História como uma Ciência imprescindível, bem como a Filosofia para compreendermos a complexidade nas relações humanas. Concordo com suas palavras quando fala que há palavrório em demasia, mas fazer o que? Afinal, liberdade de expressão é garantida pela Constituição Federal e vivemos em país tido como “Democrático”.
Como não tenho o grau de conhecimento de alguns colaboradores, vou preferir me reservar à condição de expectadora.
A propósito, Dr. Sergio seu comentário fora preciso e veio em boa hora,obrigada. Assim como o comentário de Bruno fora também oportuno.
Desejo a todos um excelente final de semana.
Juliana Ischiara
Quixadá-Ce

Bruno Tavares disse...

Sabe o q eu acho, colega Juliana?
Esse desprezo q ocorre as vezes com a Historia tem uma coisa semelhante ao q ocorre com a Matematica. Eh aquela recorrencia da velha e sempre boa preguica de estudar os fatos e assimilar estes dentro de um contexto mais material e sequenciado, fazendo a associacao dos mesmos com outros ocorridos em epocas relacionadas. Dai, com uma leitura basica de certo tema, usa-se essa Historia somente como pano de fundo para teorias as mais variadas e muitas vezes absurdas. Basta pegar alguns desses estudos fantasticos e rebuscados q os erros de fato, data e locais de eventos aparecem logo nas primeiras linhas. Tb acredito q sair da linha historica atrai para o suposto interprete mais holofotes e mais respeito academico, com destaque maior se esse interprete tem boa escrita e boa retorica.
Ha muitos livros assim e nao vou citar titulos por razoes eticas e respeito aos autores.
Parece q aceitar o cangaco como uma variacao do banditisimo rural comum eh muito dificil. Interessante q um livro como BANDIDOS, de Hobsbawn, aponta exemplos e mais exemplos de banditismos semelhante ao cangaco brasileiro. Por isso acho q ta havendo muito palavrorio em torno de uma situacao que ocorreu em outros lugares, em epocas diversas, mas nao necessriamente com um chapeu de couro na cabeca, pois esta eh uma nota rigorosamente regional.
Bom fds a todos
Bruno

Anônimo disse...

Olá, amigos! Confesso que estou surpreso com tantos comentários que estou lendo no blog. Antes de mais nada gostaria de dizer que ficarei muito triste e tenho a certeza de que muitos outros amigos ficarão também se alguns companheiros e companheiras deixarem de emitir suas opiniões apenas porque estão sendo incompreendidos por alguns. Gente, por favor, eu que sou um apaixonado pela nossa história, pelas nossas raízes, gosto de ler o amigo Alcino dizendo que determinada pessoa deixou de morrer nas mãos dos cangaceiros porque na hora H, alguém apareceu e disse: "- VALHA MEU PADIM PADRE CÍCERO", COMO TAMBEM GOSTO DE LER OS LIVROS MAIS PROFUNDOS COMO OS DE FREDERICO PERNAMBUCANO OU MESMO DO AMIGO DANIEL LINS. ACHO EU QUE TODOS TEM O DIREITO DE SE EXPRESSAR COMO CONVÉM. CABE A NÓS A HUMILDADE DE ACEITARMOS, POIS SAIBAMOS QUE NEM NÓS NEM NINGUÉM E UNANIMIDADE. ALÉM DISSO O AMIGO SEVERO JUNTAMENTE COM A SBEC, QUANDO IDEALIZOU O CARIRI CANGAÇO E O BLOG, FOI COM O INTUITO DE UNIÃO, E NÃO DE DESAGREGAÇÃO. LEMBREMOS SEMPRE QUE NÓS TODOS QUE GOSTAMOS DA NOSSA HISTÓRIA SOMOS TÃO POUCOS. JÁ QUE A MAIORIA DAS PESSOAS NÃO ESTÁ DANDO A MÍNIMA PARA ISSO, QUEREM É CURTIR A VIDA, SE DIVERTIR, POIS NÓS SOMOS AQUELES QUE VAMOS DEIXAR A HISTÓRIA PARA OS NOSSOS DESCENDENTES. PORTANTO, DEIXEMOS ISSO DE LADO E VAMOS DISCUTIR AMIGAVELMENTE SOBRE QUALQUER PONTO DE VISTA DEFENDIDO PELOS NOSSOS COMPANHEIROS. GOSTARIA TAMBÉM DE AGRADECER AOS COMENTÁRIOS SOBRE O NOSSO FUTURO TRABALHO, QUE ALGUNS AMIGOS FIZERAM. VALEU, SEI PERFEITAMENTE QUE VÃO TER OUTROS QUE NÃO VÃO NEM SE DAR AO TRABALHO DE VER NEM A CAPA, MAS A VIDA É ISSO, FAZ PARTE. POR FAVOR REFLITAM. ABRAÇOS A GREGOS E TROIANOS.

ADERBAL NOGUEIRA

Juliana Ischiara disse...

Colega Bruno,

Seu comentário vai direto ao âmago da questão, muitos preferem seguir o caminho mais “fácil” ou de menos trabalho. Além de trabalhosa e exigente é muito difícil fazer uma pesquisa séria, compromissada com história e publicar de forma fidedigna. Claro, me refiro à fidelidade para com a história e à precisão de dadas e fatos. Muitos preferem as invencionices à verdade, pois a visão mercadológica e os holofotes midiáticos tornaram-se ou sempre fora o sentido norteador de seus trabalhos.
Em sendo assim, aproveito esta oportunidade para fazer uma confissão. Nem sempre pensei assim, porém, Deus sempre nos dá a oportunidade de mudarmos, crescermos e melhorarmos enquanto SER, abracei esta oportunidade há algum tempo e posso dizer que valeu a pena. Cometi alguns erros e paguei caro por pensar e agir de diferente do penso hoje. Quando li em seu comentário a seguinte frase “Ha muitos livros assim e não vou citar títulos por razões éticas e respeito aos autores”. Recordei uma injustiça cometida por mim, quando fiz um infeliz comentário acerca de dois livros publicados por um grande e respeitado pesquisador. Tempo depois de tal comentário ou “critica” me dei conta de havia analisado a estrutura material e formatação, foi onde cometi um erro crasso, o de não analisar o excelente conteúdo do trabalho. Não estou dizendo que estes livros eram ruins quanto à estrutura material ou a formatação, mas a exigência fora exacerbada de minha parte.
Tem razão Bruno, o Banditismo de Eric Hobabawn, não se distancia do banditismo ocorrido na época lampionica, pelo contrário. Existem muitas semelhanças, e estas, são pouco analisadas.
Caro Aderbal, concordo e aceito seus puxões de orelha, este espaço deve ser sim, um espaço para debates, onde todos nós ganhamos em aprender um pouco mais sobre história, a nossa história.
Quanto ao seu trabalho, com certeza terei o enorme prazer de adquiri-lo e lê-lo com atenção e respeito. Sei o quanto és dedicado e comprometido com nossa história, como historiadora, só tenho a lhe agradecer por sua dedicação. Pois creio ser o desejo de todos nós dedicado a leituras e as pesquisas deixarmos todos os nossos esforços como legados para as gerações futuras.
Antes de qualquer especulação acerca do comentário feito acerca dos livros por mim comentado, quero que todos saibam que já pedi minhas desculpas ao autor, reconhecendo meu erro. O autor em questão, nobremente concordou em esquecermos tal fato. Então, não falaremos mais sobre isso.
Um abraço fraterno em todos e um final de semana na Paz do senhor.
Juliana Ischiara
Quixadá-Ce

Sérgio Dantas.'. disse...

Prezado Aderbal:

De minha parte, não há discussão ou disenso em absolutamente nada. Apenas não tenho embasamento teórico para discutir ou debater alguns conceitos apontados no curso dos comentários assentados após a postagem deste tópico.
Eu mais que ninguém acho válido - e necessário - que cada um apresente seus pontos de vista, respeitando, claro, os dos seus semelhantes.
Não vi acima qualquer ataque a ninguém, mas divergências e discussões salutares e ínsitas à própria natureza humana.
Eu apenas não desejo discutir política(já que não gosto desse campo) e nem debater sobre interpretações complexas do cangaço, das quais não tenho domínio.
Nada mais que isso. Se não sei isso, me calo, para não incorrer em erro.
Grande abraço do amigo e admirador
Sérgio.'.

Bruno Tavares disse...

Prezado Sr. Aderbal
Se o Sr. observar com cuidado, vera q se tocou em diversos assuntos devido a uma interpretacao dada ao seu futuro trabalho la no inicio e eu achei q poderia manifestar, na qualidade de apenas um estudante, interessado no tema e espectador, minha modesta opiniao.
Mas se disse algo q nao devia, apresento minhas desculpas.
Até outra hora.
Bruno Tavares
(Tb me desculpo mais uma vez pela falta de acentos, pois o teclado estah com problemas)

Adauto Souto disse...

Amigos:
Seguindo a linha do comentário acima, também registro aqui minhas escusas se, em algum momento, deixei de seguir alguma exigência ou norma do Blog quanto aos limites para expressar minha opinião ou discordar de alguém.
Apenas pensei que poderia aqui expressar meus pontos de vista, mesmo discordando em alguns casos. Jamais pensei que isso fosse provocar algum tipo de polêmica, repulsa ou animosidade.
Peço humildemente aos responsáveis por este espaço que RETIREM as minhas postagens(COMENTÁRIOS), uma vez que, de alguma forma, causaram desconforto ou entraram em rota de colisão com a palavra de algum sapiente colaborador ou comentarista.
Saudações e fiquem com Deus.
Adauto
FORTALEZA

Anônimo disse...

Amigos do blog, é claro que o mesmo foi feito para discutirmos todos os assuntos num clima cordial. O que eu quis dizer foi para que os amigos que estavam querendo se afastar do blog não se afastem por conta de opiniões contrárias ou de assuntos que não lhes sejam adequados. Por favor continuem todos. Já disse que todos nós lucramos com esses debates. Queria dizer também à Juliana que lhe dou os parabéns pela atitude tomada, uma grande prova de dignidade, prova de engrandecimento, uma atitude digna e que deveria ser seguida por todas as pessoas que reconheceram erros e não tiveram a nobreza de se desculpar. Se todos assim o fizessem o mundo seria outro. Obs: gostaria de indicar aos amigos o livro de Lira Neto, -"Poder, fé e guerra no sertão". Um magnífico trabalho. Parabéns ao autor.

Anônimo disse...

Desculpem, o comentário acima foi sem minha assinatura.

ADERBAL NOGUEIRA
Sócio SBEC

Anônimo disse...

Amigos do Blog: Aderbal,Juliana, Sérgio, Bruno, Adauto, enfim. Compreendo este e outros espaços, extremamente importantes para expressarmos nossas impressões sobre essa temática tão interessante, apesar de polêmica, que é o Cangaço.

Invarialmente vamos discordar com relação a muitos aspectos, e isso é salutar, quando o Aderbal fez seu cometário, tenho certeza que não foi incomodado com alguém que por ventura tenha discordado dele, tenho certeza; fato que o mesmo afirma em comentário logo acima, dessa forma também tenho certeza que o administrador do Blog, também pensa assim; nada como um bom bate papo entre confrades e amigos, esse espaço pertence a todos nós e com certeza tem que ser construido por todos nós. Se não houvessem diferenças, o que seria da pesquisa histórica?

Abraço a todos e sinceramente parabésn pelo nível do blog.

Fernanda Rino - Fortaleza